POV  Johanna

— Woody espera... Estamos indo muito rápido. – depois  o baile de formatura meu namorado me levou para seu quarto nos fundos da oficina onde trabalhava, o local era desorganizado, sujo e cheirava a mofo, eu imaginei qualquer lugar para ter a minha primeira vez com ele, mas aquilo nunca havia passado por minha cabeça.

—Rápido?  Eu já esperei muito Johanna nós estamos juntos há seis meses é tempo suficiente para você ter certeza, já discutimos sobre isso.

— Eu sei...  É Só...  Que estou um pouco nervosa.

— Não seja tão infantil, não tem motivos para ficar nervosa, vem cá. – Woody continuou me tocando e beijando levemente meu pescoço. Afastei-me dele, não estava me sentindo a vontade naquele lugar.

— O que é, você não me ama mais? – ele exclamou com um pouco de aspereza na voz.

 – Amo, é que eu não imaginei ficar com você aqui... Eu pensei que iríamos para outro lugar. – Não conseguia esconder minha frustração e tive certeza que ele já havia percebido, estava ficando impaciente.

— E imaginou o que? Eu chegando de limusine na sua casa para te levar para o baile, e depois te levando para um hotel cinco estrela, como seus amiguinhos filhinhos de papai fazem com suas amiguinhas do ensino médio na noite da formatura, eu não sou a porra de um garotinho do seu colégio Joh, eu não tenho papai rico para me dar nada, se te trouxe para cá é porque não aguento mais ficar só de beijos e abraços contigo, e se não te proporcionei uma noite melhor é porque não deu droga. Você acha que eu estou feliz com essa situação amor?

 – Eu sei que não amor, mas... Eu estou com medo.

 – Medo de que?

 – Sei lá, de não te satisfazer, você já teve tantas mulheres mais experientes que eu.

— A única mulher que me importa é você, não tem por que ficar apreensiva apenas quero que você relaxe tudo bem? Vamos eu sei que também quer ficar comigo? – Woody disse manhoso. Acabei cedendo, embora já não tivesse mais tanta certeza de minha decisão de me entregar para ele.

Eu sempre imaginei minha primeira vez como algo mágico, era o que eu via nos filmes e lia nos livros, mas a realidade não foi bem assim. Após o sexo, Woody me deu um selinho, disse que eu fui perfeita retirou a camisinha amarrou-a,  e a jogou em qualquer lugar pelo chão do quarto, depois virou para o lado e dormiu.

Ainda nua me peguei olhando para aquele homem deitado na cama, ele em nada lembrava o cavalheiro com quem eu convivi nos últimos meses e por quem eu havia me apaixonado, decepcionada vesti minhas roupas o mais rápido possível peguei um táxi e voltei para casa.

Quando Katniss  perguntou-me  o que Woody fez comigo, lembrei-me de tudo que aconteceu, de como me senti usada por ele, desabei diante dela como uma criança que machucou o dedo mindinho. Não podia continuar com aquela conversa, não seria bom falar para minha irmãzinha de dez anos saber que o homem por quem eu estava apaixonada, não me procurou após nossa “noite mágica”, nem atendeu minhas ligações, e quando o procurei na oficina pedindo satisfações sobre nós, agiu como se nada tivesse acontecido começou beijando carinhosamente meu pescoço e falando coisas bonitas, por fim tirou minha bermuda e transou comigo no banco traseiro de um dos carros que estava consertando. Das duas vezes que ficamos juntos esperei sentir prazer, ou pelo menos algo bom, mais a única coisa que senti, foi dor, uma dor que dilacerava meu corpo e principalmente minha alma.

 Por mais inteligente e madura que ela fosse não podia me abrir , não seria justo.  Decidida a manter meu segredo me deixei envolver por seus braços infantis e chorei até que sem perceber cai no sono.

Acordei de madrugada ainda envolvida pelos bracinhos de minha irmã, me desvencilhei deles cuidadosamente para não despertá-la, o relógio na parede marcava 01:15hs  fui em direção à cozinha para tomar um pouco de água, ao descer a escada  ouvi a voz da minha mãe vinda da sala, ela parecia estar chorando.

— Ela esta sofrendo George, minha menininha esta sofrendo e eu não posso fazer nada. Esse namoro tem sido nocivo para ela só ela não enxerga isso? Eu sei que ela se entregou para ele, e sei que ela se arrependeu, só queria que ela confiasse em mim para me contar.

— Clara você esta exagerando está sentindo ciúme, não quer aceitar que nossa menininha cresceu.

— Não é ciúme, é algo que eu não sei explicar.

— Amor Joh não é mais uma menininha como podemos constatar, daqui a pouco ela vai começar uma nova fase, faculdade, novos amigos, conhecerá outro rapaz vai esquecer esse cara nós, não precisaremos nos preocupar,  vamos só dar tempo ao tempo.

— Tem algo errado nele... – sinto angustia nas palavras de minha mãe o que acaba me angustiando também. Como ela sabia que eu tinha me entregado ao Woody? Como ela sabia como eu estava me sentindo?

—Não posso precisar o que é, mais sei que há – mamãe sentencia.

—Meu instinto maternal me diz que esse homem vai fazer muito mal para nossa Filha, nós precisamos fazer alguma coisa antes que seja tarde, eu tenho medo dele machucá-la de um modo que ela não consiga se recuperar.

— Se é para te deixa mais tranquila eu prometo, quando nós voltarmos de viagem passo na delegacia e vejo se Boggs descobre algo sobre ele, está bem? Agora vamos subir temos que acordar as meninas logo cedo. – papai era advogado e tinha bastantes conhecimentos entre os policiais do distrito se existisse algo de podre sobre Woody com certeza ele descobriria mais cedo ou mais tarde.

 Volto para o quarto em silêncio temendo que meus pais descubram que eu os estava ouvindo.

 Criminoso? Nunca pensei na possibilidade de meu namorado ser um criminoso, divagando em meus pensamento comecei a me questionar será que eu sabia mesmo quem era meu namorado?