Do acaso à superação escrita por Paty Everllark


Capítulo 25
Melissa


Notas iniciais do capítulo

Boa noite gente linda!!!

Hoje é domingo e sei que não costumo postar neste dia, mas como ando em débito com vocês que são sempre uns fofos comigo, resolvi trazer um capítulo curtinho e com um POV ainda não explorado por aqui, espero que gostem.

Agradeço aos comentários carinhosos no capitulo passado e também as lindas leitoras que favoritaram DAAS.

Obrigada de coração pelo incentivo de todos os leitores, até os mais tímidos que insistem em não se manifestar. Vocês moram em meu coração e não pagam aluguel. É serio. Rsrsrs

Boa leitura



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 POV - Melissa

 

— Mel... Não sei em qual lugar está o caderno.

— Prim, não chore vamos achá-lo, mas precisa ter mais cuidado com suas coisas. Pensa só um pouquinho em que parte da casa ele pode estar.

— Acho que ela, o deixou no escritório do vovô.

— Por que não falou antes, Amber. Tem certeza?

— Estávamos desenhando lá quando aquele homem estranho chegou, a Enobaria nos enxotou e disse para virmos brincar aqui no jardim.

— As duas fiquem quietinhas perto das orquídeas, não saíam daqui tudo bem? Irei buscá-lo e já volto... Só espero não encontrar alguém por lá.

 Receosa, segui em direção ao interior da mansão, nunca entendi o porquê de minhas irmãs gostarem tanto de brincar no gabinete, eu morria de medo daquele lugar sombrio. Assim que cheguei frente à porta e a abri, meu coração acelerou. Na parede defronte havia três cabeças de veados empalhadas. Um dia Snow disse para eu e minhas irmãs que era aquilo que acontecia com seus adversários políticos, ou quem entrasse em seu caminho atrapalhando alguns de seus planos, depois sorriu e disse que estava só brincando conosco.

“ Prim, sua danadinha, onde o colocou...”

Comecei a buscar o caderno, avistando-o sobre a cadeira de couro localizada atrás da mesa. Ao colocar as mãos nele preparei-me ligeiro para sair do espaço, porém vozes vindas da saleta anexada vieram ao meu encontro, por reflexo entrei debaixo da mesa.     

Não deveria ter vindo Samuel, sabe que minha casa não é segura para termos esse tipo de conversa.  As meninas moram aqui.

— E qual outro lugar seria apropriado para discutirmos tais assuntos maninha?

— Em qualquer outro, menos neste.

— Sei o que estão querendo fazer... Enobaria não tente me passar à perna. Sou mais esperto, pode ter certeza que se eu cair você e seu maridinho aí caem juntinhos comigo.

— Está nos ameaçando Samuel? Foi você que fez a burrada, não eu.  Sabe que gente como nós não pode se dar ao luxo de se envolver emocionalmente com ninguém. Já é a segunda vez na sua vida que comete este erro. Pelo menos com a Mason, se recuperou a tempo de não sair no prejuízo.

— Meu envolvimento com a Loren nada tem a ver com o caso.

— Ah não? Estragou tudo, quando resolveu brincar de casinha numa choupana no interior do Distrito.

— Brincar de casinha? Querida irmã, esqueceu-se de que é a renda do Riviera que tem financiado todos os negócios sujos, seus e de seu marido até aqui? Somos sócios, quer queira, ou não. O cerco está se fechando. Foi uma péssima ideia minha conversinha com a Johanna há alguns meses. Fora que só fomentou a curiosidade daquela prima idiota dela e o do noivinho delegado. Praticamente eles já sabem minha verdadeira identidade. Acham mesmo que se chegarem até mim, demorarão chegar a vocês?  

— Os dois calem a boca! O que precisamos agora é manter a calma. Pelo o que nos revelou pode ter sido apenas uma coincidência a visita de sua ex e a hospedagem da irmã dela no seu resort. Afinal o seu estabelecimento está ficando famoso, coisa que se fosse um pouco mais inteligente teria evitado. Avisei-te sobre isso.

— Essas malditas Everdeen me perseguem, nossos destinos sempre dão um jeito de se cruzar de forma ou de outra.

— O mais sensato seria você sumir novamente, ao menos por um período indeterminado. Pelo menos até a poeira assentar. 

— Está me dispensando Enobaria? Acha mesmo que após ter corrido tantos riscos, como sujar minhas mãos de sangue na esperança de botar a mão na fortuna do Cartwright, vou simplesmente sumir? Não mesmo.   Você e o Snow me disseram que 35% desse dinheiro são meus.

— Eu sei o que eu e o Coriolanus dissemos, e sei tudo que fizemos para conseguir a guarda das meninas e posteriormente administrar os bens delas, mas seria burrice sua continuar no Distrito.

— Sua irmã tem razão Golding, se a tal Rue e o noivo confirmar sua identidade. O resto virá em cascata. O desaparecimento de Darius, o acidente do Thompson. Dessa vez nem toda a influência do secre...

— O que foi Coriolanus, por que se calou de repente?

—  Xiu... Cale-se Enobaria! Não estamos sozinhos.

(...)

— Melissa, meu amor você ainda esta acordada?

Como eu poderia dormir após escutar todas aquelas coisas.  Não foi minha intensão, só havia entrado no cômodo para reaver o caderno de desenho de Primrose na hora errada, no entanto fiquei paralisada sob a mesa. Devia ter ficado quieta, mas não consegui, não depois de entender que aquele homem cometeu várias maldades para que meu avô conseguisse a nossa guarda. 

— Sim, tia Magda. – eles me obrigavam a fingir que estava tudo bem.  Há dias a voz da bruxa invadia meus pensamentos, seus olhares de canto direcionados a mim, seus gestos. Sempre que ela podia me demonstrava quem comandava a situação.

“Garotinha insolente, tu não és especial como seu pai te a fez acreditar todo esse tempo. Se contar para alguém o que ouviu aqui hoje, pode ter certeza que seu pai e suas irmãzinhas sofrerão as consequências dos seus atos. Sabe bem do que meu irmão é capaz, não sabe? Se não fosse uma criança tão enxerida, não precisaríamos estar tendo esta conversinha.”

— Céus, princesa! Está queimando em febre, por isso não saiu deste quarto a tarde inteira. Vou chamar o seu avô, temos que levá-la ao médico.

— Não, por favor! Não o chame. 

— Meu anjo, o que está acontecendo com você? Há tempos está amuada, e agora essa febre sem sentido – o fim de semana de ficar com meu pai logo chegaria, e eu teria que fazer tudo que me foi ordenado, mas eu sabia que Katniss não merecia. Ela estava fazendo o papai feliz. 

— O que está acontecendo aqui? – me encolhi na cama. O som da voz de meu avô era aterrorizante, e ver que ele não estava sozinho me deixava mais apavorada.

— Ela está febril, senhor.

 – Já lhe disse para não vir no quarto dessa menina durante a noite Magda, desse jeito ela jamais irá se acostumar com o quarto novo – Enobaria havia me alocado no quarto que era da vovó Marta, porque ficava ao lado do seu, e com a desculpa de que eu precisava me acostumar a ser independente por já ser uma mocinha, diferente de minhas irmãs.   Na verdade, era um meio de me manter debaixo de sua vista.  

— Minha querida esposa, vá para o quarto e me espere. Senhora Torres, vá buscar um antitérmico para a minha neta, enquanto isso eu lhe farei companhia – as duas mulheres saíram e um silêncio pavoroso tomou conta do ambiente. Não tirei os olhos dele, mesmo com medo.

 – Olho para ti e, é como se estivesse diante daquele maldito novamente...

— Meu pai não é um maldito, você que é...

— A mesma empáfia... – riu, sem humor. – Daqui a uma semana irá mais uma vez para a casa da Everdeen, sabe o que tem que fazer, não é? Eu estou fazendo uma pergunta. – segurou meu braço com força excessiva quando não o respondi. – Sabe o que terá que fazer não é Melissa?

As lágrimas começaram a rolar pelo meu rosto, lembrei-me de quando Amber, eu e mamãe ao fim das tardes sentávamos na varanda de nossa casinha nos fundos da mansão do tio Cinna.  Minha mãe fazia barras de crochê nas fraudas de Prim, enquanto eu e minha irmã acariciávamos sua barriga. Esse era nosso ritual à medida que aguardávamos papai e vovó Greasy completarem o trabalho na casa maior.  

Mamãe era tão linda. Ela sempre nos dizia por que tinha deixado sua vida de riqueza no passado. Contava-nos que dinheiro não comprava a felicidade, e que pessoas ruins, faziam coisas ainda mais terríveis por causa dele. E que daria a vida para que eu e minhas irmãs jamais passássemos pelo que ela passou por causa dele. Eu sinto tanta falta dela. Queria tanto que o tempo voltasse. Mas sei que nada mais será como antes, e eu terei que fazer tudo para manter meu pai e minhas irmãs seguros.

Sei.— afirmei num sussurro.

— Boa menina.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, tentarei não demorar com a próxima postagem .

Bjs e até breve se tudo correr bem