Do acaso à superação escrita por Paty Everllark


Capítulo 24
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Notas iniciais do capítulo

Boa noite gente. Mais uma vez Desculpa a demora em atualizar.


Agradeço a todas(os) que continuam comigo, em especial as leitoras que tiram um tempinho para registrar em comentários que acompanham e gostam de DAAS. É por vocês que mesmo tendo dificuldades para postar com a mesma frequência de antes estou aqui, e não pretendo jamais abandonar a história.


Galerinha, o capítulo de hoje tem uma participação especialíssima da minha querida Belrapunzel, que não apenas o revisou, mas também contribuiu com a parte. Digamos... Caliente dele. Valeu Belzinha.


Lembrando sempre que a Fic é classificação 16, meninas. Hot tem que ser bem leve. Rsrs.


Espero que gostem. Boa leitura.



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Oi.

 – Aí que susto!

 A vozinha sonolenta da caçulinha de Peeta ecoou pelo quarto de minha sobrinha e alcançou-me no exato momento em que terminei de passar o vestido de alças finas por meus ombros. Com a mão sobre o peito voltei minha atenção para a baixinha sentada à cama atrás de mim.  Ela lançou-me um biquinho magoado. Decerto, Primrose também se assustara devido meu tom de voz elevado, ainda que este não tenha sido intencional.

  – D-desculpa.

 Um bolo formou-se em minha garganta ao ouvi-la gaguejando baixinho sua desculpa. Foi difícil conter a emoção quando a vi coçar os olhinhos e se abraçar a surrada manta estampada de elefantinhos que trouxera da casa do avô.  Pelo que Peeta e Melissa me contaram, a loirinha não dormia a peça. Por alguns segundos fiquei sem reação apenas observando-a. Jennifer também tinha um cobertorzinho azul inseparável, seu xodó desde bebê. Por mais que eu tenha tentado, não consegui separa-la do bendito.

— Cadê papai, e as maninhas? – despertei do transe, diante da indagação sentida proferida pela menina, sua fisionomia demonstrava que estava prestes a cair no choro.

— Ô meu amorzinho... – me recompus após uma eternidade inerte.  Aproximei-me da cama e ajoelhei próximo aos seus pezinhos que já se encontravam para fora da cama. – Perdoe-me, não quis gritar, é que me assustei.

 Primrose piscou diversas vezes e com olhinhos curiosos analisou tudo ao seu redor, talvez estranhando o lugar em que acordara. Fazia duas horas que Peeta havia chegado com as filhas, e Prim estava dormindo quando isto acontecera. Por esse motivo a colocamos no quartinho de Madge, enquanto as maiores foram almoçar com meus sobrinhos a beira da piscina.  

— Eles estão na piscina com os outros.  Quer que eu te leve até lá?  –sorri de maneira nervosa. Minha ansiedade ainda era enorme perto das crianças, em especial perto dela, embora já conseguisse me controlar.

— ‘com fome. – Prim não pareceu ter ouvido minha resposta, tampouco minha pergunta. Realmente devia estar faminta.  Saíra muito cedo da casa do avô e o trajeto até a casa de Annie e Finnick fora longo.   

— Papai prometeu que eu ia comer ‘surrasco. – disse manhosa, me fazendo abrir mais o sorriso ante sua naturalidade e a forma de pronunciar a palavra “churrasco”.  Num rompante a loirinha levantou-se da cama e envolveu meu pescoço com seus os bracinhos, espremendo-me entre ela e o cobertor.  Por uma fração de segundo paralisei em meio ao aperto inesperado. Ela afastou o rostinho para me encarar e arqueou a sobrancelha na expectativa que eu a erguesse.  Ela ansiava por colo.

— Ah sim!  – desengonçada me ergui do chão, trazendo-a junto ao peito.  Pela primeira vez senti seu corpinho leve em meus braços. A loirinha olhou-me intensamente, como se buscasse algo em minha face. Depois questionou:

— Você vai me dar papa?

— Q-quer que eu te dê comida? – Indaguei em choque, feito uma idiota. Ela confirmou num aceno exagerado e sorriu.  Saí do quarto com a menina em meus braços. Ao chegar ao corredor logo ouvi vozes animadas que vinham do quintal, respirei fundo e desci as escadas devagar, sustentando na mente um medo descabido de derruba-la, e no peito o coração acelerado como se este pudesse parar a qualquer instante. Ao chegar à área externa, Peeta e o casal Odair – os únicos inteirados sobre minhas crises de ansiedade conversavam animadamente entre si ao lado da churrasqueira já apagada.

Melissa e Amber pareciam estar em casa,  divertindo-se  com  Cato e os gêmeos. Desde que as conheci, aquela era a primeira vez que as via sorrindo daquela forma. Os cincos brincavam com uma bola imensa na parte rasa da piscina. Meu cunhado cochilava na espreguiçadeira um pouco mais afastado dos demais. Distraída, minha irmã mexia compenetrada no aparelho celular deitada ao seu lado.  Incrível como o Hay conseguia tirar uma soneca com a algazarra em volta de si.

— Papai! – Prim chamou. Peeta e os anfitriões voltaram os rostos para a varanda onde nos encontrávamos.  Johanna os imitou, olhando por cima dos seus óculos de leitura.

Katniss?— Peeta apenas mexeu os lábios ao pronunciar meu nome. Prontamente veio ao meu encontro, num gesto rápido retirou Primrose de meu colo e inquiriu não disfarçando a preocupação. – Está tudo bem? – Deu um beijo na cabecinha da filha que agora descansava a cabeça em seu ombro.

— S-sim... E-ela acabou de acordar e queria almoçar. – as palavras saíram com dificuldade, mesmo eu desejando o contrário. Um leve tremor apossou-se de meu corpo. E Peeta logo percebeu. Minha atenção prendeu-se na menina, que alheia à tensão latente sorria genuinamente para mim.

— Pode deixar que assumo daqui... Você quer papar, minha princesinha? – perguntou animado, enquanto jogava a menina para o alto. Após uma gargalhada deliciosa Prim assentiu. – E o que quer comer?

— ‘Surrascooo!

— Então vamos lá. – O loiro deu um passo em direção ao balcão onde se encontrava os vasilhames com os alimentos e as carnes reservados pós almoço, porém foi obrigado a parar.

— Papai... Posso comer com a Katniss? – o pedido inesperado pegou-nos de surpresa.  Meu namorado fitou a filha por um instante e eu arregalei os olhos num gesto de espanto. 

— Deixa que o pai... – Pressenti a negação formando-se nos seus lábios. E, embora não estivesse certa do que estava prestes a fazer antecipei-me respondendo em seu lugar.

— Eu posso! – afirmei de supetão.  Minha voz soou tão decidida, que me surpreendi.

— Tem certeza? – assenti, mesmo não a tendo. 

— Eu quero Peeta. – fui sincera.

Okay!— anuiu duvidoso. Estendi meus braços em direção à menina que acolheu de bom grado meu chamando, apertei-a com carinho fazendo-a rir. Meu namorado acariciou meus cabelos e deu um beijo demorado no topo de minha cabeça. Com delicadeza tomou em suas mãos o cobertor que Prim ainda segurava.

— Deixa que eu a ajudo Peeta! – Annie solicitou chegando a sua direita.  A ruiva colocou a mão sobre o ombro do loiro como se lhe dissesse. Está tudo bem meu amigo. Ela sabia o quanto aquilo era difícil e ao mesmo tempo importante para mim.  O loiro suspirou e abriu espaço para que eu passasse.

— Mellark venha terminar sua cerveja. – Foi a vez de Finnick intervir, chamando-o a se assentar nas cadeiras de praia próximas ao balcão. Meu irmão de coração deu uma tapinha nas costas do loiro e lhe ofereceu um dos copos que tinha em mãos. 

Encarei Prim novamente, a menina estava cada vez mais serelepe em meu colo. Sorri, e senti uma quietude preenchendo meu peito.  Poderia facilmente apaixonar-me pela baixinha.  

— Vamos Niss. – de maneira cúmplice Annie incentivou-me a continuar. 

— Obrigada Ann. – sussurrei. 

‘Eba vamos comer Surrascoooo!— agora era oficial. Eu não poderia. Eu já estava completamente apaixonada por aquela baixinha.

— Vamos comer churrasco meu amor... – respondi igualmente animada. 

(...)

— Johanna Mason, poupe-me dos detalhes de suas noites tórridas na companhia de seu marido. 

  – Qual é o problema, Annie? Até parece que você e seu marido, nunca fizeram loucuras como essas que eu acabei de lhes contar.

Revirei os olhos ao ouvir o papo das duas mulheres a minha frente. Eu certamente pagaria por todos os meus pecados durante o “dia das meninas” convocado por minha irmã.

  – Qual é o problema, Annie? Até parece que você e seu marido, nunca fizeram loucuras como essas que eu acabei de lhes contar para quebrar a rotina.

— Qual o problema? Ainda tem a cara de pau de perguntar? O problema é que seu marido é meu pai. Esqueceu? Então, pare de me contar sobre o desfecho de suas fantasias sexuais com ele. Isso é nojento.  Além do mais, não quero ter pesadelos à noite.

— Enteada querida, não seja tão puritana, tu não tens mais idade para ficar traumatizada com essas coisas. Se eu te contar onde nós fizemos a sua irmãzinha...

— Vocês duas deixem parar de discutir sobre suas estripulias sexuais mais tarde, por ora, será que podem apenas me ajudar na escolha da lingerie que mais combina com o meu vestido para sábado, afinal é para isso que estamos aqui.

Precisava intervir na discussão entre as senhoras Abernathy e Odair, ou a mesma se estenderia por horas, e sinceramente concordava com a Annie, imaginar Haymitch e minha irmã em seus momentos íntimos, não seria nada agradável.  

— Pirralha, cale a boca que já estou ‘porraqui contigo! – Johanna levou a mão acima da cabeça demostrando seu limite de descontentamento. Revirei os olhos outra vez. Ela estava chateada por não ter sido informada do meu atual “estado mental”— nas suas palavras – nem de minhas consultas com a Dra. Elizabeth, sabia que a sua proposta inoportuna de “visitinha ao Shopping” numa tremenda quarta feira, era simplesmente para me avaliar psicologicamente, e tirar suas próprias conclusões. Enfim, minha irmã morria de medo de eu ter pensamentos suicidas, como tive nos primeiros meses após minha perda.

 Levantei os dois cabides com as lingeries, um em cada lado do meu rosto e inquiri irritada.

— E aí, qual vai ser? – Johanna bufou antes de responder.

— O conjunto Preto.

— Joh, o vermelho combina mais com o tom de pele da Niss. Fora que, o Peeta irá adorar a delicadeza da calcinha. 

— Nem pensar Annie, o preto é mil vezes mais sexy. E o Mellark irá amar ver a pirralha nestas rendas. Vai por mim! Os homens tem fetiche por lingerie preto.  Nada melhor para sair da rotina. Se não fosse esse barrigão enorme levaria um idêntico.

— O relacionamento da Niss, ainda não teve tempo de cair na rotina, eles ainda estão na fase das descobertas boadrasta.

Incrédula ante o novo bate-boca que se iniciava meneei a cabeça em reprovação. Confesso que havia me esquecido o quanto Annie e Johanna tornavam-se insuportáveis quando juntas. Era incrível como duas pessoas podiam brigar e se dar tão bem ao mesmo tempo. Não necessariamente nesta mesma ordem. Sabendo que a briga sobre qual conjunto eu compraria demoraria uma eternidade, e retornaria ao ponto inicial. Sexo.  Deixei as duas próximas às araras onde encontrei os modelitos e direcionei-me a vendedora que do balcão se divertia com a discussão.  A moça nos oferecera ajuda assim que adentramos a loja, mas minha irmã autossuficiente a dispensou, prometendo chama-la, caso precisássemos de ajuda.

  – Elas são complicadas, né?

— Nem imagina o quanto... – fiz uma breve pausa enquanto procurava no crachá da jovem sua identificação. – Michele... Mas fazer o que? Eu as amo, o problema é que realmente não posso ficar o dia inteiro aqui, entende.

— Sim, entendo.  Ficarei muito feliz em poder ajuda-la no que precisar. – Lançou-me um sorriso simpático.

— Eu tenho dois conjuntos de lingerie lindíssimos, e uma dúvida cruel. Qual levar? – estendi as peças sobre o balcão e mirei-a com um olhar suplicante.

— Compreendo. Ouvi a conversa das três logo que entraram, e sei que a ocasião é bem especial para a senhora. 

 – É sim. – um sorriso bobo formou-se em meu rosto. – Sábado é o aniversário do meu namorado. O primeiro que passamos juntos.  – contei, e em contrapartida recebi da mulata um sorriso conivente.  

— Acho que tenho algo aqui que ficará perfeito na senhora. –Michele retirou de trás do balcão uma caixa branca que devia medir aproximadamente uns cinquenta centímetros. – Acabamos de receber, é a primeira pessoa para quem estou o mostrando.  É uma peça exclusiva e totalmente artesanal. 

Uau!  — foi o único comentário que consegui formular ao me deparar com o conteúdo da caixa.

 – É lindo, não é? – a vendedora questionou.

— É perfeito.

 Não existia outro adjetivo para definir o espartilho vinho de renda repleto de minúcias em cetim. Era sem dúvidas um dos espartilhos mais lindos que já tinha visto. Embora não fosse amante daquele tipo de roupa intima.

— É uma lingerie de alças finas toda bordada a mão. Seu fecho, além de invisível, localiza-se na lateral direita, o que facilita na hora da retirada da peça, o que pode ser bem útil dependendo da ocasião... – um sorriso malicioso surgiu em seu lábio. – E o caimento torna-se o diferencial, pois valoriza as curvas do corpo, e a calcinha que o acompanha além de confortável e extremamente sensual.  

— Meu pai do céu!

Annie e Johanna, falaram em sincronia as minhas costas. Sorri do tom de espanto das duas.

— É um Bordelle.  – a afirmação veio de minha irmã.  Johanna era uma Expert em grifes, principalmente de lingerie. E a Bordelle era uma das grifes famosa e caras no ramo.

Confesso que nunca me preocupei com tais coisas, sempre levei em consideração a beleza e o conforto na hora de escolher minhas roupas, em especial as de baixo, ao contrário de Annie e Johanna que eram fãs dessas frescuras de marcas famosas e afins. A visita à loja foi por pura insistência das duas, que me convenceram de minha noite com Peeta teria que ser inesquecível e sem esquecer-se da parte mais íntima. 

                                      (...)

— Eu não acredito que eles não tinham um espartilho como aquele para grávidas! Isso é uma sacanagem, um ultraje, será por que todo mundo pensa que gestante não...

— Johanna, por favor, não começa. Parece até que você não pensa em outra coisa ultimamente.

— Eu tenho culpa se minha libido nessa gravidez aumentou a níveis alarmantes em comparação com a do Cato.

— Aff Johanna... Katniss, você está bem?

— Hã, o que foi?

— Estou lhe perguntando se está tudo bem com você?

— Sim Annie. – as duas se entreolharam desconfiadas. Há muito me encontrava calada. – Aí...  Estou tão insegura. Será que o Peeta vai gostar dessa surpresa? Da ideia do Resort, do jantar e tudo mais? – minha insegurança partia do princípio de que tudo que estava preparando para curtir o fim de semana com meu namorado, não tinha a ver comigo, e sim com as duas malucas que me acompanhavam até a recepção do Riviera Dreams.

— Só sendo louco para não gostar Niss. Olha esse lugar! Foi uma sorte e tanto a vendedora da loja nos indicar esse resort, e ele ter bangalôs disponíveis para o final de semana.  Ela merece um prêmio de funcionaria do mês. Além de ser uma vendedora atenciosa, nos apresentou esse paraíso escondido no Distrito 1. – tinha que concordar com a ruiva, o Riviera era um céu particular.

— Como eu nunca ouvi falar nesse lugar? Conheço muitos empresários do ramo hoteleiro. – Johanna nos interrompeu. – Confesso que jamais pensei em encontrar instalações dessa magnitude no Distrito1. Gostaria de saber quem é o dono. 

 – Johanna, a Michele disse que nem ela própria conhece o dono, e olha que o cara namora a irmã dela há uns dois anos.

— Ela também contou que o homem deve ser casado porque a irmã jamais o apresentou a família ou aos amigos.  – Annie acrescentou.

—É realmente muito estranho.  Quem se relaciona com alguém por tanto tempo e não apresenta a família? – Joh disse intrigada, porém mais para si mesmo que para Annie e eu. 

— Em que posso ajuda-las? – nossa conversa foi lançada para escanteio quando ouvimos a voz do atendente assim que encostamo-nos à recepção.

(...)

— Nós temos uma reserva para o fim de semana.

— Sim, Senhora Everdeen não é mesmo? Lembro-me da senhora.

— Isso mesmo Rúbio, não é mesmo?  

— Sim, é muito bom revê-la. E o senhor deve ser o senhor Mellark, presumo? – num gesto mudo Peeta confirmou.

— Sejam bem vindos ao Riviera. Caso queiram, e ainda não tenham tomado o desjejum devido ao horário, o café da manhã está sendo servido no restaurante do resort. Alguns de nossos hóspedes gostam de fazer as refeições lá, entretanto também podemos entregar no quarto.  Aqui estão seus cartões de acesso.  Logo um funcionário levará vossas bagagens até o bangalô dos senhores, localizado no final do caminho de pedras ao seu lado esquerdo.

— O que quer fazer agora? – perguntei apenas para que ele pudesse me ouvir.

Meu namorado não se encontrava totalmente à vontade com a surpresa que eu havia lhe proporcionado. O motivo? O valor gasto com a mesma, para o loiro poderíamos ter jantado no Belle Mason, ou feito em jantar em nossa casa, todavia, não gostaria de reviver a experiência traumática de preparar algo para ele e quem sabe dessa vez colocar fogo na casa. Ademais mesmo estando morrendo de vergonha queria tentar “coisinhas” que não teria coragem para fazer em minha residência.

 – Por favor, Peeta apenas tente aproveitar o nosso fim de semana, não faz essa cara. É seu aniversario, e esse é meu presente. – falei tentando usar todo meu poder de persuasão. O Mellark bufou dando-se por vencido.

— Poderia ao menos deixar-me pagar a metade da nossa estadia aqui.

— Aí não seria um presente. Agora... Se fizer tanta questão pensarei em diversas formas de me compensar pelo que investi com esta surpresa. – dei-lhe uma piscadela e recebi do loiro um sorriso bastante malicioso.

— Wow.  E, que formas seriam essas, doutora? – antes que eu pudesse concluir meu raciocínio, ouvimos um limpar de garganta no balcão e ao olharmos o atendente estava corado. – Desculpe... É?

— Rúbio, senhor.

— Você pode mandar entregar o nosso café no quarto?

— Como queira senhor Mellark. – agora eu é que estava corada, com certeza tomar café seria a última coisa que faríamos naquele bangalô na parte da manhã.                                      

— Estou adorando conhecer esse seu lado... Soltinha Doutora Everdeen.  Só precisa mostra-lo mais vezes.  – segredou em meu ouvido. Peeta tinha razão a cada dia ao seu lado eu me tornava uma mulher mais desinibida e fogosa, em parte por ele também o ser. Porém se achava que eu estava solta só por minhas insinuações, imagina quando chegasse à noite e recebesse o presente que preparei para ele. 

(...)

Assim como eu, Peeta encantou-se pelo resort. Resolvemos jantar no restaurante, visto que passamos quase o dia inteiro no quarto saindo apenas no finalzinho da tarde para passear e conhecer as instalações do resort.  O resort era pequeno, porém aconchegante. 

 – Este lugar é realmente incrível! Concordo com Johanna, não sei como nunca ouvimos falar dele. Principalmente ela que conhece a maioria dos proprietários de resort do país. É de se admirar que jamais tenha ouvido falar desse tal de O.J Rogers.  Tanto minha irmã, quanto Peeta estranharam o fato de nunca terem ouvido falar daquele paraíso,  muito menos do proprietário.   

— A vendedora do shopping nos disse que a irmã dela tem um relacionamento há um bom tempo com o tal Rogers, e embora a mais velha seja completamente apaixonada pelo cara, ainda não o apresentou a família.  Michele acha que ele é bem mais velho e que pode ser até casado.

 Mesmo intrigado com tudo que lhe dissera sobre nossas descobertas a cerca do lugar e do dono, Peeta resolveu não continuar com o assunto calando minha boca de repente de um jeito original.   

— Ufa! – o beijo além de inesperado me desatinou um pouco devido à intensidade. Encontrávamo-nos a alguns passos de nosso bangalô.  – Ei! O que foi isso? – disse ainda de olhos fechados e quase sem fôlego. – Como muda de assunto assim tão rápido?

— Acho que a áurea desse lugar é afrodisíaca. – enquanto distribuía beijos vagarosos por meu pescoço, comecei a pensar que fazia sentido sua colocação. Durante o jantar era inegável o comportamento apaixonado dos casais que jantavam a nossa volta, se não estivéssemos nos comportando da mesma forma seria algo constrangedor.

Composto de uma sede charmosa, onde ficava localizado o restaurante, uma área de jogos, a sauna e a administração. O Riviera Dreams era realmente um sonho, em especial de casais desejosos de viver momentos inesquecíveis.  Rodeado por uma extensa área de mata verde, a umas duas horas do centro do Distrito, o lugar tinha ares rústicos que remetia as fazendas interioranas. Dez bangalôs estilo românticos e distante uns dos outro, concedia privacidade aos hóspedes que na maioria das vezes procuravam o espaço para passar sua lua de mel. 

— Eu quero você agora!— a voz sussurrada em meu pescoço provocou-me arrepios. Peeta continuou distribuindo beijos em meu pescoço e quando dei por mim ele já estava às minhas costas envolvendo minha cintura com seus braços.

— P-peeta... – dava para sentir a sua excitação. Ele não estava brincado, quanto ao agora dito há menos de um segundo, no entanto  precisava ser forte, pois nossa noite apenas começara.

Você lembra que prometeu ser paciente, e acatar todas as minhas ordens! — exclamei num fio de voz.

Sim. Mas não falou nada de me torturar.  – a rouquidão em sua voz, quase me fez jogar todo o plano de seduzi-lo para o alto, todavia teria que ser forte.

Entramos no recinto tropeçando, tive dificuldades para abrir a porta devido à insistência do loiro em provocar-me, se valendo de caricias em meu ponto mais sensível. Minha nuca. 

— Nossa! – o Mellark se surpreendera ao adentrar o quarto, esquecendo um pouco do que fazia o loiro pôs-se a caminhar pelo espaço. – Obrigado por esse presente.

Na verdade, nem eu esperava toda aquela super produção.  Quando fiz a reserva solicitei que no sábado à noite preparassem o quarto de maneira romântica, entretanto aquela decoração superou minhas expectativas, principalmente por termos passado somente duas horas fora do recinto.  Taças de cristal de diversas formas e tamanhos sustentavam em seu interior velas aromáticas que exalavam um delicioso cheiro de jasmim por todo o ambiente. Um caminho de pétalas desenhava uma trilha até a jacuzzi localizada em um local distinto do quarto, dentro da mesma, mais pétalas vermelhas. Na cama, um balde de gelo com uma garrafa de champanhe e duas taças nos aguardava.

O brilho em seus olhos me fez lembrar-se de Johanna e Annie, me incentivando a vencer a timidez e dar vida as minhas fantasias. Peeta parou no meio do quarto e após uma analise minuciosa do espaço voltou sua atenção para mim novamente. A passos lentos e trazendo no olhar um desejo intenso se achegou e capturou meus lábios num beijo arrebatador. Suas mãos ávidas logo foram para o zíper do meu vestido.  

— E-espera... – soltou um suspiro indignado ante a interrupção. Empurrei-o lentamente até chegar à cama o jogando sobre o colchão  e permanecendo de pé.

— Esse ainda não é o presente.  Mas pedirei que aguarde com paciência aqui. – busquei falar do jeito mais sexy e misterioso que consegui. E de frente para ele mantendo o contado visual fui para o banheiro. – Você não irá se arrepender, Peeta Mellark.  – recebi um sorriso malicioso como resposta.

Entrei no banheiro e comecei a produção de mulher fatal.  Espartilho, os saltos, perfume e acessórios já me aguardavam na maleta de mão colocado no cômodo previamente. Ao terminar soltei meus cabelos, respirei fundo e abri a porta tentando caminhar o mais sensual o possível.

— Uau...

— Gostou?

— Oh, se gostei.

Peeta que se encontrava sentado, levantou-se e deu alguns passos como de um caçador. Não precisamos mais de palavra alguma, nossa troca de olhar e a ferocidade a qual nos atacamos foi apenas o início do nosso momento. Suas mãos imperativas não se decidiam onde ficar. Eu por outro lado comecei afrouxando sua gravata e a retirando, em seguida foi à vez de sua camisa social e calça.

“Por que para um homem, era tudo mais simples?”

Usando apenas sua box, ele me ergueu do chão fazendo que minhas pernas envolvessem sua cintura. Ele sentou-se na beirada da cama e me apertou mais contra seu corpo e a evidência de que não aguentaria por muito tempo me fez empurrá-lo para trás, assim caiu de costas e deitei sobre seu corpo.

— Você é perfeita, Katniss. – me beijou.

Ele nos rolou e ficou por cima de mim. Arfei quando o loiro deixou meus lábios e começou um torturante caminho de suaves beijinhos pela lateral de meu corpo, percorrendo minha perna esquerda até chegar a meu pé, livrando-o delicadamente do salto. Inclinei o corpo um pouco na cama para olha-lo. Lentamente o Mellark retirou o outro sapato e ainda me encarando de um jeito sugestivo retirou o outro sapato.  Voltou a meus lábios novamente, senti quando ele começou a tentar inutilmente tirar o espartilho. – Onde abre essa coisa? – perguntou em um divertido sorriso.

— Aqui, amor. – indiquei o fecho, rapidamente o desfez de meu corpo. Deixando-me apenas de calcinha, mas não por muito tempo.

Sem nenhuma peça e ele já pronto para me possuir ergui minhas pernas flexionando meus joelhos e o recebi. Naquele instante me senti tão completa e tão amada. Peeta era tão intenso, seu corpo indo e vindo de encontro ao meu fazia minhas costas se erguerem do colchão. Os sons desconexos que fazíamos me arremetiam a outra dimensão. Minhas mãos que agarravam suas costas suadas subiram para a nuca e num rompante ele nos mudou novamente de posição me colocando por cima, me deixando quase louca com o pedido. Ainda conectada, o montei e espalmando as mãos sobre seu peito enlouqueci a nós dois um pouco mais.

O clímax veio acompanhado de uma galáxia inteira de puro prazer jamais sentido com essa intensidade. Literalmente caí sobre ele e pousei minha cabeça sobre seu peito que subia e descia ofegante, igualmente ao meu.

(...)

— Por que está me olhando assim?

— Estou pensando no quanto sou um homem de sorte... A primeira vez que eu te vi, imaginei. O que uma mulher tão linda e refinada poderia querer com um cara como eu? Hoje vejo que o nosso encontro tinha que ter acontecido daquela maneira. – entreabri os lábios para dizer algo, porém ele me proibiu colocando o dedo indicador em meus lábios.

— Agora eu que te peço paciência. – Peeta se levantou ainda nu e foi até o armário onde estavam nossas coisas, retirou algo de dento de sua mala, ocultando-a atrás de si. – Eu também trouxe algo para te presentear. – aproximou-se da cama como se tivesse em câmera lenta.

— O que está escondendo aí?

— Eu sei que isso não é nada romântico... – Ajoelhou-se na cama. – E que o certo seria eu estar vestido de um modo formal, não nu como vim ao mundo. – meu coração começou a acelerar. Um silêncio pairou sobre nós.

— Peeta?

— Katniss... Eu te amo. Não consigo mais imaginar um dia da minha vida longe de ti...  É ao seu lado aonde eu quero estar daqui a cem anos, disso não tenho dúvida alguma.

— P-Pe...

— Eu quero ser seu marido, e quero que seja a minha esposa.   Katniss Everdeen... Quer se casar comigo?

Colocou à minha frente uma caixinha de veludo e abriu revelando-me um lindo anel de noivado. Em choque coloquei a mão na boca que já se abria em um “O” perfeito. Não consegui segurar as lágrimas.

— Por favor, responde antes que eu pegue um resfriado.

— Sim. Sim. Sim... – não existia outra resposta para aquela pergunta, tampouco uma mulher mais feliz que eu naquele exato momento. – Mil vezes sim...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo. Deixe um comentário para me dizer...


Vou deixar aqui o endereço da imagem do espartilho que a Katniss estava usando para os curiosos de plantão. Rsrs
https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/originals/8b/fd/02/8bfd0237c2172c3a2cb4bee8cbae8dc9.jpg


Amados, e para quem ainda não conhece a coletânea de Ones-Shorts que eu e mais algumas autoras do Nyah estamos escrevendo na categoria Jogos vorazes, da uma passadinha lá para conhecer. As autoras são maravilhosas e as ones estão uma delícia.
https://fanfiction.com.br/historia/731702/Encontros_Acasos_e_Amores/.

Bjs, bom feriado e até o próximo.



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