Do acaso à superação escrita por Paty Everllark


Capítulo 23
Memórias Únicas e Insubstituíveis.


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, boa noite! Estou morrendo de vergonha de vocês, demorei né? Pois é, nada mudou, minha vida anda uma loucura, como sempre e nem posso dizer que isso não acontecerá de novo, porque muitas vezes é inevitável.

A única coisa que eu posso lhes dizer é que jamais irei abandonar minhas fics, tanto DAAS, quanto MM trazem muitas alegrias para minha vida, e me proporcionaram a graça de interagir e conhecer pessoas incríveis como você que esta lendo essa nota.

Agradeço a todas as pessoas que deixaram recadinho, favoritaram e recomendaram a fic, desde que ela foi lançada. DAAS entrara em uma nova fase e esse capítulo apesar de curtinho é muito especial por esse motivo, ele começa com uma lembrança da nossa Katniss.

Como sempre espero que gostem.



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— Mamãe, será que o vovô e a vovó irão cuidar bem do pipoca quando ele chegar lá no céu?

— É claro meu amor, do mesmo jeito que cuidaram de mim e da sua ‘tiadinda quando éramos do seu ‘tamaninho.

— Mãããe, não me aperta! Vai derrubar nosso castelo de areia.

— Ops! Desculpa minha futura “arquiteta”.

— Eu não quero ser ‘quiteta como o tiodindo Hay, nem ‘dvogada como você e o papai... Quero ser uma sereia linda quando crescer, igual a Ariel.

— Tá bom minha pequena sereia enfezadinha, mas a mamãe não quer que se preocupe com o seu cãozinho, ok?  Ele estava com o papai muito antes de você nascer e se achava muito velhinho, por isso teve que partir.  

— Eu sei. O papai me contou, e disse também que um dia poderei vê-lo quando eu for lááá... Para o céu, é verdade?

— É sim, minha peixinha, mas isso ainda irá demorar muiiiiito para acontecer. Por enquanto, eu ainda tenho que fazer bastante cosquinhas em ti até esse final de semana acabar.

— Paraaa... Mamãe! Eu não gosto de cosquinhas...

— Mas eu amooo... Cosquinhas, e sabe por quê?

— Não! Por quê?

— Por que só assim, eu posso ver o seu sorriso. E, é esse sorriso lindo que faz com que eu me sinta a mulher mais feliz e realizada desse mundo. 

                                          (...)

  A carícia em minha cintura e os beijos suaves em minha nuca causaram-me arrepios logo que tiveram início, entretanto não foram capazes de retirar minha atenção da imensidão azul defronte.

— Obrigada por estar comigo aqui. – Em diversos momentos pensei que sucumbiria quando estivesse novamente de frente para o mar, no entanto, após um ano eis que aqui estou, e em pé. Minhas costas se encontram encostadas sobre seu peito. Ele que irrompeu minha vida por acaso, contudo hoje é um dos motivos pelos quais obtive a força necessária para retornar a este lugar repleto de belas recordações.

— Eu é que te agradeço.  – Fechei os olhos e puxei lentamente o ar pelo nariz. O cheiro suave de colônia masculina de Peeta misturou-se ao odor forte de maresia do entardecer. Odor este que me trazia lembranças memoráveis e insubstituíveis. Novamente abri meus olhos e pus-me a contemplar o sol se pondo no horizonte.  Nos breves três anos de vida de minha Jennyfer foram tantas as vezes que o vi deste mesmo ponto da praia com ela, fazendo castelos de areia, ou simplesmente apenas o admirando.

— Eu te amo! – Peeta sussurrou, meus olhos marejaram com a declaração. Entretanto continuei atenta ao mar. Envolvi seus braços envoltos em minha cintura, apertando-me ainda mais dentro do abraço.  Ouvir tal confissão fez um filme do ano anterior passar em minha cabeça.

Como não amá-lo?

— Eu também te amo! – respondi saboreando as palavras. Um silêncio estranhamente confortável seguiu-se após nossa mútua declaração, como se nos bastássemos. Talvez não fosse só na minha mente que estivesse se passando um filme, o loiro, assim como eu também tinha suas dores. Todavia estávamos aprendendo a lidar juntos com nossos infortúnios.  

— Eu quero fazer amor com você naquela banheira de hidromassagem antes de voltar para casa. – sorri, pensando em Annie no quanto ela tinha razão, quando salientou:

“... se envolver com o Peeta não irá macular a história que você e o Hawthorne construíram. Tampouco irá te fazer esquecer todos os momentos que passou ao lado dele, se é esse seu medo. Pelo contrário, o que você viveu com seu marido foi algo único e imutável e isso não te impedirá de viver algo único e imutável com o Mellark, se esse for o seu destino. Você não consegue enxergar? A vida está te dando uma chance para tirar de vez esse luto e recomeçar...”.  

— Eu também quero. – respondi no mesmo tom e rimos os dois. Na última semana foi o que mais fizemos! Amor. Uma palavra tão pequena, mas um sentimento tão curador.

— Então o que estamos esperando, Everdeen?

                                                       (...)

 – Katniss, são 02 h da madrugada, o que está fazendo? – A indagação soou melindrosa, decerto com a intenção de avaliar meu estado de espírito.

 – Me desculpa se fiz barulho, não queria te acordar. – Desconvencei, evitando responder sua pergunta. 

— Só hoje, já é a terceira vez que entra neste quarto, estica este lençol e arruma essas pelúcias sobre a cama.

Há meses não tinha uma crise de ansiedade que precisasse recorrer a uso de ansiolíticos. Meu nervosismo não se dava apenas ao fato de que iríamos assumir nosso relacionamento perante as crianças, como o fiz acreditar antes de nos deitar.  O que mais me apavorava era ter crianças em casa de novo. E, não apenas por algumas horas, mas por um fim de semana inteiro.

— Será que suas filhas irão se sentir aconchegadas em nossa residência, Peeta? E o quarto? Você acha que as meninas irão sentir-se confortáveis nele? Ele é um cômodo tão pequeno para as três?  

Era mais forte que eu. Encontrava-me em pânico com a iminência da chegada delas, e pior, sem motivos aceitáveis a qualquer pessoa normal. Devia estar tão, ou mais feliz que ele, porquanto tínhamos avançado mais um passo para conseguir a tão sonhada guarda definitiva das menores. Fora que o fato de estarmos juntos como um casal contribuiu para nossa vitória na vara de Família e Sucessões. 

 – Falávamos antes do jantar sobre essas coisas, Niss.  Elas vão amar tudo, meu amor. Você e seu cunhado fizeram um trabalho muito bonito na reforma deste quarto. Nem sei como agradece-los pelo que estão fazendo por nós. – Ao falar, meu namorado tinha o olhar apreensivo sobre mim, possivelmente estranhando meu comportamento inusitado arrumando camas altas horas da madrugada.

  As crises de ansiedades se intensificaram após voltarmos do curto recesso que fizemos no Distrito 4.  Não lhe informei das aflições psicológicas que vinham me atormentando - a começar da época que retornamos - muito menos sobre a visita à minha psiquiatra, doutora Elizabeth e os medicamentos receitados por ela. Temi que meu companheiro não fosse capaz de compreender o porquê de eu surtar após meses de estabilidade emocional. Logo quando preciso me manter firme para ajuda-lo a cuidar das suas filhas.  

— Haymitch está treinando para quando for a vez de fazer o quartinho da Abigail.  A Joh completará seis meses daqui dez dias.

— Katniss, por favor, o que está acontecendo? – Comecei a tremer após terminar de falar. Um desespero foi se apossando do meu ser. Sinais evidentes da crise que estava tentando evitar o dia inteiro. 

(...)

—‘Tá melhor? – acenei um sim e o loiro pareceu convencido. – Por que não me diz agora o que esta acontecendo contigo?  Por que não me disse nada sobre ter voltado a tomar os ansiolíticos?

— Eu não queria te deixar ansioso, já bastava eu!

— Niss, há semanas noto que não está bem. Tem dormido pouco e quando consegue sempre acorda com pesadelos. – Enquanto Peeta falava fui apertando a xícara de chá em minhas mãos. Encontrávamos-nos no sofá da sala. O loiro preparara um chá calmante e tentava me forçar a tomar o liquido. Após um tempo vendo que não o beberia ele retirou a louça de minhas mãos colocando-a na mesinha,

—Vem, deita aqui. – Deitou-se no móvel e me aconchegou em seus braços começando logo a acariciar meus cabelos.

— Me perdoe... Eu te amo tanto, não queria... – comecei a chorar.

— Shhhh... Não fala nada.  

            Depois de um tempo de quietude e sentindo-me melhor, expliquei-lhe o que se passava em meu peito, e o porquê da crise. Contei também sobre a conversa com Elizabeth. A médica me esclareceu que para muitos pais, no primeiro aniversário da morte do seu filho é que cai a ficha. Já para outros o segundo ano era o mais difícil de todos.

Pessoas com quem sempre convivemos e que nos traziam felicidade antes, nesta fase, pode justamente fazer o contrário como era o caso de meu sobrinho Cato, de Marvel e Madge, com quem nas últimas semanas estava evitando terminantemente o contato.  Por serem crianças, sempre associava a imagens deles com a da minha filha. Era como se eu a visse neles. E quando o juiz autorizou que as visitações não fossem mais supervisionadas e que uma vez por mês as garotas viriam passar o final de semana conosco, foi o estopim.

— Amor, não precisava ter passado por essa barra toda sozinha.

— Eu sei... E me envergonho agora de não ter dito nada. A Eliza me motivou a revelar, mas eu tinha medo de que não entendesse.

— Vamos combinar uma coisa?

— O que?

— Haja o que houver, nunca mais esconderemos nada um do outro. – assenti e o beijei, parecia que um peso tinha saído do meu peito.

(...)

— Finnick, como é que é? Quer matar a mãe da sua afilhada de fome?

— Johanna, calma que já estou terminando de arrumar seu prato. Tudo pela minha pequena Abby, que nem bem chegou e já esta causando rebuliço nesta família. Só espero que a garota puxe o meu lado da família.

— Puxar teu lado da família... Quer dizer, ser parecida com o seu tio Haymitch?  – A expressão interrogativa de Finn era cômica ante a pergunta de minha irmã. Meu amigo sempre esquecia seu parentesco direto com a esposa na hora de implicar com Johanna.

— Minha irmã vai ser parecida comigo, tio Finn.

— É isso aí Catito.

— Pai, você tinha dito que a Abbyzinha ia se parecer comigo. – A voz chorosa de Madge no colo da mãe denunciava que a pequena acabara de acordar, e que logo aconteceria semelhante com seu irmão gêmeo, então tínhamos que estar preparado, pois logo a área de lazer da casa dos Odair ficaria pequena para a gangue formada por meus sobrinhos.

— Estávamos sentindo sua falta nos churrascos de família – sorri para meu cunhado que se sentava ao meu lado. – Eles não são os mesmos sem você.

Fiquei em silêncio olhando para o outro lado da piscina. Johanna estava linda sustentando seu belo barrigão de seis meses. Era incrível como ela parecia maior do que da primeira gravidez. Cato, bobo como um bom irmão mais velho, não parava de beijar a barriga da mãe e conversar com a irmãzinha. Finnick e Annie, ainda com a filha nos braços beijavam-se apaixonadamente.  Por uma fração de segundo senti falta de Peeta, que ainda não havia chego com as filhas. Pensei na vida, no quanto eu sou sortuda e em tudo que tem acontecido comigo nos últimos tempos.  Por um instante agradeci ao Pai por todas as graças e bênçãos que a vida me concedeu nestes meus vinte e nove anos e aquelas que estavam diante de meus olhos me eram as mais preciosas.

 – Eu também Haymitch, eu também.

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Essa fotinho é como eu imagino a Jennyfer, e eu tenho que agradecer a Bel pela edição da foto. Ainnn ficou linda d+, vocês não acham?

Aproveitem e me digam também o que acharam do capitulo, eu vou amar saber a opinião de todos.

Galera eu e algumas amigas que conheci através desse site maravilhoso que é o Nyah, lançamos esse fim de semana uma coletânea de ones na categoria de Jogos Vorazes.
O nome da coletânea é: Encontros, Acasos e Amores.

Bom, eu sou muito suspeita para falar da obra, já que sou uma das autoras, mas posso afirmar que tá uma delícia de ler.
A primeira one postada, foi assinada pela nossa querida Belrapunzel, autora de Only You, Entre Irmãs e tantas outras fanfics MARAVILHOSAS, vou deixar o endereço aqui para quem quiser conferir.

https://fanfiction.com.br/historia/731702/Encontros_Acasos_e_Amores/

Bjs e bom feriado.



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