Do acaso à superação escrita por Paty Everllark


Capítulo 22
Bonança Após a Tempestade.


Notas iniciais do capítulo

Boa noite gente! Outra vez peço desculpas pela demora em atualizar...

Quero agradecer aos comentários deixados no capitulo passado. E dedicar esse capitulo a todos os novos leitores de DAAS e também as lindas que colocaram a fanfic em seus favoritos.

Beijos na bochecha de todos, espero que gostem do capitulo, foi escrito com muito carinho.

Belzinhaaaa, mãos de fada! Obrigada pelo carinho na revisão...



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POV Peeta

— Sei o que está pensando garoto... Elas ficarão bem. Elas sempre ficam!

Gostaria de acreditar nas palavras ditas ao pé do meu ouvido, afinal Haymitch conhecia o suficiente as Everdeen para fazer aquela afirmação. No entanto, ver Katniss tão fragilizada acalentando uma Johanna entre lágrimas, multiplicavam minhas incertezas sobre ele estar certo.  Por outro lado, era reconfortante constatar a cumplicidade existente entre as duas.

— Vamos caminhar um pouco, assim lhes damos privacidade.  – o Abernathy colocou a mão sobre meu ombro e fez o convite após perceber minha aflição ao observar as irmãs deitadas, juntas na pequena cama hospitalar. Assenti com a cabeça e o segui para fora do quarto.

 Dispensamos o uso do elevador e descemos devagar três lances de escada até chegar à lanchonete localizada no térreo. O espaço não estava cheio, provavelmente pelo adiantado da hora. O percurso todo fora feito em silêncio. O loiro parecia desolado, embora tentasse demonstrar o contrário.

Procuramos um lugar para nos sentar próximo à entrada do local. Haymitch direcionou-se ao balcão voltando pouco tempo depois, com dois copos contendo café preto. Continuamos mudos por um longo período, até que resolvi quebrar a quietude incômoda que se estabelecera entre nós, visto que meu acompanhante não o faria. 

— Parabéns pelo bebê! – agradeceu ao cumprimento com um sorriso fraco, porém manteve o olhar preso ao líquido fumegante. Apesar do ocorrido sei que estava bastante feliz com a novidade.  

— Eu não sei o que faria se, acontecesse algo à minha mulher e meu filho. – afirmou num sussurro. A frase parecia estar travada em sua garganta, devido à dificuldade com que foi pronunciada.   

Assim como a Mason, ele se destacava por sua personalidade forte em certas ocasiões. Eu diria que, seu senso humor às vezes beirava o sarcasmo. Entretanto, o homem que permanecia à minha frente estava irreconhecível e tão fragilizado quanto as duas mulheres que deixamos no terceiro andar. Decerto deveria estar passando um filme em sua cabeça. Ora, me veio em mente o pequeno Cato que a essa altura permanecia sob os cuidados de Annie e Finnick.  

— Está tudo bem agora, Hay. – tentei soar firme procurando dessa forma, lhe transmitir um pouco de força.

— Não... não está tudo bem. – retrucou taxativo.  

— Aquele homem é um psicopata, Peeta! – levantou os olhos me encarando e respirou fundo antes de continuar.  

— Johanna poderia ter morrido, ou perdido o bebê após o acidente que provocou tentando escapar daquele doente... Eu poderia tê-los protegido, se não tivessem me deixado no escuro até agora... Você tem noção de como me sinto nesse momento?

O questionamento de meu amigo suscitou em mim culpa e arrependimento.

 Culpa. Por deduzir como se sentia. Com efeito, ele já sofrera uma viuvez.  Arrependimento. Por Katniss e eu termos lhe omitido algo tão importante quando seguimos à risca as orientações de Rue, para não alerta-los sobre as descobertas feitas acerca do passado de Woody.  Se o casal Abernathy soubesse de antemão sobre a proximidade do falsário, com certeza teriam sido mais cautelosos com a própria segurança.

— Perdoe-nos Haymitch... Nós nunca imaginaríamos que o Woody procuraria a Mason e a ameaçaria dessa forma.

— Como não imaginaram isso, Mellark? – elevou a voz.

— Se ele for mesmo filho de Alexander Golding, já deve saber que Rue e o noivo estão perto de desmascara-lo... Aquele bandido tentou sequestrar a minha mulher para intimida-la.  É certo que está se sentindo acuado, por isso resolveu nos dar esse aviso. – abaixei a cabeça, realmente o ex de minha cunhada agiu de forma a fazer cessar as investigações.    

— Entendo que vocês não contassem a Joh vossas descobertas afim de poupa-la. Todavia, jamais poderiam ter omitido de mim tais informações.  É da segurança de minha família que estamos falando aqui...

Não tirava a razão de Haymitch. O desespero de minha amiga ao tentar fugir de um possível sequestro, dando ré no carro e entrando na rodovia com o automóvel em alta velocidade, poderia ter lhe custado à vida.  Era um milagre ela e o bebê estarem bem depois do Fiesta ter perdido a direção e saído da estrada. 

— Eu estava procurando por vocês! – a interrupção de Katniss chegara há tempo de evitar que Haymitch se exaltasse ainda mais. As poucas pessoas que se achavam no estabelecimento já estavam visivelmente perturbadas com seu tom de voz alterado. – O que houve? – ela questionou desconfiada percebendo a tensão evidente no ar.   

— Não foi nada. – o Abernathy respondeu rápido, enquanto respirava fundo e passava as mãos pelos cabelos, numa clara tentativa de voltar ao normal.  A morena olhou-me procurando confirmação.

— Ele somente está preocupado com a mureta do posto de gasolina que Johanna derrubou quando saiu da estrada. – o loiro olhou-me como se me perguntasse – É sério isso cara?

É só um muro, alguns dólares pagam o prejuízo.  E, se ela não tivesse invadido o posto, aquele desgraçado... – Katniss não conseguiu terminar sua fala, pois começou a chorar.  Levantei-me rapidamente e a trouxe para meus braços, esquecendo-me totalmente do nosso acompanhante.

— Pelo visto tenho que parabenizá-los também! – o homem falou depois de um tempo. Afrouxei o abraço percebendo minha indiscrição ao roçar meus lábios nos de Katniss após ter lhe enxugado as lágrimas.  – Não parem por minha causa – lançou-nos um sorriso torto assim que nos separamos.

 – Haymit... – Katniss tentou falar, mas ele a interrompeu fazendo um gesto com as mãos e se levantando da cadeira.

— Não precisa me explicar nada docinho... Estou feliz por vocês. Já estava passando da hora de se acertarem. – deu uma tapinha de leve no ombro da cunhada e nos deixou, seguindo lentamente pelo corredor até sair por completo de nosso campo de visão.

                                        (...)

As três semanas seguintes ao acidente de Johanna foram cansativas, em especial para eu e Annie que, a pedido de Haymitch assumimos o Resort e as franquias nos outros distritos. O Abernathy resolveu antecipar a viagem que fariam em comemoração ao aniversário de casamento.  Junto com o filho, o casal decidiu passar algumas semanas no Distrito 4.

— Peeta?

— Desculpe-me Annie, acho que cochilei. – estava parecendo um zumbi. Não queria falhar diante da confiança que me fora depositada tão precocemente. Por isso passava a maior parte de meu tempo no Belle Maison. Há três dias não ia para casa, muito menos dormia direito. – Aconteceu alguma coisa? – a ruiva me analisou sentado em uma cadeira no fundo da cozinha com algumas pastas na mão.

— Não.  Só vim lhe trazer a lista com os contatos dos fornecedores que havia me pedido para imprimir. 

— Obrigado. – peguei a lista de sua mão e tentei disfarçar um bocejo.

— Por que não vai para casa? Faz vinte e quatro horas que está enfurnado dentro desta cozinha, fora o tempo que passou no escritório resolvendo problemas das franquias. – tinha que dar o braço a torcer, além de exausto estava morrendo de saudade de Katniss e louco para ir para casa.  

— Acho que seguirei seu conselho, Sra. Odair. Estou realmente precisado de uma boa noite de sono! 

— E, por favor, vê se tire o dia inteiro de folga amanhã! Tudo que o não precisamos agora é que o senhor fique doente.

                                          (...)

— Droga... Droga. Mil vezes droga. – Katniss vociferava da cozinha. E pelo cheiro de carne queimada que invadia a sala estava tentando fazer nosso jantar.  Após fechar a porta e deixar minhas coisas sobre a poltrona, sorri ao mesmo tempo em que silenciosamente seguia o som de sua voz até a cozinha.   

No cômodo, ela encontrava-se desesperada vestindo luvas e blasfemando alto.  Escorei-me ao batente da porta, pondo-me a admira-la. A mesma retirava do forno uma travessa contendo algo que mais parecia um pedaço de carvão e atirava raivosa na pia. 

Fitei-a de cima a baixo. A Everdeen trajava um vestido vermelho justíssimo, saltos altos negros e seus cabelos encontrava-se lisos como nunca havia os vistos antes. Mesmo com o cheiro de queimado preenchendo todo o cômodo, sua colônia apoderou-se de meu olfato, incitando meus sentidos.  

Revoltada tirou as luvas e as jogou no balcão, na sequência abriu a torneira sobre o torrão negro e suspirou ao examinar desapontada o que julguei ser o nosso jantar.  Pigarreei  chamando sua atenção.

Ai que susto, Peeta!colocou a mão sobre o peito realmente parecendo assustada. Sorri achando aquela expressão maravilhosa após tantos dias sem vê-la. – Eu tentei preparar um jantar especial pra gente, mas... – revelou envergonhada, voltando-se novamente para a torneira na intenção de fecha-la.

Caminhei até ela e a abracei por traz.

— E o que seria isso? – indiquei com um aceno de cabeça a coisa submersa na cuba de aço inox.  

— Era para ser um pato ao molho de laranja, para a nossa comemoração...  – percebendo meu silencio, virou-se dentro do abraço e me encarou descrente. – Não acredito que esqueceu Peeta.

— Esqueci do que? - franzi o cenho sem saber do que se tratava. 

— Estamos fazendo um mês de namoro hoje. – reclamou chateada se desvencilhando de meu aperto e caminhando até a mesa onde se encontrava uma travessa com salada verde que não havia reparado antes. 

— Me desculpe. – pedi.  Emburrada continuou arrumando a salada.  Caminhei ao seu encontro e abracei por trás outra vez, ela envolveu meus braços e inclinou a cabeça para o lado. Entendendo o recado descansei meu rosto em seu ombro. Minha namorada envolveu meus braços com os seus.   

— Eu queria ter te preparado algo especial, mas não sou tão boa quanto você na cozinha. Nem em organização de ambientes. Esqueci o pato no forno enquanto arrumava o terraço.

— Você está linda! – segredei o elogio em seu ouvido vendo-a fechar os olhos e respirar fundo ao mesmo tempo em que inclinava o rosto para trás, permitindo-me sentir mais de perto sua fragrância suave.  

Peeta! – sussurrou meu nome quando afastei os lábios de seu ouvido e iniciei uma trilha de beijos em seu pescoço.

 Como fizera na pia, Katniss se virou dentro do abraço e pressionou seus lábios contra os meus com sede. Ela estava diferente e aquilo definitivamente me agradava.  Suas mãos foram parar em minha nuca e ela puxou-me para junto de si com certa urgência, aumentando o atrito entre nossos corpos.  Um gemido involuntário de sua parte em meio ao beijo me fez perder o juízo e ergue-la, colocando-a por sobre a mesa de maneira nada delicada. Continuei a beijando com fome e desejo, sendo correspondido com a mesma intensidade. Meu corpo começou a dar sinais. Eu perderia a sanidade a qualquer momento se continuasse.

— Katniss... – arfei em meio ao ósculo. – Eu não aguento mais... – estava muito excitado e com certeza ela já tinha notado. – Eu não vou conseguir parar se continuarmos... – a frase saiu tremida.

— E, quem disse que, eu quero que pare?

Isso foi o incentivo que eu precisava. A ergui da mesa e suas pernas envolveram meu quadril enquanto caminhava até a sala. A deitei delicadamente sobre o sofá e pela primeira pude sentir seu corpo junto ao meu, como se fôssemos um só.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Só relembrando!!!! A fic tem censura +16 meu povo.... Então hot, tem que ser bem light. Rsrs.

Espero por vocês nos comentários.



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