Do acaso à superação escrita por Paty Everllark


Capítulo 20
Calmaria em meio à Tempestade


Notas iniciais do capítulo

Boa noite meus lindos. Como passaram de feriadão? Espero que tenham curtido bastante, confesso que dormi muitooooo, rsrs.

Quero agradecer a todos que tem comentado na Fanfic, em especial as pessoinhas incríveis que comentaram no último capítulo. Vocês não fazem ideia do quanto isso é importante para nós que escrevemos...
Não marcarei nomes, porém quero dedicar esse capítulo que eu amei escrever a cada um de vocês.

Boa leitura...



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— Peeta, por favor, precisa se acalmar! – eu teria mais sucesso se pedisse calma a uma porta. Era impressionante como Peeta Mellark não conseguia raciocinar direito quando o assunto em questão era suas filhas.  Ainda estava vivo em minha memória o dia em que o vi pela primeira vez na recepção do Belle Mason. Lembro-me da confusão de sentimentos que invadiram meu peito no instante que me deparei com a figura de um pai desesperado, capaz de tudo para ter suas filhas de novo ao seu lado. Acho que comecei a admira-lo ali. – Sei o quanto é difícil para você, entretanto não chegamos tão longe para colocar tudo a perder agora.

— Katniss me desculpa, mas não conseguirei ficar aqui parado apenas esperando.

— Tente entender, não podemos agir motivados por impulso, não neste...

Papai? — o coro de vozes infantis invadiu nossos ouvidos antes que eu pudesse completar meu raciocínio e dizer que as meninas já deviam estar chegando.  O loiro que mantinha uma expressão tensa enquanto eu ajeitava o colarinho de sua camisa social ficou pálido. Olhou em meus olhos por uma fração de segundos num pedido mudo para que eu confirmasse que sua audição não estava lhe pregando uma peça.  

Papai?— sorri ao ver um sorriso bobo se formando na face de Peeta, seus olhos azuis ficaram marejados, segurei sua mão e as mesmas tremiam. – Katniss? – Sussurrou.  Acenei um sim suave com a cabeça e soltei sua mão. Um Peeta ainda tonto virou-se em direção as vozes que o chamava e parecia não acreditar no que seus olhos lhe revelavam. As três meninas sorriam a uns quinze metros de distância e seus rostinhos não se encontravam muito diferente ao do seu pai.

Melissa, Amber e Primrose correram em direção ao loiro, já que este se achava paralisado devido à emoção. Ele se ajoelhou na grama e abriu os braços para acolhê-las. Peeta se desiquilibrou e acabou levando a família toda ao chão. As risadas dos quatro soavam como música aos ouvidos e ecoaram pelo parque. Meus olhos encheram-se de lágrimas ao ver aquela cena tão linda, impossível não pensar em minha peixinha e no quanto eu daria tudo para tê-la em meus braços uma última vez.

 Três semanas após a visita de Rue, o juiz concedeu a Peeta o direito de passar um dia com as filhas. Graças aos céus ele se conscientizou que teríamos que agir com cautela se quiséssemos descobrir que tipo de envolvimento Woody teria com Snow e não fez nenhuma bobagem. Porém faze-lo ter paciência enquanto aguardava pela regulamentação das visitas foi difícil. Hoje então, acredito que se as filhas demorassem mais alguns minutos para chegar ao local combinado, eu teria que recorrer à violência para que meu namorado não fosse até a mansão de Snow busca-las.

 Não querendo atrapalhar, nem impor a minha presença afastei-me um pouco e sentei-me em um banco próximo ao lago. Por um breve instante me peguei contemplando a beleza das cerejeiras floridas ao redor  e os pássaros ciscando as flores caídas no chão. Para uma sexta-feira primaveril o local que havíamos escolhido para trazer as garotas achava-se mais vazio que o habitual, tendo poucas pessoas passeando no arredor.     O carro que trouxera as menores, permanecia no estacionamento. Ao lado do mesmo notei uma moça que pelo uniforme julguei ser a babá das meninas. Reconheci também, Otto nas tradicionais vestes de motorista e junto a eles se encontrava uma mulher trajando roupas sociais em tons escuros.  

A mulher trazia em mãos uma prancheta com folhas aonde fazia anotações, não demorou muito ela dirigiu-se a família que já se encontrava sentada na grama matando saudades. Trocou algumas palavras com o loiro e depois se acomodou num banco ao lado oposto em que eu me sentara. Com certeza aquela era a assistente social designada para acompanhar a visita. Deduzi.

 Continuei apreciando a conversa dos quatro à distância. Prim segredou algo no ouvido do pai e rindo apontou para mim. O Mellark cochichou-lhe algo de volta, e a loirinha deu uma risadinha alta. Amber acompanhou a irmã no gesto. Melissa revirou os olhos e fez um biquinho fofo, logo todos olharam em minha direção me deixando desconfortável, pois, ficaram me encarando. Ajeitei-me no banco e comecei a ficar nervosa ao ver Peeta se levantando e pegando a caçula nos colo, posteriormente estendeu a mão para Amber que a aceitou de bom grado, depois sinalizou para Melissa e todos vieram caminhando até mim.

— Viu Mel, ela não é uma bruxa, é uma fada.  – Amber disse sorrindo assim que chegou perto suficiente para que eu pudesse ouvi-la. Seu comentário assustou-me. Olhei de forma confusa e com a sobrancelha direita arqueada para o loiro. Ao meu lado e ainda com a filha em seu colo, Peeta apenas sorriu e deu de ombros.

— Prim disse que você se parecia com uma fada, quando foi nos visitar na casa do vovô.

 – Fada? – questionei a loirinha do meio.

— É.  Uma linda fada. – Primrose afirmou cantarolando

As três deram início a uma discussão acalorada. Prim dizendo que eu era uma fada madrinha - como a fada da Cinderela -, pois tinha trago o pai para que elas pudessem vê-lo, portanto podia realizar desejos. Amber concordava com a irmã. Melissa, irritada repreendia as mais novas dizendo que fadas não existiam e principalmente que não eram capazes de realizar desejos. O loiro tentava manter o pulso firme com as filhas pedindo para que elas parassem de brigar, no entanto perdia toda a credibilidade por não parar de rir o tempo todo na presença de seus tesouros - como ele as chamava. Nenhuma das três me respondeu aonde a bruxa entrava na história, quando eu perguntei o porquê de Melissa dizer que eu era uma bruxa. E, assim passaram parte da manhã.

                                         (...)

— Sr. Mellark, lamento informar mais a hora da visita acabou. – foi difícil ver a fisionomia de Peeta quando, ouviu da assistente social que a hora da visita havia acabado. Durante uma boa parte da manhã testemunhei o quanto aqueles quatro sentiam o peso do afastamento. Não pude ficar o dia inteiro com eles, pois tive uma audiência importante no centro. Achei melhor assim, dado que, a visita estava sendo monitorada e minha presença poderia comprometer o reencontro familiar. Voltei ao fim da tarde, temendo que na hora da despedida o loiro não suportasse a pressão e surtasse. Sabia que precisaria muito de alguém para apoia-lo e com certeza não o abandonaria nesse momento.

— Peeta, precisa deixa-las ir. – Reforcei o apelo da assistente. O loiro estava ajoelhado e mais uma vez abraçava as meninas que choravam em desespero não querendo se separar do pai. A cena era de cortar o coração. Com muito custo Melissa - que diferente das irmãs parecia entender a situação - conseguiu acalmar Amber e Primrose, e por tabela o pai que aparentava estar tão desnorteado quanto as crianças.   

 “Papai não precisa se preocupar eu vou continuar cuidando delas”.

Foi o que ela disse para que Peeta as soltasse. Mais uma vez notei a semelhança física entre os dois. Senti um pouco de pena dela. Era apenas uma criança e já passava por tamanha provação. Entretanto vi o quanto a menina era esperta e com certeza cuidaria muito bem das irmãs.

                                  (...)

— Quer comer alguma coisa? – interroguei sabendo qual seria a resposta. Peeta estava no terraço desde a hora que chegamos da visita e era visível que não estava bem. Já passava da meia noite e ele ainda não havia comido nada e certamente não comeria até de manhã.

— Não obrigado... eu não posso deixa-las naquele lugar, Katniss!– Ele exclamou sem tirar os olhos das luzes que iluminavam a cidade. Aproximei-me dele e o abracei por traz. Ficamos assim por bastante tempo. O loiro tinha consciência que estávamos de pés e mão atados e não poderíamos fazer nada, enquanto Rue e Joshua não concluíssem suas investigações no caso de Cinna. Pois, somente pelas fraudes Woody não podia ser preso, como aconteceu quando ele nos roubou.

— Eu estou com medo Katniss... – suspirei, eu também estava. – E se, esse homem for realmente um assassino? – ... E se ele realmente está mancomunado com Snow?  – não deixei Peeta terminar de falar, também me achava angustiada com todos aqueles “por quês”. O virei para mim e o beijei de maneira lenta e suave tentando durante o beijo mostra-lo que estávamos juntos e que daríamos um jeito de reverter toda essa situação.  Nosso beijo foi interrompido pelo som da campainha tocando de maneira insistente.

— Quem será a uma hora dessas? – pensei em voz alta. Rapidamente descemos e ouvi a voz de Finnick junto à campainha gritando de um jeito nervoso meu nome. Um aperto se apossou de meu peito. Peguei na mão de Peeta e corremos em direção à porta. Ao abri-la me deparei com meu amigo trajando um moletom cinza e seus cabelos desgrenhados.

— Finn, o que Foi. O que aconteceu? – interroguei apreensiva. 

— Katniss, você precisa ser forte...

— Finn o que aconteceu? – Fiz a pergunta novamente me escorando no loiro. Visto que, já não sentia minhas pernas.

— A Johanna... ela está no hospital.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado... Aguardo vocês nos comentários.

Bjs e até breve.



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