Do acaso à superação escrita por Paty Everllark


Capítulo 16
Medos


Notas iniciais do capítulo

Boa noite galera!!!! Ano novo e capa nova também, quem já viu a capa LINDAAAAAA que minha queridíssima Bel fez para DAAS? Ficou perfeita. Estou completamente APAIXONADAAAAAA

*Capítulo dedicado a Fabi. Linda seja bem vinda por aqui. e às leitoras mais incríveis do mundo, aquelas que sempre depois de ler deixam seus comentários dizendo o que estão achando de DAAS, MENINAS ADORO QUANDO VOCÊS FAZEM ISSO.

*Boa leitura, e só mais uma coisinha procurarei sempre manter as postagens entre segunda ou terça ok?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/697887/chapter/16

— Meu Pai, você esta gostando dele! – a afirmação surpresa de Lavínia me deixou envergonhada, principalmente por ela ter me flagrado em uma situação um tanto constrangedora. Eu estava deitada na cama em posição fetal - abraçada ao travesseiro - o problema era que nem a cama, nem o travesseiro eram meus e sim de Peeta. 

Logo que ela me informou que o loiro partiria no dia seguinte ao invés de subir e ir direto para meu quarto como era minha intenção, segui meus instintos e me encaminhei direto para o sótão onde ficava localizado o quarto de hóspedes. A desolação que senti ao confirmar que os poucos pertences de Peeta já estavam todos dispostos em duas mochilas sobre a cama em que ele dormia, me causou um forte aperto no peito, uma sensação horrível de vazio.

— Lavínia, não é nada disso que está pensando eu só... – levantei-me num salto, e antes mesmo que pudesse dar algum tipo de explicação para a ruiva à minha frente me cortou dizendo:

— Eu sabia que isso iria acontecer, o loiro além de gato, é um espécime em extinção no mundo atual. Lindo. Perfeito. Cavalheiro e o melhor de tudo sabe cozinhar. Minha mãe sempre me disse que se, um dia encontrasse um homem assim e que soubesse cozinhar eu deveria segura-lo com unhas e dentes. Patroinha que bela escolha para voltar à ativa, hein?

Lavínia cuidava do apartamento de Gale quando este era solteiro. Ao casarmos, ela fez questão de continuar trabalhando para nós dois. Batalhadora e honesta me conquistou de cara com seu jeitinho alegre de ser. Sempre teve muito carinho por meu marido que a considerava como parte da família. Para ele, a baixinha era uma espoleta, como adorava denomina-la. Entretanto, a mulher não tinha nenhum tipo de filtro - o que me colocava de saia justa em certas ocasiões - o pior é que muitas vezes ela nem se dava conta disso.

— Pode deixar que eu termino de arrumar as roupas dele. Tenho umas sacolas de viajem no meu quarto acho que vão servir, já está ficando tarde para você ir para casa e o tempo não está lá essas coisas.  – retirei as roupas passadas que se achavam em suas mãos colocando-as em cima da cama, depois a empurrei para fora do quarto. Tudo que eu não precisava para findar meu dia era de mais alguém me dizendo que eu estava apaixonada pelo Peeta.

— Katniss desculpa, eu e essa minha boca grande. Não queria ser inconveniente, é que eu fiquei feliz. A chegada do Peeta trouxe vida novamente para esta casa. Você voltou a sorrir como não fazia há tempos. – Lavínia obrigou-me a parar. O que dizia não deixava de ser verdade e só hoje enquanto estava dentro do carro próximo à casa de Annie é que me dei conta disso. Em pouco tempo a presença de Peeta Mellark mudou tudo em minha vida. – Se gosta dele, por que vai deixá-lo ir embora?

— É o que ele quer Lavínia, não tem muita coisa que eu possa fazer.

— Não? Eu não sei o que aconteceu entre os dois, mas o que eu percebi nesta manhã é que, Peeta está tão infeliz quanto você de ter que deixar esta casa, ou melhor, de ter que te deixar.

— Não aconteceu nada entre a gente, não diga bobagens.

— Talvez seja este o problema, já está passando da hora de acontecer algo entre vocês dois. Ter um homem como Peeta Mellark dentro de casa, não é algo que se pode negligenciar. – a mulher sorriu de forma maliciosa e dirigiu-me uma piscadela. Depois saiu do quarto como se nada tivesse dito, me deixando com a maior cara de tacho, devida sua total falta de semancol.  – Ah! E, não se esquece de ligar para a Rue, pois está que nem louca tentando falar contigo. – gritou da ponta da escada.

Ainda sob os efeitos da conversa que acabara de ter com minha empregada direcione-me para o banheiro. Tudo que eu precisava para relaxar depois de um dia como o de hoje era um bom banho de banheira.  O toque do telefone despertou-me, o cansaço e os efeitos do dia exaustivo me fizeram cochilar na banheira. A água encontrava-se gelada, e meus dedos completamente enrugados. Não fazia ideia do tempo gasto ali. Um tanto sonolenta busquei rapidamente o roupão e após vesti-lo corri para o quarto para atender o aparelho.    

— Niss, é a Rue te liguei a manhã inteira, mas seu celular só dava fora de área. Deixei recado no escritório com o Pollux, no entanto você não retornou minha ligação. Preciso muito falar com você e é urgente... É sobre o Woody, estou chegando ao Distrito 1 amanhã à noite, e por favor não comente nada com a Johanna sobre esta ligação.  

  — Alô... Rue? a ligação já estava sendo encerrada quando a atendi. A simples menção do canalha que destruiu a vida da minha irmã me apavorou.  Rue estava no encalço dele há tempos, assim como eu, minha prima seguiu a mesma profissão dos pais, era investigadora de polícia. Há alguns anos saiu do Distrito 12 e mudou-se com o noivo para o Distrito 4. Sempre nos falávamos por telefone, mas já fazia muitos meses desde a sua última ligação.  

                                   (...)

Acordei desorientada sob os sons estridentes de trovões, ainda estava trajando o roupão e meus cabelos molhados denunciavam que peguei no sono depois que atendi a ligação de Rue. Olhei o relógio na mesinha de cabeceira este marcava 02h40 da madrugada. Tapei os ouvidos com as mãos, porém os ruídos e a claridade emitidos pelos raios transpassavam a janela do quarto, tornando-os cada vez mais intensos. 

Desde criança eu tinha certa fobia de dias tempestuosos e tudo ficou pior após o acidente de carro que eu e meus pais sofremos quando tinha dez anos. O sonido das trovoadas, as nuvens escuras, o ar sombrio que dias assim apresentavam tudo me remetia aos momentos que fiquei presa entre as ferragens do automóvel esperando por socorro.  Não suportando mais o barulho que a janela fazia a cada novo estrondo peguei o travesseiro e o lençol que estavam sobre a cama e corri em direção à parte inferior da casa. Buscaria abrigo na sala, lá os sons que tanto me atordoavam seriam menos perceptíveis. Ao sair do quarto uma trovoada ainda mais forte ecoou através das paredes fazendo-as trepidar. O lençol e o travesseiro que trazia comigo foram ao chão, em seguida foi a minha vez. Me encolhi no canto do corredor e logo comecei a chorar. Abracei meus joelhos e dei inicio a um movimento frenético que fazia meu corpo ir para frente e para trás tentando com este ato conter o tremor que se apossava do meu corpo. Em noites assim, Johanna me abraçava e me acalmava. Depois que me casei era Gale que vinha em meu socorro. Foram raros os momentos que enfrentei uma tempestade dessa proporção sozinha.

 É só uma tempestade Everdeen. É só uma tempestade Everdeen. Você consegue. Você consegue. Repetia a frase em voz alta tentando de certa forma convencer-me do óbvio. Era apenas uma tempestade e não poderia me fazer mal algum, entretanto meu corpo não colaborava com minha razão e eu continuava a tremer descontroladamente. Respirei fundo tentando acalmar meus batimentos cardíacos e normalizar a respiração que há muito se encontrava acelerada. Um suor frio umedeceu minha testa. A situação era tão ridícula que, quem olhasse para mim naquela posição em pleno corredor diria se tratar de uma menininha de dois anos ao invés de uma mulher de quase trinta.

— Katniss, o que foi? O que está fazendo aí? – vejo a luz do corredor se acender e a voz suave de Peeta invadir o espaço. Acordei tão nervosa que me esqueci completamente que pelo horário o loiro já estaria em casa dormindo. Ele agachou-se diante de mim e fitou-me da cabeça aos pés, provavelmente estranhando eu estar trajando apenas o roupão em meio ao corredor àquela hora. Detive-me em seus olhos azuis vendo brotar neles uma genuína preocupação. Sem demora Peeta pegou em minhas mãos trêmulas. – O que esta acontecendo? Você não está bem. Vem vou, te levar para seu quarto. – outro som ensurdecedor preencheu o corredor, no minuto seguinte a energia da casa oscilou, por extinto e sem nenhum pudor me lancei nos braços de Peeta o fazendo se desiquilibrar e ir ao chão. Senti que o assustei com minha atitude, no entanto o loiro corresponder meu abraço.

— Você precisa se acalmar. – percebendo que eu não me acalmaria facilmente Peeta me afastou um pouco de seu corpo e segurando-me firme pelos ombros me obrigou a olhar para ele, depois falou num tom ríspido:

— Katniss, olhe para mim! Esquece a chuva, o barulho, os trovões e somente olhe para mim. Eu estou aqui, você não esta sozinha. – o choque ao ouvi-lo falar de maneira tão dura, tão diferente do seu jeito habitual, me fez voltar ao normal aos poucos - começando pela respiração e o choro - ao notar que o que acabara de fazer surtira efeito sobre mim o Mellark me abraçou novamente e pôs-se a acariciar meus cabelos, ficamos assim em total silêncio por alguns minutos até que ele exclamou:

— Você está gelada demais! Não pode permanecer aqui neste chão frio, vestida desse jeito. Vamos, levante-se, eu te colocarei em sua cama. – o loiro levantou-se primeiro, pegou o lençol e o travesseiro que estavam dispostos pelo chão depois estendeu a mão para que eu a pegasse me ajudando assim a levantar. Mais tranquila o segui até meu quarto. Do lado de fora a tempestade já dava sinais que estava se dissipando. Comecei a senti-me envergonhada pela crise nervosa que havia acabado de ter e pelas minhas vestes, mas nada falei. Já dentro do quarto Peeta soltou minha mão e ajeitou a cama colocando nela o lençol e o travesseiro. Fiquei observando a paciência e o cuidado com que realizava aquele simples ato. Depois pegou minha camisola que eu havia deixado sobre a poltrona e estendeu para mim. – Eu vou sair para que possa se vestir.

Eu não saberia dizer quando aconteceu, o momento exato em que me apaixonei por ele. A única coisa que posso dizer é que seria impossível não acontecer, mas como lidar com isso? Comecei a sentir um aperto forte em meu coração, lembrei do que Lavínia havia me dito mais cedo.  Minha cabeça começou a doer, e meus olhos a marejar.

— Não vai, por favor. – Peeta olhou-me assustado, porém entendeu que eu estava muito nervosa.

— Tudo bem, mas precisa tirar esse roupão molhado.  –  virou-se de costa para que eu pudesse me vestir.

— Eu terminei. 

— Vem! – acatei sua ordem e caminhei até a cama sentando-me nela eu não podia deixa-lo ir, não agora. Peeta fez sinal para que eu me deitasse, deitei-me ainda o olhando fixamente. Ele abaixou-se ao lado da cama, e depois de cobrir-me com o lençol, continuou acariciando meus cabelos como fizera no corredor. Ficamos nos encarando como se estivéssemos nos vendo pela primeira vez, e de fato eu estava realmente vendo-o pela primeira vez desde que aceitei em meu coração que me apaixonei novamente.  

— Peeta, eu... –  eu precisava falar alguma coisa, no entanto as palavras se fizeram minhas inimigas, me calei e após alguns minutos foi Peeta quem quebrou o silêncio que se estabelecera entre nós dois.

— Me perdoe pelo jantar. Eu não quis te faltar com respeito, nem abusar da sua hospitalidade. Encontrei um loft por um bom preço para alugar perto do Belle Mason e me mudarei para lá amanhã. Minhas coisas já estão arrumadas. Eu entenderei se não quiser mais ser minha advogada... – enquanto falava, notei seus olhos encher-se de lágrimas Peeta parecia estar sofrendo ao comunica-me a sua decisão.

 – Por favor, não faz isso... não quero que você vá embora – minha voz saiu num sussurro e não consegui mais conter as lágrimas.

— Será bom para nós dois, eu sei que não está se sentindo à vontade comigo aqui. Eu indo embora não precisará mais me evitar. – um desespero tomou conta do meu ser, me sentei outra vez na cama.

— Peeta, eu quero que você fique.

— Katniss, você não entendeu. Eu preciso ir... preciso ir embora, eu preciso ficar longe de vo... – eu queria que ele se calasse, precisava que ele se calasse, então fiz a única coisa que eu poderia fazer para que isso pudesse acontecer, o beijei.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? Odiaram? Mereço comentários?

Queridos quero mais uma vez convida-los para dar uma olhadinha na minha outra fanfic de JV, está divertidíssima e como está no comecinho ainda dá para acompanhar sem susto, vou deixar o link:
https://fanfiction.com.br/historia/711388/Mandy_Mellark/

BjoKas, aguardo vcs nos comentários.

Ps: E aqueles que ainda não fazem isso , aqui vai um recadinho:
* Gente pode comentar que eu sou boazinha gosto de interagir! Rsrs



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Do acaso à superação" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.