Marinette estava jogada em sua cama, enquanto conversava por mensagens de áudio com Alya.

— E então, o que ele disse?— a morena questionou, curiosa.

— Que era algo importante, mas que não precisava mais. - enviou - O que será que ele quis dizer? - mandou em outro áudio.

— Ih, não sei amiga. Mas mudando de assunto, você sabe porque o Adrien tava tão quieto depois do intervalo?

— Não faço ideia. Nino te disse algo?

— Ele só comentou, mas também não sabe de nada.— chegou outra mensagem - Preciso ir amiga. Minha mãe quer que eu cuide dos meus irmãos. Tchauzinho.

— Tchau, Alya. E boa sorte. - a garota ficou de pé e jogou seu telefone na cama. - Tikki, o que acha que aconteceu com o Adrien?

— Hum, você me parece bem preocupada. - a kwami deu uma risadinha.

— Eu não... quero dizer, eu estou preocupada sim. - admitiu - Somos amigos, não somos?

— É, acho que sim. Então, já que são amigos, porque não fala com ele? - a azulada fez uma careta.

— Não sei se consigo.

— Ai Marinette! Não começa com isso de novo. Daqui a pouco vai gaguejar quando tentar falar com ele?

— Ei! - exclamou. - Se bem que por um lado você está certa. Não posso deixar o meu relacionamento com o Adrien regredir. - a garota torceu os lábios.

— Então o que vai fazer?

— Agora? - olhou para o relógio na parede e depois para a escrivaninha - Aproveitar que não tem nenhum akuma e fazer o dever de física.

— Você não toma jeito mesmo. - Tikki riu.
*

— Marinette! - a garota acordou meio atordoada, sentindo dores nas costas e no pescoço. - Eu não acredito que você dormiu fazendo o dever de física! - Tikki a repreendeu.

— H-Hã? - apertou os olhos se acostumando com a claridade. - Eu o que? - olhou rapidamente para o relógio e deu um pulo que a fez cair da cadeira. - Eu. Estou. Muito. Atrasada! - a azulada falou pausadamente e colocou as mãos na cabeça, correndo para se arrumar em seguida.

Assim que chegou na sala de aula, sentou-se em seu lugar, recebendo um olhar atravessado da professora.

— Não vou nem perguntar. - Alya cruzou os braços e Marinette riu de leve.

A garota passou a aula toda encarando Adrien, que parecia quieto demais. Ela estava começando a se sentir vazia e um tanto quanto triste sem as piadas inoportunas do seu parceiro. Porém tudo mudou na troca de períodos quando ele virou para trás dando um sorriso.

— Sentiu falta da minha bela voz, my lady?

— Nossa, achei que você não conseguiria ficar dez segundos sem falar algo. - revirou os olhos.

— Vou tomar isso como um sim.

— Claro que é. - ironizou.

— Enfim, tive uma ideia genial.

— E o que seria? - Marinette escorou a cabeça nas mãos e observou o garoto com um olhar curioso.

— Eu e você em um encontro? O que acha?

— Acho que você está sonhando alto demais, gatinho. - respirou fundo, cruzando os braços em seguida, fazendo o sorriso sumir da face de Adrien.

— Se você não sair comigo, eu te sequestro. - ameaçou - E você sabe que eu sou louco o suficiente para fazer isso.

— Tá, eu saio. - levantou as mãos num sinal de rendição.

— Beleza! - comemorou.

— Mas... - Adrien a encarou - Com uma condição. - Marinette sorriu travessa e o loiro virou para frente com uma expressão preocupada.

— Ferrou!
*

Algumas pessoas presentes no pátio, olhavam para Adrien e davam algumas risadinhas, fazendo o garoto bufar.

— A vingança é tão... doce! - a azulada exclamou chegando ao lado dele.

— Adrien, o que... - Kim foi até o colega, curioso com as risadas. Quando parou na frente do Agreste, começou a gargalhar alto por causa do que estava escrito no post-it colado na testa do mesmo. - "Me chama de gato que eu te mostro minha caixa de areia"? Que tipo de frase é essa? - Kim riu novamente.

— Pergunte a ela. - apontou para a azulada - Eu queria que colocasse "Propriedade de Marinette Dupain-Cheng", mas ela não quis. - Marinette riu mais ainda.

— Isso está hilário! - Alya tirou uma foto.

— Você não vai postar isso, não é? - a morena apenas riu. - O que a gente não faz por um encontro! - murmurou.
*

Marinette se despediu dos seus pais e saiu de casa. Quando chegou ao parque, se deparou com Adrien sorridente.

— Por um momento achei que não viria. - falou aliviado.

— Ué, eu me atrasei?

— Pela primeira vez, não. - ela riu - Mas é que sei lá, como você estava meio relutante, eu pensei que...

— Fizemos um trato, você cumpriu sua parte e eu vim cumprir a minha. - a garota sorriu meiga.

— Nem me fale da minha parte. Tenho certeza que Alya vai me atormentar com aquelas fotos, tipo, para sempre. - os dois riram - A propósito, você está linda. - Marinette corou de leve.

— V-Você também. - xingou-se mentalmente por ter gaguejado.

Não faça o relacionamento de vocês regredir— falou para si mesma.

— Vamos tomar sorvete, então? - ela concordou com a cabeça e os dois saíram conversando sobre coisas aleatórias.

Depois que tomaram o sorvete, Marinette chamou Adrien para uma partida de video game em sua casa.

— Ganhei! E você perdeu de novo! - a azulada comemorou.

— Você só pode estar roubando, isso sim. - acusou.

— Como eu iria roubar? - arqueou uma sobrancelha.

— Bem... não sei. Algum tipo de magia, deve ser. - Marinette começou a rir sem parar do desespero do loiro, que não tardou em rir junto com ela. Porém logo o mesmo parou, e ficou encarando a garota. Ela fica linda assim. Na verdade, ela é linda.

— O que foi? - a azulada parava de rir aos poucos. O modelo se aproximou dela, que agora o encarava séria. - A-Adrien? - o loiro pousou uma de suas mãos na região do maxilar dela. O choque de sua mão quente em contraposição a pele gelada, fez os dois se arrepiarem.

Marinette sabia o que estava prestes a acontecer, porém em nenhum momento recuou. Ficou parada até sentir os lábios de Adrien sobre os seus.

Uma sensação estranha invadiu seu corpo. Já havia beijado Adrien duas vezes, mas não era como se ela quisesse fazer isso. Da primeira vez foi para salvá-lo do Cupido Negro e da segunda vez, ele havia a agarrado a força. Porém dessa vez era com total consentimento dela.

Sentir o gosto dos lábios de Adrien era algo que podia descrever como incrível. Marinette estava perplexa. Naquele momento, parecia que tinha tudo o que precisava. Era quase como se estivesse completa.