A Infeliz História de uma Dragonesa Negra escrita por SpyroForever


Capítulo 7
Oh, pequenino!




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–Oh, pequenino!-

Uma ano mais se passou. 12 outras vilas foram massacradas por mim. Exatas 1346 vidas a mais pesavam sobre meus ombros.
Sempre que eu voltava de alguma missão, minha mãe estava lá para me ajudar a lidar com tanta culpa.
Após Malefor descobrir sobre minha visita à Terrador, ele me proibiu de voltar para lá. Novamente sozinha. Não totalmente por causa da minha mãe, claro.
Novamente em meu quarto, lambendo minhas patas cheias de sangue. -Mãe, tem certeza que quem eu matei não tem ressentimentos? Sabe... Me sinto tão culpada!
–A culpa é algo normal de se sentir com isso, minha querida. Eles sabem que nada que você fez foi porque você queria.
Com aquilo eu me senti muito mais aliviada. -Ainda bem. Pede desculpa para eles, mãe.
–Haha... Tudo bem, querida. Agora se recomponha. Malefor está vindo.
–Cynder preciso que você ataque uma das grandes cidade hoje.
–Mas eu... Acabei de voltar da última missão na vila. Estou até suja ainda.
Com isso Malefor simplesmente lançou um jato de água diretamente em mim, usando a combinação fogo e gelo.
Eu rolei no chão, me ralando um pouco por causa da pressão. -Arg!
–Pronto. Limpinha. Vamos. É a missão mais importante da sua vida. Venha! -Ele disse assim que parou de lançar o jato em mim.
Eu rosnei olhando para os arranhões. Me levantei e olhei para minha mãe, que me olhava com um olhar de tristeza. -Calma mãe, eu sei me cuidar.
–Pare de falar com ela e ande logo, Cynder. -Malefor disse para mim, nervoso.
–Se quer que eu vá rápido por que não me controla?
Dito e feito. Senti meu corpo ser controlado e ele me levou para fora do templo.
–Aquela cidade protege o último fragmento de cristal mágico que eu preciso para a minha libertação, porém, meu exército não pode ir para lá. Preciso que você vá e roube esse cristal. Mate todos lá. Não quero ninguém vivo.
–Sim mestre... -Meu corpo falou e logo decolou.
Lá ia eu novamente para mais um massacre. Segui para o sul diretamente. 2 horas de viagem e eu já podia ver a cidade, desprotegida. Era mediana.
Rugi, alertando todos da morte iminente. Logo vi todos correndo de um lado para o outro, se preparando para o meu ataque.
Seus guardas logo começaram com seus ataques. Fogo, gelo, terra, vento... Tudo eu defendia com muita facilidade. Tenho que admitir: Malefor lutava muito bem, mesmo não sendo seu próprio corpo.
Assim que me aproximei o suficiente, fiz chover ácido nas beiradas da cidade, matando todos os guardas corroídos, sobrando apenas os indefesos habitantes.
Pousei, começando a andar normalmente, entrando de casa em casa.
Minha mãe havia me ensinado em como eu podia não me importar muito com tudo aquilo. 3 anos matando inocentes iriam mexer com minha cabeça se eu não aprendesse a me controlar, assim, ela me ensinou.
Eu esvaziava minha mente. Ficava imaginando coisa boas e na minha liberdade. Aquilo não era perfeito, mas já era bem melhor que antes.
Percebi o poder maligno do cristal se aproximando conforme as casas iam ficando para trás.
Minhas escamas negras estavam banhadas em sangue inocente, muito mais que nas pequenas vilas. Sempre me chamando de terror dos céus, monstro, ser de alma negra e outras coisas absurdas.
Casa após casa iam ficando em silêncio. Centenas de filhotes morrendo pelas minhas patas, até que chego na última, entro nela.
Pude perceber 3 dragões, um de pelo menos uns 3, 4 anos. Havia um macho, asas abertas, lágrimas nos olhos, membros tremendo, querendo proteger sua família.
Comecei a me aproximar, olhar vazio, sem emoção. -Me perdoem. -Falei para mim, sabendo oque iria vir.
O macho começou a se afastar, rosnando e soltando fogo para cima de mim, no qual eu defendia com ar.
Lembro que olhei para o filho e ele olhava fixamente para meus olhos, como se estivesse visto algo. Estranhei muito aquilo, porém logo passei a lâmina da cauda no pescoço do grande macho, o degolando.
Isso fez o filhote entrar em choque. -PAPAAAAAAAAAI!!!!!
Aquilo destruiu meu coração. Era horrível fazer aquilo.
Então, após o corpo morto cair no chão, sua mãe pulou em mim, mas com um simples único movimento, enfiei minha cauda em seu peito, a fazendo perder o fôlego e olhar para meus olhos.
Soltei uma lágrima pelo olho, algo que nem Malefor poderia segurar por muito tempo e vi ela sorrir, sabendo que eu não tinha culpa.
Tirei a cauda dela e a deixei morrer por sangramento, o filhote chorando.
Assim que ela deu seu último suspiro eu me virei para o pequeno dragão vermelho e amarelo.
–Não! Ahhhh! -Ele começou a se afastar de costas até bater na parede.
Me aproximei dele e ele olhou meus olhos, falando algo inesquecível para mim.
–Não me mata, Cynder. Eu imploro!
Cynder... Ele me chamou pelo nome. Por 3 anos sendo chamada de monstro. Aquilo me deu poder. Me deu vontade de lutar, e com muita dor e esforça, tomei controle de mim por alguns segundos e saí de lá, chorando.
Logo perdi o controle e Malefor parecia surpreso com isso. Me fez voltar na casa, mas o filhote já havia sumido. Fiquei aliviada com isso.
Voltei à minha missão, indo diretamente para o cristal, o pegando e voando para o covil.
Aquele filhote... Foi o único que já me viu de perto e sobreviveu. O único que me fez retomar o controle!
Huhu... O destino é engraçado... Anos mais tarde conheci esse filhote. Seu nome? Chama. O guardião de fogo escolhido por meu marido.


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