A Infeliz História de uma Dragonesa Negra escrita por SpyroForever


Capítulo 6
Conhecendo Terrador




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—Conhecendo Terrador-

Alguns meses se passaram e outras 3 vilas foram massacradas por mim. O mais pesado para mim sempre foi matar os filhotes. Eram como eu: inocentes e com medo, indefesos, olhando para o rosto da morte.
Eu continuei acuada sempre que voltava para meu quarto. Me trancava lá e não saia mais, a não ser que ele me forçasse, me controlando ou me carregando de lá.
Sempre que eu estava sozinha minha mãe me fazia companhia e eu conversava com ela, sendo a única hora do dia que eu ficava feliz. Aquele colar que Malefor havia me dado permitia que além de ver, também tocar espíritos.
—Mamãe... Será que eu consigo fugir dele? -Perguntei brincando com sua grande pata.
—Infelizmente não, minha querida... -Ela disse para mim, movendo sua pata, as vezes me fazendo cócegas e me prendendo no chão algumas vezes. -Por causa desses seus adornos e marcas, ele pode te controlar de qualquer lugar desse mundo.
—Ahn... Hahahaha! Mamãe! tá fazendo cócegas.
—Huhuhuhu. Tá é? Hahaha. Então ria, meu bem. Ria que isso é importante para você.
Olhei para os olhos dela depois que ela parou e abri um sorriso muito grande. -Você sempre tá comigo, mamãe?
—Sempre meu bem. Quando se sentir sozinha novamente, minha queridinha, lembre-se. Sempre estarei aqui! -Ela então se inclinou e lambeu meu peito, me fazendo sentir cócegas novamente.
—Hahaha! Sim! Obrigado mamãe. Te amo!
—Também te amo meu bebê.
Abracei seu focinho e comecei a pensar um pouco, lambendo a lateral de sua cabeça. -Será que eu posso passear um pouco? O ar aqui é tão ruim.
—Por que não pergunta?
—Tenho medo dele me bater de novo...
—Precisa ser corajosa, meu bem. O mundo que você está agora é perigoso mesmo. E lembre dos elementos que ele lhe deu. Você pode os usar para se proteger. Só não o machuque. Não quero que você morra, minha linda.
Soltei seu focinho e ela o levantou, me olhando. -Irei sumir, mas lembre-se: Estarei sempre com você.
—Uhum. Te amo mamãe! Eu juro que serei forte e corajosa, tá?
—Essa é minha menina. Agora vai lá. Te encontro lá fora ou aqui mesmo.
—Ok. Obrigada. -falei e saí do meu quarto, andando pelo lugar, procurando o responsável pelo meu sofrimento.
Procurei em todos os lugares, até que o achei na sai sala habitual, onde ficava olhando aqueles cristais negros estranhos.
Entrei devagar, agachada. -M... Malefor?
Ele olhou para mim. -Sim? -O corpo translúcido dele era bem maior que o da minha mãe, que parecia bem jovem.
—Deixa eu passear lá fora? -Perguntei meio acuada.
—Para que?
—O ar aqui é muito ruim. Por favor.
—Sabe que não pode fugir de mim, ne?
—Uhum. Minha mãe me falou.
—Imaginei. Pode ir. Não tenho nada para você fazer agora. Volte ao anoitecer, me ouviu bem?
—Uhum. Pode me deixar pelo menos adolescente? Quero voar um pouquinho. Por favor.
Ele bateu a pata no chão. Nisso senti meu corpo inteiro crescer, principalmente minhas belas asas. Era minha parte do corpo que eu mais me importava. -Obrigada.
—Uhum. Claro. -Ele diz e volta a olhar para os cristais.
Saí da sala e corri para fora, um pouco mais feliz. Finalmente poderia sair de lá. Assim que saí de lá eu decolei, abrindo minhas asas e sorrindo, sentindo o vento em meu corpo.
Fechei meus olhos. -Ahhh... Isso é tão delicioso!
—Voar é uma das coisas que mais nos faz sentir livres -Ouvi minha mãe falar ao meu lado direito e abri os olhos.
Lá estava ela, voando ao meu lado. -Eu nunca tinha sentido isso quando ele me controlava.
—Você estava mais preocupada com outras coisas. Bem... onde estamos indo?
—Eu... não sei. Só tou voando um pouco. -Olhei em volta. -Que tal aquele vulcão?
Ela olhou. -Aquele é o monte Boyzitbyg. Lá é onde ficam as forjas de munição de Malefor.
—Estarei segura lá então, pelo menos. -Fechei meus olhos, sentindo o vento. -Consegue me acompanhar, mãe?
—Filha. Seu elemento vento não vem somente de Malefor. Eu sou uma dragonesa de vento.
Sorri e então usei o vento para me impulsionar, pegando uma boa velocidade. Minha mãe me acompanhou o caminho inteiro.
Quando chegamos no vulcão eu pousei e entrei em um sistema de cavernas. Dentro haviam muitos participantes do exercito de Malefor. Como todos sabiam quem eu era, eles davam passagem para mim.
Fui caminhando pelos túneis até chegar em uma sala onde no final havia uma jaula grande. Um dragão verde escuro estava deitado dentro dela, acordado, porém parecendo infeliz. Ao lado da jaula dele, longe de seu alcance, havia um cristal negro que sugava toda sua força vital.
Me aproximei dele devagar. O cristal não tinha efeito nenhum em mim. Quando cheguei à mais ou menos 2 metros da jaula ele levantou a cabeça e me olhou. -Oi! -Eu disse.
Ele entortou a cabeça para mim. -Oque está fazendo aqui? É perigoso para uma pequena dragonesa como você!
—Não se preocupe. Eles não se metem comigo. Qual o seu nome?
—Terrador. E o seu, pequenina?
—Infelizmente, Cynder.
Percebi que ele arregalou os olhos. -Você é o terror dos céus?!
—Infelizmente...
—Como você pôde matar todos aqueles dragões inocentes? -Ele rosnou para mim, realmente nervoso.
—Não fui eu, senhor. Eu nunca faria isso. Sabe essas coisas aqui? -Mostro meus colares. -Eles deixam Malefor me controlar. Eu nunca machucaria ninguém.
Ele parou, me olhando com um olhar de dó. -Ele fez isso com uma jovem como você?!
—Eu nasci meses atrás! Ele fez alguma coisa comigo que ele controla meu tamanho... -Me deito no chão, suspirando. -Eu queria tanto fugir... Por que você tá aí?
—O exército dele me capturou. Eu sou um guardião. Sabe oque é?
—Uhum. Ele me fez saber. Lamento por isso.
—É um pecado você ter tido esse destino. Você é um doce!
Sorri e me aproximei mais. -Obrigada. Espero que eu nunca venha aqui enquanto estiver controlada... por favor não leve para o pessoal! Eu não quero nunca machucar ninguém. É difícil saber que suas patas estão sempre e sempre estarão sujas com sangue inocente.
—Eu imagino, pequena... não se preocupe com isso.
—Queria poder te soltar...
—Não faça isso. Irá acabar se machucando por causa disso.
Eu assenti, olhando para trás. -Já tá de tarde... Preciso ir embora...
Espero que você fique bem. Se nos encontrarmos de novo, entenderei oque você realmente é, querida. E saiba. Se algum dia isso tudo acabar, sempre irei lhe proteger.
—Muito obrigada. Bem... tchau senhor Terrador. Foi legal conversar com você.
—Tchau querida. Que os ancestrais lhe acompanhem.
—Não sei se eles estão, mas a minha ancestral está! -Eu digo olhando para minha mãe, que não saiu do meu lado um segundo.
—Sua mãe, não? -Ele falou.
Eu assenti trotando para fora. -Que pena que ele tá preso. Ele parece ser um dragão muito bom! -Falei para minha mãe assim que decolei ao sair das forjas.
—Eu conheci ele. Parecia arrogante, mas é um doce de dragão. Pode confiar nas palavras dele, ouviu.
—Uhum. Confio sim. Vou vir sempre visitar ele.
—Ele vai gostar de te ver, meu doce.


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