A Infeliz História de uma Dragonesa Negra escrita por SpyroForever


Capítulo 5
Apenas uma arma




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/697737/chapter/5

Fiquei naquela vila em chamas, sentada, imóvel, esperando as forças das trevas chegarem até ela para a fazerem de base.

Minha cabeça estava totalmente perturbada. Todas as vidas que eu havia destruído, todas as família que eu havia arruinado, tantos filhotinhos que eu havia matado sem dó. Eu era apenas uma recém nascida. Aquele... Aquele grande filho da puta.......

........

........

Me desculpem por isso. Toda vez que eu apenas penso nas coisa que eu fiz... Não... Que ele me fez fazer... Fico perturbada, agressiva. Não é fácil viver sabendo que suas patas estão mais sujas de sangue que o chão de um matadouro. Não é fácil...

Enfim, voltando à história... Assim que as forças dele chegaram, eu decolei de volta para o lugar onde eu havia nascido, que parecia um vulcão. Ao chegar lá fui recebida por ele, Malefor, me olhando com uma expressão de orgulho.

—Ótima menina! –Ele diz entrando. Também entrei sem expressar nenhuma emoção. Ainda estava sendo controlada.

Ele me levou para onde eu nasci, que eu estava chamando de quarto. Lá ele olhou para mim e bateu a pata no chão. Com isso voltei a sentir meu corpo todo e voltei a ser uma criança novamente.

Me deitei no chão, olhando para baixo. –Por que, pai?

—HAHAHAHAHAHA! Vamos lá! Você não é tão burra assim, né? Acha mesmo que eu sou seu pai?

—Oque? –Olhei para ele.

—Olhe para mim! Estou aprisionado em um outro lugar! Não tem como eu ser seu pai! Você não é nada para mim, apenas uma arma, ouviu bem?!

—Uma arma? Eu sou apenas isso para você? –Perguntei, começando a chorar.

—Não chore, por favor. Entenda. Só quero meu filho de volta! –Percebi naquele momento que ele tinha sentimentos, no fim, pois ao falar isso sua voz ficou mais amena, fraca, emocional.

Não tentei parar. –Matar todas essas pessoas... E agora me dizer que eu sou apenas uma arma para você?

Ele olhou para mim e suspirou. –Não posso mentir. Me desculpe pelo jeito que lhe tratei. Não queria ter de fazer isso, mas é pelo meu filho que estou fazendo, então será melhor se você apenas cooperar. Não irei lhe tratar mal.

—Nunca irei cooperar em matar alguém. Você é um monstro! Tenho sorte de não ser sua filha.

Aquilo não o deixou nada feliz. Se levantou, foi até mim e me acertou com sua pata, me lançando para uma parede, fazendo eu bater nela e começar a sangrar pelo nariz.

Gritei assim que senti meus ossos estalarem ao encontrar a dura parede daquele local.

—Você não sabe de nada sobre mim! Sim! Sou chamado de senhor das trevas, de monstro, mas oque ninguém sabe é que faço isso pelo meu filhote, que agora está por aí, um pequeno recém nascido que meu próprio irmão tirou de minhas patas. Você é apenas uma criança. Não tem capacidade de entender oque é isso. –Novamente se aproximou de mim, me dando outro golpe forte antes que eu pudesse fazer qualquer coisa. –Nem mesmo um nome o meu pequeno dragão roxo tem agora, e nada nesse mundo vai me parar de conseguir oque eu quero, que é ter ele de volta em volta de minhas asas protetoras de todos esses ridículos que iriam o maltratar. Só queria uma infância normal para ele, e os 4 conseguiram estragar com tudo! –Ele começa a ir para fora enquanto que eu chorava de dor, o olhando com medo. –Nada nesse mundo... Vai me parar... Até que eu encontre meu filho. Quanto antes melhor. E o primeiro passo para que eu possa fazer isso é eu ser liberto dessa prisão que me colocaram, e você, Cynder, terror dos céus, irá me ajudar, querendo ou não, pois enquanto eu não tenho um corpo para mim, você será meu corpo!

—Por favor! Eu lhe imploro. Não me faça mais machucar os outros.

—Farei oque for preciso.

—Dói tanto! Mais que isso que você me fez. Ver seus olhos suplicando pela vida. Ouvir seus gritos e pedidos de ajuda!

—Você acha mesmo que eu gosto disso? Era incumbido de eu proteger todos e trazer o equilíbrio na terra, mas não, eu não sou obrigado a fazer o que eles querem. E como punição eles simplesmente roubam meu ovo. Meu ovo indefeso bem das minhas patas e ainda me trancam nesse mundo. Eles irão sofrer! Todos! TODOS ELEM! –Com isso sua imagem sumiu.

Comecei a lamber minhas feridas devagar, chorando em silencio. Lembro que fiquei pensando no que Malefor havia falado. Ele tinha um filho. Mas quem era esse filho? Chega a ser engraçado quando eu olho para trás e percebo que eu estava pensando dês do início em Spyro, meu querido Spyro. Chega a ser irônico, sim, mas Spyro é alguém totalmente diferente de Malefor. Agora sei porque, mas não poderei contar isso, afinal, não é sobre isso a minha história.

Passei o resto da noite lá. Sozinha, com fome, sede, sozinha e no escuro. Ainda podia ouvir os gritos de desespero e o fogo queimando em minha cabeça. Olhando tudo que eu já havia feito sem ter nem mesmo 3 dias de idade, era demais para a minha pobre e inocente cabeça. Já tinha visto mais coisas que muitos ficariam simplesmente malucos! Tanto sofrimento. Tanto tormento. Tanta dor. Meu coração doía constantemente, até que eu sinto um calor me envolver. Um calor tão, mas tão grande que fez o meu pesar e minha dor simplesmente sumirem.

Estranhei muito. Parecia que algo estava me cobrindo. Algo grande, aconchegante, quente e gentil. Olhei atrás de mim e vi uma grande dragonesa meio transparente deitada ao meu lado, me cobrindo com sua asa e me olhando com um olhar triste, porém gentil. Soube na mesma hora que aquilo era um espírito. –E... Eu te matei, né?

A dragonesa assentiu negativamente e me deu uma leve lambida em minha bochecha, me acalmando mais, me fazendo parar de chorar. Então ouvi sua doce voz: -Não se preocupe, pequena Cynder. Você nunca estará sozinha enquanto eu estiver aqui. Seu futuro, lamente, mas será cheio de sofrimentos e arrependimentos. Muitas vidas se esvairão por suas patas, mas deve ser forte e lutar sempre, pois o destino tem algo especial guardado para você, que virá em forma de alguém especial, para você o amar eternamente, como nunca você poderá amar algo na vida.

—Um... Um filho?

Ela assentiu, sorriu.

—Mas... Sou apenas uma criança. Acabei de nascer.

—Sua jornada por essa vida é longa, Cynder. Por isso aprenda tudo que precise e nunca deixe as trevas consumirem seu coração puro. –Ela me apertou mais contra ela, me fazendo ronronar alto.

—Quem é você, se eu não te matei?

—Meu nome era Saphira. Você nunca me conheceu.

—Então por que você está aqui cuidando de mim? Eu sou um monstro!

Novamente ela me lambeu carinhosamente. –Porque é isso que uma mãe faz...

Arregalei os olhos e olhei para ela. –M... Mãe? V... Você é minha mãe?!

Ela assentiu, sorrindo. –Lamento por oque tenha acontecido com você. Eu... Não pude fazer nada...

Abracei ela com força. –Tou com tanto medo, mãe! –Comecei à chorar em seu peito enquanto ela me acariciava.

—Shhhh... Mamãe nunca deixará você sozinha, minha linda.

—Quem te matou? Foi Malefor, né?

—O exército dele, infelizmente. Mas escute bem, minha querida filha. Você terá uma vida feliz. Confie em mim.

—Quando?!

—Você saberá assim que sentir....


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Infeliz História de uma Dragonesa Negra" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.