A Infeliz História de uma Dragonesa Negra escrita por SpyroForever


Capítulo 2
Pai?




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A minha história começa assim que eu tomei consciência de que estava dentro de um ovo e precisava sair de lá, como todos. Uma das piores escolhas que eu tive. Agora, imaginem. Se o começo, apenas o começo, da minha vida foi difícil, imagine o resto.

Enfim...  Comecei a chutar as paredes do ovo, com dificuldade. Ninguém me ajudou a sair daquele ovo duro. Assim que saí, minhas pernas doíam e tive que me deitar. Ouvi uma voz vindo de trás de mim.

Assim que olhei, vi um grande gorila me olhando, com uma cara nada boa. Com um certo nojo, algo assim. Me dava medo.

Ele falava com alguém por um cristal. Esse alguém , assim que eu olhei vi que era um grande dragão roxo, tão escuro quanto o lugar que eu estava. Ele tinha brilhantes olhos amarelos sem nenhuma pupila, oque, de certa forma, me deixava muito curiosa. Me forcei a levantar e andei cambaleando e quase caindo algumas vezes, caminhando para esse cristal negro.

Eu achava muito estranho quando eu caia, pois sempre que eu estava indo de encontro ao chão, algo me segurava por baixo da minha barriga e me segurava, me levantando novamente, com um carinho que me deixava muito confortável. Por mais que eu olhava, o quão mais rápida eu fosse, não havia nada ali. Não o enxergava nem sentia seu cheiro. Apenas o sentia, me acariciando devagar.

Quando olhei para o dragão, ele me olhava diferente do gorila. Ele sorria para mim com um ar tão... Carinhoso. Deduzi que era ele que estava me segurando para que eu não caísse.

—Quero que a trate bem, ouviu? Tenho planos para ela. –Dizia o dragão roxo, enquanto eu caminhava para o cristal negro, ainda sentindo a carícia.

—Mas ela não é o dragão que eu tinha que buscar! –O gorila disse.

—GAUL! –O dragão gritou, me assustando. Após perceber isso, ele me olhou e senti uma leve lambida em meu rosto. –Desculpe, minha pequenina... –Então voltou a olhar para Gaul e rosnou. –Você é um inútil! Além de me trazer o ovo errado, ainda deixou me.... Ignitus fugir! Aposto que ele levou o ovo para um lugar que não poderemos rastrear pelo cheiro. Além disso, fez seu exército destruir todos os ovos lá! Eu nunca quis isso, seu burro! Eu dei ordens específicas e você conseguiu arruinar tudo! –Rosnou alto enquanto que o gorila abaixou a cabeça. –Pelos menos trouxe 3 dos guardiões. Quero que leve cada um deles para uma base em cada lugar. E vê se me obedeça ao pé da letra, ou irá ter uma péssima morte, seu idiota! Irá cuidar dela. Dar um quarto, comida, água, dar banho e principalmente carinho. Isso será essencial para o que eu tenho guardado para essa linda dragonesa.

—O que você fará com ela? Por que precisa dessa...

—Dessa oque, Gaul?

—Dragonesa...

—Foi oque pensei que iria falar... E isso não lhe interessa, peste. Você me obedece e darei sua recompensa. Foi isso que combinamos.

Finalmente cheguei ao cristal e coloquei minha patas dianteiras nele. Nesse mesmo momento senti uma energia passar pelo meu corpo inteiro. Me senti mais forte. Minhas patas já não estavam mais bambas e senti minhas asas endurecerem. Minha visão bem mais nítida e senti uma coiceira estranha em minha garganta. Finalmente descobri oque era essa coceira assim que olhei para o dragão e algo saiu de minha garganta. –Papa?

O gorila se assustou muito ouvindo eu falando, afinal, tinha acabado de nascer. Eu abanava a cauda olhando para aquele dragão na minha frente. –Papa! –Era tão inocente. Não fazia ideia de quem era aquele dragão e do que ele faria eu fazer. As vidas inocentes que ele me faria tirar. Mas para mim, ele sempre foi como um pai. Mesmo sendo mal, me tratou como uma verdadeira filha.

—Pode me chamar como quiser, minha pequena dragonesa... Afinal... Irei criar de você como uma verdadeira filha... –Sentir dor em suas palavras. Então ele finalmente olhou para o gorila novamente. –Vá! Agora! Mande os guardiões em prisão e procure onde meu ir... Grrrr.... Onde Ignitus está! Aquele maldito traidor!

—Sim, mestre. Irei agora mesmo! –Gaul diz e bate no peito inflado de gorila. Então sai da sala, que por todo lado tinham cristais negros. Eu sentia um certo poder vindo deles. Não sei bem ainda oque era aquilo.

Assim que Gaul saiu, o dragão falou novamente. –Primata inútil... –Nesse momento todos os cristais da sala começam a brilhar e o dragão se materializa no meio dela, deitado no chão, olhando diretamente para mim, sorrindo amável.  Sua imagem era levemente translúcida, o que me fez perceber que ele não estava de fato ali. –Venha, minha doce dragonesa negra... Lhe darei alguns presentinhos...

Abanei minha cauda e corri para ele. –Papa! –Sorria muito e então finalmente cheguei nele, podendo o tocar. Me esfreguei em seu peito, ronronando e erguendo a pata dianteira.

Ele sorriu muito, me olhando, lambendo meu rosto. –Eu tenho um presente para você, minha querida...

Olhei para seus olhos, que ao olhar de perto, percebi que sim, havia uma pupila. Seus olhos, na verdade eram roxos, pouco mais claro que suas escamas.

Ele levantou sua pata e tocou em meu pescoço. Um calor muito gostoso saiu de sua pata. Fechei meus olhos, ronronando muito. No momento em que ele retirou a pata de meu pescoço, senti algo nele. Quando olhei, vi uma gargantilha prateada no lugar onde ele havia me tocado. –Que isso? –Perguntei.

—É um dos meus presentes. Minha presença. Você sempre sentirá que eu estarei com você, querida. Com isso você nunca estará sozinha. E também... Ele lhe dará um de meus poderes favoritos. A treva. –Com isso ele segurou minhas duas patas com as deles. –Isto aqui, serão as suas habilidades de luta e também o dom de conseguir se lembrar de tudo do que você passou ou passará, até o fim. Também lhe darão dois elementos a mais: Vento e ácido. –Com isso ele soltou e dois braceletes apareceram, cada um em uma de minhas pernas dianteiras. Então senti ele enrolando a sua cauda na minha, até a base. Me esfreguei mais nele, sentindo muito conforto. Senti o mesmo calor e olhei para ele. –E este aqui é meu último presente para você hoje, querida. Lhe dará o dom de se comunicar com os espíritos e a habilidade de ter o meu elemento predileto: Medo. Ele moveu sua cauda, deslizando ela um pouco mais para a ponta da minha. Assim que ele fez isso, onde sua cauda estava anteriormente estava uma espécie de gargantilha, igual aos braceletes e gargantilha que agora estavam em meu pescoço e pernas. Porém, ele não desenrolou sua cauda da minha.

—Durma agora, minha pequena dragonesa. Sonho bem, pois não sei se você terá muitas noites boas daqui para frente... Minha pequena Cynder.


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