Interativa - Survivors: Terceira Temporada escrita por Luan Hiusei


Capítulo 7
S02CAP01 - Just Broken Bones


Notas iniciais do capítulo

E então?
Tecnicamente não é a abertura da temporada, mas vamos considerar que é. Enfim, boa leitura.



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Agnes correu mais rápido, estava quase fora daquele maldito shopping. E por maldito, ela quase diria literalmente, pois mortos correndo atrás dela não era normal, mas nada naquela manhã de vinte um de dezembro foi normal.
Primeiro, ela acordou e se arrumou. Resolveu usar uma camisa larga e preta, junto com uma calça jeans branca e sandálias brancas. O cabelo castanho estava jogado para um lado do rosto. As mechas restantes foram presas atrás das orelhas.
— Agnes? Vai sair quando daí? O banheiro não é seu! – Uma voz idosa e duas batidas apressadas na porta fizeram seus olhos verdes escuros se desviarem do espelho para a porta.
— Já estou saindo, vô Amanda. – Ela gritou sem levantar a voz realmente.

Ela então saiu. Esperava que a vô fosse entrar no banheiro, mas ela não o fez. Depois desse tempo todo, deveria esperar Isso.
Passou pela sala, todos estavam assistindo televisão. E por todos, ela queria dizer todos os avós. Amanda, havia sentado no "trono". Era um pouco difícil lidar com a pessoa que dizia que você é responsável pela morte da filha dela.
No sofá de três lugares, Rose e Silvio estavam abraçados.
— Vai mesmo sair...? Mesmo com essas coisas todas por aí? – Rose perguntou.
— Deixe ela. Se não voltar é melhor. – Amanda disse com áspera entoação.
— Meu Deus. – Roger ficava sentado no outro sofá. Lia um livro ao invés de assistir televisão.

Agnes simplesmente pegou sua bolsa e saiu. Agora, ela desejaria poder se despedir dos quatro.
Morava em uma fazenda enorme, então levou algumas horas pra chegar ao centro de Cuiabá. Mas chegou, havia finalmente chegado ao centro e estava preparada para uma manga incrível e cheia de compras.

☆ ☆ ☆ ☆

— Tae ulineun i yag hajiman? – Uma garota de cabelos rosas disse em uma língua estrangeira, o cabelo liso caia até o meio de suas costas. Seus olhos eram castanhos escuros, usava uma regata branca com desenhos de flores. Uma calça longa e azul, sapatos azuis. Não era uma roupa antiga, mas fazia lembrar anos 90. A garota também tinha leves traços asiáticos, não tão leves. Usava um forte batom roxo.
— Não vamos tão cedo. Tenho milhares de fotos pra fazer. – Seu pai, um homem grande, também asiático, provavelmente coreano, respondeu. Tinha o cabelo preto, que caia pela testa numa franja curta e lisa. Usava um conjunto social preto. – Geuligo dangsin-ui eomeoniga hangug-eo lo iyagihaneun geos-eul joh-ahaji anhneunda.
— Eu sei que ela não gosta que eu não fale coreano. – A garota respondeu, eles estavam em um shopping, sentados em uma mesa, provavelmente esperando algum pedido. – Aliás, você sabe por que nenhum celular funciona aqui? Estou preocupada com a mãe.
— Não faço ideia. – Sua amiga tinha o cabelo preto preso por um palito, formando um coque alto. Tinha uma camisa branca e um casaco roxo por cima. Usava um shorts branco e um sapato escuro. Tinha os olhos azuis.

Agnes se sentou na mesa ao lado. Chamou um garçom.
— Senhor Kwon, será que foi uma boa ideia realmente sair agora?
— Pode me chamar de Jongdae, Marina. Na Coréia...
— Eu sei Senhor Kwon. Mas prefiro assim. – A garota disse e gentilmente sorriu.
— Olha, viu como ele gosta de repetir mil vezes a mesma coisa. – Ela disse e ligou novamente para a mãe. O telefone nem sequer chamou.
— Seja mais gentil com seu pai Yara. Coitado, ele merece um pouco de piedade. – Marina disse e riu, o pai riu também. Yara olhou sem entender o senso de humor do pai e da amiga.
— Meu Deus. Vocês me assustam. Cadê minha mãe? E meu pedido... – Yara dizia alguma coisa mas um grito a impediu. Vinha de longe, e era bem pouco provável que outras pessoas tivessem ouvido, estavam muito distraídos.
Com exceção de Agnes. Que se levantou, ela e Yara se entreolharam.
— Ouviu isso...? – Agnes perguntou quase por reflexo.

Kwon olhou para ela sem saber o que aconteceu. Marina também olhava desconfiada para a amiga.
— Um grito... Eu ouvi. – Yara disse, quase instintivamente começou a caminhar na direção do grito. Agora um som de estouro abafado chamou a atenção de mais pessoas. Eles se levantaram também. O murmúrio aumentou até que os sons ficaram impossíveis de identificar.
— O que foi isso? Precisamos sair. – Yara disse, mas então a explosão de desespero que precede um desastre aconteceu.

Pessoas começaram a correr, gritos e mais tiros, se elas ficassem ali seriam pisoteados. Yara puxou a amiga, o pai soube se virar sozinho. Eles desviaram do fluxo de pessoas para a saída.
Mas então algo inesperado aconteceu, as portas de ferro que faziam a segurança do local se abaixaram. Completamente trancadas, e o que confirmou isso foi o som das travas.
Não restaram muitas pessoas, e todas elas pareciam desesperadas demais para fazer algo inteligente. Com exceção da mulher que estava ao lado de Yara.
— Ei, ei! – Yara puxou a moça, que estava perplexa. – Qual seu nome?
— Sou Agnes... E acho que a gente tem que procurar uma saída alternativa agora. Deve ser aquela maldita epidemia... Mas estava muito longe daqui até...
— Vamos! – Yara puxou ela e correu, acompanhadas pelo pai e pela amiga. Subiram as escadas de vidro do local. Agnes virou para trás, e lá estava. Uma daquelas coisas, comendo pedaços do corpo de uma mulher no chão. De certo modo aquilo deu um impulso especial e ela subiu mais rápido ainda.
Kwon pensou rápido e apontou para a sala de segurança no prédio, ficava no fim do corredor. Ainda tinham várias lojas no caminho, mas todas pareciam desabitadas completamente.

Marina gritou quando viu uma daquelas coisas se aproximando, e logo atrás um exército deles apareceu, em seguida ela começou a correr. Yara seguiu e Agnes e Kwon foram juntos. A distância entre a sala de segurança e eles diminuía rapidamente quando Marina foi agarrada por uma daquelas coisas.

Yara parou imediatamente e atingiu a coisa rapidamente, fazendo ela soltar a amiga e quebrar a vidraça do local. Rapidamente Kwon pegou um caco de vidro enorme e cravou no cérebro da criatura, provavelmente a apagou completamente.

Agnes puxou Marina, ajudando ela a levantar e correr mais rápido também. Yara as seguiu e seu pai foi atrás. Finalmente chegaram a porta, Agnes a abriu e Marina entrou, acabou sendo surpreendida por um policial. Morto.
Kwon entrou rápido, e viu a situação, retirou a criatura dos braços da amiga da filha e a empurrou, pegou um bastão de policial do chão e atingiu o monstro no chão. Yara fechou a porta assim que entrou e por pouco um dos mortos não a alcançou, teve sua mão arrancada pela porta de metal. As batidas insistentes deles balançavam as portas.
— Temos um probleminha moral aqui. Se abrimos as portas, essas coisas vão escapar e a cidade toda será destruída... – Yara falou, interrompeu o pai, que estava prestes a destravar a porta.
— Que droga... Podemos encontrar uma saída auxiliar? – Ele se voltou para trás.
— O tubo de ventilação sempre funciona nos filmes de... – Marina obteve olhares de "como assim?" das duas outras garotas, mas Kwon saltou sobre uma prateleira e descobriu o canal de ventilação que Marina disse. Parecia espaçoso o suficiente para uma pessoa passar facilmente.
— Escolher a ordem que vai ser uma droga. – Kwon pegou Yara e a empurrou, sem deixar muita escolha, Marina foi a segunda.
Agnes estava se preparando para subir, quando a porta foi rompida pelas criaturas, e ela tropeçou, caindo da prateleira. Marina gritou, enquanto Kwon descia para ajudar a garota, com o bastão atingiu o primeiro que entrou, Agnes foi rápida e pegou uma das armas dos policiais do chão e atirou, pegando o que vinha logo atrás, que mesmo ela estando deitada no chão conseguiu acertar.
A essa altura Marina e Yara se arrastaram de volta, Yara pegou uma das armas também, e atingiu o que vinha atrás. Marina usava uma das facas e assim que o último passou pela porta ela a enfiou em sua cabeça e o deixou cair no chão.

Kwon trancou a porta novamente, mas a tranca havia sido rompida completamente.
— Droga! – Ele deu um soco na porta, mas de nada adiantou.
— Calma, vamos dar um jeito. – Yara empurrou a porta com os braços, enquanto Marina a forçava com as costas.

Yara começou a murmurar algumas palavras, pareciam uma música em outra língua, mas Ninguém conseguia ouvir realmente o que ela dizia.
— Sabe de uma coisa. Vamos abrir essa merda de porta e cair matando. – Marina disse, parecia ter mudado completamente, a raiva estava em seus olhos. Sabia que não teria outra solução, Yara também soltou a porta, parecia com medo mas determinada.

O primeiro que entrou pela porta foi atingido em cheio no rosto por Agnes, que avançou, não pareciam ter tantos assim por perto, então ela atirou nos outros dois que estavam vindo em sua direção.

Kwon correu e ultrapassou a garota, atingindo com força o bastão no rosto de um e o derrubando da escada pela lateral, rapidamente reagiu e atacou com a ponta o que vinha pela frente, fazendo o cair dando cambalhotas pela escada.

Yara e Agnes foram mais cuidadosas, avançaram calmamente protegendo as costas uma da outra. Yara viu uma das coisas se aproximar de seu pai e puxar o gatilho da arma foi quase automático, ela o atingiu no peito e ele foi impulsionado para trás, mas se levantou em seguida, o pai alertado pelo tiro derrubou o monstro pela escada. Agnes atirava constantemente nos que saiam das lojas e estava conseguindo segurar eles facilmente.

Marina caminhava, cautelosa, olhava atenta a todas as direções, não pretendia ser agarrada novamente por um daqueles... Antes que terminasse o pensamento, sentiu a mão de um deles na perna, que a puxou e derrubou. Yara viu e correu para ajudar a amiga, mas para surpresa maior ainda seu pai recuava, atacado por dois daqueles monstros.
— Merda! – Ela gritou, teria que fazer uma escolha naquele momento. Nunca teve tanto medo na vida, mas não era o medo que a feria, era a quase certeza que o pai ou a melhor amiga iam acabar mortos, e enquanto parava de correr para mudar de direção, viu Agnes fazer alguma coisa surpreendente. Suas balas haviam acabado, então ela simplesmente correu e se atirou, segurando Kwon, os dois caíram aqueles dez metros de altura e acabaram no chão.

A dor que a mulher sentia era imensurável, parecia que um de seus ossos havia quebrado, ou algo assim. Felizmente um dos mortos havia servido de apoio para ela. Ainda pensava no verdadeiro motivo de ter feito isso, mas sabia que precisava da ajuda deles, então eles poderiam ser úteis.

Kwon havia dado mais sorte, aqueles meses de treino em inúmeras artes marciais que fez na Coréia há tanto tempo atrás surgiu como uma bênção, enquanto se virava no ar, caiu de costas no chão frio. Sentiu e ouviu o estalo de um osso sendo deslocado. Se perguntou se a filha lembrava alguma coisa do curso de enfermagem, mas a resposta deveria ser sim. Então pela segunda vez em um minuto ele agradeceu ter gastado com algo que considerou desnecessário.

E então, quando estavam esquecendo da situação, um dos mortos que caiu com eles, começou a se levantar lentamente. Kwon forçou o corpo para cima com os braços, mas quando a dor lacerante surgiu em seu ombro, ele se arrependeu imediatamente e perdeu a força, batendo as costas no chão e quase gritando com a dor nova do impacto.

Já Agnes também forçou a se levantar, mas provavelmente estava mal posicionada, pois a dor que surgiu em seu torso, fazia parecer que alguém a estava serrando ao meio, e o grito alto e cheio de dor que saiu da boca dela era impossível de evitar.

Felizmente, a última bala de Yara veio como um presente dos céus, quando atingiu aquela coisa bem no meio da testa, ele caiu para trás, morto, e dessa vez, completamente.

Os únicos sons que sobraram eram as respirações ofegantes dos quatro, acompanhada dos gemidos de dor de Agnes, e do gemido de esforço de Kwon, que se levantava devagar.
— Acha que terminamos? – Marina cuidava ao redor, mas não via nada.
— Ainda é cedo pra falar, mas acho que esse barulho todo atraiu todos que estavam aqui... Pai! Agnes! Estão bem? – Ela gritou, mesmo sem necessidade.
— Melhor impossível. Acho que a amiga aqui quebrou alguma coisa. – Ele disse e finalmente conseguiu ficar em pé, seu braço sangrava muito, mas agora ele o segurava com a mão. – Obrigado. Pode parecer ironia, mas salvou minha vida.
— De nada... Se quiserem, podem ir na minha casa... Fica pra lá. – Agnes tentou apontar mas a dor a lembrou que não deveria se mover.
— Só vamos ter que dar um jeito de te carregar até o carro... – Yara disse e começou a pensar.
— Não é pra tanto. Foram só uns ossos quebrados... – Agnes tentou levantar, mas acabou gritando novamente.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam?
Até mais.



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