Interativa - Survivors: Terceira Temporada escrita por Luan Hiusei


Capítulo 19
S03CAP04 - Hate Inside


Notas iniciais do capítulo

Capitulo novo ai gente, boa leitura.



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Claudio Mariano Mendes

Mais uma vez aquele grupinho inútil está atrapalhando a gente. Seria tudo tão fácil se só tivesse eu, a Amora, a irmã daquela vadia e o Júlio.

Parece que o resto esqueceu que foi graças a mim que escapamos daquele maldito lugar.

Não sei quem eu odeio mais. Yuri, simplesmente por achar que manda alguma coisa, deve se sentir o macho alfa da alcateia. Ana, aquela puta desgraçada que só deve apoiar ele por que ele dá um jeito de apagar o fogo de vadia dela. Rebbeca e Clara, duas idiotas inúteis que acham que vão sobreviver muito tentando ser amigáveis e pacificas. São só duas burras inúteis. E por fim, aquele garoto retardado, e o adulto retardado. Kauan e Bernardo, dois estupidos que mereciam estar mortos pois são grandes merdas.

“Mas Kauan é só uma criança”, a vadia ruiva disse quando sugeri abandonar ele. “E Bernardo não pode nem se defender”, a desgraçada idiota da Clara defendeu ele ainda. Estamos sem comida, sem agua. E dar para eles é um completo desperdício.

Ana gritou comigo, dizendo que só estamos passando por isso por causa dos exageros dos meus amigos e eu, mas parece que aquela vagabunda sabe alguma coisa, como se eu não merecesse gastar o que quisesse! Pois estamos livres graças a mim! Eu teria arrebentado a cara dela com uma pedra se Amora não tivesse me impedido. E então, minha namorada brigou comigo. Falou que eu exagerei, que eu tinha passado dos limites e que se não começasse a me controlar não poderíamos ficar juntos. Por um segundo, mas por apenas um segundo tive vontade de esmagar o crânio dela no chão, mas passou rápido. Eu amo ela, e não vou machucá-la.

Hoje temos outra reunião, e hoje muitas coisas irão ser resolvidas se não, essa arma aqui ao meu lado vai resolver tudo.

A noite já está caindo, e estamos em outro local, falta muito pouco para o Rio de Janeiro. Obviamente a cidade em si não poderemos acessar, mas deve ter algum barco esperando por nós. Para os que conseguirem e merecerem.

A vadia loira e o namoradinho são os primeiros a se sentar. No momento estamos em uma área florestal, mas achamos uma clareira e fizemos fogo.

João e Maria se sentam lado a lado, como era de se esperar. A noite está fria, como um presente de deus, se é que ele existe. Eles estão com roupas curtas, assim como todos nós, então é inevitável o frio. Deve ser por isso que estão abraçados. E última noite passada estavam aos beijos.

Começaram a cochichar coisas, as vezes ela sorri. Tenho vontade de esfregar o rosto delas nas brasas daquela fogueira.

Dou as costas e vejo Amora chegando da floresta, tem algumas frutas nas mãos, Júlio está carregando mais atrás dela. Me aproximo e beijo seus lábios, mas sinto a frieza dela. Que tenta disfarçar. Mas que porra aconteceu com ela?

Para minha surpresa, Mariana se senta ao lado da irmã.

— Aconteceu alguma coisa? – Ana perguntou. Como se nada tivesse acontecido, como se elas não tivessem se afastado.

— É que... – A irmã respondeu, olhou para mim. Adolescentes são as coisas mais estúpidas desse planeta. Ela ia falar de mim, e olhava na minha direção.

Ana e Yuri disfarçavam muito bem. Mas Yuri fez uma expressão de indignação, Ana parecia preocupada. Mariana quase chorou, conseguia ver a agua em seus olhos reluzindo as chamas alaranjadas da fogueira.

O crepitar da lenha aumentou de intensidade assim que Rebecca chegou com Kauan. Os dois largaram pedaços de madeira na fogueira. O olhar do garoto estava perdido, como estava todos os dias desde os acontecimentos a quase dois meses. Rebecca estava fazendo o papel de segunda mãe dele, nunca entendi porque ela acolheu ele assim, deduzi que ela deve ter perdido alguém que era como um filho ou algo assim e agora, como idiota que é, acha que cuidar de outro filho vai preencher o vazio nela. O que mais achei engraçado foi ela recusando carne e pegando só frutas que a Amora colocou lá, disse que não comia carne. A desgraçada é exigente.

A roda estava formada. Clara e Rebecca terminaram de olhar o ombro do estúpido inútil e ele se sentou conosco. Seu olhar atingiu o meu e o covarde baixou o rosto. Sabia o que eu diria esta noite.

— Todos prontos? – Yuri se levantou e devia estar se sentindo o líder mais uma vez. Hoje poderíamos discutir, estávamos longe da cidade e dos errantes malditos. Todos assentiram quase simultaneamente, eu permaneci calado. Meu sangue estava começando a se aquecer.

— Temos vários assuntos a tratar hoje, entre eles, escolha de um líder fixo e problemas com alguns membros da equipe. – Rebecca falou com a maldita voz baixa que me tirava do sério. Acho que ela nunca gritou na vida, a piranha é calma mesmo.

Pude ver o que aconteceria ali, quando a ruiva abraçou o garotinho imprestável. Ana, a irmã e Yuri olharam para mim. Júlio e eu olhamos para Bernardo. Amora continuava quieta e Clara simplesmente colocou mais lenha na chama acesa no chão.

— Bernardo tem que cair fora. – Eu disse e senti algo estranho no ar. Todos estavam olhando para mim. Júlio, Amora. Meus aliados.

— Claudio... A gente pensou nisso por muito tempo... eu te amo, mas... – Assim que aquele, “mas” passou pelos meus ouvidos eu sabia o que eles iriam falar.

— Amigo, você tem andado estranho ultimamente. – Júlio falou a mesma coisa que eu me ouvi dizendo na minha mente.

— Se você não se controlar, teremos que te expulsar daqui. – Rebecca continuava calma. Eu me levantei, agora meu sangue borbulhava. Conseguia ouvir meu coração na minha cabeça. As batidas. Tum, tum, tum. Rápido demais, feroz demais.

— Vocês pensam que são quem para me expulsar?! – Meu grito deve ter ecoado até o inferno e eu senti isso. Meu rosto estava vermelho e o calor na minha cara me fazia queimar ainda mais. O covarde inútil recuou e se encolheu em cima do tronco onde estava sentado. O ódio em mim estava visível. Rebe

— Claudio, se você não se acalmar... – Amora chegou perto de mim, mas eu não estava mais em condições de controlar qualquer impulso. Fechei a minha mão, e mesmo ela sendo uma ex-lutadora de MMA acabou sendo atingida em cheio na cara, ela voou para trás, caindo sobre as folhas no chão com um giro no ar. Estava escuro, mas eu vi o liquido vermelho escorrer de sua boca. A clareira ficou extremamente silenciosa. Todos me analisaram por um segundo. Júlio foi o próximo em meu caminho.

— O que você...? – Quando minha mão aberta o atingiu no rosto do garoto ele ainda teve tempo de colocar a cabeça para trás, mas foi pego pela minha mão. A academia e as lutas estavam servindo de alguma coisa hoje. Ele saltou para trás com a mão no rosto, tropeçou em um tronco e caiu para trás.

Avancei na direção do maldito que era a causa disso tudo, Yuri quase me parou a tempo de evitar o que eu fiz. Quase. Meu chute com a ponta do pé pegou em cheio no queixo do retardado e ele também caiu. Sangue voou enquanto seu corpo caia para trás, ele estava encolhido quando eu o atingi. Cagando de medo, nem se moveu ao me ver chegando.

Agora o herói do dia saltou na minha cintura e nós caímos no chão. Rolamos pelas folhas úmidas, não via mais nada além do corpo pesado dele sobre o meu.

Meu punho subiu quando paramos de rolar, deitados um sobre o outro como dois viados, o que chegava a parecer engraçado, mas meu soco fez ele voar para trás, pensei que tinha sido pela minha força, mas ele nem havia sido ferido e seu punho que desceu bem no meio do meu rosto empurrou meu crânio para o chão. Senti uma batida na parte de trás da cabeça, uma pedra. A visão escureceu. Mesmo assim vi o próximo soco chegando e coloquei o rosto para o lado, ele atingiu a pedra com toda força, ouvi seus ossos estalarem a um centímetro do meu rosto, aproveitei que ele recolheu a mão e eu atingi ele com o punho fechado, dessa vez ele caiu.

Lembrei da arma na cintura, e já era de acabar com isso tudo, mas então aqueles malditos inúteis resolveram reagir.

— Seu filho da puta nojento! – Claire. Isso aí, a jovenzinha de dezoito anos me deu um chute na costela quando a arma já estava em minha mão. Ela não era forte, nem sabia lutar. Mas atingiu em cheio, num local fraco. O ar saiu dos meus pulmões e soltei a arma. Mais uma pessoa se envolveu na briga, Ana viu a arma e correu na direção dela, Claire recuou e Ana passou por ela como um raio. A desgraçada viu eu estender a mão para pegar a arma e se atirou no chão, seus dedos a alcançaram um segundo antes dos meus.

Mas eu não estava disposto a parar, minha mão se voltou para o braço dela. Apertei seu pulso com tanta força que sua veia parecia explodir na minha mão. Ela gritou alto.

Yuri se virou para mim em um segundo com o grito dela. Tinha algo em seus olhos, alguma raiva inexplicável. Eu estava com medo? Medo dele?

O chute dele no meu peito me atirou para trás e soltei o pulso da vadia. Ele parou na minha frente. Era assustador. Ele era um monstro.

— Você merece. – Ele me chutou com mais força que antes, tentei gritar, mas nenhum som saiu. Rebecca gritou “para”. Mas estava tudo se afastando, ficando mais e mais escuro. Ele pisou no meu pescoço. Eu estava chorando?

Mariana correu ajudar a irmã, Clara foi com Amora. Pegou algumas coisas do kit medico em um carro. Rebecca pegou alguma coisa dela também e foi ajudar Bernardo. Kauan chorava um pouco alto demais. Estavam falando, mas eu não ouvia nada. Julio me olhava com a mão segurando o sangue na boca. Yuri recuou quando Ana gritou seu nome pela terceira vez, seu olhar mudou. Primeiro ele parecia surpreso pelo que fez, quando viu seu pé em cima de mim. Depois, pareceu se sentir culpado. Deu passos para trás, Ana lhe entregou a arma e o abraçou. Começou a chorar.

Depois disso eu apaguei, não lembro de nada. Mas estou amarrado a uma arvore. Já amanheceu, o sol de manhã de outono está bem nas minhas costas. Eu odeio eles. Odeio todos, cada um, com todas as minhas forças. Estrangularia e arrebentaria a cabeça de cada um deles se pudesse.

Tem algo vindo, passos nas folhas e gravetos. Acho que acabou para mim. Vou ser comido por um daqueles monstros malditos. Mas uma coisa pior estava reservada quando vi quem apareceu.

— Você? – Um sorriso escroto foi dado pelo homem. Três pessoas armadas estavam atrás dele.

— Vá pro inferno. – Teria cuspido se minha boca não estivesse seca demais.

— Que hostilidade é essa, cara? – Ele disse e deu uma gargalhada. – Vamos, tirem esse idiota daí. Posso ver o ódio em você. – Ele disse olhando fixamente nos meus olhos.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam?



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