Interativa - Survivors: Terceira Temporada escrita por Luan Hiusei


Capítulo 15
S02CAP09 - Burned Down


Notas iniciais do capítulo

Bem, oi pessoal :v
Esse capitulo marca o fim da temporada, e espero que tenham gostado dessa segunda.
Boa leitura.



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Os tiros haviam começado e era esse o sinal que Yuri precisava. Na escuridão da noite ele atacou silenciosamente com uma faca e matou um dos guardas da casa por trás, foi silencioso o suficiente para não ser notado. Julio César ao seu lado fez o mesmo, mas com precisão de adolescente, e quando passou a faca pelo pescoço do guarda, ao invés dele morrer em três segundos e deslizar o corpo pela parede, ele se debateu, não conseguia falar, e os gritos dele saiam como sopros pela garganta cortada. Seu corpo caiu no chão e depois de alguns fracos coices ele morreu. Yuri e Júlio agradeceram por não conseguirem ver nada além de um fraco tom vermelho opaco ao redor do corpo das vítimas.

Clara, a alguns metros estava abaixada sob um muro, talvez só agora percebesse que não era tão feroz quanto sua avó, feroz exatamente não era a palavra. Ela mal sabia atirar, era quase como a parceira de planejamento Rebecca, mas ela acreditava que violência era necessária as vezes, descobriu que não era ela quem decidiria isso e baixou sua arma. Não iria matar hoje, uma hora precisaria, mas hoje não.

— Vai mesmo sair? – Sua avó percebeu rapidamente as intenções da neta.

— Me desculpe, vó. Não consigo... – Ela respondeu e a avó sorriu, queria dizer "tudo bem" mas a senhora não disse nada e voltou a atirar. Clara se esgueirou pelas proteções até a saída.

Enquanto o grupo de Rebecca escapava, um deles havia ficado para trás, Cláudio, que pretendia resolver assuntos pendentes.

E ele viu Yuri e o amigo derrubarem os guardas e rapidamente entrou na casa. O primeiro assunto pendente deu as caras no andar de baixo da casa de Sandra.

— Amora? – Ela parou de correr e quase atirou nele, mas o revólver estava travado. Ela o reconheceu a abaixou a arma.

— Veio ajudar? As armas estão na mesa. – Ela disse e quase correu para fora, mas ele a segurou pelo braço.

— Eu vim ajudar eles. – O ênfase na palavra final e o dedo apontando pra fora se auto explicaram. Amora não sabia exatamente o que pensar, e rapidamente a indecisão tomou conta rapidamente dela.

— O que...? – Ela falou involuntariamente.

— Você entendeu, agora, por favor, vamos sair daqui juntos. – Cláudio simplesmente falou. Amora analisaria as opções melhor, mas não conseguiu parar, ela já havia feito o bastante pelo grupo de Michael, e essa última semana havia sido um inferno. Não aguentaria mais um minuto ali. Ela parou e voltou para a mesa, pegou a sacola de armas e munições.

— Estive esperando. – Ela pegou outra sacola, nessa haviam suas tintas e outras coisas de artes.

E a fuga teria dado extremamente certo, se não fossem pelos dois homens que entraram na casa. Os primeiros dois segundos foram a fase de identificação, onde Michael e mais alguém reconheciam Cláudio e Amora, e vice versa. Dois deles eram mais inteligentes do que o esperado. Michael pegou o revólver e atirou, mas Cláudio conseguiu empurrar Amora para trás de uma mesa, e saltar para fora da área de tiro.

E então a declaração de guerra entre os quatro foi oficializada. Michael estava visivelmente com mais raiva de Amora, atirou duas vezes na direção dela, que derrubou a mesa para se proteger, um dos tiros raspou na frente de seu rosto enquanto ela engatinhava para uma proteção melhor, o outro quase atingiu sua perna e ela gritou. Cláudio emergiu como um golfinho no mar de trás da bela geladeira branca, os tiros passaram longe de Michael, mas não do ser que estava com ele. O sangue voou no sofá e o cara caiu para trás, Michael se abaixou.

Agora, Amora quem atirou, o tiro passou na frente dele, mas ainda longe, o próximo encurtou a distância e ele parou, se tivesse dado um passo à frente a bala seguinte haveria estourado sua cabeça. E ter sua cabeça quase arrebentada por um inferior dava a ele uma nova perspectiva de mundo.

Então, Cláudio, que era mais ágil do que acreditava, atingiu Michael com um soco. "Um jovem batendo em um senhor de idade." Ou quase atingiu ele, Michael desviou sua mão e ele atingiu a parede, como resposta ainda tentou atingir Cláudio, mas o soco da mulher em seu pulso o impediu. Nenhum deles estava armado agora.

Michael quase riu ao ver a mulher colocar os punhos em posição de luta, mas percebeu quer assim como um velho podia ser mais forte que um jovem, uma mulher poderia sim ser mais forte que um homem. E teve certeza quando ela o atingiu inesperadamente com um soco na mandíbula, fazendo sua cabeça virar para cima. Ele foi ágil o suficiente para usar a mão esquerda para dar um soco horizontal, mas Amora abaixou e mais uma vez deu um soco em Michael, dessa vez bem no meio da barriga, fazendo ele andar para trás.

Ela teria continuado, mas Cláudio a puxou, e assim que saíram da casa, um clarão iluminou a noite. Um raio, e havia escolhido o pavilhão de Sandra como alvo, e o fogo começou. Os tiros diminuíram e deram lugar ao gritos.

— Por que eles estão fugindo... – Júlio César foi puxado por Yuri.

— Lá que estão todos os cilindros de gás. –

— Merda.

Os dois se puseram a correr, e antes que tudo começasse estavam lá fora já. E então começou.

A primeira explosão derrubou algumas paredes, e o clarão foi semelhante ao do raio, o som igual ao do trovão. E então a segunda explosão aconteceu, essa levantou as folhas do chão e as afastou, o fogo já estava se alastrando. E como se não bastasse, mais uma, esta foi maior e todos que já estavam fora da casa sentiram o vento forte na noite quente, vento esse que era quente também e carregado de cinzas, elas grudaram nos carros que estavam na rua.

Clara teria corrido de volta, mas alguém a puxou. Se por um lado queria voltar e salvar sua avó, mas não poderia. Já trabalhara em hospitais, e sabia as chances dela. Agradeceria também a quem a puxou e não a fez dificultar as coisas. Enquanto corria começou a chorar.

No lado inverso Sandra correu desesperada, seu filho atrás. Yuri e Ana vinham atrás deles. Ela não conseguiu aguentar ver seu local sendo destruído, não aguentava muito mais que aquilo.

Sandra entrou pelo portão correndo, o gramado estalava com as chamas e estalava com um brilho laranja. Ela deitou sobre o gramado.

— Sandra! Vamos embora! – Ana chamou, mas foi ignorada.

Yuri chegou mais perto.

— Por favor tia, não podemos desistir! – Ele se aproximou mais.

— Yuri, não estou desistindo. Só não consigo mais seguir em frente, quero ficar aqui, no lugar onde eu construí tudo.

— Você tem um filho, vai deixe ele sozinho nesse mundo? – Yuri pisou no gramado também, provavelmente estavam mais de quarenta graus ali.

— Não vou conseguir fazer um bom trabalho como mãe nesse estado, vocês dois serão melhores.

— Se você ficar eu fico também! – A tentativa de Yuri de faze-la mudar de ideia não funcionou como ele queria, Sandra estava realmente decidida e não iria mudar de ideia.

Mais uma explosão aconteceu, dessa vez Yuri teve que proteger o rosto devido a intensidade, e com as mãos no rosto sentiu uma gota de água, e logo em seguida um volume maior.

— Vai logo. – Nem Yuri ou Ana poderiam dizer se Sandra realmente sorriu, mas quando estavam novamente na rua, com Kauan se debatendo contra os braços de Yuri, a última explosão a aconteceu, essa acabou com a casa de Sandra e todos sentiram a onda de calor, mesmo estando a quase um quilômetro de distância. Sandra encontrou o fim que esperava quando seu corpo foi carbonizado pelas chamas ardentes.

— Mãe! – Kauan gritou e se soltou dos braços de Yuri, correu na direção da casa mas Rebecca o segurou.

— Por favor Kauan... Não podemos fazer mais nada! – Seus olhos se encheram de água. Não conheceu Sandra tão bem para chamar de amiga, mas ela era uma boa pessoa, do tipo que dificilmente se encontra nesse mundo novo, e Rebecca estava triste por ver todas as vidas perdidas naquele confronto desnecessário, pois nenhum confronto era necessário enquanto teriam que lutar contra os mortos.

— Mas é... minha mãe... – Kauan começou a soluçar, perdeu suas forças. Rebecca o abraçou, não podia trazer Sandra de volta, mas podia consolar o garoto.

E ela teria ficado muito tempo naquele abraço se os grunhidos das criaturas já conhecidas não a tirassem do seu momento, e percebeu que as explosões deveriam ter atraído centenas deles.

Yuri percebeu que a dedução de Rebecca estava mais que certa quando os caminhos foram bloqueados pelos mortos, ele pegou seu rifle e se preparou.

Ana usou sua machete de atacando um dos mortos quando este se aproximou de Rebecca, com força arrancou a lamina da cabeça dele e jogou o corpo no chão.

— Levem eles para os carros! – Yuri chamava as pessoas, algumas estavam no chão, sendo devoradas. Claudio passou correndo e puxando Amora pelo braço, eles entraram em um carro, mesmo de Clara, Rebecca e Kauan.

Bernardo passou correndo por Ana, que atingiu um monstro que estava atrás dele, ele tropeçou em seguia no chão. Seu grito de dor atraiu as criaturas que estavam distraídas com o fogo.

— Merda! – Yuri correu e o levantou pelo braço. Julio César tentava atrasar os mortos com um bastão, e estava conseguindo.

A mulher enfiou a lamina no peito de um dos mortos que se aproximava dela e o empurrou para tras, ele caiu e ela puxou a machete, logo depois perfurando seu cérebro, um deles tentou a pegar mas Julio César o acertou antes, Mariana e Yuri param um carro ao lado deles.

— Entra! Rapido! – Mariana abriu a porta, Bernardo entrou no carro rapidamente, seu rosto estava sangrando devido a queda, Ana e Julio entraram também, os carros seguiram o carro de Claudio que estava na frente.

— - - - -

Ana suspirou fundo, era passado da meia noite. Os corpos deixados para trás estavam em sua mente, não era tão fácil esquecer aquilo. Começou a chorar mais uma vez, achava que o choro de dez minutos atrás teria sido o ultimo, mas errou feio.

Yuri pegou a mão de Ana. Com a outra virou o rosto dela para o seu.

— Voce tem certeza que esta bem?

— Eu já disse... – Ela parou de soluçar e inspirou devagar. Baixou a cabeça mas Yuri a levantou.

— Por favor... Estarei sempre aqui se precisar.

Ana sorriu forçadamente, mas continuava sendo um sorriso triste, a irmã a abraçou.

— Pra onde vamos agora? – Após alguns minutos de silencio, Bernardo fez a pergunta inevitável. Ele não havia chorado, mas seu rosto estava manchado de sangue.

— Temos que esperar até o dia clarear para parar, se os errantes nos tiverem seguido seria problema. – Julio César falou sem desviar os olhos da estrada, estava tudo muito escuro e a chuva havia recomeçado. Raios eram visíveis ao longe.

Mas assim que o sol começou a surgir, logo depois dos grupos terem parado para reabastecer em um posto, quatro aviões passaram por eles. Era uma visão inexplicável, alguns eles chegaram a sorrir apenas por saberem que alguém estava bem. Mas então uma explosão aconteceu. O que deveria ser o centro da cidade foi incinerado pelas bombas seguintes. Centro, sul, leste e todos os lados, completamente incinerados.

Ana se ajoelhou no chão. Não chorou, proavevlmente não tinha mais agua pra chorar. Mariana seentou no chão, baixou a cabeça e levou as mãos as temporas. Bernardo olhou pra cima, chorou depois de lutar tanto para não faze-lo. Rebecca ainda segurava Kauan pelo braço e baixou a cabeça na tentativa  de esconder as lagrimas, mas o garotto viu elas atingirem o chão. Amora e Claudio não choraram mais, apenas abaixaram a cabeça. Clara estava em um canto com as mãos na cabeça, não estava mais chorando agora.

— Avioes do norte... – Yuri falou desconexo mas todos ouviram.

— Isso... Isso quer dizer que em algum lugar... Eles ainda estão lutando? – Bernardo perguntou, mas não parecia com esperança.

— Eles estão sim... Precisamos encontra-los. – Ana se levantou e limpou o rosto.

— Vamos encontra-los. Mas precisamos de um navio. – Quem falou foi Claudio, e a sensação de ser ouvido era incrível.

— E onde você acha que encontraremos um navio em bom estado depois de tudo isso? – Julio César questionou, não duvidava que pudesse dar certo.

— Temos que tentar, no Rio deve ter alguma coisa. – Ele respondeu firme.

— E acabar indo pra um covil dessas criaturas? – Quem falou foi Rebecca.

— Ou podemos ficar aqui e morrer. – Claudio fez uma observação que mudou algumas posições.

— Ele tem razão. – Mariana fez o movimento da irmã, levantou e limpou o rosto.

Todos se levantaram. Haviam aceitado seu novo destino, e embora alguns alijá estivessem prestes a desistir, haviam encontrado um novo objetivo pra lutar e se havia alguma coisa pra lutar, tinham que lutar.

Na próxima temporada de Survivors...

— Yuri, eu sei que você está escondendo alguma coisa. Aquele navio é seu, e por algum motivo não quer usá-lo. – Ana e Yuri estavam frente a frente numa noite nublada.

— Ana, eu não posso voltar a casa dos meus pais pra buscar a droga da chave, entende? Eu... Eu... Enlouqueceria... – Yuri baixou a cabeça e deixou uma lagrima cair.


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Notas finais do capítulo

Bom, como ultimo aviso, algumas mudanças vão ocorrer na terceira temporada. Isso inclui muitas mortes, meus leitores fieis que vão ter prioridade.
A outra mudança é que os capítulos serão em primeira pessoa agora, no começo de cada capitulo vai estar escrito por quem é narrado.
É isso, espero que tenham gostado e obrigado a todos por me acompanharem. Até mais.



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