Mako me mostrou várias técnicas de dobra de fogo, mas não da forma chata e rígida de sempre, ele não me dizia simplesmente oque eu fiz de errado, ele me pegava pelos braços e corrigia, pode não parecer mas isso faz toda a diferença e além disso ele não gritava quando eu fazia algo de errado, e quando acertava ele me elogiava.

    -Agora que tal se descansarmos um pouco?- pergunta Mako e eu faço que sim com a cabeça.

    O palácio real é incrível. Feito com decorações de ouro e arbustos cortados em formas de dragão e seus longos tapetes vermelhos. Ainda não vi mais nenhuma pessoa ali a não ser Mako e alguns guardas, nem mesmo sua esposa, a senhora do fogo Isuki, generais nem nada disso.

     -Hã... onde tá todo mundo?- pergunto pra Mako.

     -Isuki está em cidade república para a reunião e como chefe da policia eu vou pra lá em alguns dias.- diz Mako.- Quanto a Zenny, ele deve estar no quarto.

      -Zenny?- pergunto

      -Meu filho.- Ele diz.- Eu deveria realmente apresenta-lo pra você, seria bom ele socializar mais...

     -Como você?- brinco

     Mako dá uma risadinha de leve.

     -Você realmente é a reencarnação da Korra.

     Já abro a minha boca pra responder mas paro quando percebo que se o fizer nossas discussões não terão fim.

      Mako me leva até o quinto andar, onde ficam os quartos , vamos até um quarto onde a porta tem o símbolo da insígnia de dobra de fogo. Mako bate na porta.

        -Zenny, podemos entrar? –ele pergunta.

       -Pode pai.- uma voz lá dentro diz e abre a porta.

       Dou de cara com um adolescente que deve ter a minha idade, olhos de uma cor que nunca vi antes, cor vermelha fogo como se tivessem pego milhões de corações e espremido. Seus cabelos loiros escuros com tons de ruivo , de uma cor quase laranja lembram a cor que as nuvens ficam logo após o por do sol. Sua pele é pálida e as sobrancelhas arqueadas e como as de Mako tem formas de raio só que mais finas, e apesar de ser um pouco baixinho ele tem uma pose de superior. Ele tem cara de dominador de fogo nato.

      -Kenny esse é Wher, o novo avatar.- Mako aponta pra mim com a mão. Me curvo de forma respeitosa como me ensinaram na escola e Zenny faz o mesmo mas de forma mais natural como se fizesse isso desde que nasceu.

     -é uma honra.– ele diz.

   -é um prazer conhece-lo também. – digo.

   -Obrigado.- ele diz e levanta uma de suas sobrancelhas e seus olhos ganham um brilho diferente como se estivesse calculando milhões de possibilidades de uma só vez.

    -Wher ainda não conhece o castelo, você poderia mostra-lo pra ele, Kenny?-Diz Mako olhando para o filho.

     -Claro, só vou me arrumar.- Ele diz e bate a porta na minha cara. Me coloco em posição pronto pra dominar o ouro das portas e entrar no quarto a força e prende-lo e exigir satisfações.  

      Mako entra na minha frente bem na hora em que eu vou abrir a porta.

      -Dê um tempo á ele ok?-ele diz baixinho.- O pedido de um velho amigo.

       -Tá bom.- digo e Mako parece se alegar. –Mas não prometo nada.

       -Certo, obrigado.- Ele diz com um grande sorriso que acaba me contagiando mas quando percebo que comecei a sorrir o desfaço e volto a minha cara rude.

        Mako vai embora pelo grande corredor me deixando do lado de fora.

         Devo ter ficado por ali por uns cinco minutos esperando o garoto trocar de roupa, oque me deixou ainda mais contrariado.

         O Garoto saí do quarto com um roupa completamente nova. Ele usa luvas de pano petas e braceletes prateados , que devem ser feitos de platina. Uma jaqueta de couro com a gola que vem até o seu pescoço e deixa os braços nus. Suas calças são largas e marrons e parecem ser bem resistentes, suas botas pretas vão até perto do seu joelho.  Percebo quando ele fecha a porta do quarto que também usa anéis de metal prateado.

        -Vamos. –ele diz e anda pelo corredor da casa.

        Me seguro pra não gritar com ele em nome do pedido de Mako.

         -Ei você deveria  ao menos tentar ser mais simpático.- digo me aproximando dele.

         -E você poderia tentar ser menos simpático e falso.- ele diz.

         Rango os dentes.

         -Olha, você tem personalidade.– digo tentando o provocar com o bom e velho sarcasmo.

         -Eu? Você é quem não demonstrou suas emoções desde que chegou aqui.- diz Zenny e já sinto o meu sangue ferver mas de algum jeito consigo me manter calmo.

           -Certeza? Você não demonstrou nem um pingo de sensibilidade, eu ao menos consegui fazer isso.- digo. - Quem é mesmo o autentico aqui?

           -Autentico? Eu demonstrei meus desejos desde sempre, o problema é que eu não possuo emoção alguma. -ele sai               

  Fico parado observando o garoto andando á minha frente.

  Ele para quando percebe que eu parei e então se vira e olha pra trás.

   -Oque? Sem sentimento? Isso é impossível. –digo .-Os dominadores de fogo também tem seus sentimentos, sua fúria, sua raiva, ira e paixão.

   -Isso deve ser porque eu não sou um dominador de fogo.- Diz ele

   -Não é? Então... você é um não dominador?- pergunto meio confuso já que eu estava convicto de que ele era um dominador de fogo, e dos bons.

  -Não, não sou.- ele diz.- Porque ? você acha que um não-dominador deve ser submisso aos dominadores, ou que somos muito piores que eles?

  -Não. Não é isso.- digo.- Muitos não-dominadores são incríveis, Asami, Sokka, Suki ,Varick. Só pra citar alguns, e também não acho que ninguém dever ser submisso a ninguém. –digo.

  Zenny abre um enorme sorriso.

  -Então, você passou.- Ele diz e se aproxima de mim.

  -Passei? Passei em que?- indago.

  -No teste, eu queria ver se você seria um bom avatar ou um bom amigo.- ele diz e a fúria sobe pra cima de mim da cabeça aos pés.- E você passou.

  -Passssei?- puxo o “S” da palavra por causa da raiva.- Você acha que é um deus ou oque?! Acha que pode fazer comigo oque quer? Pois eu vou te contar uma novidade, você não é. –digo e todo o andar treme.

   Cuspo fogo e passo pelo garoto á minha frente quase o derrubando descendo as escadas batendo os pés fortemente contra o chão.

       [...]

     Observo o sol se por, deixando as nuvens próximas com um tom de vermelho e amarelo. Ajeito a manta sobre o meu novo animal de estimação.- Ainda não escolhi o nome dele mas agora ele dorme tranquilamente em um estabulo que foi reservado só pra ele.

      Ouço passos vindo de trás de mim, da porta. Me viro e sou tomado por desgosto.

     -Trégua temporária.- Diz Zenny.- Eu quero te mostrar uma coisa.

      Ando com ele indo até o palácio. Vamos sem falar nada até chegarmos no quarto dele.

      Entro e vejo um grande quarto de luxo. A cama parece que dá pra caber 4 pessoas tranquilamente. As parede em cores pasteis é “enfeitada” por armas, como espadas, adagas, lanças, e bastões enfileirados em uma das paredes.

        -Tava sem ideia pra decoração? – Pergunto sarcástico .

   -Quase isso.- diz Zenny.

   Ele se aproxima da sacada e olha pra fora. Me aproximo dele e seguro na grade.

    -Quando pequeno, eu sempre frequentei as melhores escolas, por ser o filho de Mako, o melhor detetive que cidade república já teve e Isuki, a senhora do fogo nenhuma das crianças se aproximavam de mim, e acho que por medo, elas começaram a me maltratar...

   -Se aproveitaram por você ser um não-dominador ?

   -Sim... aguentei por muito tempo mas meu pai viu que eu me sentia triste e pediu a Asami uma ajuda, ela bem, fez muito bem o seu trabalho.- Zanny fecha a mão e uma lamina de fogo sai do seu pulso.

    -Hã...? Como...

    Zenny gira o punho mostrando o fogo que saí de seu bracelete com o símbolo das industrias futuro.

     -Meu pai também me treinou no bloqueio de Chi, e tio Bolin me ensinou vários golpes de artes marciais. Mas mesmo assim as crianças ainda não iam com a minha cara, elas não me maltratavam mais por saber que agora eu podia revidar, mas, elas ainda não falavam comigo. Foi assim até agora, o único que me aceitou assim e me entende é Konny, meu primo.

      -Ah, é por isso que você fez aquele teste, queria ver se eu ia machuca-lo, você queria se certificar.- digo entendendo melhor o seu lado

       -é.- Diz Zenny, acho que eu acebei aprendendo a verificar antes de decidir se devo atacar ou não.

      -Hum, bom, acho que você não vai precisar fazer isso comigo agora.- digo

      -Hum... legal.- Zenny diz e eu dou um soco em seu ombro e ele sorri.

        Olho o sol se pondo e tenho um relance.

        -Sol. –digo, conforme uma ideia se passa por minha cabeça.- é um nome legal não é?