Inequações do Amor escrita por May Winsleston


Capítulo 9
Capítulo 9 - Mentiras


Notas iniciais do capítulo

Oiie pessoas! Primeiramente gostaria de dizer que estou muito feliz! Mais visualizações, mais acompanhamentos, mais favoritadas, mais comentários e mais felicidade para a vida dessa moça aqui o/
Agradeço em especial as maravilhosas Cherry Pitch, Dani, Kotokochan e Licalilica que me presentearam com comentários lindos! Muito obrigada!
Bem, tentei escrever rapidinho, mas a vilã da minha vida, mais conhecida como 'Obrigações', me impediu de terminar este capitulo antes. Mas enfim, espero que gostem, já vou começar a escrever o outro e tentarei postar rapidinho!
Beijo, lindos! Obrigada por darem uma chance a minha fic! Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/697527/chapter/9

— Estou apaixonada! – suspirei.
— Não está me traindo, está? – Kay perguntou, assustado.
— Não, bobo. – respondi, enquanto abria meu armário e pegava o livro de matemática. – Eu assisti a esse filme na sexta e ele me cativou. Deveríamos assistir juntos. É um romance e... – o sinal alertando o início das aulas soou por todo o corredor.
— Salvo pelo gongo. – Kay zombou, o que me fez fazer uma careta de desaprovação – Estou brincando. Estou ansioso para assisti-lo, mas preciso ir. Te amo, princesa. – ele depositou um leve beijo em meus lábios e apressou os passos em direção a sala de história.
Bati a porta do meu armário e fui a passos lentos para a sala de matemática, tentando, inutilmente, escapar da presença da minha amiga, que já me esperava em frente a porta da sala 10. Suspirei, tentando me preparar para o que estava por vir.
— E então? – perguntou, animada.
— Bem... – Joane me olhou com seus grandes olhos castanhos e brilhantes. O que ela faria se eu dissesse que ele não estava tão interessado nela? Como não magoar seu coração?
— Bem?
— Ele... – ela sorriu abertamente, esperando uma resposta diferente da que eu estava prestes a dar – Ele disse que vocês podem tentar sair num encontro. – menti.
— Dios mio! – Joane dava pulinhos de alegria enquanto batia palmas. – Vou falar com ele agora! – disse, dando um passo em direção à porta, mas logo foi impedida por mim.
— Não! – cuspi, o que a fez me lançar um olhar de estranhamento. – Q-Quer dizer... Nós... E-Ele está na aula de matemática, sabe, o Sr. Reynold pode ser um saco às vezes, e não queremos atrapalhar sua aula, não é?
— Desde quando se importa tanto com as aulas do Sr. Reynold? – falou, cruzando os braços e se encostando na parede novamente.
— Pft! Não me importo, é só que vai pegar mal pra você, sabe. Quer dizer, o Zack ama matemática e seria horrível ele ficar bravo contigo, porque você não o deixou prestar atenção na aula. Além disso, que imagem você iria passar se ficasse conversando durante as aulas, hein? – arqueei a sobrancelha para a minha amiga.
— Tem razão... – concluiu, suspirei aliviada.
— É melhor entrarmos. – sugeri. Joane apenas assentiu com a cabeça e entrou na sala animada. Ela acenou modestamente para Zack, que franziu as sobrancelhas para seu gesto e logo seu olhar curioso pousou em mim. Fiz um sinal para nos falarmos mais tarde. Ele fez uma careta e abaixou a cabeça. Sentei no meu lugar, repreendendo a mim mesma pela besteira que eu havia feito e passei a aula pensando o que Pitágoras faria em meu lugar.

>.

Corri para a sala de audio visual com Zack em meu encalço, aquela era uma das poucas salas que não estavam ocupadas neste horário. Fechei a porta delicadamente quando meu tutor a atravessou. Mordi o lábio inferior, fixando meu olhar em diversos pontos da sala, e evitando o olhar questionador do meu colega, tentei pensar em como deveria começar aquela conversa, mas todas as formas pareciam erradas.
— Se não vai falar nada, vou voltar para a aula de educação física. – disse, entediado.
— Não sabia que gostava tanto assim dessas aulas. – brinquei, forçando um riso, que desapareceu ao perceber que o garoto que estava comigo naquela sala não acompanhava minha brincadeira.
— Não gosto, mas sinto que se eu ficar aqui vou receber notícias ruins, então a aula de educação física parece uma melhor opção agora. – deu de ombros. – Então, eu vou ou você vai me contar o que aconteceu na aula de matemática?
Engoli em seco, tentando normalizar minha respiração, enquanto pensava nas palavras e nas consequências que elas trariam.
— Lembra da Joane? – ele apenas assentiu com a cabeça. – Você pensou no assunto? – seu olhar se voltou ao chão, e um fraco ‘sim’ pôde ser ouvido. Temi sua resposta à próxima pergunta – Você... Você decidiu dar uma chance a ela? – seus olhos pararam de fitar o chão e se dirigiram de encontro aos meus. Sua expressão era triste, melancólica.
— Eu sinto muito, Lizzie. – sua voz era um sussurro, mas suas palavras vieram a mim como uma avalanche.
— Mas porque? Porque não pode dar uma chance a ela? – senti minha voz aumentar na medida que as palavras saíam, descontroladas, da minha boca. – Porque não deixa que ela se aproxime? Porque quer tanto ficar sozinho? Ela pulou de alegria quando eu disse que você aceitaria sair com ela e ago...
— Você o quê? – sua voz grossa interrompeu meus pensamentos. Me esforcei para lembrar o que havia dito de errado, e não demorou muito para as palavras proferidas aparecem em minha mente, como créditos no fim de um filme de terror. Apertei os olhos e abaixei a cabeça, arrependida. – Caramba, Elizabeth! E agora? Como vai lidar com isso? Acha que a melhor forma de agradar sua amiga é mentir para ela? O que acha que vai acontecer quando ela descobrir a verdade? – ele disse, andando em direção à porta.
— Aonde vai? – perguntei, quase que retoricamente, afinal já imaginava a resposta.
— Vou para a aula.
— Não vai contar a ela, vai?
— Não sei. Esperava que você respondesse essa. – declarou, antes de sair pela porta e me deixar no silêncio.
Senti uma leve dor nas têmporas. Puxei o ar e o soltei, tentando acalmar o ritmo do meu coração. Mais uma vez, procurei as palavras, porém somente borrões se formavam em minha mente. Apertei os olhos com força, me preparando para o pior. Tentei arrumar alguma coragem e fui em direção ao ginásio. O caminho parecia longo, mas ao mesmo tempo curto demais. Tentei passar despercebida pelos fiscais, mas ao mesmo tempo queria ser levada por eles. Afinal, umas horas na diretoria me poupariam algum tempo. Balancei a cabeça, convencendo a mim mesma que tudo daria certo, talvez essa tivesse sido a pior mentira de hoje.
Passei pelo portão que levava ao ginásio, e a cena que eu vi, não era uma para a qual eu havia me preparado. Joane conversava animadamente com Zachary e seu amigo, enquanto alguns alunos jogavam voleibol. Gelei. Caminhei a passos curtos até os três, tentando pensar, enquanto escutava as batidas frenéticas do meu coração. Me aproximei de minha amiga, recebendo um “olá” dela e do amigo do meu tutor, porém Zachary permaneceu calado.
— Joane, preciso falar contigo. – comecei.
— Pode falar. – ela sorriu, e os três dirigiram seus olhares para mim.
— Preciso falar com você, em particular. – frisei.
— Ah! Okay. – ela se voltou para o garoto de cabelos castanhos, e lançou um de seus sorrisos falsos. – Prazer em te conhecer, Jake.
— O prazer foi inteiramente meu, hermosa muchacha! – Joane revirou os olhos e sorriu para Zack.
— Então nos vemos amanhã. – seus olhos brilhavam, e eu constatei que ele não havia dito a verdade a ela. Ainda. – Você passa na minha casa às 19:00? – lancei um olhar esbugalhado à Zack.
— O QUÊ?! – coloquei a mão na boca, envergonhada pelo quase grito. Joane me olhava confusa, a expressão no rosto do meu tutor era indecifrável, lancei um olhar mortal para ele, que o ignorou completamente. O segurei pelo braço, nervosa. – Nos deem licença, por favor. – sem esperar resposta, o puxei em direção a arquibancada, sentando num dos espaços vazios, ele me acompanhou. – Que porcaria foi aquela? – perguntei, o ódio visível em minha voz. – ele apenas deu de ombros.
— Eu não acho isso certo. Não acho mesmo. Mas seria terrível magoa-lá por algo que ela não teve culpa. Você tem razão em dizer que ela é uma boa garota, então pensei que podíamos ser amigos. E é só um encontro, o que poderia acontecer de ruim?
— Obrigada.
— Não estou fazendo isso por você, Lizzie. – sua voz soava amargurada. – Quero que você comece a pensar antes de agir. Sério! Precisa parar de ser tão impulsiva. Se continuar desse jeito, pode acabar ferindo aos outros e a si mesma. – assenti com a cabeça. Ele a afagou gentilmente e apoiou seu olhar no meu.
— Ah! – lembrei – Obrigada pela sugestão de filme. Eu achei incrível! – ele sorriu levemente, fazendo com que pequenas linhas aparecerem no canto dos seus olhos azuis. – Li até o livro! – exclamei, orgulhosa. Ele riu.
— Que bom. Ela tem outros livros, sabia? E inclusive, você parece muito com a protagonista de um deles.
— Qual? – quis saber.
— Emma. – informou.
— E como é a história? – interroguei, estranhando o título.
— Deixo para que você descubra. – proferiu, antes de voltar para onde seu amigo estava.
Sorri, agradecendo que tudo havia corrido bem. O sinal alertou que a aula havia terminado, então troquei de roupa e segui para a aula de desenho. Sentei na cadeira de sempre e observei o céu por um momento. A professora logo entrou na sala e anunciou o tema. Hoje deveríamos fazer uma pintura que expressasse pesar e arrependimento. Senti uma leve palpitação e um arrepio me subir a espinha. Respirei fundo tentando imaginar o que desenharia, porém nada me vinha a cabeça. Nada além de coisas que podiam acontecer num encontro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então?!?! Roendo unhas! O que acham que pode ocorrer num encontro? Sem spoilers, eu sei :) E o Jake apareceu novamente. Eu tenho um Jake na minha imaginação, mas queria a ajuda de vocês. Como vocês imaginam o Jake? Deixem nas reviews nomes de famosos e tals, que pareçam com o Jake da imaginação de vocês, por favor! Enfim, vou parar de escrever antes que isso aqui vire outro capítulo. XD
Obrigada por lerem! ♥