Inequações do Amor escrita por May Winsleston


Capítulo 8
Capítulo 8 - Decisão


Notas iniciais do capítulo

Gente, me perdoem! Mil e uma desculpas! As aulas, os compromissos e uma onda de falta de criatividade se misturaram e me atingiram. O capitulo tá bem curtinho (mais um pedido de desculpas), mas eu espero que gostem. Comentem, por favor! Me digam o que estão achando, se estão gostando ou não. O próximo capítulo vai ser maior, prometo! Beijos lindos, obrigada por me acompanharem até aqui. Boa leitura.



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“E então, você vai ou não vai me ajudar” – a voz da Joane parecia afobada no telefone. Respirei fundo, ainda tentando digerir tudo aquilo. A Joane gostava do Zachary; o Zachary, aparentemente, tentou me beijar; e eu quase aceitei, mas eu sou a namorada do Kay. Uma bagunça escureceu a minha mente se misturando com o cansaço de mais um jogo. Estávamos no meado de fevereiro e neste momento iniciavam as disputas para decidir os times que disputariam nos jogos de primavera. Apesar das partidas serem mais leves e menos tensas – era quase como um aquecimento entre times – nós, líderes de torcida, participávamos, torcendo bravamente para os Buffalos, que estariam levando a melhor no retorno para casa. Sim. Ganhamos. Os dois jogos. O primeiro jogo ocorreu na sexta-feira e o segundo no domingo. Apesar de serem disputas entre times do mesmo estado, viajamos por alguns condados. Dessa vez, saímos da modesta Fort Collins, no condado de Larimer e fomos para El Paso, para a grande Colorado Springs. A viagem de ida e volta duraria aproximadamente 7 horas, e para melhor desempenho do time o West Hill High School decidiu que seria melhor que os jogadores, e companhia, permanecessem na cidade até o fim do ‘campeonato’, ou seja, hotel e refeições inclusas para o time e companhia. Como eu disse antes, estamos retornando para casa. Algo que me deixa feliz, porém ansiosa ao mesmo tempo. Feliz, pois sinto saudades da Joane, dos meus pais e da Nona, porém a ideia de ter que voltar a ver, falar e o pior, estar numa sala sozinha com o Zachary causava leves reboliços na boca do meu estômago. Suspirei, olhando de relance para o Kay, que dormia sem se importar com o barulho e a animação dos outros jogadores, e por fim, respondi minha amiga latina.
“Tá!” – articulei, tentando soar impassível. Logo pude ouvir um leve grito de vitória, o que fez com que meu ouvido se afastasse do telefone, quase que por si mesmo. Uma chuva de ‘Gracias’ ‘Te amo’ e outras palavras que se misturavam ao inglês e espanhol foram pronunciadas pela minha amiga. Sorri, me sentindo um pouco melhor. Um “Não tem de quê” saiu quase que inaudível dos meus lábios, acompanhado por uma despedida. Quando finalmente tirei o telefone do ouvido, a tela desbloqueada revelou uma das maiores surpresas do jogo. Após a grande vitória contra a Green Mountain High, Kay correu para a arquibancada, tomando da mão de um dos garotos da torcida um buquê de gardênias. Como se não bastasse, da mão de outro tomou um megafone e começou a proferir um tenro e sutil discurso. A homenageada? Bem, eu quase desmaiei ao ouvir meu nome e seu pedido. Ele queria me levar ao baile da escola, e eu, que não sou nenhuma maluca, aceitei sem hesitar. Ao fim do seu falatório, Kiara me entregou uma pequena caixa. Nela estavam 3 objetos: um pequeno ursinho que agarrava um coração com os dizeres “Eu te amo”, uma caixa de trufas de castanha da Lindt, e um minúsculo porta jóias preto, dentro dele havia um colar dourado, pendendo 3 letras, que se apoiavam uma na outra e descansavam na corrente fina, formando o nome do meu namorado ‘KAY’, numa letra bonita e delicada. A foto foi tirada no momento em que Kay me beijara após prender o trinco do colar e envolvê-lo no meu pescoço. Eu ainda segurava as gardênias com uma mão e a outra se enlaçava nos ombros do meu amado, que por sua vez segurava com ternura minha cintura.
Um leve suspiro saiu dos meus lábios pela lembrança do momento romântico. Me lembrei do início do nosso namoro quando o Kay era bem mais amoroso. Fico pensando quando ele deixou de ser tão apaixonado por mim e as coisas começaram a tomar um rumo diferente. Quando começamos a discutir ou quando as nossas conversas passaram a durar tão pouco. E quando ou o que o fez mudar. Talvez tenha sido por conta da promessa na minha festa. Talvez ele realmente estivesse querendo se redimir. Fechei os olhos ainda com a mente a mil e encostei minha cabeça no ombro do Kay. Quase que por impulso ele passou seu braço ao meu redor, fazendo-me recostar em seu corpo. O movimento e o aconchego me fizeram fechar os olhos e sonhar. Sonhar que coisas boas estavam por vir.

— Desculpa pelo que aconteceu na quarta... – Zack começou, referindo-se ao nosso último encontro.
— Tudo bem. – disse, elevando o olhar do livro e encontrando os olhos do meu colega – Obrigada por vir. Eu realmente preciso de aulas. – gozei, tentando aliviar o clima. Apesar de estranho, a presença de Zack estava começando a me agradar, e eu sentia que poderíamos, realmente, nos tornar amigos. Porém isso só aconteceria se eu retornasse suas ligações.
Depois do incidente da quarta, uma tensão foi criada entre mim e o Zachary. Os jogos do time me livraram de vê-lo na sexta pela escola, ou de uma visita surpresa no sábado ou no domingo, porém na segunda e na terça-feira eu não tive tanta sorte. Apesar de não dirigir uma palavra ao meu tutor, ainda tínhamos aulas juntos, e, consequentemente, olhares e rostos corados se misturavam à vergonha do inconveniente prévio e a agitação dos primeiros dias da semana. E apesar do Zack tentar diversas formas de comunicação, incluindo uma pequena carta de desculpas que fora jogada em meu armário, eu consegui dribla-las furtivamente, porém o peso na minha consciência, e os excessivos questionamentos dos meus pais, fizeram com que eu chegasse na minha posição atual: sentada tentando entender um livro de Jane Austen, enquanto meu tutor me observa pelo canto do olho, provavelmente se perguntando se eu estou realmente bem com ele.
— Tem um filme. – ele falou, quebrando o silêncio.
— Han? – perguntei, totalmente desnorteada. Comecei a pensar se eu havia começado uma conversa com ele e nem tinha percebido.
— Do livro. Foi feita uma adaptação para o cinema com a Keira Knightley. Tenho quase certeza que tem na Netflix. – disse pegando o celular e tocando na tela do aparelho. – Aqui, olha. – ele me passou o celular e pude ver a capa do dito filme. – O livro é muito bom, mas se não estiver se sentindo motivada, sugiro que assista ao filme. Tenho certeza que a motivação logo aparecerá. – dei de ombros e peguei o controle da TV. Cliquei na Netflix e digitei as primeiras letras do título. Não demorou muito para que a mesma capa mostrada pelo Zachary aparecesse na tela da televisão do meu quarto. – Depois me conta o que achou. – ele disse, levantando.
— Não vai ficar? – perguntei por impulso. Assistir um filme romântico com o garoto que tentou te beijar não parece uma boa opção.
— Eu já assisti esse filme. – deu de ombros. – E talvez seja melhor eu voltar agora. – disse, caminhando em direção à porta. Antes que saísse ele virou, indeciso. Ele abriu a boca como se fosse falar algo, mas a fechou no mesmo instante. – Desculpa – falou, finalmente – Pela situação anterior, eu realmente não sei o que passou pela minha cabeça, eu...
— Tudo bem. – interrompi, levantando e indo em sua direção. – Vamos apenas fingir que nada aconteceu, tudo bem? – ele apenas acenou levemente com a cabeça, em concordância. – Lembra que você me disse que sonhava em ter um grande amor? – ele assentiu – Tem alguém que está muito interessada em você. E ela é uma ótima garota.
— Estamos falando da Joane? – suspirei, sem saber se deveria ou não contar a verdade. Finalmente, assenti com a cabeça, respondendo sua pergunta.
— Acho que está bem na cara, não é? – ri. – Mas então, o que acha? – ele deu um longo suspiro e enfiou as mãos nos bolsos do moletom.
— Eu acho que o amor não deveria ser planejado. Eu não escolho por quem me apaixono, eu apenas sinto. Por isso, o amor é tão arriscado, mas se não fosse assim não seria tão bonito. – seus olhos fitavam os meus, me mostrando a sua convicção naquele assunto.
— Pode, pelo menos dar uma chance? – pedi. Seu olhar se desviou do meu e fitou o chão.
— Eu... Eu vou pensar. – concluiu, cabisbaixo.
Observei o meu tutor caminhar para fora do meu quarto e descer as escadas à passos lentos. Parecia que carregava um peso invisível. Voltei para o sofá e sentei nele. Apertei o play no controle remoto e observei os créditos iniciais aparecem, refletindo se havia feito ou não a coisa certa.


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Notas finais do capítulo

E ai? O que acharam do Kay nesse capítulo? Ele é um garoto bom, não acham? E quanto a Joane? Acham que o casal Jo e Zack combina? Logo, a Kiara também contará mais detalhes do seu namorado. Muito obrigada por lerem! Aishiteru minna ♥