Inequações do Amor escrita por May Winsleston


Capítulo 2
Capítulo 2 - Festa


Notas iniciais do capítulo

Oiie Minna! Espero que estejam gostando da história. Caso tenham alguma crítica ou pergunta, ou queiram falar algo sobre a história, podem deixar um comentário! Me digam se estão gostando! Espero que curtam o capítulo de hoje! Boa leitura!



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Dei uma dentada no meu hambúrguer tentando espairecer.
— Achei que estivesse de dieta. – Joane me olhou enquanto eu mastigava com raiva.
— Eu quero um sorvete! O maior sorvete desta lanchonete. – bradei.
— Shh! Daqui a pouco um troglodita vai aparecer e te levar para a era neandertal achando que um irmão dele escapou. – sorri com a loucura da Jo.
— Andou assistindo ‘Uma noite no museu’ de novo né?
— Claro! Aquele é o melhor filme da terra! Só perde para As branquelas!
Eu ri. Era bom estar ali. Estava nervosa e cansada e precisa desabafar com minhas duas melhores amigas. Quer dizer, só com a Joane, afinal a Kiara estava ocupada.
— Aliás. – falei acabando de comer o meu hambúrguer – Cadê a Kiara?
— Deve estar estudando. – Joane deu de ombros – Ela está estudando muito ultimamente.
— Sim! Ainda tem os alunos que ela está dando aulas né?
— Aulas? – Joane olhou confusa.
— Sim – afirmei – Ela está ajudando dois alunos do time. Eu nem perguntei quem era.
— Ela bem que podia me ajudar também. – Joane argumentou rindo – Eu queria um tutor. Nerds são até fofos.
— Quer o meu? Eu te dou com prazer! – zombei – Ah. Aliás eu nem te falei quem era. O nome dele é Zachary.
— Zack Ranchert? – minha amiga perguntou e comecei a achar que eu era a única que nunca tinha visto aquele garoto antes.
— Sim! – falei enquanto chamava a garçonete e pedia um dos maiores sorvetes da casa. – Vai querer algo? – perguntei. Minha amiga escolheu um sunday.
— Ele estuda matemática e educação física com a gente. Tenho quase certeza que ele também estuda inglês contigo. Ah! E ele é um gênio. Já vi ele saindo das aulas avançadas de física e de biologia. E ano passado soube que ele hackeou o sistema da escola e ajudou a melhorar a segurança nele.
— Uau. – exclamei.
— Portanto, é melhor ser boazinha com ele, a não ser que queira ter suas contas hackeadas por um nerd com lindos olhos azuis. – ela suspirou.
— Não está apaixonada por ele, né?
— Não. A gente nem conversa. Mas você já viu aqueles olhos? É quase que impossível não nota-los. Se ele se abrisse mais é bem possível que ele já tivesse uma namorada e milhares de fãs, mas fazer o que né. – ela deu de ombros.
Nunca notei os olhos do Zack. Dava para perceber que era azuis, mas eu nunca dei muita importância para isso. Nossos sorvetes foram trazidos para a nossa mesa e comemos enquanto conversávamos. Rimos do tamanho do meu sorvete. Era uma banana split tripla. Joane me desafiou, ela duvidava que eu comeria tudo aquilo, e nem eu mesma estava certa se conseguiria realmente. No final precisei da ajuda da minha amiga para terminar. Olhei o relógio. Eram cinco da tarde quando saímos do restaurante e andamos em direção ao carro.
— Nossa. Estou congelando! Acho que não foi uma boa ideia tomar sorvete no inverno. Nessas horas dá uma saudade do Mexico. – Jo falou batendo os dentes.
— Vou ligar o aquecedor no máximo tá. – disse numa tentativa de tranquiliza-lá.
— Quer que eu leve algo para a festa de amanhã? – ela perguntou já mais aquecida.
— Naah. Vou pedir para a Nona fazer pizza. Kay e os meninos vão levar as bebidas.
— Tudo bem mesmo fazer essa festa?
— Sim. Só convidei 30 pessoas. Vai ser bem tranquilo.
Ligamos o som e começamos a cantar junto com a Taylor Swift. Conversamos sobre o trabalho de meio período da Joane e sobre a volta dos clubes da escola. Jo contava que estava gostando de trabalhar neste fast food mexicano. A fazia lembrar da terra dela. Prometi que iria lá qualquer dia e ela teria que me preparar um bom burrito. Jo ria e se animava quando eu falava dos treinos das líderes de torcida. Eu e Kiara fazíamos parte das cheerleaders do escola. Torcíamos para os Buffalos. Não demorou nem dez minutos e já estávamos em frente à casa da Joane.
— Obrigada Liz! Tudo bem dormir só? Se precisar de alguma coisa você pode me falar okay?
— Okay. Já sou acostumada a ficar sozinha. Mas obrigada pela sua preocupação.
Nos despedimos e eu segui para casa. A música que tocava agora era uma lenta do One Direction. Dirigi vagarosamente acompanhando o ritmo de Little Things. Amanhã seria sexta. A festa que eu daria para comemorar o retorno às aulas. Além disso eu teria aula de inglês, então, poderia checar se Joane estava correta. Respirei profundamente. Não queria aulas extras. Não queria um tutor. Não queria estar ao lado de alguém que eu mal conheço. E eu definitivamente não queria relembrar meu passado. Subi para meu quarto e entrei no banheiro. Abri a tornarei e deixei a água quente encher a banheira. Entrei na água e ali fiquei, coberta por um monte de espuma e água quente. Peguei meu celular e comecei a mandar mensagens para as únicas pessoas que podiam confortar meu coração nessa hora.
“Kay! Estou com saudade! Será que podemos jantar hoje juntos?” Digitei.
A resposta foi rápida e me mostrou algo que eu não queria ler “Sinto muito gatinha. Mas terei treino para os jogos de inverno e de noite terei que estudar. Graças a Deus é o último ano.”
“É. Que bom. Bom estudo, amor”
O Kay era um ano mais velho que eu. Eu era uma junior na high school e ele um senior, um graduando. Era normal que estivesse ocupado. Então optei pela minha segunda opção. A Kiara.
“Ki, estou com saudade! Podemos conversar?” Enviei.
Esperei alguns minutos até que o celular apitou, alertando que havia chegado uma mensagem.
“Oi, amiga! Estou ocupada agora, mas posso dormir ai se quiser :)”
“Sim! Sim! E Sim! Obrigada! Te amo!”
Passei cerca de 20 minutos na banheira e decidi sair. Mal tinham começado as aulas e os professores já estavam nos enchendo de pesquisas e atividades. Desci as escadas e pedi que Nona fizesse cerca de 20 pizzas para amanhã.
— A senhorita não está planejando uma festa, não é? – Nona perguntou desconfiada.
— Claro que não Nona. – me fingi de vítima – Eu só chamei poucos amigos.
— Poucos amigos? O quê? Eles são animais? Ou não tem comida em casa? Porquê 20 pizzas são muitas pizzas. – ela zombou – Olha depois você não diga que eu não te avisei. Se seus pais descobrem que você está os desobedecendo... Ai Ai. Eu não quero nem ver. Então – ela disse mudando de assunto – Quais sabores você quer, criança? Mussarela, Peperoni, Marguerita e Havaiana?
Sorri para a Nona. Ela era ótima. Apenas acenei positivamente com a cabeça.
— Você me conhece tão bem, Nona! Te amo! – a abracei e subi para meu quarto. Comecei a ler as atividades de história. Deveríamos fazer uma pesquisa sobre a colonização dos ingleses e tratar sobre o conflito que se deu entre os indígenas que aqui estavam e os ingleses que chegaram no continente. Bocejei. Peguei meu notebook e abri uma página no Google, comecei a ler sobre a chegada dos ingleses em 1492. Estava lendo e de repente minha visão foi ficando turva, e meus olhos se fechavam lentamente. Olhei o relógio, marcava 18:20h.
— Acho que não faz mal tirar uma soneca de 20 minutos. – pensei alto fechando meus olhos e afundando nos travesseiros da minha cama.

Acordei com o barulho da campainha.
— Han? O quê? Eu não dormi! – bradei assustada. Olhei ao redor do quarto escuro. Droga devo ter dormido um pouco mais que 20 minutos. Peguei meu telefone e fui checar a hora. Eram dez da noite. Eu dormi muito mais que 20 minutos. A campainha tocou novamente me assustando. – Quem seria uma hora dessas? – falei criando coragem e levantando da cama. Fui ligando todas as luzes da casa rapidamente. Não suportava o escuro. Olhei pelo olho mágico e fiquei radiante.
— Kiara! – disse abrindo a porta.
— Achei que tinha esquecido de mim. – falou entrando e jogando o casaco grosso no sofá.
— Nunca! – sorri envergonhada.
— Que cara de sono! Estava dormindo?
— Naah. Estudando – disse bocejando.
— Okay. Bem, convidei alguns amigos para a festa de amanhã, tudo bem? – perguntou.
— Tipo quantos? – não acho que seria uma boa ideia chamar muita gente.
— Umas 15 pessoas. Sabe o Steven? O arremessador gato e burrinho?
— Sei! Ele é lindo. – o Steven era um dos garotos mais desejados na escola. Cabelos loiros, olhos verdes, um corpo escultural e um cérebro de passarinho. Tudo que uma garota poderia pedir.
— Está super afim de mim. – ela se gabou. – Estou ajudando ele com umas aulas extras.
— Ah, sim! Quem são seus alunos? Você disse que estava ajudando duas pessoas do time. O Steven e quem mais?
— O Kay. Estou surpresa dele não ter lhe dito nada.
— Ah. Ele deve estar ocupado. Com a graduação e tudo o mais. – disse cabisbaixa.
— Enfim – ela mudou de assunto – Vamos esquecer isso, e quanto a festa de amanhã?
— Nona irá fazer pizzas e Kay trará as bebidas.
— Ótimo! Então eu trarei uns petiscos.
Conversamos um pouco mais sobre a festa e o inicio das atividades das cheerleaders. O clube voltaria à ativa na próxima semana e já tínhamos um campeonato à vista. Seria no final do mês de janeiro. Os buffalos iriam jogar contra uma escola da região, os pumas. Era um time fraco, então a vitória já era certa. Comemos umas besteiras e fomos dormir.
O toque do despertador nos acordou. Estava com sono. Talvez esse seja o problema de dormir tão tarde, seu corpo fica de ressaca. Cutuquei Kiara que ainda dormia.
— Não Steven! Não quando acordamos! – ela sussurrou.
Eu ri com seus devaneios. Se ela sonhava com o Steven, ela teria o Steven. Forcei a voz deixando-a o mais grossa possível, coloquei minha boca ao lado do seu ouvido e soltei: “Mas eu quero! Tira essa roupa mulher!”
Kiara pulou num susto.
— Ta doida! – ela disse botando a mão no coração – Eu quase tive um treco sua vaca! – ela jogou um travesseiro em mim. – Espere que você vai ver! – ameaçou.
Dei língua e levantei: “Vamos” eu disse.
Nós tomamos banho, fazendo toda nossa higiene matinal e nos arrumamos, comemos o café rapidamente e fomos para a escola. A festa estava planejava para as 18:00. A primeira aula do dia era matemática. No fim da aula conversei animadamente com minhas amigas, sobre a festa e sobre os convidados.
— Acho que hoje eu e o Steven vamos ficar e se bobear até algo mais. – Kiara disse dando um sorriso malicioso.
— Espera, o Steven? – Jo interrompeu – o bonitão do time?
Eu acenei positivamente respondendo sua pergunta.
— Parece que ele está caidinho pela Ki. – nós rimos.
— Como eu disse antes, é complicado ser perfeita. – ela piscou os olhos enquanto enrolava alguns fios longos de seus cabelos loiros no dedo.
O professor chegou. Tentei prestar atenção enquanto ele continuava a falar sobre logaritmos e as equações que podiam ser feitas com eles. Suspirei. Porquê tem que ser tão difícil? Olhei ao redor da sala, alguns alunos olhavam assustados para o professor, outros prestavam atenção a cada cálculo feito pelo Sr. Reynold e resto devaneava assim como eu. Eles olhavam para a janela, ao redor da sala, mexiam em seus telefones, porém meu olhar parou em um garoto. Ele vestia um moletom azul. E estava concentrado em algo que escrevia em seu caderno. Seus cabelos negros caiam em seus óculos às vezes e impediam sua visão fazendo com que ele os penteasse para trás com seus dedos longos.
Não sei quanto tempo passei divagando ou olhando para aquele garoto curioso, mas quando vi a aula já havia acabado. Percebi que o Sr. Reynold olhava para mim, ele deveria querer saber das minhas aulas. Não iria conseguir fugir dessas malditas aulas. Um aluno com dúvida foi conversar com o professor, aproveitei a chance para fugir da conversa. Saí furtivamente da sala e praticamente corri para a aula de culinária. Em nossa escola nós pegávamos 6 matérias por dia, 4 eram obrigatórias e 2 eram opcionais, de modo que minha grade era composta por Matemática, Culinária, Artes e desenho, Almoço, Inglês, História dos Estados Unidos e Biologia. Como uma tentativa de estimular os alunos a realizar esportes e evitar a obesidade, os alunos tinham que fazer educação física uma vez por semana. A aula durava 1 hora e deveria ser substituída por uma das matérias opcionais, portanto toda segunda feira eu tinha uma aula de educação física ao invés de culinária no segundo horário. Como hoje era sexta, iria tentar aprender a cozinhar algo novo. A melhor parte da aula de culinária era que podíamos comer no final da lição.
Minha professora estava animada. Ela tinha passado as férias no Brasil e tinha várias receitas que queria apresentar para nós. A escolhida da vez era um doce brasileiro feito de chocolate e leite condensado. “Brigadeiro” ela dizia. Não usávamos muito leite condensado por aqui, então um doce desses parecia interessante para mim. Não era difícil de fazer porém passamos quase meia hora mexendo a mistura em fogo baixo, o que fez meu braço doer um pouco. No final fizemos bolinhas e podíamos escolher algo para enrola-los. Eu escolhi açúcar. Consegui fazer 10 brigadeiros. Eu e minha dupla dividimos e cada uma ficou com 5. Provei aquele docinho estranho e me surpreendi com o sabor. Era delicioso! Decidi guardar os outros 4, um seria para a Kiara, o segundo para o Kay, o terceiro seria da Joane e eu deixaria o último para mais tarde. Fui para a aula de desenho radiante. O tempo correu e logo era hora do almoço, poderia ver o Kay. Peguei minha comida e segui para a mesa. Todos ja estavam lá. Sentei e coloquei os brigadeiros na mesa, dando um para cada.
— O que é isso? – Kay perguntou curioso.
— Brigadeiro! Fui em quem fiz! – sorri olhando para meu namorado. Nossa como ele era lindo.
— Parece cocô! – Joane interrompeu meu pensamento.
— O quê? – eu ri. Mas realmente, olhando bem, as bolinhas escuras tinham uma aparência um tanto estranha. – É gostoso! Apesar da aparência. – meu comentário fez todos rirem, Joane foi a primeira a colocar na boca.
— Nossa! Isso é delicioso. Você tem que me ensinar a fazer esse treco depois! – sua avaliação fez com que Kay e Kiara também provassem e aprovassem meu feito.
Comemos e conversamos sobre o jogo dos buffalos e sobre a graduação de Kay. Quando terminei meu almoço Kay me puxou para um canto alegando que precisava falar comigo. Sentamos na parte de fora do refeitório, estava frio e poucas pessoas estavam ali. Kay me abraçou e sentamos num dos bancos de madeira.
— Estava com saud... – ele me calou com um beijo. Um beijo ardente e desejoso. Ele queria mais, ele esperava mais. Suas mãos desciam dos meus cabelos, indo para a minha nuca e depois desceram vagarosamente para minha cintura onde permaneceram. Kay traçava beijos e fazia um caminho que ia da minha boca, passando pela linha que delineava minha mandíbula e chegavam no meu pescoço. Sua língua dançava com a minha e o beijo me fazia perder o fôlego. Mas Kay estava insaciável, ele me dava apenas um tempo para que pudéssemos respirar e logo arrancava outro beijo meu. O dia estava frio, mas o calor daquele beijo me fez tirar meu cardigan.
— Vai com calma, gatinha! – brincou – Porque não espera para tirar essa roupa de noite? Ou se quiser eu posso arrancá-la. – ele falou descendo a mão da minha cintura e indo para minha coxa.
— Kay. Aqui não. – disse temerosa.
— Então que tal hoje a noite? – perguntou afastando seu rosto do meu para que pudesse me olhar nos olhos. Eu amava aqueles olhos castanhos dele. Era difícil recusar um pedido que ele fizesse me olhando daquele jeito, e ele sabia disso.
— Hoje? É que...
— É que o quê? – o sorriso havia sumido do rosto do Kay, e sua expressão ficou tensa. Ele estava impaciente. É como se ele perguntasse ‘Quanto tempo mais terei que esperar?’ – Vamos completar um ano daqui a uns dias. Vamos lá Elizabeth, todo mundo faz! Eu não estou mais aguentando esperar. Os caras do time já estão começando a me zoar, e até eu acho que estou voltando a ficar virgem. Prometo que te tratarei bem. Vamos lá, gatinha. – ele me olhou com olhos pidões.
— Tudo bem. – cedi.
— Isso! – ele fez um movimento de vitória me fazendo rir. – Prometo que será a melhor noite da sua vida! Tenho que ir agora gatinha. – ele me deu um selinho e correu para dentro da escola.
— Te amo! – gritei.
Quando passei pela porta o refeitório já estava vazio. Avancei com passos rápidos para o meu armário e peguei o livro de Inglês. Não era permitido correr nos corredores da escola, mas não havia nenhum fiscal ali, e como diz o ditado ‘O que os olhos não veem, o coração não sente’. Comecei a correr pelos corredores, olhando para os lados com medo de ser flagrada por algum dos funcionários. Desacelerei quando estava chegando perto das escadas.
— Acho que estou com sorte ho... – tombei em alguém e cai no chão – Ai! Olha por onde anda! – falei olhando para cima. – Zachary?
— Desculpa. – ele respondeu e estendeu a mão para me ajudar. Eu aceitei. – Está indo para a aula de inglês?
— Sim! Fazemos juntos, não é? – Se Joane tivesse certa, a resposta seria sim.
— Estou impressionado. – Han? – Achei que não tinha me notado nessa aula também. – ele riu me deixando constrangida.
— Desculpa, por antes. Eu só sou um pouco distraída. Se você perceber eu vivo viajando na aula de matemática. – me redimi.
— Tudo bem. Acho que devemos ir agora.
— Sim! – sorri o acompanhando.
Ele era alto, bem mais alto que eu. Talvez até mais alto que o Kay. Seus passos deveriam ser largos, porém ele andava passos curtos, talvez para que eu pudesse acompanha-lo. Sorri com o cavalheirismo dele, o Kay não fazia isso. O Kay. Eu nem lembro como começamos a namorar. Acho que tudo aconteceu por conta da Kiara. Ela estava interessada em um dos caras do time, e a melhor forma de ficar com um deles e ganhar passe para a zona popular era ser uma cheerleader. Eu sempre fiz ballet, e isso me ajudou no teste de entrada. No meu segundo ano de escola fui nomeada líder das cheerleaders. E pouco tempo depois disso o Kay, que era o capitão dos buffalos, se declarou e começou a sair comigo.
— Sabe, precisamos decidir os dias das aulas. – Zack falou de repente.
— Han? Ah, sim, é verdade. Acho que qualquer dia está bom para mim. – falei pensativa.
O Zack continuava a conversa e eu apenas assentia com “Sim” ou “Huhum”. Não estava conseguindo raciocinar direito, não dava para pensar em aulas extras quando hoje à noite eu possivelmente perderia minha virgindade. Quando chegamos na porta da sala da Sra. Robins ela já estava lá. Fiz um movimento para empurrar a porta, porém Zack me parou.
— Pode ser? – ele perguntou, meus segundos de silêncio e minha possível cara de interrogação o fizeram continuar a falar. – Você ouviu o que eu disse? Acho que você estava em outro mundo enquanto eu falava. – ele deu um sorriso bobo.
Ele estava envergonhado. Culpa minha. Não podia deixar o coitado sentir que estava falando sozinho esse tempo todo.
— Não. Eu ouvi. Tenho essa cara de viajante, mas estava prestando atenção em tudo! – menti.
— Ah! – ele fez uma cara de alívio – então tudo certo não é?
Não entendi direito sua pergunta, mas não devia ser nada demais. Respondi que sim e entramos na sala. Zack sentou no seu lugar no fundo da sala e eu fui para a segunda cadeira perto da porta e comecei a tomar coragem. Hoje era a noite e nada podia me parar.


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Notas finais do capítulo

Ainda não postarei a foto do Zack. Deixarei imaginarem como ele é. No próximo capítulo ou no depois dele revelarei o Zack :) Espero que tenham gostado do capítulo de hoje! Em breve, espero, teremos outro capítulo. :)



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