Inequações do Amor escrita por May Winsleston


Capítulo 1
Capitulo 1 - Tutor


Notas iniciais do capítulo

Oie Gente!
Gostaram do capitulo? O que estão achando da Liz, da Kiara e da Joane? Bem, vou tentar postar um capitulo por semana, mas como estou de ferias vou tentar ir adiantando e postando mais capitulos. Espero que gostem do de hoje!
Kisses!



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Acordei animada. Enchi a banheira e relaxei dentro dela. Pensei em tudo que iria acontecer hoje. Nas minhas amigas, no corredor, no meu armário, e nele. Ah! Que saudade dele.

— Lize! Desça logo querida ou irá se atrasar. - minha mãe gritou do andar de baixo.

Saí do meu banho e logo escolhi minhas roupas. Nada demais hoje, afinal era o retorno as aulas, então não precisava exagerar, então escolhi uma blusa branca de crochê com manga longa, um tule branco cobria uma parte desnuda das costas, uma saia rodada floral completava o look, e para finalizar escolhi um salto, estilo boneca, branco. Fiz uns cachos em meus cabelos negros e passei rímel nos meus cílios escuros, terminei a maquiagem com um batom rosa bem clarinho e desci as escadas.

— Humm! Que cheiro bom. O que teremos hoje? - perguntei sentando na cadeira da grande mesa da sala de jantar.

— Omelete. - papai disse com uma expressão feliz abaixando um pouco o jornal que lia para poder me olhar. - Está linda filha. Posso saber onde vai meu bebê?

— Escola, pai. Onde mais eu iria? - ri e pedi que a cozinheira fizesse meu omelete com queijo, tomate e orégano.

— Virou vegetariana? - meu pai perguntou descrente. Sempre pedia calabresa ou presunto, mas infelizmente comi chocolate demais na viagem, então teria que sacrificar algumas delicias agora.

— Não, até queria, mas o hambúrguer e a pizza de peperoni da Nona me condenam! - falei dramática.

— Se não quer eu não faço! - Nona apareceu com minha omelete e me fez pular na cadeira assustada, o que rendeu risos ao meu pai, a minha mãe e a cozinheira da família.

— Não está mais aqui quem falou! - disse abocanhando um pedaço daquela omelete. - Senhor, obrigado! Caramba nós temos a melhor cozinheira do mundo!

— Lize, coma logo ou se atrasará querida! - mamãe largou a revista e bebeu um gole do seu chá. - Ah, irei para Barcelona hoje com seu pai. Voltaremos no sábado. Sem festas em casa, okay? 

— Tá, claro. - falei com um sorriso. Uma pequena reunião de amigos não pode ser considerada como festa, não é?

Comi minha omelete e bebi um copo de suco de laranja enquanto conversava sobre a viagem dos meus pais. Aparentemente meu pai iria dirigir mais um filme e este iria se passar na Barcelona, por isso ele iria um mês antes das gravações para conhecer o set, os atores e a equipe com a qual iria trabalhar. Bem, tem um pequeno detalhe que esqueci de contar: papai era um diretor cinematográfico famoso e mamãe, bem, mamãe era uma linda modelo francesa. E eu, eu era a filha perfeita deles. Podia pedir por mais?

Estacionei meu carro e caminhei lentamente até o portão principal da grande escola. Alunos sorriam e acenavam para mim, garotas queriam ser eu, garotos me queriam. Ri com o pensamento e acenei delicadamente para todos. Chegando no meu armário encontrei as três pessoas mais importantes do mundo para mim. A Kiara, a Joane e o Kay. Ah, o Kay. Ele mal me viu e andou em minha direção e me deu um beijo. Como eu senti falta daquele beijo, do seu cabelo escuro e dos seus encantadores olhos.

— Amor! – falei animada.

—  Gatinha. Morri de saudade. – ele disse me dando mais um selinho e apertando minha cintura.

— Own! Que pombinhos mais lindos! – Kiara falou rindo – adoraria continuar queimando a minha mão, mas temos uma aula para comparecer. – ela disse me puxando.

— Te amo Kay! – falei soltando beijinhos.

— Te amo gatinha! Até mais! – ele deu acenou para mim e logo o perdi de vista.

                                  (...)

— Ki, Jo, comprei presentinhos! Vocês vão adorar os chocolates suíços que eu touxe! – abri minha mochila e tirei duas caixas com chocolates variados e logo depois uma pulseira de prata com detalhes rosa e um colar com um pingente de quartzo rosa. – O colar é da Ki e a pulseira da Jo. Amo vocês amigas! – falei abraçando-as.

— Que comecem os jogos. – Joane suspirou enquanto o professor de matemática adentrava o recinto. – Boa sorte Lize, espero que se ferre um pouco Kia. – rimos da honestidade da nossa amiga enquanto ela ia para sua cadeira e o professor iniciava sua aula.

Estava desenhando vestidos quando senti um leve cutucão.

— Acorda, Liz. Hora da aula de caras gatos correndo suados. – sorri com a afirmação da minha amiga. – Preciso falar com o Kyle. Aquele garoto está de novo em cima de mim. É tão chato ser desejada. – ri com a cara dramática da Kiara.

Fechei meu caderno e guardei meus lápis, quando estava prestes a sair ouvi o Professor Reynold me chamar. Dei um longo suspiro e fui em sua direção. Já imaginava o assunto e já tinha preparado todo o discurso: Sim, vou me dedicar mais. Eu sei que quase perdi semestre passado, mas prometo que esse semestre será diferente e blá, blá, blá.

— Senhorita Olsen. Tudo bem? – falou sorrindo.

— Tudo. – sorri de volta. Nossa, ele está de bom humor. Talvez eu nem receba uma reclamação hoje, talvez eu até receba um elogio. Minhas notas melhoram do nada, virei a melhor da turma, talvez até mesmo da esco...

— Bem, como a senhorita já deve imaginar suas notas não estão lá muito boas. – droga de professor que adora arruinar sonhos. – Estava revendo seus resultados e me senti no Alasca.

— Han? – franzi as sobrancelhas sem entender.

— Suas notas são todas abaixo de zero! – ele riu repousando a mão na sua barriga, se fosse natal com certeza o confundiriam com o Papai Noel. Balancei a cabeça tentando tirar os pensamentos bizarros da cabeça e iniciei o meu discurso.

— Sim, senhor Reynold, eu sei que meu rendimento no semestre passado não foi lá muito bom, mas eu prometo que vou me dedicar mais. – sorri tentando parecer o mais inocente possível.

— Sim, estou certo disso. – Eba! Agora tchau Noel. Estava prestes a me afastar da mesa do velho, quando ele voltou a falar. – E inclusive já lhe preparei um tutor! – ele sorriu maliciosamente.

Mas o quê? Aquele velho não pretendia me trancar num quarto e me obrigar a ter lições com ele não é? Até porque deve ser fora da lei, ou da ética, ou de alguma coisa.

— Tutor? – perguntei confusa.

— Sim, senhorita. Percebi que a senhorita precisa de ajuda. Não somente em minha matéria, porém em diversas, praticamente todas, com exceção de educação artística e desenho que é uma disciplina adicional. Fiquei surpreso, inclusive, em saber que sua melhor nota é C, em inglês. A senhorita está com altos riscos de repetir o ano e perder o posto de líder de torcida. – arregalei os olhos. Como aquele velho sádico sabia tanto sobre mim?

— Eu não sabia que minhas outras disciplinas estavam disponíveis para o senhor. – comecei.

— E não estão, porém existem as reuniões dos professores e a senhorita foi um dos assuntos mais tocados neste último encontro. Portanto, nossa decisão foi lhe designar um tutor.

— E ele seria o senhor? – perguntei um pouco assustada da resposta que poderia receber.

Ele riu alto.

— Não, senhorita. Sou muito ocupado para lhe tutorear. Porém fui eu quem escolhi seu tutor. É o meu melhor aluno. Inclusive ele faz parte do grupo de...

Melhor aluno é? A Kiara era uma das melhores alunas em matemática. Na verdade a Kiara era boa em praticamente tudo. A família dela era formada por médicos e provavelmente essa também seria sua futura profissão, e desse modo ela era muito cobrada pelos pais. A Kiara deveria ser perfeita.

— Professor! Então o meu tutor precisa ser um aluno? – o interrompi.

— Sim, senhorita. Precisamos saber que a senhora está cumprindo com as aulas, e só podemos certificarmo-nos disto caso o seu tutor seja um aluno da nossa escola.

— Sabe, eu tenho uma amiga que é super inteligente, ela poderi...

— Estamos tratando da senhorita Kiara? – ele perguntou, direto.

— Sim. – finalmente um Jimmy Choo no meio desse monte de esterco.

— Ela não está disponível. Na verdade ela foi a primeira opção da maioria dos professores, porém aparentemente ela não poderá lhe tutorear, então o seu tutor será o...

— Espera. Como assim ela não vai poder me tutorear? Porque os professores mudaram de ideia tão de repente?

O Sr. Reynold substituiu seu largo sorriso por uma cara de cansaço e deu um longo suspiro.

— Acho que a senhorita não entendeu. Ela não aceitou lhe tutorear, eu perguntei a ela mais cedo e ela disse que infelizmente não teria condições de ajudá-la.

— Mas porquê? – falei descrente.

— Isso eu não sei, senhorita Elizabeth, mas... – o toque alarmante do sinal o interrompeu. – Ora, acho que lhe apresentarei seu tutor na quarta. Passar bem, senhorita. – ele carregou sua pasta e saiu da sala. Fiquei lá estatelada tentando entender o porquê minha melhor amiga no mundo todo não podia me ajudar.

(...)

Filei a aula de educação física. Minha próxima aula era a de artes. Poderia cabular todas as aulas, menos a de artes. Porque aquela aula era meu escape. Quando as pessoas ficam bravas, ou confusas, elas gritam, choram, se entopem de besteiras e fazem outras coisas desnecessárias e às vezes prejudiciais, afinal ninguém sabe que comer 2 quilos de chocolate, pizza e refrigerante é tipo um convite para uma festa de espinhas na cara, com direito a estadia por uma semana grátis e all-inclusive? Eu não sou como essas pessoas, minha rota de fuga é um lápis, um papel e uma borracha. Sim, isso bastava para mim. Mas é claro que eu tinha um estojo com diferentes tipos de grafite, com diversas pontas e estilos, afinal sou apaixonada por tudo isso.

O tema de hoje era tentação. Me lembrei logo de cara da história de Eva e Adão. O que eu poderia desenhar? Um casal? Não, todos poderiam desenhar um casal. Uma cobra? Talvez, mas cobras são fáceis, e hoje eu queria um desafio. Pensei em toda a história do casal. Duas pessoas que viviam num paraiso, e então a mulher decidir provar da fruta proibida. Era isso! O proibido. Eu mal pensei e minhas mãos ligeiras já se moviam pelo papel. Desenhei primeiramente um jardim, lindo, com flores e pássaros, no céu formei poucas nuvens. No centro do desenho havia uma árvore, uma macieira para ser exata, carregada com frutas avermelhadas e suculentas. E em primeiro plano havia uma maça, no chão caída, ela parecia a melhor maça de toda a macieira, sua cor era vermelha, uma cor viva e pulsante e aquela era a maior maça da árvore. Ela estava mordida e apesar de aparentar ser a melhor fruta de todo o jardim, era possível ver a mancha negra que havia dentro dela, a mancha da morte, o veneno, a podridão, a tentação. Olhei para meu desenho novamente. Estava satisfeita com o que tinha feito, fiquei tão perdida em pensamentos que quase esqueci da Kiara, porém ela precisava me contar a verdade. Afinal eu poderia jurar que a Kiara faria tudo por mim e eu também faria tudo por ela.

Saí da aula de artes renovada, porém assim que entrei no refeitório me lembrei do assunto do meu tutor. Avistei minhas amigas de longe. Elas sentavam junto do time de futebol americano, sentei junto delas e Joane passou meu lanche para mim. Sorri com o ato.

— Sempre pensando em mim! Obrigada amiga! – eu e Kiara pertencíamos a famílias ricas, porém não ocorria o mesmo com a Joane. Sua mãe era mexicana e seu pai americano. Eles não casaram, porém ainda assim ele registrou Joane como sendo sua filha. Jo vivia no Mexico com sua mãe, porém quando a Dona Juanita faleceu por conta de uma pneumonia, Joane veio morar no Colorado, com seu pai.

— Se eu não pegasse sua comida iria acabar e você iria comer vento. E como minha mãe sempre dizia “Una bolsa vacía no puede mantenerse en pie .” – rimos.

Do outro lado da mesa Kiara e Kay conversavam animadamente com o resto do time, comi minha salada em silêncio sem querer atrapalha-los, logo que Kiara virou ela percebeu meus olhares colidindo com os dela.

— Credo! Tá querendo fazer participação em filme de terror é? – brincou.

— Desculpa. – suavizei a expressão – É só que eu recebi uma noticia meio ruim. 

— E qual foi? – quis saber.

— Vou precisar de um tutor. Na verdade o Sr. Reynold escolheu um tutor para mim. – falei dando um longo suspiro esperando que ela falasse algo. Mas ela não falou – Então – continuei – Eu perguntei se eu não podia estudar com você, já que você é uma das melhores alunas da escola inteira. – aumentei.

— Ah. Eu adoraria te ajudar amiga! – sorri com a declaração da Kiara – Mas não posso, sinto muito. Além de eu estar pegando aulas avançadas eu estou tutoreando dois alunos do time.

— Sério? – suspirei. – Achei que você seria minha salvação. Mas eu te entendo.

— Obrigada amiga! Você é incrível! – ela deu a última garfada em seu macarrão e se levantou. – Te vejo na última aula! – ela me deu um beijo na bochecha e saiu.

Me esforcei para terminar minha salada rapidamente enquanto conversava sobre as férias com o Kay e a Joane. Nas férias Kay treinou e curtiu com os amigos na Califórnia. Eles foram de carro para o litoral. Já a Joane tinha brilho nos olhos ao falar sobre a visita dos seus avós, que vieram do México e passaram uma semana com ela. Me alegrava vê-la assim.

As últimas aulas passaram rápido, assim como o dia. Na terça-feira tomei café com a Nona, afinal meus pais não estavam mais em casa e convidei alguns amigos para uma pequena festa de retorno às aulas. Seria na sexta, às 19:00h. O dia foi quase lento em comparação a segunda. Estava ansiosa e fui dormir cedo, espero que meu tutor não seja um daqueles psicopatas que às vezes largam cartas de amor do meu armário. As promessas de que iriam me amar até a morte me assustavam, Como amar alguém que você nem conhece e aceitar morrer por essa pessoa? Pensava. Entrei na aula de matemática tremendo e sentei em minha carteira usual. Era a terceira perto da janela. Ali eu podia desenhar sem ser tão notada e podia observar o céu e o que o cercava. Estava tão distraída que passei a aula toda olhando as nuvens e seus diversos formatos, tomei um susto quando o professor e um garoto de óculos se aproximaram da minha carteira.

— Senhorita Olsen! Que dia espetacular, não? – bradou o professor.

— Han? Ein? Sim! Sim, está lindo. – falei assustada.

— Bem, acredito que a senhorita já deva saber todo o sistema de logaritmos que eu ensinei hoje, já que pareceu tão desinteressada em minha aula.

— Logaritmos? – falei cansada.

— Bem, aqui está seu tutor. – disse, mudando de assunto – A não ser que a senhorita Willians possa te ajudar.

— Não. A Kiara não pode.

— Ótimo então! Bem preciso ir. Deixo as apresentações e decisão de horários com vocês! – o professor pegou a pasta e saiu rapidamente da sala. Levantei os olhos e e vi um garoto alto e esguio que me olhava através dos óculos. Levantei para cumprimentá-lo.

— Elizabeth Olsen! Prazer! – forcei um sorriso e ofereci minha mão.

— Eu já te conheço. – disse apertando minha mão. 
O silêncio reinou por alguns segundos até que decidi continuar.

— E o seu nome é?

— Não me conhece? – ele perguntou estranho.

— Se eu te conhecesse não perguntaria seu nome.

— Ah! – soltou – Sou Zachary Ranchert. Pode me chamar de Zack. Estudamos juntos desde os 12 anos.

— Han? – falei pasma. Desde os 12?

— Continua a mesma, Lizzie. – ele sorriu enquanto me chamava pelo meu apelido de infância.


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Notas finais do capítulo

E ai? Gostaram do primeiro capitulo? O que acham do Kay, dos pais da Liz, das suas melhores amigas e dela? Aqui estão as imagens de como eu imagino os personagens:

Lize: http://www.cmaworld.com/cma-country-christmas/wp-content/uploads/sites/6/2014/09/ccc14-lucy-hale2.jpg

Kay: http://www.aceshowbiz.com/images/wennpic/thomas-mcdonell-premiere-fun-size-01.jpg

Kiara: http://images.forwallpaper.com/files/thumbs/preview/4/48884__chloe-moretz-version-1_p.jpg

Joane: http://vignette1.wikia.nocookie.net/disneychannel/images/2/2e/Madison_.jpg/revision/latest?cb=20160306070038

Professor Reynold: http://img2.timeinc.net/people/i/2014/sandbox/news/140127/jonah-hill/dsutherland-600x450.jpg



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