Inequações do Amor escrita por May Winsleston


Capítulo 13
Capitulo 13 - Vamos jogar!


Notas iniciais do capítulo

Boa noite, queridos e queridas do meu coração!! Vocês pensaram que Inequações tinha morrido? Eu também! kkk Desculpa a sinceridade, mas eu realmente acreditei que o projeto "Inequações do Amor" tinha definhado. Isso se deve a muitas coisas: perda de confiança na história, diminuição de views, desistimulo próprio, até que eu comecei a preparar o sepultamento desta história. Mas aí algo inesperado aconteceu, eu recebi duas reviews, e isso me alegrou de um jeito, por que foi como se eu ouvisse "Não desista, nós não desistimos de você", por isso muito obrigada! Muito obrigada por não desistir de mim, por continuar lendo e acompanhando, por incentivar um sonho (afinal Inequações foi meu primeiro projeto aqui), e por reviver esta fic. Agradeço a todos! Mas em especial aos brilhos que me tocaram: Kammy Cup Cake e Coffee ♥ ♥ ♥

Sem mais delongas, e textos super dramaticos (sorry, mas precisei escrever tudo isso ♥), Boa leitura!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/697527/chapter/13

Eu não sei por quanto eu dormi. Não por ter dormido demais, pelo contrário, eu mal consegui pregar o olho. Antes de pegar o celular, eu olhei para o relógio rosa em cima do criado mudo, marcava 08:47h, eu já estava atrasada. Sem animo, ou força, me arrastei no edredom e alcancei o celular que repousava, silenciosamente, sob o travesseiro. Assim que o fiz me arrependi e a vontade de chorar aumentou, pois eu não precisei desbloquear a tela do aparelho para entender o que aquelas notificações significavam, mas eu o fiz mesmo assim.

“Você não imagina o quanto doí perder o hímem! Mas foi incrível demais e o meu Zack me tratou como uma rainha, ele é fofo demais! Obrigada por me ajudar nessa, Liz! Te amo!” (07:59h)

“Ah! Antes que eu me esqueça. Precisamos conversar... É sobre a Kiara. Eu sinto muito te dizer isso, Liz, mas parece que ela não é tão sua amiga quanto parece. Quando chegar na escola, conversamos!” (08:04h)

“Você não vem? Eu queria tanto falar com você sobre minha noite, talvez ajude com o Kay...” (08:35h)

Engoli em seco, e tentei controlar minha respiração que parecia faltar. As lágrimas já escorriam pelos meus olhos, e assim que comecei a digitar uma resposta, outra mensagem da Joane chegou.”

“Amiga, tá ai?” – perguntou.

“Sim.” – respondi, sem muito o que dizer.

“Não vem hoje? Eu queria tanto conversar contigo... A Kiara também não veio. Vocês estão juntas?”

“Não.” – comecei, procurando uma desculpa para minha ausência. – “Eu acho que a comida de ontem não me fez bem, então eu resolvi descansar um pouco hoje. Não sei da Kiara.”

“Nossa! Melhoras. Liz, eu posso te ligar?”

Eu não queria ouvir a voz da Joane. Não queria saber detalhes ou boatos sobre meu namorado e minha melhor amiga, e principalmente, não queria saber o que havia acontecido entre ela e o Zack, porque eu saiba o quanto tudo aquilo iria me machucar, mas também sabia que a Joane não estava fazendo nada por mal. Mas pelo contrário, no meio de tantas pessoas errada, a Joane foi a única que pareceu ser a certa. Prendi a respiração por 10 segundos, e senti uma dor fraca emanar dos meus pulmões. E aquilo me acalmou. Saber que eu ainda estava viva, saber que nem tudo no meu organismo estava partido, ou incapacitado. Um pequeno gesto me deu um pouco de paz no meio de tanta desgraça. Puxei o ar pelas minhas narinas e respirei fundo, enquanto digitava uma das mensagens que eu menos quis enviar, durante toda minha vida: “Sim” E assim que a enviei, uma solicitação de chamada apareceu na tela do celular. Deslizei o ícone verde para o lado e iniciei a ligação.

— Que bom que você me atendeu. Eu não queria falar isso por aqui, mas eu acho que você devia ser a primeira pessoa a saber disso. Eu ouvi alguns boatos sobre a Kiara... E eu sei que ela é sua melhor amiga, mas eu acho injusto que você não saiba sobre isso. É... – ela pareceu hesitar, mas logo continuou seu pensamento – Parece que a Kiara sempre foi apaixonada pelo Kay, e se ofereceu para ensiná-lo por isso, mas parece que rolou algo além de apenas cálculos e formas geométricas. – Droga!

— Você sabe desde quando isso tem acontecido? – tentei controlar a voz, mas ainda assim, ela saiu forçada e falha.

— Eu não sei, amiga. Os boatos explodiram hoje na escola, e eu também não sei quem começou com eles. Algumas pessoas falaram que viram a Kiara hoje, mas que ela logo foi embora...

— A Kiara esteve aí? E o Kay? – sondei.

— Eu não vi a Ki, como eu disse, só ouvi boatos. O Kay está na escola... Ele estava treinando no ginásio, mas agora não sei mais onde ele está. Eu estou escondida no armário do zelador. – riu.

— Entendi. Obrigada, Jo. Eu vou ligar para a Kiara, preciso tirar essa história a limpo!

— Não acho que devia fazer isso, Liz. Ela pode mentir. Por que não conversa com o Kay antes?

— Mas porque eu falaria com ele? Não dá pra trair sozinho, né? – falei, o choro sendo substituído pela raiva.

— Calma, Liz, você não sabe os motivos do Kay. E, talvez ele não tenha feito nada. Vocês não se amam? Talvez você possa dar mais uma chance ao amor. Vai que ele se arrependeu. Preciso ir, amiga, senão vão começar a fazer uma busca por mim! Beijo! – e ela desligou antes que eu pudesse falar qualquer outra coisa. 

Respirei fundo e tentei me acalmar, eu juro que tentei, mas a raiva, a angustia, o medo e mais um milhão de sentimentos tomaram o meu ser. Eu precisava saber mais sobre tudo aquilo. Mas a Joane estava certa a respeito de uma coisa, a Kiara podia mentir se eu falasse com ela pelo telefone, ou então fugir, como ela havia feito ontem. E se havia um jeito dela não escapar daquela conversa, esse jeito seria face a face, e eu estava mais do que preparada para aquilo.

—--------------------------------------------------------------------------

Eu estava parada em frente à casa da Kiara já fazia cinco minutos. Eu não sabia ao certo como iria começar, e muito menos o desfecho de tudo aquilo, mas percebi que se não fizesse algo logo, eu não faria jamais. Desliguei o motor e saí do automóvel, tremendo. Soltei um último suspiro antes de tocar a campainha da grande residência.

— Bom dia. Ah, Liz, tudo bem querida? – quem me atendeu foi a empregada da casa, Lourdes.

— Bom dia, Lu. – sorri, confortada – A Kiara está?

— Sim, mas ela está com muita cólica e dor de cabeça, talvez esteja um pouco explosiva hoje. – ela riu, a Kiara ficava extremamente explosiva neste período, não era novidade.

— Entendi. Bem, vim acalmá-la um pouco. – menti – Posso entrar?

— Tem certeza? Sabe como a...

— Sei, mas ainda assim gostaria de conversar com minha amiga. – interrompi.

— Okay, então... – falou, abrindo a porta, permitindo assim minha entrada. – Ela está no quarto, boa sorte!

Agradeci e subi as escadas, segui o corredor e cheguei no ultimo quarto. Bati na porta e a resposta foi imediata.

— Já disse que quero ficar só! – gritou.

— Mas eu preciso conversar com você! – rebati. Houve um silencio, mas logo pude ouvir passos e a chave rodar na maçaneta.

— O que faz aqui? – perguntou.

— Preciso de respostas.

— Não vai gostar das respostas que vou te dar hoje, então porque não volta outro dia? Será melhor para nós duas, afinal eu não quero te magoar e...

— Não quer me magoar? – ri – Então você acha que mentir e fingir ser minha melhor amiga não me magoa? – indaguei, passando por ela e entrando em seu quarto, sem permissão – Ou que ficar ou fazer coisa pior com meu namorado me faria pular de alegria?

— Como é? – ela rangeu os dentes e bateu a porta – Você acha que eu te traí?

— Não. Eu não acho, tenho certeza disso.

— Ah é? E quem foi que te disse isso? Calma, nem precisa falar, deixa eu adivinhar primeiro, sua “mais nova melhor amiga”, Joane? – frisou as aspas, no rosto carregava um sorriso irônico. – Até quando vai acreditar nisso, Elizabeth? Até quando vai fechar os olhos e acreditar em mentiras?

— Mentiras? A única mentirosa aqui é você! – bradei – Que sempre fingiu gostar de mim! Você sabia que eu amava o Kay, porque escolheu logo ele?

— Amava? Vocês nunca se amaram, talvez você tenha até gostado dele, mas eu sinto muito, Liz, o Kay nunca gostou de você. Ele te usou, isso sim, afinal de contas, que outra utilidade você teria para ele, hein? Você é infantil, mimada, tola e medrosa! E aparentemente, também é burra, afinal empurrou o único cara que já te amou pra cima daquela garota. – suas palavras eram duras e saíam descontroladas ao passo que caminhava pelo quarto, agitava as mãos e os braços, como se seu corpo todo falasse.

— A Joane estava certa, ela disse que você iria mentir!

— Ah, ela disse foi? E ela também te disse que a peguei se agarrando com o Kay em plena manhã de sábado? Ou ela decidiu omitir este fato?

— O quê? – tombei no chão repentinamente, como se minhas pernas tivessem desaparecido.

— Pelo visto não. – ela se aproximou e sentou ao meu lado, fixou seus olhos nos meus e iniciou sua explicação – Eu comecei a tutorear alguns garotos do time, entre eles o Kay. E tudo parecia normal, só um bando de garotos preocupados demais com músculos e sexo, mas eu pedi dispensa semana passada, exatamente por conta de algo que vi. E... sendo sincera, eu não duvido muito que “isso” já esteja acontecendo há um tempinho.

— Está mentindo! – duvidei.

— Creia em quem você quiser, Elizabeth, mas eu aposto que sua amiga não queria que você falasse comigo, ou estou errada? – não, ela estava certa.

— Okay, digamos que a Joane não queria que eu falasse com você. – falei, tentando controlar a voz e sentindo meu corpo todo tremer, não sabia se de raixa, medo, ou profunda tristeza – Por qual motivo você não me contou que ela havia ficado com o Kay, talvez se eu a tivesse impedido antes, o Kay não teria me...

— Traído? – ela levantou num pulo, exaltada. Me apoiei e empurrei todo o meu peso em minhas mãos, me forçando a levantar. Logo estava observando as costas finas de minha antiga melhor amiga – Deixa eu te contar um segredo. O Kay sempre te traiu, isso sempre foi notável. Você não enxergou, porque não quis. E a Joane nunca foi sua amiga, desde o momento que ela chegou naquela escola, com uma conversa barata e com um jeito de coitadinha... – pigarreou, eu sentia a ironia tomar conta de toda sua voz – ela nunca se importou verdadeiramente com você. Eu nunca gostei dela. A aturava por sua causa, mas quando vi as coisas que ela estava fazendo, quando percebi o fim trágico que tudo aquilo teria, eu pensei em te alertar... – ela se virou para mim, e quando o fez, pude perceber que chorava – mas, eu não consegui. – seu rosto estava vermelho e sua voz falhava, enquanto tentava emitir as palavras corretas – Você sabe o que é viver injustiçada, e de repente uma luz aparecer? Joane foi essa luz. A luz mais terrível e obscura que eu já vi. Era como se o universo estivesse finalmente ao meu favor, e você não sabe o quanto foi bom te ver sofrer, Elizabeth! – eu a observava boquiaberta, sem saber o que dizer ou pensar.  

— Me ver sofrer? – bradei, desesperada – Porque me odeia tanto? O que foi que eu te fiz?

— O que me fez? – cerrou os dentes, seus olhos estavam vermelhos e esbugalhados – Você tirou meus sonhos! Graças a você, eu fui estuprada! Ou você esqueceu? Hein? Você me forçou a ir aquela festa idiota, você disse que seria mágico, que seria especial, a noite em que você e o Kay se beijaram pela primeira vez. Aquela foi sua noite especial, mas foi naquela noite que eu vivi meu maior pesadelo. – ela encaixou as mãos em meus ombros e os apertou – Eu fui drogada, me embebedaram e um cara me levou para um quarto, rasgou meu vestido e tirou minha virgindade! Eu sonhava em perder a virgindade com um cara que eu amasse, Elizabeth! Eu queria que minha primeira vez fosse inesquecível, mas não desse jeito. – suas lágrimas agora jorravam de seus olhos, ela tentou enxuga-las, sem êxito, já que novas se formavam e voltavam a encharcar sua face, que sempre escondera um segredo tão destrutivo.

“Você sabe o que é acordar dolorida e não saber o que aconteceu? Você sabe o quão assustador é perceber que você está sem roupas, e que está marcada, e que tem um homem que você nem conhece ao seu lado? Você faz ideia do quão horrível foi fazer qualquer coisa depois daquilo? Sabe o que é viver com medo? Sabe o que é implorar todas as noites, pedindo que aquilo tivesse sido apenas um sonho ruim? É claro que não sabe, Elizabeth. Porque o mundo sempre girou ao seu redor. Sua vida sempre foi perfeita demais.” – Kiara caiu, desolada, no chão. E neste momento eu me lembrei da conversa que tive com minha mãe, corações partidos são feridas internas..., mas precisamos curar essas feridas antes que elas infeccionem e começam a arder tanto que será impossível aguentá-las. E era esse o maior sofrimento da Kiara. Uma ferida se abriu em seu coração, e ninguém percebeu, ninguém se importou, ninguém a tratou, e no final a ferida infeccionou e ardeu tanto, que a pobre Kiara não conseguiu mais aguentar.

Sentei ao seu lado, e chorei junto à ela, desta vez não por minhas decepções, mas pelas dela. A abracei, e não me choquei quando ela me repeliu.

— Por que vem me consolar agora? Está com pena de mim? Agora decidiu acreditar em minhas palavras, ou apenas precisa de mim? Precisa de minha ajuda para resolver sua vida? Onde você estava quando eu precisei da sua ajuda para não virar isso? – ela apontou para si mesma. A garota que eu sempre havia admirado por sua força, ousadia e coragem, se revelou, e ela era apenas uma garota que havia tido as asas dos sonhos partidas, e ninguém tinha uma linha ou agulha que pudesse consertar aquilo. Respirei fundo e a toquei de leve.

— Eu sinto muito. – pedi, apoiando minha cabeça na dela, e deixando nossas lágrimas se misturarem, enquanto tombavam em seus joelhos – Eu sempre fui egoísta, e tola, e sempre me deixei levar pelos outros. Eu te culpei por milhares de coisas, mas não consegui enxergar o erro que cometi, e agora que o vejo, eu sinto nojo daquela garota que eu era. Kiara... eu não posso mudar o passado – a abracei – não posso te devolver seus sonhos – limpei suas lágrimas – e não posso te impedir de querer se afastar de mim para sempre. – disse, por fim, levantando seu rosto, fazendo-a olhar para mim – Mas se há algo que eu puder fazer para consertar todo o mal que eu fiz, eu farei! E se há alguma forma de eu conseguir sua preciosa amizade mais uma vez, eu imploro, me diga qual é, por que eu sei que não mereço, mas também sei que a caminhada sem você é triste e sem graça. Eu te amo, do fundo do meu coração e não quero te perder, então por favor, eu imploro, aceite o perdão desta garota tola e insegura.

— Você esqueceu de dizer burra, e dramática, e meio lerda. – riu, limpando as lagrimas restantes, e retribuindo, enfim, meu abraço. – Acho que senti falta de seus desabafos – rimos.

— E eu de você reclamando de mim, mas já voltou! – ela revirou os olhos e levantou.

— Bem, chega de falar sobre mim, precisamos deter a Joane de chegar até o Zack! – disse, fungando heroicamente – Vamos para a casa dele?

— Não. – anunciei – Vamos entrar no jogo. E desta vez, pode ter certeza, que não serei mais apenas uma peça no tabuleiro de intrigas da Joane. Se ela quer jogar, então vamos jogar!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Me perdoem se houver erros de português, eu vim postar correndo. Mas me contem, o que acharam? NOTICIA!! Queridos e queridas, este é o penultimo capitulo de inequações. Nos vemos no próximo, e obrigada por me acompanhar nesta caminhada ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Inequações do Amor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.