Inequações do Amor escrita por May Winsleston


Capítulo 12
Capítulo 12 - Destino


Notas iniciais do capítulo

Gente!! Me perdoem! Leitores queridos, não desistam de mim, por favor!! Eu acabei me atrasando numa mistura de trabalho, faculdade e um horrível bloqueio. Por isso tentei fazer um capitulo grande :D Eu espero mesmo que vocês gostem desse capitulo, ele traz varias explicações. Um obrigada especial a Dani que sempre comenta meus capítulos, muito obrigada, você é uma linda!!! Sem mais delongas, boa leitura!



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— “Por que não termina com ele então?” – Kiara soava um tanto entediada do outro lado da linha.

— Porque eu o amo? – perguntei, acho que mais pra mim do que pra ela.

— “Sabe, esse cara é um idiota. Acho que você devia terminar logo com ele. Na verdade, acho que deveria ter feito isso bem antes.” – suas palavras saiam rápida e precipitadamente de sua garganta. Era quase como houvesse um desespero para que aquela ação fosse realizada. – “Liz, ainda tá ai? Ou desligou a porcaria do telefone na minha cara?”

— Eu tô aqui. – falei. Não entendia o porquê, mas havia algo que me incomodava nessa conversa. – Kiara, por que quer tanto que eu termine com o Kay?

— “Han!? Que pergunta idiota é essa? Não é obvio? Acho que vocês deviam terminar porquê você vive falando mal del...”

— Essa foi a primeira vez que falei sobre isso com você, Kiara. Você está escondendo algo de mim?

Pude ouvir um suspiro, seguido por um enorme silencio. A voz rouca da minha amiga aparece segundos depois “Não, Liz, não estou escondendo nada.”

— Tem certe...

— “Que porcaria, Elizabeth! Está duvidando de mim? Eu não disse que não sei de merda alguma? Affs! Preciso desligar. Tchau!” – A interrupção da conversa me deixou atônita. Meu coração batia acelerado e eu sentia uma vontade de chorar, e eu nem mesmo sabia o motivo, ou talvez soubesse, Ah, sei lá. Deitei na cama e senti minha cabeça pesar. Peguei o celular e digitei um número já conhecido. O sotaque carregado e a voz alegre me vivificaram um pouco, mas não muito, afinal a alegria que a Joane traria, também seria apagada, quando o nome de um certo garoto fosse pronunciado, e não demorou muito para isso acontecer.

¨ ¨ ¨ ¨

— Não acha estranho ela querer que você e o Kay terminem? Tipo, foi meio do nada, segundo o que você me contou, ne? - Joane argumentou, enquanto brincava com o canudo do seu milk-shake.

— Sei lá. – dei de ombros – Talvez seja por que ela ficou preocupada comigo, porque eu disse que ele tinha me ameaçado.

— Tem certeza que aquilo foi uma ameaça? Do jeito que você fala agora, parece até que o menino te jurou de morte, sendo que é normal um namorado sentir ciúmes da namorada, não é? – ela sugou um pouco mais do seu milk-shake – Aliás, quem foi o garoto?

— Garoto? – questionei, sem entender de quem minha amiga estava falando.

— O garoto que o Kay ficou com ciúmes, ué. – estremeci – Ele deve ser muito incrível pro Kay, o líder da escola, sentir ciúmes dele. E ai? Eu conheço? – Conhece. É o garoto com quem você está saindo, e inclusive, ele quase tentou me beijar, e eu quase aceitei.

— Não. – menti – Ele era só um garoto qualquer que passou por ali. – Joane deu de ombros.

— Mas enfim, não acho que você deveria terminar com o Kay por uma besteira dessas. Se alguma garota tentasse algo com o Zack, ela com certeza receberia mais do que apenas uma ameaça. – engoli seco. – Preciso voltar a trabalhar e mais tarde vou para a casa do meu futuro namorado.

— Mais tarde? Mas já são oito da noite.

— Eu sei, ué. O Zack está demorando demais em me pedir em namoro, e o que melhor para unir um casal do que sexo intenso? Além disso, já está na hora de perder esse hímen, né? Você deveria fazer o mesmo! – minha amiga deslizou sobre o banco acolchoado e se levantou. No seu rosto havia um sorriso aberto, que demonstrava grande excitação. Antes de virar e ir para trás do balcão da lanchonete, a garota pediu enquanto cruzada os dedos das mãos – Deseje-me sorte! – Apenas assenti, fingindo o meu melhor sorriso, que se transformou em lágrimas quentes e pesadas, assim que eu entrei e fechei a porta do meu carro.

O caminho para casa pareceu rápido, rápido demais. As lagrimas eram teimosas e continuavam a cair, independentes dos meus esforços para que elas parassem. No rádio, Shawn Mendes cantava Imagination, e apesar de eu odiar o sentimento que essa música estava me causando, por algum motivo, eu não conseguia parar de ouvi-la. Antes do fim da canção, já avistava a residência dos Olsen. Limpei minhas bochechas com as costas das mãos e chequei minha imagem no espelho, somente um monte de maquiagem conseguiria disfarçar aquele rosto vermelho e inchado, como só tinha um batom no carro, decide sair daquele jeito mesmo.

Ao entrar percebi que meus pais estavam no sofá. Pelo barulho alto dos roncos, meu pai dormia, já minha mãe parecia distraída demais assistindo um filme antigo na tv. Decidi que a melhor forma de não preocupa-los seria entrar de fininho e subir para meu quarto. Mas a tentativa falhou, assim que pisei no primeiro degrau da escadaria.

— Filha! Por que não senta aqui para assistirmos esse film... – seu alegre e gentil deu lugar a uma expressão preocupada, levemente, ela tirou a cabeça do meu pai de seu colo e a apoiou num dos travesseiros do sofá – Lizzie, tudo bem, minha filha?

Mordi o lábio inferior e fingi um sorriso, fiz que sim com a cabeça, mas fui traída no final. Fui traída pelas lagrimas insistentes, que se recusavam a atuar naquela falsa felicidade, que se recusavam a dizer “estou bem”.

— Own, querida. – disse, enquanto me apertava num abraço e eu desabafa em seu colo e mergulhava no seu perfume.

— Mamãe, eu sou uma completa idiota! – xinguei.

— Não é não, querida. Você só é uma garota com um coração partido. Existem doenças piores, mas essa com certeza é uma das mais perigosas, afinal corações partidos são feridas internas. Elas não deixam marcas externamente. Mas precisamos curar essas feridas antes que elas infeccionem e comecem a arder tanto que será impossível aguentá-las.

— E como se cura isso? – falei, soluçando.

— Bem, o primeiro passo é desabafar. Acha que pode fazer isso? – Assenti e subimos as escadas até chegar ao meu quarto.

Não fiz questão de mentir ou omitir fatos, tudo que tinha acontecido e estava me incomodando foi exposto, enquanto minha mãe me ouvia atenciosamente. Ela não falou em momento algum, e não me julgou. Apenas ouvia e balançava a cabeça de vez em quando, ou me lançava um sorriso gentil e aquecedor. No final, ela soltou um leve suspiro e se moveu para mais perto de mim, sentando-se ao meu lado na cama.

— Acho que suas duas amigas tem um ponto, mas quem decide é você. Agora, em seu lugar eu conversaria com a Kiara e tentaria entender o motivo dela querer tanto o fim desse seu relacionamento, deve haver algo a incomodando. – acenei positivamente com a cabeça. Meus olhos ardiam e minha mente pesava. Deitei no colo macio de minha mãe e relaxei ao sentir seus dedos passearem entre meus cabelos. – Quando você tinha 12 anos, mais ou menos, um garoto apareceu aqui em casa. Ele usava óculos e tinha cabelos escuros e olhos azuis. Ele era incrivelmente parecido com um ídolo que eu e seu pai gostávamos quando éramos mais jovens...

— Devia parecer com o Zachary. – ri.

— Era ele. – anunciou, sem rodeios.

— Han?! Por que? Quer dizer, como ele sabia onde eu morava ou como ele me conhecia?

— Calma – disse, entre risos – Vou explicar tudinho, mas precisa me escutar, pode ser?

— Pode sim. – disse, meio que em contragosto.

—  Como eu estava dizendo, esse garotinho apareceu aqui. Seus óculos estavam quebrados e ele estava uma bagunça. Na verdade, me assustei um pouco quando o vi. Ele queria falar com você, inclusive, disse que se impressionou quando descobriu que moravam no mesmo bairro, e a tão poucos metros de distância.

— Por que você não me cham...

— Shiu! – interrompeu – Você disse que iria escutar tudinho! – fiz uma careta e deixei que ela continuasse – Naquele momento eu fiquei realmente assustada, quer dizer, ele era uma criança, mas seu pai já era famoso, e pessoas podem ser más às vezes, então perguntei como ele havia te conhecido.  Acho que nunca vou esquecer daquelas palavras, ele disse “Ela foi minha heroína. Ela me salvou quando ninguém mais se importava. Quero ser seu herói agora.”, e aquilo foi incrivelmente fofo. Infelizmente, você tinha acabado de sair de casa naquele momento, e o Zack carregava algumas flores de cacto, e seus dedos estavam vermelhos. Ele as entregou para mim e pediu que eu as desse a você. Quando você chegou, eu disse havia sido seu herói que as havia dado, você correu para os braços do seu pai e o abraçou. Acho que você pensou que havia sido ele. Eu esqueci de perguntar o nome daquele garotinho, e apesar de achar que ele iria aparecer novamente, ele nunca apareceu. Quer dizer, não até aquele nosso jantar. O reconheci alguns dias depois, ele estava diferente, mas de certa forma, continuava parecendo o seu herói. Que graça, não?

— Sim. – um sorriso brotou em meus lábios. – Quando nos conhecemos o Zack me soltou uma pista. Ele disse que me conhecia desde os 12, que lerda eu fui.

— Não foi não. Você apenas não sabia. Mas quem sabe agora você consiga consertar as coisas?

— E a Joane? – ela deu de ombros.

— Acho que você vai encontrar o caminho certo para a felicidade. Talvez o destino tenha planejado que você e o Zack deveriam ser apenas amigos. Mas...

— Mas?

— Mas sempre dá para mudá-lo. – ela me lançou uma piscadela, e se levantou da cama. – Agora preciso ver seu pai. Saiba que eu te amo muito, querida, mas agora as decisões são apenas suas. – minha mãe pousou um beijo em minha testa e saiu do quarto, fechando a porta atrás de si.

Mergulhei minha cabeça no travesseiro fofo e fechei os olhos cansados, antes que pudesse dormir o som do meu celular soou pelo quarto, indicando uma nova mensagem. Na tela haviam duas mensagens novas, ambas da Joane, desbloqueei o telefone e ele me levou direto ao aplicativo. As palavras escritas me fizeram sentir uma mistura de medo e frustração. “Ouvi dizer que a Kiara para de tutorear o Kay, sabe o motivo?” “Estou finalmente na porta do Zack, adeus virgindade!”

— Droga de destino! – sussurrei, enquanto desligava o aparelho e me escondia debaixo do edredom.


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Notas finais do capítulo

E ai? O que acharam? Duas noticias: Primeira, a fic tá chegando perto do fim T.T e a segunda, estou pensando em fazer alguns contos dos outros personagens (1 capitulo ou dois no máximo)! O que acham? Logo postarei o próximo! Obrigada pela leitura ♥



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