O Passado da Serpente escrita por Maurício Lewandowski


Capítulo 3
Três




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/697522/chapter/3

—Então Eva, estou esperando. Para que retirou uma quantia alta dessas? Ainda mais em espécie. Perguntou.

—Era uma surpresa meu amor. -Eu já tinha calculado tudo. Só não imaginava que o “banana” iria descobrir tão rápido. - Você descobriu rápido demais, poxa. Me fiz de chateada.

—Surpresa? Me olhou espantado.

—Sim meu amor, eu iria comprar um presentinho para você, já que seu aniversário está chegando. E o que eu vou comprar, só poderia ser pago com em espécie. Respondi, enquanto caminhava pela sala. -Não ficou chateado comigo, ficou?

—Claro que não. Eu só fiquei preocupado, essa cidade anda tão perigosa... desculpa se estraguei tudo. Respondeu enquanto me abraçava e me acariciava.

Depois de conversar mais um pouco e convencê-lo que eu iria usar para fazer uma festa de aniversário diferente para ele, me acalmei mais um pouco, mas fiquei louco estressada quando disse que Maria havia pedido para voltar. O deixei no escritório e fui atrás de Maria, mas não a encontrei na cozinha ou em seu quarto. Subi as escadas furiosa imaginando que estivesse no meu quarto e quando chego no corredor a porta está aberta. Entro e vejo Maria de costas.

—Sua velha descarada, a gente não combinou de você esperar a outra parte fora da minha casa? questionei.

—Eu não combinei nada com tu - se aproximou-  mas eu voltei sim, mas não foi atoa.

—Claro que não foi à toa. Já viu cobra velha da ponto sem nó? – Nem terminei minha frase e ela avançou para cima de mim e me deu uma bofetada tão forte, que eu tive que me segurar na cômoda. -Você tá louca? perguntei, com a mão no rosto.

—Tu ta achando que eu sou otaria sua piranha - me puxou pelo braço - acha que eu não sei que tu foi fazer a cabeça do meu filho contra mim, em? - apertava meu braço - Quero tu longe do meu filho, ta entendendo?

—Nunca mais ouse levantar a mão pra mim, se não - Maria me interrompe.

—Se não o que? Vadia! - me joga na cama - olha aqui, eu quero a outra parte do meu dinheiro, mais o restante das joias essa semana. E se eu souber que tu foi atrás do meu filho de novo e está tentando me enrolar, eu acabo contigo piranha! Esbravejou enquanto saia do quarto.

Eu sentia meu rosto arder após receber a bofetada. Sabia que ela iria querer mais e mais e que nada que eu desse seria o suficiente. Precisava dar um jeito nisso. Tomei uma boa ducha, me arrumei, avisei Fernando que iria para o salão (estranhou pois já era noite) e fui encontrar Toledo em sua casa. O fiz desmarcar todos seus compromissos para me encontrar.

—Olha só Evinha, desse jeito eu vou ficar sem nenhum cliente! Tive que desmarcar com clientes que estão aguardando faz semanas. Reclamou.

—Aquela velha maldita voltou e me pediu mais dinheiro. Toledo, eu não estou aguentando mais. Falei.

—Mas ela não não tinha saido da sua casa? voltou assim, tão de repente?

—Sim, mas agora ela quer mais. Aquela velha desgraçada… ainda teve a audácia de me dar uma bofetada.

—Minha santa Eva Cadore! Tô passado! Como ela teve coragem de te bater… se aproximou e passou a mão no meu rosto, mas me levantei do sofá.

—Preciso do contando do Rubinho. -É um antigo conhecido nosso que faz uns servicinhos quando precisamos- Preciso tirar essa velha do meu caminho e logo.

—O que você vai fazer, Evinha? O Rubinho é barra pesada. Me olhou espantado enquanto procura o número no celular.

—Você vai saber. Puxei o telefone de sua mão, liguei para Rubens e marquei um encontro na casa do Toledo. Cerca de 30 min ele chegou.

—Rubinho, preciso que você tire de circulação uma pedra que está no meu sapato. Ordenei.

—Estou sempre as ordens. É só me dizer quando e onde, que estarei.

Nos despedimos e Toledo como sempre deu chilique dizendo que não participaria do ato.

—Eu não quero ser cumplice de nada!

—Você já está mais do que envolvido, Toledo. E sabe bem disso…

—Porque você não pega esse dinheiro e foge com o Joaquim em? Vai embora daqui amiga, seja feliz longe de tudo isso!

—Bateu a cabeça? Fugir com essa mixaria? não vou morrer na praia agora, ainda mais por causa de uma velha idiota.

—Evinha querida, pensa bem. O caminho que você está indo, não tem mais volta.

Engoli a seco o que ele disse, pois estava coberto de razão, sabia bem disso. Mas não dei ouvidos e passei os dias esperando a hora certa para botar meu plano em ação, não me encontrei com Joaquim mais, apenas por telefone. Mas continuava saindo com Estevão. Consegui mais 50 mil reais e resolvi entregar para Maria que na discursão quase mostrou as fotos para Fernando. Sabia que cedo ou mais tarde Maria iria depositar o dinheiro em alguma conta. Dito e certo. Dois dias depois, Maria pegou a mala e se encaminhou para o banco afim de depositar o dinheiro. Avisei Rubinho e o expliquei exatamente o que queria. Meu plano era calar a boca daquela velha para sempre e recuperar o dinheiro que ela me extorquiu. Duas horas depois meu celular toca e era Fernando.

—Alô, Eva?

—Oi amor, aconteceu alguma coisa? senti sua voz preocupada.

—Maria acaba de ser assaltada na Rio Branco!

—Meu Deus - me fiz de espantada- como essa cidade está perigosa. Mas como ela está?

—Foi levada para o hospital às pressas, Foi baleada e chegaram a levar uma bolsa de dinheiro. Explicou

—Nossa! Estava vibrando do outro lado.

— Mas as autoridades prenderam um dos assaltantes e recuperaram o dinheiro. Revelou.

Assim que ele disse isso, meu celular caiu no chão. Não podia acreditar no que estava ouvindo. Maria ainda estava viva e um dos meus capangas foi preso com todo meu dinheiro. Isso só podia ser um pesadelo na minha vida. Ouço alguém me chamando na sala e percebo que era Toledo, que estava aflito.

—Eu sabia que isso não ia dar certo, Eva. Disse

—Cala a boca Toledo, aqui não. - O puxei para o escritório - Não precisa dizer porque eu já sei, um deles foi preso. Deu tudo errado!

—Pior. Invadiram minha casa e me ameaçaram! Chegaram a me bater! Disse mostrando o rosto vermelho. - Disseram que se você não tirar o Rubens da cadeia, eles vão acabar com a gente e ainda exigiu a outra parte do dinheiro, pois a polícia está na cola dele.

—Eu não acredito que esse pesadelo está acontecendo, não acredito gritei!

De repente Joaquim invade o escritório me chamando de assassina.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Passado da Serpente" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.