O Passado da Serpente escrita por Maurício Lewandowski


Capítulo 4
Quatro.




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—Assassina! Assassina! Joaquim repetia sem parar e seus gritos ecoavam por toda sala. – Como você teve coragem de tentar matar a minha mãe? Disse se aproximando de mim.

—Que isso Joaquim, como você entra aqui deste jeito? Perguntei.

—Bem que minha mãe tinha me avisado a cobra que tu é! –podia sentir seu hálito de tão perto que estava.

—Joaquim, calma. Eu não tenho nada a ver com o que aconteceu com a Maria. Falei cinicamente enquanto Toledo observava tudo assustado.

—Me responde, porque fez isso? – segurou meu braço com força enquanto lagrimas davam sinal de escorrer – Eu tinha dito que podia resolver. Suas lagrimas desceram.

—Toledo, cuide para que ninguém entre aqui. Fiz sinal para que ele saísse da sala e assim o fez e toquei o rosto de Joaquim.

—Meu amor, como pode pensar isso de mim? Eu jamais faria uma coisa dessas, não sou assassina -Falei olhando fixamente em seus olhos – Fiquei tão espantada como você, quando soube.

—Porque faz isso comigo, Eva... -soltou meu braço e desabou nas lagrimas- tu tem um controle sobrenatural sobre mim...

—Olha pra mim – segurei seu rosto –Eu amo você, Joaquim. Como nunca amei outro homem e não seria capaz de um ato como esses.  Menti.

—Será que ama mesmo? Porque tudo começou a piorar depois destas benditas fotos. –respirou – Se eu descobrir qualquer envolvimento seu nisso, eu não vou poupar ninguém. Ameaçou.

—Eu sei que você está nervoso, mas precisa acreditar em mim.

—Aqui estão as fotos. –jogou um envelope pardo na mesa –Divirta-se. Disse saindo da sala.

—Joaquim –chamei –Todas as copias estão aqui? Perguntei.

Se virou e com um olhar de reprovação saiu da sala batendo a porta, mas logo se abre e Toledo aparece.

—Pega pra mim aquela lata ali – apontei enquanto abria o envelope – aqui estão elas.

Toledo traz a lata e coloca em cima da mesa.

Manuseando as fotos, não encontrei o filme ou qualquer coisa que eu pudesse me certificar que elas não estão gravadas em algum outro lugar.

—Queima logo isso, mulher! Joaquim deve ter apagado.

— Toledo, ele me ameaçou, falou que se descobrir meu envolvimento não vai poupar ninguém. Falei pensativa olhando para ele.

—Disse com essas palavras? Perguntou.

—Sim. Com certeza ele está com alguma cópia. Droga!

Eu não podia deixar ninguém estragar meus planos, muito menos o moleque do Joaquim por causa da mamãezinha dele. Peguei as fotos, picotei com ajuda de Toledo e coloquei fogo nelas. Com medo da iminência de Maria sobreviver, resolvi naquele instante com Toledo ir até a casa dela e procurar mais copias das fotos, pois minha intuição nunca falhava, mas acabei encontrando Estevão no caminho e não pode deixar de falar com ele que me convidou para ir ao seu apartamento. Depois de conversamos um pouco sobre a empresa e eu tentar disfarçar o meu nervosismo, Estevão me faz uma proposta indecente.

—Casa comigo?

—Eu já sou casada.

—Isso não é problema. Larga aquele banana – se aproximou – você está precisando é de um homem de verdade...

—E você seria esse homem? Perguntei.

—Você vai saber agora.

Me jogou na cama, tirou toda minha rouba e nós transamos freneticamente naquele dia. Ele me deixou sem fôlego, mas acabei perdendo totalmente a hora e tinha que voltar para casa. Antes de sair, Estevão me presenteia com um “pé de coelho” em forma de chaveiro todo de ouro e pedras de esmeralda. Disse que era para me dar sorte. Eu saí dizendo que eu mesma fazia a minha sorte.

Ao chegar em casa fiquei mais tranquila ao saber que Fernando a visitou e disse que seu estado era grave e Joaquim permanecia com ela. Fernando pediu para que eu a visitasse, já que amanhã não podia cancelar uma pequena viagem que faria de um dia.

No dia seguinte, sai com Toledo para a casa de Maria. Ele reclamou um pouco, mas aceitou e no caminho levei um conhecido chaveiro para me ajudar a abrir a casa. Assim que chegamos em um bairro horrendo e quente chamado Bangu, fomos direto a casa de Maria. Jorge, o chaveiro, conseguiu abrir a porta e ficou do lado de fora vigiando enquanto eu e Toledo revirávamos tudo, mas sem bagunçar aquele pardieiro. Até que depois de quase 40 min procurando, encontro debaixo de um tapete que ficava ao lado da cama um outro envelope. O pego e encontro novas copias e com elas um cartão de memória. Eu sabia que minha intuição não falhava. Peguei o envelope e coloquei dentro da bolsa e deixamos aquele local, quando Toledo recebe uma ligação e ao acabar de atender me olha espantado.

—O que houve? Pergunto.

—Segura o salto, porque o babado é forte.

—Fala! Gritei

—Tem uma pessoa do seu... do meu... do nosso passado neste momento na sala da minha casa.

—Como assim, Toledo? Fiquei apreensiva.

—A descrição é totalmente compatível com as dela.

—Ela quem Toledo, fala logo viado – bato em seu braço.

—Ela se identificou como Sueli Pinto.

Suas palavras arderam meus ouvidos.


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