O Passado da Serpente escrita por Maurício Lewandowski


Capítulo 2
Dois.




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Desconcertada em ver as fotos que poderiam pôr fim a minha vida de mordomias em poder da minha empregada, não sabia como conter minha raiva, então, furiosa, peguei as fotos e comecei rasgar. E maria começou a rir.

—Pode rasgar o quanto quiser, eu tenho várias cópias.

Ao perceber que realmente não adiantaria nada, me virei para ela.

—Sua vida deve ser uma droga mesmo, para você ficar me espionando. Gritei.

—Até que não é muito difícil espionar uma vadia que se faz de fina, mas vai pra cama com o filho da empregada.

—Minha vida sexual não diz respeito à você, sua pervertida.

—O que seu Fernando vai achar disso em? Debochou.

—Ah, claro. Chantagem... bem da sua “laia” mesmo. Falei

 -E eu sei bem qual é a sua “laia”. Mas vamos ao que interessa... Eu quero 500 mil reais.

—Eu não tenho. Sorri debochando.

—Como não tem?

—Eu não tenho dinheiro em banco.

—Tudo bem, seu Fernando vai adorar saber que a mulher dele frequenta o quartinho de empregada quando ele ta fora. Riu.

—Se eu conseguir esse dinheiro, que garantias eu vou ter que você não vai continuar me chantageando com essas fotos?

—A minha fiel amizade.

—Sua cobra peçonhenta, velha nojenta - me descontrolei quando ela me interrompe.

—Tu não está em posição de ter garantia alguma, cadela. Eu estou, então cala essa sua boca. Disse enquanto se aproximava de mim.

—Preciso de um tempo para levantar a quantia. Me controlei.

—Tu tem uma semana. Ah, e como garantia, porque não sou otária, quero as joias que tu esconde no cofre.

Fiquei pasma na hora, pois as joias que estavam no cofre (compostas de brilhantes, esmeraldas, rubis e inclusive diamantes, juntas equivaliam ao dobro do que tinha pedido.) E de cara recusei, mas aquela velha maldita me pressionou de tal maneira que não tive saída e acabei a entregando parte das joias do cofre. Assim que pegou as joias, foi em direção a saída e saiu dando gargalhadas. Corri e tranquei o quarto. O ódio me consumia. Fiquei andando de um lado para o outro e pensando como eu iria levantar esse dinheiro sem deixar suspeitas. O problema, é que eu sabia que depois disso ela iria querer mais e mais, por isso precisaria ganhar tempo para acabar com essa empregadinha. Logo me veio uma ideia e marquei um encontro com Joaquim em uma chácara que sempre nos encontrávamos em Vargem Grande. Ao chegar logo o expliquei o acontecido, depois de ter se exaltado e dito que iria falar com a mãe, pedi para fingir que não sabe de nada, pois tinha outros planos.

—Você me ama de verdade? perguntei, fazendo um apelo para o lado emocional.

—Claro que eu te amo, sabe disso meu amor. Respondeu com os olhos brilhando.

—Então eu preciso que você descubra onde estão essas fotos e as tragas para mim. Ordenei

—Tu não queria se separar do chifrudo? Vamos aproveitar isso e ir fugir daqui. Chega de viver nessa enganação. Falou me agarrando, quando o empurrei.

—Para de ser idiota garoto! - me acalmei, respirei e refiz a minha colocação - Meu amor, eu sou casada em separação total de bens. Se eu sair assim, não levo um tostão. E tudo que eu mais quero é viver longe daqui contigo, mas sem me preocupar com dinheiro, me entende? Menti carinhosamente enquanto beijava seus lábios.

Joaquim acabou concordando, quando enfatizei que só voltaria a encontrá-lo caso o fizesse o que pedi. Na verdade, eu conseguia manipulá-lo de uma maneira que o deixa-se de quatro por mim. Logo nos despedimos e eu fui encontrar Fernando na empresa, para sondar o que estava acontecendo (em relação aos negócios) e dar uma de “mulherzinha dedicada”. Assim que cheguei na empresa, fui encontrar meu marido e depois de conversarmos um pouco sobre a volta da minha enteada Luiza que estava no exterior estudando, me despedi e sai da sala quando bati de frente com um homem negro, forte e com um olhar vibrante. Se aproximou de mim e após me cumprimentar com uma voz grave e excitante se apresentou.

—Eu sou Estevão Baricelli, novo integrante do grupo Cadore. E você deve ser a encantadora, Eva Cadore. Disse me comendo com os olhos.

—Exatamente. Assenti e observei seu traje incomum de um piloto de formula um.

—E também sou piloto nas horas vagas. Sorriu.

Neste instante, Nora, secretária de meu marido me avistou e gritou meu nome, me cumprimentando. Coisa que eu O-D-I-A-V-A e logo espantou Estevão que se despediu de mim e finalizou dizendo que gostaria de me encontrar mais vezes. Confesso que fiquei intrigada. Mas logo me encaminhei para saída também.

Dias depois...

Maria fez de tudo para atazanar minha vida. Eu já não estava aguentando olhar para a cara daquela mulher. O último dia que a empregadinha me deu para lhe entregar o dinheiro chegou e Joaquim não conseguiu achar as provas e ela voltou a me ameaçar.

—Vai me pagar hoje ou terei que mostrar as fotos para seu Fernando? ameaçou.

—Você não vai mostrar nada. Falei

—O que te faz pensar assim, sua cadela? Não teria nenhum problemas em ferrar a vadiazinha “mor“.

— Eu estou firme com o Fernando e se ele quiser se separar por conta disso, eu não sairia de mãos abanando. E para você vai sobrar o que? Acusação de ladra e chantagista, já que minhas joias estão com você. Resolvi arriscar a colocando na parede.

— Tu se acha muito superior mesmo, né? Se eu quiser eu jogo essas fotos na internet e o mundo todo vai saber a vadia que você é.

— E o que você vai ganhar com isso, Maria?

— Nada. Suspirou.

—Mas eu sei você não vai fazer isso, pois sabe que eu sou o seu único passaporte para sair da sarjeta. Argumentei. - E se fizer, vai continuar na pobreza para sempre. Sorri maliciosamente.

—Olha aqui sua cadela – Falou.

—Olha aqui você, sua velha nojenta - segurei seu braço com força - Está vendo aquela mala ali? - apontei - Então, lá dentro tem parte do que você pediu. Você vai pegar aquela mala e vai aguardar até eu ter a outra parte do dinheiro. Entendeu? Mas enquanto isso, eu quero você fora da minha casa.

—Tu ficou doida! -Começou a gargalhar ao soltar do meu braço. -Eu não vou fazer nada disso, tu que vai fazer direitinho o que eu quero. Ta achando que vai passar a perna em mim?

—Eu não estou cedendo sua chantagem. Estou apenas lhe dando uma oportunidade mudar de vida. É pegar ou largar.

—Tu tem uma semana.  Falou enquanto pegava a bolsa e saia do meu quarto.

 Logico que ela iria aceitar, o objetivo em si não era acabar comigo, mas sim com o meu dinheiro.

No dia seguinte, acordei revigorada só de saber que Maria foi embora da minha casa. Para comemorar, resolvi sair com Toledo e acabamos encontrando Estevão, que sempre muito cordial e muito elegante me convidou para almoçar com ele. Claro que aceitei. Conversamos bastante, ele era um homem encantador. Descobri que estava na cidade fazia pouco tempo, solteiro e muito rico. Seria meu sonho?

—Como um homem como você não tem nenhum caso? Perguntei.

—Não sou muito de casos. Eu gosto de ter algo concreto. Falou

—E bem objetivo. sorri.

—Perco minhas palavras quando estou ao lado de uma mulher como você. Linda e elegante. Disse enquanto tocava minha mão.

—Você é um cavalheiro. Mas agora tenho que me retirar, meu marido me espera em casa. Falei me despedindo.

—Por um momento esqueci que estava ao lado de uma mulher casada. Deu um sorriso malicioso.

Beijei sua bochecha e me despedi.

Dias se passaram e eu me sentia muito aliviada sem ter os olhares curiosos de Maria. Numa noite de terça-feira, sai com Toledo e ao voltar para mansão, vou em direção a cozinha pois estava morrendo de sede e encontro Maria preparando a refeição e fico completamente estarrecida ao vê-la. Quando me aproximo dela, Fernando me grita do escritório. Fico estática, imaginando que ela entregou as fotos para ele.

—A senhora não está ouvindo dona Eva? seu Fernando chamou. Falou sorridentemente.

—Eu vou te matar sua desgraçada. Esbravejei. 

Fui caminhando lentamente para o escritório, abri a porta e entrei.

—Onde você estava meu amor? perguntou, enquanto estava olhando algo no computador. Senti um alivio quando disse “meu amor”

—Acabei perdendo a hora, estava com Toledo. Respondi secamente.

—Eva, para quem você levou 50 mil em espécie? Perguntou com um olhar sério. Sentei na poltrona e suspirei.


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