O Passado da Serpente escrita por Maurício Lewandowski


Capítulo 1
Um.




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Era manhã de uma quarta feira quente, meu marido ainda estava viajando pelo Brasil afim de acertar a construção de novos shoppings pelo país. Estava no salão do meu cabeleireiro e fiel aliado, Toledo, que reservava a manhã toda só para mim, quando assim o quisesse. Estávamos conversando sobre o meu passado antes de conhece-lo.

— Naquela noite eu estava furiosa. Tinha acabado de completar 18 anos e ganhado a minha primeira Joia, mas fui roubada dentro daquele prostíbulo nojento. Falei com raiva.

— Ai, que horror! E quem roubou? Perguntou afinando ainda mais sua voz de “viado”.

—A própria dona daquele bordel. A desgraçada foi capaz de me roubar e ainda jogar a culpa para cima das meninas. Mas ela teve o que merecia. Apertei minhas mãos lembrando do acontecido.

—Oh my god! O que você fez? Espantado, se ajoelhou do meu lado esperando minha resposta.

—Após conseguir minha joia de volta, levei todo dinheiro que ela tinha em caixa e coloquei fogo em tudo. Eu queria ter visto a cara daquela vagabunda. Dei gargalhadas.

— Minha santa Eva Cadore! A senhora é muito mais louca do que eu pensava. Disse voltando a pentear meu cabelo.

—O que aconteceu depois você já sabe, né bicha? Fugi de São Paulo, me abriguei naquele outro prostíbulo no qual conheci você... Toledo me interrompe.

— E a verdadeira Eva! Falou dando aquela risadinha debochada. Levantei da cadeira e girei o dedo no rosto dele.

—Olha só sua bichinha, é melhor você fechar essa sua boca antes que eu a feche. Voltei para o meu lugar.

—Ai que agressiva! Eu só estava relembrando o passado.

—Isso foi há 16 anos. Não quero mais falar disso. - o interrompi. Eu preciso que você abra o salão mais cedo na sexta ou vá fazer meu cabelo em casa.

—Evinha querida, toda vez que eu abro o salão mais cedo só para você, eu perco muitas clientes e elas ficam furiosas comigo. Disse.

— O que? Se não fosse eu, você ainda seria aquela bicha deplorável de beira de bordel. Quem te deu este lindo salão na Visconde de Pirajá, em?

—Não precisa jogar na minha cara tá? Apenas estou dizendo que... O interrompo.

—Cansei de ouvir sua voz. Levantei da cadeira, arrumei meu cabelo e sai do salão sem me despedir.

Voltei para casa e encontrei Maria -quem eu não suportava e havia de aguentar em minha casa - saindo para fazer as compras mensais e logo me veio o desejo de encontrar o meu amante, que era um moreno lindo! Cabelos cacheados, malhado e um olhar de deixar qualquer mulher hipnotizada, mas de apenas 22 anos. O único pecado é que era filho da empregada mais antiga da casa, Maria, logo, pobretão. Mas isso não me impedia de me divertir com ele... e bota diversão nisso. Me encaminhei para o corredor e tomo um susto quando sinto aquelas mãos ásperas por trás de mim, apalpando meus seios e meu bumbum. Me virei para ele

—Você é louco? Aqui não, pa...ra. Dizia ofegante, sentindo seu corpo pressionando o meu contra a parede.

—Seu marido está viajando, minha mãe saiu e os outros empregados estão fora da nossa vista. Qual vai ser a desculpa, em gostosa? Falava enquanto chupava meu pescoço e mordia minha orelha, me empurrando para seu quartinho.

—Para... aqui não, vamos para outro lugar.. Tentava me esquivar, mas não me aguentava de tanto desejo por ele.

—Agora você é minha. Retrucou enquanto entrava no quarto e me jogava na cama. Quando percebi, já estava envolvida por ele e completamente nua em sua cama.

Foram aproximadamente uma hora e meia de prazer. Joaquim sabia exatamente como deixar uma mulher louca por ele.

—Agora tenho que ir, a empregadinha pode chegar a qualquer momento. Falo enquanto coloco minhas roupas.

—Esquece minha mãe, morena... Geralmente ela demora quando vai fazer compras do mês. Disse se aproximando e beijando meu pescoço.

— Joaquim, para de me provoca... Me esquivo, dou um selinho e saio do quarto em direção a sala para pegar a escada principal e subir para minha suíte, quando dou de cara com o meu marido Fernando na sala conversando com Maria.

—Meu amor. Que saudades! Disse se aproximando, me abraçando e beijando minha boca.

—Porque veio tão cedo? Questiono assustada, sob o olhar curioso de Maria.

—Parece que não gostou da surpresa.

—Não meu bem, é que achei que iria ficar mais um tempo. Disse sem graça.

—Aliás, porque está desta maneira? Toda amassada, cabelo bagunçado. Onde você estava? Gelei na hora, pois havia saindo tão apressada do quarto que não reparei em minha aparência.

—Ah... eu... -Suspirei- Vamos para o quarto conversar amor. Sugeri, para ganhar tempo.

Ele assentiu e pediu para Maria levar todas as roupas da mala para serem lavadas.

—Ah, eu acabei bebendo demais e dormindo na casa do Toledo. Sabe que eu não aguento ficar sozinha, sem você, estava morrendo de saudades. Disse o beijando na boca tentando amenizar o clima.

—Hmmm com o Toledo? Se ele não fosse gay... Balançou a cabeça. -Eu também estou cheio de vontade de você e tenho ótimas notícias! Me puxou delicadamente contra seu corpo.

—Amor, deixa eu tomar um banho, estou bastante cansada. Me afasto e vou em direção ao banheiro. Ouço Fernando dizer que enquanto isso vai ao escritório.

Fico aliviada de ter o enganado. Meu marido nunca foi um dos mais inteligentes, mas todo cuidado é pouco. Não estava com a mínima vontade de transar com ele naquele momento, pois Joaquim havia sugado todas minhas energias. Acabo de tomar banho, tomo um remédio para dormir e apago na cama.

Acordo sendo beijada por Fernando, me chamando para o jantar. Me levanto, troco de roupa e desço para a refeição.

—Fiz o que a senhora mais gosta: Filé mignon com molho de framboesa. Espero que goste. Disse a empregadinha enquanto se preparava para me servir.

—Obrigada Maria. -Agradeci - Mas hoje, eu mesma sirvo. Pode se retirar por favor. Maria assentiu e saiu da sala de jantar.

—Não deixou se quer Maria nos servir, aconteceu alguma coisa, meu amor? Perguntou.

—Eu só quero ficar mais perto de você meu bem. Agora me conte, o que conseguiu resolver? Disse tentando disfarçar meu descontentamento com Maria.

Fernando me contou que conseguiu fechar a instalação de três novos shoppings! Disse animado. Ao receber a notícia fiquei eufórica. Logo após o jantar, assistimos um pouco de TV e em seguida dormimos.

No dia seguinte, acordo totalmente sorridente ao lembrar da conversa da noite anterior e percebo que Fernando já havia ido para a empresa e resolvo ligar para comemorar com Toledo quando ouço alguém batendo na porta e pergunto quem é.

—É Maria senhora.

—O que você quer? Falei antipaticamente ao abrir a porta.

—Eu estou precisando da ajuda da senhora. Disse entrando em meu quarto.

—Eu não te dei intimidades para você entrar aqui, ainda mais essa hora da manhã! Gritei

—Preciso da sua opinião, senhora. Disse cinicamente sentando em minha cama e retirando algo dos seios. – Qual dessas fotos a senhora acha que o meu filho está mais desinibido?

—Você é louca? Não quero saber do seu filho, sai daqui agora! Ordenei enquanto puxava seu braço.

—Ah, olha bem! Soltei seu braço e caí na cama assustada ao ver as fotos que comprovavam minha traição jogadas no chão do meu quarto.


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