Sem qualquer vontade de sair da cama, Damon estava deitado de barriga para cima analisando o teto, a única mudança lá, era uma pequena rachadura na pintura, algo que em que questão de hora se resolvia, mas parecia que ninguém, alem da empregada, entrava lá desde de sua partida.

     E de um momento pro outro não era mais o teto que ele olhava, sua cabeca já estava pensando no porque de sua familia agir tao friamente com ele, quais eram os motivos que eles tinham pra isso, tinha certeza de que sempre fora um filho que prezava pelo bem estar dos pais, logico que teve suas fases e que aprontou, mas nunca algo que pudesse realmente fazer com que agissem daquela maneira. Mas sempre percebeu que o preferido era o Stefan, era sempre ele que recebia os melhores elogios, que ganhava a atenção dos pais, sem nem fazer um minimo esforço, tudo era sempre para o bom e perfeito Stefan.

      Cansado de tanto divagar em coisas que não lhe faziam sentido, Damon resolveu se por de pé, enfrenta a familia e por fim tentar descobrir o que se passara em Mystic Falls nesses dois anos que não estivera na cidade.

       Com sua higiene feita e devidamente vestido, ele desceu, foi direto pra a cozinha onde sabia que a familia estava tomando o cafe. Dito e feito lá estavam eles, Giuseppe sentado na cabeceira da mesa, com o jornal em maos e aparentemente mergulhado em sua leitura, Lilly a sua direita e Stefan a sua esquerda, ambos envolvidos em um conversa, e por fim Dona Dolores, a emprega da casa, estava na pia lavando algumas louças usadas para preparar o café. Por alguns instantes ninguém percebeu que ele estava ali, como na noite anterior, ate que Dolores o mandou sentar a mesa e lhe perguntou se queria que lhe fizesse algo, Damon educamente lhe respondeu que não, que tudo que precisava já estava posto a mesa, sendo assim ela se retirou, tinha muitos afazeres, e quanto antes começasse melhor.

Dolores sempre trabalhou para os Salvatores, desde de quando os meninos eram pequenos, foi babá, amiga, conselheira, era de tudo um pouco naquela casa, uma vez que Giuseppe e Lilly, estavam mais ausentes do que presentes. E para Damon, Dolores sempre fora como uma segunda mãe, ela lhe dava atenção e carinho, cuidava dele como se fosse seu, sempre dizia que ele era seu menino, "o menino de ouro da tia Dolores". E sempre que podia leva seu filho, da mesma idade que Damon, para a mansão, fazendo assim com que ambos os meninos brincassem e ficassem amigos.

   Damon lembrava muito bem das brincadeiras e peças que o trio fazia, ele, Stefan e Carter, quase levavam Dolores a loucura.

       Mas não eram mais meninos, tanto ele como Carter continuaram se falando através dos anos, porem Stefan se distanciou, se tornou o filho amado de Giuseppe, fazia tudo que o pai pedia, e nem questionava, coisa que Damon odiava profundamente, rendendo assim brigas constantes entre ele e o irmão.

        Ao findar o café, o senhor e senhora Salvatore levantaram da mesa e disseram que tinham assuntos a resolver, e saíram. Stefan seguindo os passos dos pais também se levantou e saiu, não disse aonde ia, mas Damon tinha a impressão que oque o irmão mais novo ia fazer não era algo de bom gosto. Por fim o Salvatore mais velho, decidiu ajudar Dolores a recolher a mesa, mesmo esta lhe impedindo e dizendo que não era necessário. E quando menos percebeu, estava sentado em um dos bancos que a bancada da cozinha possuía conversando sobre como tinha sido o tempo fora de Mystic Falls, e ele lhe contando oque tinha acontecido da cidade durante sua ausência, era uma conversa banal ate Dolores tocar em um ponto importante pra Damon.

        “E a menina Elena, Damon, já viu ela?”

     Ele por um momento pensou em negar, dizer que não, mas oque tinha de mal em contar pra ela, Dolores era como uma mãe pra ele, ele realmente precisava desabafar com alguém sobre aquele “encontro”.

   “Já sim Dolores, ontem a noite”

   “E como ela tava meu menino?!”

    “Bem, pelo que eu percebi e conversei com ela, estava bem na medida do possível”

       “Isso e bom! Sabe Damon, Elena mudou muito, parou de frequentar tantas festas, focou nos estudos, não que ela não era estudiosa, mas ela simplesmente deixou de viver! Eu via a minha menina na rua, e ela não tinha mas aquele brilho no olhar, e o sorriso dela não era mais verdadeiro, era como se o mundo pra ela perdesse a cor, fosse preto e branco. Além e claro que o termino dela com Stefan na época me soou estranho, forçado sabe, mas eu decidi não me meter, apenas sou uma emprega, afinal."

     “Mas Dolores porque você acha forçado?!”

        “Ah meu menino, Stefan ate hoje diz que ainda vai voltar com Elena sabe, que ainda tem esperança, dizendo pela casa que foi só um erro e que as coisas ainda vão voltar a ser como antes”

       Damon ficou indignado com isso, achou que Stefan já tinha desistido e entendia a decisão de Elena, mas pelo visto não. Oque o Salvatore mais velho queria no momento era ter uma conversa seria com o irmão, e entender ele, pelo menos tentar entender.

     “Dolores eu vou ter que sair, mas obrigado pela conversa, estava com saudades disso, de conversar assim com alguém, receber conselhos e carinhos quase maternos”

    “Que isso meu menino, sabe que pode falar comigo sempre que quiser, te tenho como um filho pra mim!”

    Com aquelas palavras Damon se emocionou quase derramou uma lagrima, mas invés disso sorriu, um sorriso de filho pra mãe, afinal era isso que ele e Dolores eram.

     “Até Dolores”

     “Até meu menino, e antes que eu esqueça, Carter quer se encontrar com você ‘relembrar os velhos tempos' como ele disse”

     “Claro, depois falo com ele, tchau.”

         E assim ele sai sem ouvir a resposta da mulher que deixara pra trás, tinha em mente apenas uma coisa, falar com seu irmão e descobrir o acontecerá desde que partira, não deixaria ninguém machucar Elena, nem mesmo seu irmão!

“Cuidar de alguém é um modo de ama-lo, tão simples que ás vezes não percebemos"