Outubro de 2016

Quando percebeu já tinha andado até a ponte onde seus pais tinham falecido. A ponte onde tinha vivido suas maiores alegrias e frustrações, foi lá onde perdeu os pais, mas foi lá onde deu o primeiro beijo, era enfim um lugar especial. Sabendo que quando chegasse em casa Jenna estaria fora, em uma viagem com Ric, e Jeremy provavelmente estaria com Bonnie, pelo menos uma das migas estava feliz, resolveu parar ali, pensar, como nos primeiros meses após a perca dos pais.

Cerca de 20 minutos depois, a garota ouviu um barulho, oque devia ser normal havia uma floresta em torno da ponte, e abaixo um rio, mas não era qualquer barulho, era uma voz que ao longe chamava seu nome, só então percebeu que estava debruçada na ponte, e se assustando ela se afastou, olhou em volta para agradecer quem tinha lhe chamado, quando encontrou os olhos mais azuis de toda a sua vida.

Damon finalmente tinha conseguido achar um bom administrador para sua filial, afinal não era na mão de qualquer um que deixaria sua empresa, The Salvatore, ainda mais quando era uma empresa de joias, tinha que ser de confiança além de que tinha que entender de joias. E pra ele Leonard era essa pessoa, após duas semanas intensas de tutorial, Damon podia finalmente dizer que estava livre pra retornar para casa.

Amava a Itália, as músicas, a comida, os vinhos, e claro os italianos de preferência as mulheres. Mas sempre tinha a maldita saudade no peito, não importava com quem estava ou oque estava fazendo, ela sempre estava lá, sempre o lembrando de como era bom ter um afago de mãe, um conselho do pai ou até mesmo um briga com irmão.

Lembrava de como sua mãe reagiu ao saber que iria pra Itália, afinal era o mais velho e logo assumiria os negócios da família, lembrava do olhar orgulhoso do pai, quando começou a se interessar pelas joias, e da admiração de Stefan. Mas acima de tudo lembrava de olhos castanhos que sempre estavam lá, estes que não pertenciam a ninguém da família, mas sim a uma garota que lhe era o mistério mais profundo que tivera em toda sua existência.

Era sempre assim, quando lembrava de casa, automaticamente lembrava-se dela, de Elena, e por mais triste que fosse, se lembrava do dia em que ela havia terminado com Stefan. O dia em que percebeu que a garota não era uma rocha, era somente alguém que precisa ser forte por aqueles que amava, mas que deixava seus problemas de lado, sempre mais preocupada em ajudar do que ser ajudada.

Flashback

Pra Damon era impossível que Stefan fosse tão burro ao ponto de ter traído Elena, afinal eles formavam um belo casal, ou como a Barbie dizia "eles são um casal épico, Stefan é o amor épico de Elena, não duvido que eles fiquem juntos pelo resto de suas vidas". Mas não ficaram, e agora duas semanas depois do ocorrido só se ouvia os lamurios e resmungos do Salvatore mais novo, sempre amaldiçoando a si mesmo por ter perdido aquela por que me ele daria a vida. Damon sabia que o irmão ja tentará duas vezes falar com a garota, pedir, implorar, suplicar o perdão, mas não teve sucesso. De acordo com o que o mais novo falava dava para perceber que nas duas vezes Elena tivera paciência e explicar o porque de não voltar atrás na decisão, como se explicasse a uma criança.

Apesar de tudo naquelas duas semanas Damon pode perceber que Elena era uma verdadeira Gilbert, não importava oque estava acontecendo ela continuava a ser uma fortaleza para os que estavam a sua volta, mas quando ficava sozinha se deixa derramar todas as lagrimas que segurava durante o dia junto com os sorrisos falsos e com a frase mais do que decorada "estou bem". Prova disso é que ele já tinha a visto chorando no balanço que tinha em frente à casa dela, ou no campo de futebol da escola, e até mesmo no cemitério nos túmulos dos pais. É aquelas semanas não estavam sendo fáceis, mas a garota persistia firme, lógico que contava com ajuda das melhores amigas, Bonnie e Caroline, ambas chocadas demais com a notícia, aliás podia se dizer que Elena as ajudava mais do que era ajudada por elas.

Damon lembrava que dois dias depois do flagra, a escola já sabia que os dois tinham terminado, mas para seu espanto a desculpa do término foi que a relação tinha se tornado mais fraternal do que outra coisa, onde eles tinham se acomodado, ninguém desconfiava que tinha sido por causa de uma traição. Mesmo assim Damon, foi ter com a garota, algo lhe dizia que ela precisava de um ombro amigo, alguém que estava fora de todo o contexto, ele poderia ser essa pessoa.

Tinha chegado na casa dela, e pelo que percebeu esta estava vazia, o carro de Jenna não estava na garagem, provavelmente estava no trabalho, Jeremy deveria estar na casa da namorada Bonnie. Estava prestes a desistir quando viu a luz da sala acender, aquilo só poderia acontecer se tivesse alguém em casa, no caso Elena. Depois de esperar mais alguns minutos decidiu tocar a campainha, e logo em seguida pode ver a garota com calça de moletom e uma camisa qualquer, abrir a porta. Depois do susto inicial, ela deu passagem para ele entrar dentro da casa, tudo no mais absoluto silêncio, e quando já estavam sentados no sofá, foi que ele decidiu falar, afinal todo aquele silêncio o incomodava.

"Como você está Elena?"

"Levando......Olha Damon se o Stefan te mandou aqui, pra me sondar e tentar fazer com que eu mude de ideia é melhor desistir. Eu entendo eu realmente entendo ele, mas não confio mais, além de que se ele foi capaz de dormir com outra, mostra que nosso namoro não estava tão bem quanto achávamos. Então por favor não tente mudar minha opinião!"

Damon podia ficar furioso com a garota, afinal ele estava lá para ajuda-la e acabou recebendo um sermão, mas invés disso ele a compreendeu, devia ser difícil tentar esquecer aquele episódio quando todo mundo fala que ela deveria voltar com Stefan, até mesmo suas amigas que achavam que estavam fazendo o melhor para ela, mesmo não sabendo da traição (Elena preferiu guardar aquele segredo, junto com as outras três pessoas do dia fatídico, tanto Stefan, Katherine e Damon concordaram, era melhor não fazer um escândalo!) Então ele respirou fundo e falou.

“Não, Elena não estou aqui por causa do meu irmão, eu realmente estou preocupado com você, tudo bem que já faz duas semanas, mas não se supera um relacionamento de um ano assim. Além de que somos amigos certo?! Olha não concordo com que o meu irmão fez e por isso respeito sua decisão”

Ele deu uma pausa não imaginava que a primeira coisa que falaria pra ela seria assim, mas apesar de as palavras serem duras, seu tom era calmo e amoroso, coisa que dificilmente acontecia. Depois de um longo suspiro por parte da moça, ele continuou.

“Bom Elena eu quero que saiba que eu estou aqui pro que der e vier, Ok?! Pode contar comigo sempre.”

E então o inesperado aconteceu ela o abraçou, e chorou tudo que tinha pra chorar. Apesar da surpresa, Damon a segurou mais perto e apertado e deixou que ela molhasse a sua camisa com aquelas lágrimas, de desespero, solidão, tristeza, ódio, mágoa e amor, lagrimas que jamais voltariam. E que não eram pra voltar.

Depois de uns vinte minutos a garota já tinha se recomposto como se nada tivesse acontecido, sorriu agradecida pra Damon e lhe ofereceu um café, que ele aceitou. Passaram horas conversando, brincando, vendo filmes, e o MAIS importante esquecendo do que tinha acontecido a nas duas semanas, sendo somente Damon e Elena.