Setembro 2014
        Era outono, época em que as folhas ficavam em tons pastéis e caem das árvores, época de mudanças. Época que Elena amava, tinha tido pra ser um simples outono, mas mal sabia a garota que seria de choro é mágoa.
     Assim como a moça, suas duas melhores amigas tinham sua parte favorita do ano. Caroline, a alegre, divertida do grupo, amava o verão, vestidos, sandálias, biquínis, a loira simplesmente amava aquela época "O Sol, a energia, a vida, é tudo tão alegre" sempre falava quando era perguntada o porque do verão. Já Bonnie, sempre a mais calma, gostava do inverno "As pessoas ficam mais alegres, amorosas" dizia a morena, achava que era uma época pacifica, onde tudo era mais calmo, gostava de ver as pessoas se alegrando coma chegada do natal, com a promessa de um novo ano, um novo começo, amava a proximidade que tinha com amigos e familiares naquela época, uma época de sonhos. Elena por sua vez preferia o outono, "E a mistura perfeita entre verão e inverno, frio e calor" fora sua resposta quando lhe questionaram o porque de uma época tão incomum. A maioria sempre preferia as outras estações, mas a garota sentia um amor em especial por aquela, gostava de ver as folhas caindo, era a promessa de uma nova etapa que estava por vir, gostava de como o clima era, nem frio nem calor, de como as coisas pareciam ser mais fáceis, calmas. Por isso sempre decidia aproveitar os dias de outono, mesmo um dia como aquele.
        As três amigas tinham acabado de fazer um trabalho na casa da loira, Bonnie iria ir embora pra casa, afinal ainda tinha um jantar de família pra comparecer e ofereceu uma carona pra Elena, está que recusou, afinal ainda estava claro, ela poderia ir embora a pé.
        Assim que saiu da casa da amiga, e estava já um pouco afastada decidiu visitar o namorado, já fazia dias que não tinham um momento sozinhos, era semana de entrega de trabalhos e provas, além de que sempre que saiam os amigos iam juntos. Era relativamente longe a casa dos Salvatores, mas mesmo assim ela decidiu ir, faria uma surpresa pra Stefan. Assim que chegou nem bateu na porta, já era quase considerada da família, "Você já faz parte da família querida, não precisa de formalidades, sinta-se em casa" era oque Lily e Giuseppe falavam, era realmente interessante o jeito que eles tratavam ela, sempre com muito amor e carinho.
        Ao entrar na casa, que pra ela era mais uma mansão, afinal eram descendentes de uma família fundadora assim como ela, e fechar a porta, percebeu que não tinha ninguém na sala, passou direto e começou a subir as escadas, quando estava quase no fim chegando no segundo andar ouviu alguns gemidos, "deve ser do quarto do Damon, ele suas garotas" pensou a menina, mal sabia ela qual seria a dura verdade.
       Seguiu em frente no corredor e foi direto para o quarto do rapaz mas ao chegar lá percebeu a porta encostada, decidiu por fim abri-la um pouco, mas nada a tinha preparado para a cena que estava posta a sua frente. Stefan estava nu e suado em cima de uma Katherine igualmente nua, suada e que soltava pequenos gemidos, ambos estavam enlouquecidos um no corpo do outro, sendo assim não perceberam a presença da garota, que arrasada se afastou devagar indo em direção às escadas. Seus olhos, por mais que ela não quisesse, derramavam as malditas lagrimas, foi por isso que acabou esbarrando no Salvatore mais velho, que com um pouco de sorte a segurou, livrando de cair da escada, tinha um sorriso presunçoso no rosto, porém assim que percebeu o rosto da garota banhado em lagrimas, se preocupou, e quando foi lhe perguntar o porquê, não precisou emitir nenhum som, pois sua resposta veio tão forte e alta como se alguém gritasse para ele, veio de um gemido do quarto do seu irmão.
       Damon furioso seguiu até o quarto do irmão, em nenhum momento olhou para trás, mais sabia que a garota o seguia, ele simplesmente sentia. Assim que chegou presenciou a mesma cena que Elena, porém não consegui se controlar, gritou, e assim o casal de amantes pareceu voltar a realidade.
       Quando Stefan olhou em direção a porta, não viu Damon, viu somente Elena e suas lágrimas, atordoado se levantou da cama e pegou as suas roupas, e depois jogou as de Katherine, que no mesmo instante começou a se trocar assim como ele. Quando estavam todos vestidos e dentro do quarto, o silêncio já se fazia insuportável e temível, afinal quais seriam as palavras ditas após ele ser quebrado? Provavelmente palavras que machucassem a alma e que destruíssem um sentimento. Stefan vendo que ninguém falaria resolveu se pronunciar. Nunca tinha sido tão difícil encontra palavras como naquele momento.
     “ Elena não vou dizer que não foi oque você viu porque foi, seu que não deveria tê-lo feito, mas fui fraco e cai. Porém quero que saiba que foi apenas carnal, eu te amo, e é por isso que peço que me perdoe, por favor, eu te imploro, te suplico, me perdoe, não me deixe.”
       Elena como uma boa dama, ouviu tudo sem demonstrar uma emoção, sem derramar uma lágrima, sem interromper, decidiu que ouviria tudo e depois falaria. Mudou então seu olhar de direção, este tinham ido até sua amiga que a poucos minutos estava nua e agora sustentava um olhar de tristeza. Katherine assim que percebeu o olhar da amiga sabia que era hora de se explicar.
       "Elena, olha eu sei oque você viu, e lhe peço perdão, mas por favor entende que o que aconteceu foi somente sexo, poxa sou humana, sou fraca, e eu queria, precisa disso, entende?! Então por favor esquece isso, e vamos continuar a ser amigas."
       Damon que estava do lado da garota, olhava para o casal com raiva, decepção, estava furioso, mas não falaria nada, estava ali apenas para apoiar Elena, está que começou a falar, seu tom de voz era muito diferente do que eles esperavam era calmo, pacífico até piedoso.
     " Stefan até hoje eu fico me perguntando como fui sortuda sabe?! Como um ano atrás eu consegui você pra mim, o garota que todas queriam, babavam estava me pedindo em namoro, ele gostava de mim, ele me amava, eu não podia estar mais feliz." Uma pausa, uma lagrima. "Eu te dei tudo, e dei meu amor, carinho, respeito, confiança, lealdade. Deixei você tocar meu coração, minha alma, me entreguei por inteiro, como nunca o tinha feito. Você me teve de corpo e alma, te dei todo meu amor, te dei tudo que tinha, me entreguei sem reservas, mas parece que não foi o suficiente, eu não fui o suficiente"
    Mais uma pausa, outro solução, uma enchente de sentimentos.
     Então a garota olhou em direção a amiga, irmã, confidente, conselheira, sua rocha, sempre se ajudavam estavam juntas, cuidavam uma da outra, mas dali em diante as coisas mudariam.
     "Katherine, eu queria não acreditar, queria que fosse uma mentira, queria que fosse outra pessoa ali, mas não posso me enganar quando eu vi, ouvi, quando eu sei que era você, minha amiga, irmã, minha colega, minha companheira, não achei que seria capaz de tal tipo de traição, não pensei que isso aconteceria, não suspeitava, porém oque posso fazer?! Já está feito não tem volta, não adianta lamentar mais."
        A essa altura Elena já estava com o rosto banhado em lagrimas novamente, seu olhos começando a ficarem vermelhos, mas ela continuou firme, se tinha começado irá terminar. Seria forte.
     "Mas eu entendo, sinceramente entendo, o gramado do vizinho sempre é mais verde né?! Só que não posso continuar como sua amiga, não posso segui-la nesse novo caminho que a sua vida toma, são suas escolhas, eu espero que tenha valido a pena, que tenha sido algo realmente necessário, que quando no futuro você olhar para o passado de agora é não se arrepender do que fez, realmente quero que tenha sido algo valido e que possa seguir em frente sendo feliz."
        A garota já estava de olhos vermelhos, deixando alguns soluções escaparem, ela não ela era uma rocha inabalável. Olhando para os dois, deu seu veredito final, sua decisão, que machucaria todos os três envolvidos ali, deixaria marcas irreparáveis.
     "Aos dois, espero que o que aconteceu tenha sido algo necessário, algo pelo qual não poderiam viver sem, pois abriram mão de coisas já certas na vida, para algo incerto, não duradouro, algo de momento, de prazer passageiro. Porém não os julgo, até entendo, e compreendo, e desejo que sigam felizes e em paz em seus caminhos. Por fim peço desculpas, desculpa Stefan por não ter sido suficiente, por não ter dado todo amor, carinho, prazer, felicidade, que merecia, desculpa por ter dado a fidelidade e confiança que precisava. Desculpa Katherine por ter sido uma amiga falha que não percebe seus desejo, e que não a apoiava quando preciso, que não lhe deu a devida atenção, o devido carinho, o devido amor. Desculpa por ter sido falha, por ter sido humana, desculpa, mas não posso trilhar com vocês esse novo caminho que fizeram, não posso partilhar com vocês as novas alegrias. Por não estar com vocês nesse novo futuro, que peço que me desculpe, me perdoe, porque simplesmente não posso."
    Assim que terminou Elena foi em direção a porta, queria sair dali o mais rápido possível, ficar só, e chorar, chorar como se não tivesse outra coisa além disso para se fazer, e realmente em situações assim não tinha. Porém antes de ir, olhou na direção de Damon, um olhar que dizia que ia ficar bem, que precisava ficar sozinha, mas que no fim ia dar tudo certo. Ele entendeu, compreendeu a garota, sabia que o melhor agora era dar tempo ao tempo, nada se podia fazer além de esperar. Então ela se foi.
       Os três ouviram quando ela começou a soluçar no corredor, quando ligou para um táxi, quando desceu as escadas correndo, e finalmente quando entrou no táxi e se foi, talvez pra nunca mais voltar. Stefan ainda fez menção de ir atrás dela, mas assim como Damon, Katherine que até aquele momento estava quieta, o impediram, não adiantaria fazer nada agora, pelo menos não naquele momento. E foi em um silêncio frágil que cada um seguiu seu caminho, cada um pensando, refletindo, afinal nenhum deles queriam quebrar aquele silêncio, as palavras necessárias já tinham sido ditas, não havia o porque de se machucar mais.
        A Katherine restou a dor, a mágoa de si mesmo e tristeza. Foi inconsequente, não pensou, só agiu, e agora via seu erro, sabia que não precisava daquilo, mas a carne e o desejo falou mais alto. Se arrependia agora, se pudesse mudaria tudo, teria sua amiga de volta, mais não podia, não tinha como, e por mais que tivesse esperança, sabia que se um dia voltasse a falar com Elena, não seria como antes, nada seria como antes. Porem jurou a si mesma que sempre a protegeria e cuidaria dela, mesmo de longe, afinal eram quase irmãs.
          A Stefan lhe restou a culpa, a tristeza, e o medo de nunca a ver novamente. Lhe restou o vazio, este que não seria preenchido, seria uma cicatriz, que o marcaria pelo resto da vida, afinal ele a amou mais do que a si mesmo, porém por mais que tivesse esperança, lá no fundo sabia que tudo que a garota falou fora verdade. Uma verdade dura e cruel, que lhe mostrava um futuro sem Elena ao seu lado. Se sentia a pior pessoas da face da terra, fez o seu verdadeiro amor lhe pedir desculpa, não era ela que devia pedir, era ele, que devia implorar, ele que não é era suficiente.
     Já Damon, lhe restou a profunda admiração pela Elena, uma vez que ela tinha sido tão forte em um momento tão devastador, mas mesmo assim sentia uma necessidade de pega-la no colo e cuidar dela, de esconde-la do mundo, e não deixar mais nada a machuca-la, afinal ela era única.