Mas havia outras pessoas no bar, outras histórias, outros acasos. E naquela noite havia Caroline Forbes, a ganhadora do Miss Mistic Falls, presidente de dezenas comitês, e futura jornalista em ascensão. Ela podia ser tudo isso, exibir um belo sorriso, ter uma ótima postura, mas no fundo Caroline era apenas uma garota quebrada.

Tinha se passado apenas três dias, desde do trágico termino da loira com o Lockwood, para algumas pessoas seria “cedo” para sair, se divertir, ou tentar seguir em frente, mas para ela estava no momento certo. Apesar de ter chorado no primeiro dia, ter feito sua amiga de refém pra ajudar a lidar com a situação, ou ter se entupido de chocolate e amaldiçoado ate a quinta geração do garoto no segundo dia, Caroline queria voltar a viver, queria parar de chorar e mostrar que podia e sabia lidar com aquilo. Ela queria ser forte.

Decida então, se arrumou e foi para o grill. Com os pensamentos a mil, e as lagrimas tento pular de seus olhos, fez uma promessa a si mesma, não deixaria que um tolo rapaz lhe tornasse uma amargurada mulher. Caminhou confidente para dentro do estabelecimento, atraiu muitos olhares, e sorriu como quem só queria se divertir. Escolheu um lugar no bar e se sentou, pediu uma batida qualquer e ficou observando o ambiente. Por alguns minutos nada de interessante chamou sua atenção, ate que viu Damon conversando com Elena. Podia ser estranho, mas tudo que a loira queria é que sua amiga voltasse a ser como antes, não sabia porque ela tinha mudado, porem sentia falta da antiga Elena. Sabia que Damon podia mudar a situação, podia melhora-la.

Observou a amiga por um tempo, ate alguém lhe tampou a imagem com o corpo. Estava pronta para reclamar, ate que levantou um pouco o olhar e encontrou um sorriso encantador, no mesmo instante esqueceu o que iria fazer, e sem perceber ficou ali, somente olhando aquele sorriso. Porem o dono dele, decidiu se pronunciar, afinal a loira que lhe encarava era extremamente bela, dona de um par de olhos azuis que o fascinaram, era fato estava encantado por ela.

“Boa noite senhorita”

“Oh desculpe, eu não... Quer dizer eu... Boa noite”

“Você não?!”

“Não devia ter encarado... Céus estou fazendo de novo!”

“Esta tudo bem, posso saber o nome da minha admiradora?”

“Caroline Forbes, e o seu?”

“Klaus, Klaus Milkenson”

Só então ela olhou o homem a sua frente, alem do sorriso. Roupas escuras, cabelos louros, meio desalinhados, olhos azuis, tão azuis que hipnotizariam qualquer um, e dono de um sotaque diferente, era forte mas ao mesmo tempo melodioso, era algo muito sensual, pelo menos para a senhorita Forbes. Depois de sua rápida olhada, ela se deu conta que ele devia ser novo na cidade, porque seria impossível ela nunca ter reparado nele, apesar de antigamente só ter olhos para o Tyler.

“Novo na cidade?”

“Sim, me mudei a pouco a tempo, e só hoje decidi conhecer o tao famosos Mysric Grill. Vejo que fiz uma boa escolha”

Tal frase veio acompanhada de um sorriso galante, aqueles que ninguém resiste, nem mesmo Caroline. Que ao findar das palavras do homem a sua frente, corou fortemente, como algum tempo não o fazia. Para esconder a vergonha, deu uma leva risada, e balançou a cabeça de um modo delicado, que jogou seus cabelos loiros e bem cuidados de um lado pro outro, os deixando desarrumados, mas ainda apresentáveis. Tais atos encantaram o rapaz, ao seus ouvidos tal risada tinha sido um dos melhores nos que já tinha ouvido na vida, e o balançar da cabeça só fez com que o perfume dela se espelhasse pelo lugar, embriagando os sentido dele. Era fato, o acaso estava ajudando a ambos.

Após pequenas trocas de palavras, ele finalmente decidiu pagar um drinque a ela, e assim foi, por um longo tempo, conversaram, riram, faltam como se fossem conhecidos de longa data e após um longo tempo se reencontraram, na verdade, eles se sentiam assim. Para Caroline, ele parecia misterioso, como se guardasse um segredo, mas a cada minuto ele deixava de ser um estranho pra ela, e se tornava alguém que ela queria por perto. Para Klaus, ela era como um entorpecente, que o fazia esquecer de tudo a sua volta, seu sorriso era como uma luz no fim do túnel, um túnel que era bem comprido e escuro para o Milkenson. Ele já sentia que ela poderia mudar sua vida, e definitivamente ele queria isso.

Em meio as conversas ambos não perceberam o tempo passar, mas quando a loira olhou ao redor e procurou pela amiga, para apenas ver se ela estava bem, viu algo que lhe ferira profundamente. Tyler aos beijos com uma garota, podia ser a com quem ele tinha a traído, ou outra, isso não importava, o que importava era simplesmente que não era Caroline nos braços dele. Ela podia negar mas ainda sentia algo pelo idiota. Seus olhos marejaram na hora, o soco no estomago a sufocou.

Klaus percebera a mudança na garota a sua frente, de sorrisos e olhares luminosos, passou para lagrimas e faltas de ar. Era uma mudança drástica, que o fizera querer tirar aquela aparente dor da loira a quem já tinha se afeiçoado. Ao pergunta oque tinha acontecido, ela apenas balançou a cabeça e negara, dizia que era nada. Mas ele não acreditou, tanto que olhou na mesma direção dela, e logo entendeu, aquele rapaz aos beijos com uma qualquer, devia ser o motivo. A olhou novamente.

“Caroline, não fica assim, não sei oque aconteceu, só não fica assim.”

“Não quero sua pena Klaus, não preciso disso!”

“Não é pena loira, é só que acho errado uma moça tao bela chorar por um moleque, afinal se faz alguma mulher chorar, e não é de alegria, não pode ser chamado de homem”

Ela o olhou, por uma fração de segundos, e decidiu que ele tinha sido totalmente honesto. Sorriu, triste mas verdadeiro.

“Vou embora, já ta tarde e eu não posso...”

“Eu entendo, esta tudo bem, pode ir eu pago a conta e não ouse refutar, além do mais podia me dar seu numero, sabe gostei da sua companhia loira.”

“Você é impossível Klaus”

A garota mesmo negando com a cabeça anotou o número no celular do loiro, e já não tinha mais lagrimas nos olhos. Pegou sua bolsa, se despediu dele com um simples tchau, e no impulso lhe deu um beijo na bochecha. Ele sorriu docemente pra ela, a acompanhou com olhar ate a porta do estabelecimento e depois tratou de memorizar o rosto do rapaz que a fizera mudar de humor. Ao ir pagar a conta fez uma pergunta um tanto inusitada para o garçom, que era ninguém menos que Matt.

“Quem e o rapaz?”

Apontou com a cabeça para o casal aos amassos perto da entrada para os banheiros.

“Tyler Lockwood, mas por que?”

“Queria saber por precaução, aqui garoto sua gorjeta”

E saiu, foi para o carro, entrou, dirigiu ate a sua casa recém comprada e pensou na loira do Griil, e sem perceber sussurrou seu nome, com um sorriso nos lábios.

“Caroline Forbes, Caroline”

Assim que saiu do Grill, Caroline entrou como um raio para dentro do carro, esmurrou, socou, bateu, no volante, e por fim ligou o carro. Ao chegar em casa, largou os saltos em qualquer lugar e foi direto para seu quarto no segundo andar. Sua mãe, Liz Forbes, era delegada da cidade, e provavelmente estaria de plantão, então desceu verificou se trancou a porta e subiu novamente para o quarto. Colocou os pijama, e deitou na cama, olhando para o retrato do pai, sentia falta dele, desde que seus pais tinham separado quando tinha dez anos, só o via duas vezes no ano, mas mesmo assim era ligada a ele, aos seus conselhos.

Em poucos minutos estava chorando, não tinha percebido quando começara e nem sabia quando ia cessar, apenas chorou. Pela falta do pai, pela traição, por saber que ainda sentia algo pelo ex-namorado, por achar que a vida era e injusta e por pensar que era sua culpa. Chorou por tudo e por nada, deixou as lagrimas rolarem livres por seu rosto. E na exaustão dormiu, mas ao longo do sono sorriu, naquele momento seu sonhos mostrava um sorriso encantador. Talvez não era só Elena que teria a vida mudada, talvez Caroline também voltasse a sorrir, não só com a boca, mas com os olhos também, o tipo de sorriso mais verdadeiro que existe.

“A todo tempo mudanças acontecem, erros são cometidos, e sorrisos se perdem no espaço tempo. Mas as vezes, só as vezes, tais coisas servem pra algo bom, como um joalheiro lapidando um diamante. Dói, mas no fim a pedra esta mais brilhante e bonita que antes.”