O Rebelde de Ferro escrita por ValentinaV


Capítulo 14
Falha no teste


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo foi realmente complicado de escrever. Agradeço os comentários do capítulo anterior. Sejam bem-vindos os novos leitores e muito obrigada Juju por não me abandonar!
Boa leitura :D



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Aliviei parte de minha fúria socando o colchão da cama que dormia.

Patético, eu sei. Quem olhasse de fora, veria uma menininha de 3 anos de idade gritando e teimando em ganhar a boneca da moda. Mas eu sabia que não estava esmurrando um colchão fofinho por um brinquedo. Era pelo meu destino, o de Amora, o de meu pai e o de todo o reino.

Que droga estava acontecendo? De repente tudo estava fora de meu controle. Até mesmo a minha reputação frente a Amora.

Precisava organizar minha mente e decidir prioridades, mas tudo era prioridade. Amora, o baile, descobrir porque meu pai estava lá, controlar Mariana, descobrir o porquê da rainha não ter aparecido no jantar, descobrir onde Shang estava e se estava bem, além de descobrir quem havia tirado minha foto com Mariana e dar um jeito de comprar esta pessoa, ou sumir com ela.

Um calafrio subiu minha espinha.

Definitivamente eu estava ferrado.

O último soco, desferi no chão, e minha mão esquerda sofreu um impacto muito maior do que eu imaginava. Meus ossos pareciam ter sido esmagados, e a pele rasgou em alguns pontos, ficando em carne viva e sangrando um pouco.

Xinguei o pior palavrão que pude, e o mais alto que pude. Entrei no banheiro furioso, liguei o chuveiro no banho frio e entrei com tudo, inclusive sapato.

Eu estava ficando louco.

 – Senhor? - A voz de Troy surgiu do além.

Ergui a cabeça e percebi que ele estava parado do outro lado do box.

— Não, eu não estou bem - murmurei, já sem forças.

— Ouviram seu grito no corredor e me comunicaram. - Ele apontou para minha mão, de repente assustado - O senhor se machucou?

— Não. - Respondi - Sim.

— Saia daí para eu dar uma olhada. Se for necessário chamo o médico para dar um ponto aqui mesmo e o senhor nem precisará ir à enfermaria.

— Não vou sair daqui.

Troy olhou ao redor e deu uma fungada.

— O senhor se drogou?

— Bem que poderia ser.

O rapaz saiu do banheiro por alguns minutos e pude ouvir sua movimentação pelo quarto, abrindo e fechando os armários, mexendo em roupas e sapatos. Quando terminou de fazer barulho, voltou ao banheiro com uma toalha limpa na mão e pendurou no box.

— O senhor tem dez minutos para se vestir e descer.

— Qual parte você não entendeu? - Resmunguei mais alto. Troy estava me tirando a paciência que eu já não tinha mais. - Saia, Troy. Se quiserem me tirar desse quarto será direto para minha casa. Eu não quero mais porcaria nenhuma.

Troy abriu o box e girou a torneira, impedindo a água de descer pelas minhas costas. Fechei os punhos e virei para ele, em posição de ataque, mas minhas mãos pararam assim que vi seu rosto tranquilo me olhando.

— Vai em frente. - Ele disse, erguendo as sobrancelhas - Só lhe aviso que não irá aliviar o que quer que você esteja sentindo.

Abaixei a mão e senti meus olhos úmidos. O cloro da água do banho não havia feito bem a mim.

Vendo isso, Troy saiu do box e parou na porta do banheiro, com um meio sorriso no rosto coberto com sua franja lisa.

— Estarei esperando o futuro rei de Ilea em dez minutos no corredor.

E saiu.

Fiquei encarando a porta, como se tivesse levado o maior tranco da minha vida. Ninguém nunca havia me tratado com tanta persistência e paciência como Troy havia feito naquele momento, nem sequer meu pai. Muito menos meu pai. Eu mal sabia lidar com aquele ato tão diferente e tão chocante para mim.

Arrastei meus pés para fora do box e tirei a roupa enxarcada que estava completamente grudada em meu corpo e passei a toalha rapidamente para secar a pele. Não importava se eu não havia passado shampoo ou sabonete, o único que saberia seria Troy. Um perfume resolveria por hora.

Borrifei o perfume pelo corpo e cabelo e andei nu pelo quarto até a minha cama, onde havia o traje especialmente montado para aquela noite. Uma camisa social vermelha, um smoking negro como a noite e uma gravata dourada, acompanhando um sapato social preto totalmente lustrado.

Enquanto me vestia com cuidado, pensava sobre o meu passo a passo daquela noite. Quem quer que houvesse tirado aquela foto, não iria me expor hoje. Se fosse, não teria me enviado uma cópia. Provavelmente a ameaça teria volta ao longo da competição, isto é, se eu durasse mais tempo nela. Decidi não cair na armadilha daquele vigarista. Ele viria até mim, e então pediria algo em troca do silêncio. Eu não gastaria meu tempo me preocupando com aquilo, logo menos ele irá se mostrar.

Duas batidas soaram na porta.

— Dois minutos, senhor.

Terminei de ajeitar a gravata borboleta dourada na gola da camisa e dei uma última olhada no espelho.

Meu cabelo estava a pior coisa do mundo. E eu não estava exagerando.

Liguei o secador e passei rapidamente, secando as partes molhadas e ajeitei-o para o lado e para trás, já que era a maneira mais fácil de lidar com ele.

Mais duas batidas na porta.

— Já vou! - Gritei.

Rasguei a foto, que estava em cima da escrivaninha em mil pedaços e coloquei num pires, acendendo o papel com meu isqueiro. O papel queimou rápido e então eu saí do quarto, recebendo uma bronca de Troy pelo atraso de três minutos.

— Fala sério. Não quero ouvir bronca.

— E eu não queria precisar dá-la.

— Está mais atirado ultimamente, hã? - Encarei o rapaz que me olhava mais a vontade que nos primeiros dias da competição. - Intimidade é uma merda mesmo.

O rapaz riu baixo enquanto chegávamos no salão. Ele pediu licença para ajeitar meu cabelo e eu tive que deixar, já que a situação estava ruim. Enquanto isso, dei uma olhada para os tronos em busca de Amora, mas só encontrei o rei e a rainha sentados, e ela com uma feição estranha. Lembrei então da próxima questão a ser resolvida.

— O que houve com a rainha no brunch? - Perguntei em um sussurro - Ela não estava na mesa.

— Soube que você e sua família sentaram-se à mesa com o rei. - Troy murmurou com um sorrisinho orgulhoso - Aliás, quem nesse castelo não soube? Foi o assunto da tarde inteira e provavelmente será pelo resto da competição. Você ganhou admiradores por isso.

— Ganhei? - Perguntei confuso - Troy, responda. O que houve com a rainha?

Ele engoliu seco.

— Eu não devia falar isso ao senhor, mas sei que irá ser discreto - Eu mal podia ouvir a voz do garoto - A rainha tem problemas com bebida, e ontem ela estava descontrolada. O rei preferiu mantê-la trancada no quarto com suas damas de companhia como segurança. Agora ela já está controlada a base de remédios.

Pensei em perguntar mais alguma coisa para Troy, mas toda a minha atenção se dissipou quando o salão caiu em silêncio e Amora apareceu.

Seu vestido “bolo de noiva” cor de pérola, parecia ter saído de algum filme de desenho animado. Eu não podia acreditar que era real. Suas luvas brancas e seu cabelo meio preso meio solto com arranjos delicados de pérolas deixavam-na com um ar de outro mundo.

A princesa estava maravilhosa. Exceto pelo rosto sério, sem seu costumeiro sorriso.

A banda ao fundo do salão começou a tocar uma valsa leve e o rei levantou-se do trono e foi até a princesa, cumprimentando-lhe e tirando-lhe para dançar. Andei para mais perto da pista de dança e encontrei meu pai e Mariana, ele com um celular escondido no bolso, digitando alguma coisa e ela bebendo champagne e secando a princesa.

— O que vocês dois estão fazendo? - Perguntei nas costas de ambos, assustando-lhes.

— Aproveitando a festa, irmãozinho. - Mariana respondeu, piscando - E por sinal, que pedaço de mal caminho você está.

— Não estou perguntando o que estão fazendo agora. Perguntei o que estão fazendo aqui, afinal.

Meu pai chegou mais perto do meu ouvido.

— Interceptamos um sinal de um grupo estranho que não conhecemos, planejando uma invasão no castelo hoje para a tomada do poder. A Facção já está totalmente preparada no perímetro da vila real, virão ao castelo quando forem chamados.

Meu coração parou por um instante.

— O que exatamente vocês interceptaram?

— Vão matar os três e tomar o poder. Um pouco mais rude que o nosso plano, mas vai nos servir muito bem. Aproveitaremos o ataque para atacá-los e pegar de volta o poder que nos foi roubado.

Meus olhos pararam em Amora, que dançava com graciosidade no meio da pista. Eu não podia deixar aquilo acontecer. Precisava tomar alguma medida drástica.

— Quem são eles?

— Não sabemos, mas conhecem o castelo tão bem quanto você e nós.

— Estão infiltrados? Vocês sabem o que eles estão fazendo? Que horas vão atacar?

— Os controladores não interceptaram nenhum sinal aqui dentro. Devem ter esquematizado anteriormente ou estão bloqueando os sinais.

Qualquer uma das opções era péssima, e mostrava que o inimigo estava um passo a frente de nós. Eleger prioridades era o que eu precisava fazer e com certeza a vida de Amora e de sua família estava em primeiro lugar. Meu destino era apenas destroná-los e não matá-los. Fui treinado toda a minha vida para isso e não deixaria que algo pior acontecesse. A justiça devia ser feita para a população, mas também para a família real; eu havia aprendido que eles eram gente também (mesmo que do pior tipo).

E amora não tinha nada a ver com tudo aquilo. Era um caso a parte e se tornaria uma vítima se eu não me mexesse logo.

Sequei o suor frio em minha testa e decidi fazer a coisa menos inteligente de se fazer, com esperanças que desse certo: tirei Mariana para dançar comigo ao lado de Amora e do rei. A loira mal acreditou quando puxei seu braço e abracei sua cintura, começando a dar uns passos para lá e outros para cá no meio da elite burguesa presente no salão. Todos os olhos estavam sobre nós, inclusive os de Amora. Após o susto inicial, e com um pouco de meu sorriso encorajador, os outros competidores tiraram moças para dançar e o salão foi enchendo de casais rodopiantes para lá e para cá. Eu não fazia a menor ideia se aquilo era aceitável para a família real, ou se eu havia quebrado algum protocolo vital para a realização do baile, mas o que importava era que as pessoas acompanharam e eu já estava cercado de casais dançantes. O próximo passo era passar Mariana para outro cara e pegar Amora do rei.

Meus olhos, porém, não conseguiam parar em um foco só. Quando trocamos de par e eu finalmente estava com a princesa em meus braços, eu não conseguia olhá-la. Todos ao redor pareciam suspeitos, pessoas com potencial de matar aquela baixinha e ingênua garota que, por algum motivo, não sorria aquela noite.

Forcei-me a parar de espreitar os outros enquanto dançava e foquei por alguns instantes naqueles olhos melancólicos. As mãos dela, apesar de estarem cobertas por luvas brancas que iam até os cotovelos, estavam geladas. Sua boca se mantinha em uma linha reta e estática e seus movimentos, apesar de mais polidos que os meus, passavam um peso bem maior do que em seu estado normal.

— Por que não vejo seu sorriso esta noite? - Aproximei nossos corpos um pouco para perguntar-lhe privadamente.

Amora não pareceu se afetar com a nossa proximidade, mas recuou um pouco o rosto para falar.

— Não vejo motivos para tal. Perdoe-me.

— Não queria ouvir suas desculpas. - Girei a princesa e voltei a segurá-la, dessa vez com mais firmeza, numa tentativa de faze-la se abrir mais - Queria ouvir seus motivos. Quem sabe posso ajudá-la?

— Não creio que possa. - Ela curvou levemente a boca mas seus olhos não se moveram - Não quero que se preocupe comigo, amanhã estarei melhor.

Olhei ao redor, em busca de uma maneira de sair dali com ela discretamente, mas me surpreendi ao notar que Shang estava ao meu lado, sorrindo gentilmente para a princesa, com uma das mãos estendidas.

Paramos de dançar e ele olhou para mim, abrindo um sorriso maior.

— Posso ter a honra? - o oriental soltou uma risada e olhou a princesa - Prometo que não pisarei no seu pé como Martin pisou. 

Fiquei momentaneamente sem reação, sem soltar a princesa. Se eu dissesse que não, chamaria atenção das outras pessoas que nos observavam e esperavam ansiosamente por um pouco de atenção da princesa. Se eu dissesse que sim, perderia o controle sobre ela e a chance de sair com ela dali.

Eu poderia sair com os dois dali. Afinal, Shang também podia correr riscos estando no meio do ataque. Todos ali corriam riscos.

— Antes de conceder-lhe a princesa, posso levá-la em um local especial? Quero sua presença também, Shang. - Os dois me encararam confusos, ao mesmo tempo, mas me apressei em ser convincente - Ora, vamos lá. É rápido, eu prometo.

— Posso fazer isto depois das minhas obrigações. - A princesa soltou minha mão e fez um leve reverenciar com a cabeça - Dançarei com todos os Selecionados e então você poderá me levar onde quiser com Shang.

— Mas…

— Não seja tão egoísta, meu amigo. - Shang deu uma piscadinha - Todo mundo quer dançar com a princesa. Iremos com você após as danças.

Shang passou os braços pela cintura da princesa e ambos começaram a dançar. Procurei alguma moça que estivesse livre por perto, e quando achei, ao dançar com ela arrastei-a para perto de Amora. Se eu ia esperar, ia ficar exatamente ao lado dela, pois assim poderia fazer alguma coisa quando atacassem. Eu sabia me garantir em situações assim.

— É um prazer conhecê-lo - A garota com quem eu dançava falou baixinho, e pela primeira vez prestei real atenção em seu rosto. Era uma das irmãs de Shang, a mais tímida.

— O prazer é meu. Qual é o seu nome? - Perguntei e voltei-me a olhar ao redor.

— Alana Sawada. - Ela respondeu e eu a girei - Sou uma admiradora sua, senhor Martin. Até faço parte de seu fã clube. Estou tão envergonhada e tão feliz de dançar com o senhor!

Encarei o rosto delicado e similar ao de Shang. Ela parecia verdadeiramente nervosa e alegre ao mesmo tempo. Espera aí. Fã Clube?

— Como assim, fã clube?

— Imaginei que não soubesse mesmo. Ainda bem que pude ser a primeira a te contar - Ela sorriu e abaixou os olhos escuros para o chão - O senhor e os outros rapazes têm fã clubes espalhados por toda a Iléa e outros países aliados. Embora essa edição da Seleção não esteja tendo mídia, fotos ou gravações, algumas informações escapam pelos jornais e todos correm para comprá-los. O pessoal da sua cidade já publicou tudo sobre você e alguns paparazzi tiram fotos de vocês quando estão nos jardins praticando alguma coisa. Até mesmo no ataque das semanas passadas alguém tirou fotos das correrias, o que causou comoção internacional.

— Não sabia que havia pessoas que tiravam fotos escondidas de nós.

— Nós não sabemos quem são, mas elas vendem as fotos para as revistas de fofoca e para os fã clubes. Temos várias suas! É um dos maiores fã clubes que existe juntamente com o de Shang e o de Eric Weiss.

— Eric?

— Sim, ele é o que mais tem fotos com a princesa. Há uma fotos dos dois que foi eleita a foto de melhor beijo também.

Cerrei os punhos. Melhor beijo? Isso era porque ninguém havia nos pego no dia em que nos beijamos, pois se não seria eu a ganhar esse tal "Melhor beijo".

Outra coisa que me incomodou foi a conveniência das fotos para Eric. Eu nunca havia presenciado um encontro deles e nem ouvido falar da boca dela algo sobre Eric. Embora ele dissesse que já haviam se encontrado inúmeras vezes eu não conseguia acreditar que ela se interessasse realmente por aquele babaca. E ainda assim havia mais fotos dos dois do que de mim e dela, ou dela com Shang?

— Ora, não se preocupe, senhor Martin. - Alana me tirou de minhas conjecturas - O senhor está indo muito bem. Se não vencer, estará entre os primeiros colocados, e terá uma ótima vida.

Não respondi. Ainda estava raciocinando sobre Eric, quando olhei para o lado e não vi mais a princesa e Shang. Meu coração acelerou.

— Para onde seu irmão foi? - Soltei-a e girei o corpo tentando observar todo o salão.

— Eu não vi, senhor.

Deixei Alana e saí me esbarrando nas pessoas pela pista de dança procurando qualquer sinal de Amora. Esbarrei em meu pai e ele me parou com sua mão direito fechada em meu braço.

— Já chega, Martin.

Olhei para ele com raiva por ter me parado.

— Me solte. - Ordenei baixo, quase rosnando - A qualquer momento pode acontecer o ataque e você está me atrapalhando…

— Atrapalhando o quê? O que você ia fazer?

— Eu vou levar Amora a um local seguro para protegê-la. - Chacoalhei meu braço, tentando me soltar - Qual é o seu problema?

— A pergunta certa é: qual é o seu problema, Martin? Já pensou que se em um ataque desses sobra ninguém mais ninguém menos que a herdeira viva? O que você acha que pode acontecer?

Prendi a respiração.

— O plano não conta com a morte desnecessária de ninguém. Iremos tomar o poder da família real e exilá-los em Kendera, exatamente como foi planejado.

— O caso, meu filho, não é esse. - Os olhos dele se estreitaram e suas sobrancelhas se uniram na testa, como se tivesse me pego fazendo alguma coisa que não devia - O caso é o tanto que você já está envolvido com a família real, e com a princesinha.

Cerrei os punhos e consegui me soltar dele. O modo como falara princesinha havia me tirado do sério.

— Eu não estou envolvido com ela, eu apenas não sou um assassino. Estou aqui para mudar o destino da nação sem injustiças. Como podemos lutar pela justiça sendo condescendentes com um ataque desses? Eles não podem morrer. Devemos protegê-los, mesmo que depois eles sejam exilados.

Meu pai me olhou longamente, e eu sustentei seu olhar. Se era um desafio que ele queria, eu estava pronto para aceitar e não pouparia esforços. Mas ele não disse nada.

— Agora se me dá licença… - Comecei a partir.

— Você não passou no teste, Martin.

Eu parei ao mesmo tempo em que minha testa se enrugou.

— Teste?

— Eu e Mariana viemos aqui para testá-lo e você falhou nas duas vezes que foi posto à prova. A primeira vez, ao deixar seus desejos por Mariana se extrapolarem acima de sua missão, colocou em risco tudo o que tinha construído. A segunda vez, ao provar que não é capaz de seguir sua missão porque já está envolvido demais com a família real.

— Eu não estou entendendo. - Disse, a ponto de explodir.

— Não há ataque nenhum em curso, não há nenhum grupo radical aqui nesse castelo, a não ser o nosso. Você foi testado com uma simulação bem simples e ao nosso favor e falhou. Não está mais apto para continuar na missão. - Ele me encarou e curvou levemente sua boca coberta pela máscara - Queria tanto saber porque viemos, não queria? Era para realizar o seu teste. Estou decepcionado.

— Você não tem esse direito. - Só agora eu podia sentir meu coração disparado, com a surpresa da emboscada que meu pai arquitetou - Eu não estou envolvido com ninguém. Mariana forçou a situação, a culpa foi dela. Eu tenho controle sobre tudo o que estou fazendo, pai, e continuarei na competição. Seguiremos nosso plano e…

— Chega, Martin. - Ele me cortou. - Chega.

O suor frio se acumulava novamente em minha testa e eu não conseguia respirar direito. Que merda estava acontecendo?!

— Pai...

— Se a sua preocupação é continuar no castelo, fique tranquilo, você irá. O plano se seguirá sem você, e nós estaremos aqui independentemente de você. Quando chegarmos você será o primeiro a saber. Deixe o castelo o mais rápido possível e não volte até que o poder esteja em nossas mãos e eu seja o líder de Ilea.

— Eu não vou aceitar isso.

— Você não está mais pensando como a Facção. Você já foi contaminado, Martin. - Ele me olhou em desaprovação e apontou para Amora, que estava do outro lado do salão, dançando com Eric - Mesmo assim ainda o considero como meu filho. Mas já te aviso com antecedência: é melhor ter cuidado ao me desafiar, ou outras pessoas podem sofrer por sua causa.

 


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Notas finais do capítulo

O que vocês acham que irá acontecer? Suspeitas? Coisas estranhas sem respostas? O que Martin fará?



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