Twenty One escrita por Helly Nivoeh


Capítulo 2
Dark Horse


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Eu sabia que você

Que você viria para mim

E aqui está você

Mas é melhor você escolher cuidadosamente

Porque eu, eu sou capaz de qualquer coisa

De tudo e qualquer coisa

(KATY PERRY, Dark Horse. Tradução via Vagalume).

 

— Você acredita nisso?! — Thalia exclamou enquanto preparava o jantar naquele mesmo dia, extravasando a frustração ao cortar o pedaço da carne com força demais.

Luke Castellan desviou a atenção da panela que mexia somente para fitá-la, os olhos azuis revirando diante da reação exagerada da amiga.

— Que um cara te deu um fora? — Ele ergueu a sobrancelha loira, os lábios formando um sorriso. Talvez não fosse boa ideia implicar com uma garota que tinha uma faca afiada na mão, principalmente quando ela já o ameaçara de morte por motivos mais efêmeros, mas ele não resistia. — Com toda a certeza!

Thalia jogou uma colher na direção dele, que acabou se chocando na parede manchada de gordura e caindo atrás do fogão.

— Você vai pegar e lavar. — Luke afirmou, referindo-se à colher que caíra. Eles moravam junto a anos, logo, sabia como Thalia odiava lavar louça. Em resposta, ela deu língua para ele, voltando a atenção para a comida que cortava.

 

— Mas é sério! — ela falou depois de um tempo, causando um sorriso em Luke. — O cara vai todos os dias no lugar que eu trabalho…

— Por acaso, a cafeteria favorita dele… — O loiro implicou, sorrindo.

— ...no mesmo horário…  — Thalia continuou, como se não tivesse sido interrompida.

— Porque ele não gosta de brush. _ Luke argumentou, tendo em vista que Thalia mencionou que o tal rapaz era um dos primeiros a chegar, contrário ao movimento que era sempre maior na hora da almoço.

— ….E, às vezes, ele me encara. — Ela terminou, revirando os olhos, como se não tivesse sido interrompida em nenhum momento.

— Porque você é a garçonete. Ou era. — Luke justificou novamente e outra colher voou em sua direção, tomando o mesmo fim que a outra. — Nós já temos talheres de mais pra você ficar jogando fora.

O garoto resmungou, mas havia um sorriso nos seus lábios. Ele amava Thalia como uma irmã, logo a implicância era seu passatempo favorito, ao mesmo tempo que se sentia obrigado a sempre a chamar de volta pra realidade, onde os caras não são nada perfeitos e se ignoram uma garota, é para que elas mantenham-se distantes.

— Da próxima vez é a faca. — A garota revirou os olhos azuis e colocou a faca de lado, caminhando até o fogão e despejando a carne na panela. Mesmo que sua mente lhe chamasse à vida real, seus instintos lhe diziam outra coisa. — Mas ele estava me desenhando Luke!

Ela voltou a argumentar. Luke se afastou e encostou a cintura na ponta da mesa, observando como Thalia parecia mexida. Se ele a conhecia bem — e ele conhecia — ela não ia deixar de lado. Suspirando, ele acabou dizendo o que pensava, afinal, quanto mais cedo a menina “quebrasse a cara”, mais cedo aquilo terminava.

— Ele deu um endereço pro Will, não é? — Thalia assentiu diante a pergunta, encostando-se na mesa ao lado dele. — Então por que você não vai também? Não é como se Will morasse do outro lado do mundo.
Os olhos de Thalia brilharam, enquanto um sorriso surgia.

— Mas e a maratona de Game Of Thrones? — Perguntou, sabendo que o melhor amigo estava planejando isto há tempos.

— Não pense que não sei que está feliz por perder. — Thalia tentou conter o sorriso. Ela odiava assistir séries, só fazia isto por Luke. — Por isso vamos fazer uma maratona de todas as temporadas no final de semana!
Thalia gemeu odiando aquela ideia. Por um momento, uma pergunta surgiu em sua cabeça: “Ela realmente precisava passar aquela história a limpo?!”

— Foi na agência de empregos? — Luke mudou de assunto, enquanto ia mexer nas panelas. Thalia suspirou.

— Sim, mas nada que eu me enquadre. — Era verdade. Não havia muitas vagas disponíveis, principalmente para quem sequer chegara ao ensino médio. — Ainda não entendo por que não recebi seguro-desemprego.

— Primeiro, porque você não tinha carteira assinada. — Luke retrucou. — Segundo, porque foi despedida por justa causa. Ninguém mandou xingar o chefe. — Thalia revirou os olhos. Realmente odiava seu gênio volátil.

— Vou tomar um banho, você termina sem mim? — Perguntou, se referindo à comida.

— Só porque você realmente precisava de sabonete, Lia!

Thalia jogou um copo de plástico na cabeça dele, desta vez acertando, e foi tomar o banho, louca pra dar de cara com o di Ângelo.


(...)

 

Mesmo que a primeira reação de Will ao ver Thalia parada em frente à sua casa fosse um gemido e a tentativa de fechar a porta na sua cara, isto não deteve a garota, que invadiu a casa dele e esperou que terminasse de se arrumar, além de pegar carona na velha Honda do garoto.

As onze horas, a moto azul escura adentrava duas colunas que indicavam a entrada do cemitério, contornando alguns túmulos até uma parte bem ao fundo, quase entrando no bosque que contornava as partes sul e oeste do local.

Thalia conhecia aquele lugar brevemente, lembrava-se de ler sobre tragédias no jornal envolvendo dependentes químicos dali, e sabia que ele estava desativado a anos quando não houvera mais túmulos disponíveis. Ele situava-se em uma das saídas da cidade, rodeado por vegetação e uma estrada de terra quase abandonada que dava em uma rodovia movimentada.
O que diabos ela estava fazendo ali, só descobriu quando ouviu a música e enxergou as luzes coloridas, vindas de um imóvel no fundo do cemitério.
Will parou a moto no estacionamento ao lado de vários carros e motos e desceu.

Enquanto o garoto guardava os capacetes, ela observou o lugar que emanava "Dark Horse", onde havia uma fachada composta principalmente por vidros espelhados que não permitiam ver o interior e uma uma placa de neon em que se lia "D'Lirium" em letras cursivas prateadas. Uma boate no cemitério. Uma pergunta refletia a perplexidade de Thalia: “Quem em sã consciência ia naquele local?!”

— Você vem? — Will perguntou, encaminhando-se para as portas duplas de vidro espelhados, que mostrava a face de Thalia distorcida. Antes que ela batesse, a porta foi aberta e um segurança grandalhão em terno preto saiu de lá.

— Nome? — Perguntou, a voz grossa soando nada amigável, mas completamente similar a carranca de sua face.

— Will Solance. — O garoto disse seu nome e o segurança encarou Thalia em uma expressão de “vai ficar calada?”, fazendo-a querer fugir dali. — e acompanhante.

— Os nomes não estão na lista. — O segurança informou, sem sequer consultar qualquer anotação.

— Somos convidados do Di Ângelo. — Thalia se ouviu falar, o medo sempre a fazia agir de maneira estúpida. O segurança voltou-se para Will.

— Identidades.

Eles obedeceram e logo o segurança tirava um carimbo de dentro do bolso do paletó. Will estendeu a mão e o homem marcou seu pulso em um desenho de círculo negro com o número vinte e um em preto. Thalia fez o mesmo e recebeu a marca “18”, suas faixas etárias. Ela rolou os olhos, faltava poucos meses pra completar vinte e um, por que tinham que se ater a isso?
O segurança abriu espaço e Thalia entrou, os saltos negros batendo no assoalho cinzento enquanto ela se movia. Dentro da boate, era bem diferente, apesar de permanecer as paredes de vidro que mostravam o cemitério do lado de fora.

Tudo era do preto ao branco, com fumaça envolvendo a pista de dança, onde várias pessoas pulavam e se beijavam ao som de How Deep Is Your Love que começava a tocar. Haviam sofás brancos espalhados nos cantos, algumas cabines privativas com vidro espelhados e um bar a direita com uma bartender de batom preto e cabelo platinado ao lado de outro bartender negro só com uma gravata borboleta branca da cintura pra cima.

 

Thalia buscou com os olhos o Di Ângelo, encontrado-o em uma cabine de vidro transparente, sentando desleixado em um sofá que contornava toda a cabine pequena, os pés em cima de uma mesa redonda preta. Ele olhava para o cemitério visível pelo vidro da parede, um cigarro na mão direita e o olhar longe. Will puxou Thalia pelo braço e se colocou na frente da dela, entrando no espaço onde a música de fora era abafada.

 — Você veio... — O Di Ângelo murmurou sem tirar os olhos dos túmulos.

 — E trouxe companhia. — Thalia se pronunciou, entrando também na cabine e se sentando no sofá o mais longe possível do garoto.

 Ele virou-se para ela com o ensaio de um sorriso, percorrendo os olhos escuros pelo corpo dela, desde os cabelos negros soltos, passando pela blusa preta com um decote em "v", destacando os seios e escondendo os braços pelo blazer de corte moderno, a calça skinny com vários rasgados até o scarpin, tudo em preto. Ele demorou-se principalmente no pingente azul que se acomodava entre os seios da garota, fitando por tempo suficiente para aumentar um pouco o sorriso.

 — Sente-se. — Ele falou suavemente para o loiro que ainda estava parado nervoso.

 Se Will a acusou de “comer” o di Ângelo com os olhos mais cedo, o olhar do moreno sobre o outro garoto deveria ultrapassar todo o pudor possível, ele chegou a morder o lábio inferior enquanto analisava desde o cabelo loiro cuidadosamente penteado em um topete até o sapatênis, incluindo a calça jeans justa preta e a camisa branca que destacava os músculos do garoto. Como ele havia se demorado no decote de Thalia, da mesma forma seus olhos acompanharam a cintura do loiro enquanto ele sentava.

 O Di Ângelo acenou com os dedos, um movimento suave e leve, e logo uma garota de longos cabelos negros e vestido justo branco entrava no recinto.

 — Traga o meu favorito para meu.... favorito... — A voz dele soou rouca, causando um arrepio em Thalia. — E para nossa... acompanhante...?

 Thalia perdeu um pouco o rumo dos pensamentos quando ele pousou as íris escuras nela, demorando a perceber que lhe era dirigida uma pergunta.

—Hum... uma... vodka. Vodka e suco de laranja.

 —Number two. — O Di Ângelo falou para a funcionária, que assentiu e se retirou. Eles ficaram em silêncio por alguns minutos, Thalia observando o garoto misterioso, que observava Will, que, por sua vez, observava os próprios dedos, estranhamente nervoso.

 — Por que você estava me desenhando? — Thalia perguntou assim que a moça voltou, trazendo o que parecia ser uísque para os garotos e um coquetel azul para a morena. Thalia provou a bebida um pouco temorosa, mas havia somente um sabor agridoce, que não era ruim, mesmo quando ela não sentiu gosto de álcool nenhum.

 Ela observou Will se inclinar em direção ao Di Ângelo, para sussurrar-lhe algo no ouvido, mas o moreno assentiu antes de ouvir. O Solance então aproximou o copo dos lábios e sorriu.

— Porque você é bela. — Thalia se assustou ao notar que o Di Ângelo a fitava, um leve sorriso enquanto os dedos batiam contra o vidro do copo. Thalia ergueu a sobrancelha esperando que ele completasse o que dizia. — É assimétrica, me agrada.

 — Assimétrica? — Thalia perguntou, tentando entender o que aquilo significava.

 — Há beleza nas imperfeições. Eu gosto como a parte direito do seu lábio esquerdo é ligeiramente maior, como você está sempre de olheiras, como na sua bochecha há uma mancha degradê causada pelo sol... isto só no seu rosto, eu realmente adoraria desenhá-la nua. — Thalia ficou confusa. Em um momento ele lhe descrevia todas as características negativas, como se ela fosse feia, e no outro lhe dizia que queria vê-la nua?

 — Você é um daqueles artistas gays loucos? — Se viu perguntar e o garoto riu com o nariz.

 — Se a arte que pinto for minha vida… — Ergueu a sobrancelha, os olhos mais negros sob a luz amena. — Mas definir-me como gay é limitar-me... — Ele tirou os pés da mesa e inclinou o corpo em direção a Thalia, os cotovelos apoiando-se na mesa. — Eu gosto de flertar com meninos e meninas, adoro beijar garotos e garotas e enlouqueço ao despir homens e mulheres... e torná-los, por alguns prazerosos segundos, meus.

 Thalia sentiu sua garganta seca, perguntando-se ele estava flertando com ela.

 — Willian — O Di Ângelo virou-se para Will, que estava nervoso encarando o copo quase vazio. — Sinta-se livre para dar explorar onde quiser, sinto-me tentado a privar-lhe dos prazeres que este ambiente pode lhe proporcionar, mas seria de péssimo feitio. — O loiro franziu a testa, não entendendo o vocabulário. — Pode ir dar uma volta.

 O garoto explicou, deixando claro no to que não era uma sugestão. Will assentiu e se levantou, dando uma última olhada em Thalia antes de sair da cabine e ir para o bar.

— Thalia... — O Di Ângelo murmurou, como se provasse o nome dela, observando a garota a sua frente. — Você conseguiu: tem minha atenção.

 — Achei que já a tivesse. — Ela ergueu a sobrancelha, cruzando as pernas, o que resultou em atrair o olhar dele para o local por alguns segundos,

 — Sua beleza a possuía, mas a sua pessoa começa a me cativar. O que quer aqui?

 — Sua resposta. Eu te perguntei se você não tem medo da morte. — Ele voltou a fitar o copo, ficando em silêncio por alguns segundos, sem desfazer o sorriso de canto.

 — Eu prefiro viver. — Sua voz soou leve e no segundo seguinte ele a fitava nos olhos, o negro se chocando com azul.

 — E não é a mesma coisa?

 — Os simplórios denotam como sinônimos. A meu ver, são destoantes como o sim e o não.

 Thalia não entendeu muito bem, mas esperou que ele quisesse dizer que era algo diferente.

— Aqueles que se ateiam ao desejo de não morrer, escapa por entre os dedos a vivacidade.

Ela calou-se diante da última fala dele, levando o copo aos lábios e terminando de beber o drinque. O garoto a imitou, os olhos fixos nela, analisando cada ação com um sorriso.

— Conceder-me-ia a honra de vossa companhia em um passeio?

— Um passeio? — Ela ergueu a sobrancelha, observando-o se por de pé e contornar a mesa.

 Thalia não pode deixar de notar a maneira suave e confiante que ele se movia, o corpo esguio com músculos singelos, mas visíveis sob a camiseta branca quase transparente, a gola em "v" chamando a atenção para o pescoço alvo e o queixo com uma barba rala por fazer. Ele pôs-se em frente a garota e os olhos dela desviaram por todo o corpo do menino, observando a calça skinny preta de corte moderno que lhe garantia mais graciosidade e os tênis pretos.

 Ele lhe estendeu a mão como um cavaleiro e Thalia se viu depositando os dedos alvos sobre a palma do menino. Ela sentiu um choque diante o contato, percebendo como ele estava quente em contrastes ao corpo gelado dela. Viu-se ficando estranhamente nervosa enquanto o sorriso dele desfazia-se por um segundo, surpreso c om o choque. Thalia engoliu em seco e se pôs em pé, percebendo como eles ficavam da mesma altura com os saltos altos.

Ele a guiou para fora da cabine, desvencilhando com facilidade das pessoas até a saída, o segurança abrindo a porta sem qualquer pergunta. Thalia se arrependeu instantaneamente quando saiu dali, o vento gelado lhe fazendo tremer e encolher o corpo.

— Está com frio? — O Di Ângelo perguntou e a garota balançou a cabeça em negativa, tremendo o queixo. Ele deu de ombro e colocou as mãos dentro do bolso da calça.

Caminharam lado a lado pela trilha de pedras ao redor dos túmulos em silêncio. Thalia se sentia incomodada pela falta de palavras, mas o garoto parecia confortável e com pensamentos longe, levando Thalia se assustar quando ele parou perto de alguns túmulos bem desgastados longe o suficiente para não ouvir as batidas da música da boate e em frente a uma BMW preta.

— Por que me trouxe até aqui? — Thalia perguntou, começando a se arrepender, mil ideias do que ele poderia fazer ao sequestrá-la rondando sua cabeça.

O garoto destrancou o carro e entrou na porta do motorista, ligando o carro com a porta ainda aberta. A menina ficou parada em baixo do que restou de uma árvore morta há um metro do carro.

— Porque tive batida eletrônica o suficiente por uma noite. — Ele respondeu de dentro do carro, e no momento seguinte os acordes de Scar Tissue começaram a soar. O Di Ângelo saiu de lá e se recostou ao tronco cinzento ao lado dela, uma caixa pequena na mão. — Se importa? — Perguntou, tirando um cigarro e levando aos lábios.

— Na verdade sim. — Ele deu de ombros e pegou o isqueiro, acendendo o cigarro. — Por que você me perguntou se era pra ignorar?
Ela questionou, mas ele não respondeu, soprando a fumaça cinzenta e a olhando nos olhos, o mesmo sorriso de canto nos lábios. Como não obteve respostas, Thalia retirou o cigarro dos dedos deles e levou aos lábios, quase tossindo ao tragar. Ela odiava cigarros, mas queria irritá-lo. Ele apenas ergueu a sobrancelha, percebendo que a garota não sabia fumar e tomou o cilindro se volta, sujando os lábios do batom vermelho da garota. Ao retirá-lo da boca, passou a língua pelos lábios e a fitou.

— Melancia. — Sussurrou, ao descobrir o sabor do batom dela. — Se prová-lo melhor, posso descobrir até a marca.

Ele se aproximou de Thalia, os olhos negros fixos nos azuis até que seus narizes se tocassem e desviassem para a boca da morena que mordia o lábio inferior. Ele ia se aproximar mais, porém sentiu a mão gelada dela contra seu peito. A garota deu um sorriso irônico e o afastou levemente.

— Nem tente, querido. — Sussurrou, afastando-se da árvore e cruzando os braços, encarando o céu escuro.

O Di Ângelo não se deixou intimidar, apagando o cigarro e se colocando ao lado dela, as mãos no bolso.

— Conhece as constelações? — Sussurrou no ouvido da morena, fazendo a tremer com um calafrio.

— Não. — Ela respondeu, apertando mais os braços.

— Quer conhecer?— Thalia deu de ombros. — Aquela, — Ele apontou — é a ursa maior. Tá vendo aquele conjunto ali? — Ela assentiu, sentindo a pele arrepiar quando ele se aproximou mais para apontar. — É a costelação de Órion. Uma belíssima e trágica história grega envolvendo um amor, ciúmes e arqueiros realmente bons, além de escorpiões, adoraria te contar um dia desses. — Ela deu um leve sorriso, esperando que ele não percebesse. — E aquela estrela pequenininha e solitária se chama Joana, diz a lenda que foi uma princesa.

A garota parou e o encarou.

— Joana? Existe uma estrela chamada Joana? — Ele deu de ombros, os olhos castanhos brilhando. Por que eles tinham que ser mais bonitos ainda de perto? Ele todo era lindo! Por que não podia ter uma verruga no queixo?!

— Dança comigo. — O Di Ângelo falou, sem estender a mão, no mesmo tom que perguntaria as horas.

— O que? — Ela perguntou, apesar de ter ouvido da primeira vez.

— Venha dançar comigo. — Desta vez ele se colocou na frente dela, as mãos ainda no bolso, mordendo o lábio inferior como se fosse tímido. Como se não bastasse, ele sabia ser fofo!

— Estamos em um cemitério! — Ela exclamou!

— Prometo que não invocarei nenhum zumbi enquanto dançamos.

Balançando a cabeça como se dissesse “não acredito nisso”, ela lhe estendeu a mão e, no momento seguinte, seus dedos se tocavam e ele a puxava para deslizarem ao som de Hozier.

 


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Notas finais do capítulo

Hey pessoinhas, passando rapidinho pra postar porque tô caindo de sono, desculpem não ter respondido os comentários, faculdade e trabalho estão me deixando louca!
Bom, sobre o game poser... as duas pessoas que participaram deram a mesma resposta, que acabou sendo pra onde eles vão mesmo ( vocês tiveram acesso ao meu drive? Pior que escrevi isso bem antes de pensar em postar cappuccino '-').
Enfim, obrigada por lerem e digam aí o que acharam, se gostaram, se acharam a referência, se eu devia ir postar EMN&SC, se eu devia ir dormir, se a playlist tá horrível... enfim, o que quiserem! Eu sou lecal, juro!
Beijos e até o próximo!