Twenty One escrita por Helly Nivoeh


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Hey, guys, essa é a continuação de cappuccino e espero que gostem!
O capítulo é curtinho, mas só porque é uma espécie de prólogo!
Boa leitura!



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"É aqui que começam as mentiras" (WIGVAN, Dublê de Cu)

 

Ele tinha olhos tão escuros quanto a alma de Thalia Grace. Mas na luz tênue da manhã, eram visíveis reflexos dourados, como cobre líquido, e eles estavam contrastando de maneira encantadora com os lábios assimétricos finos, emoldurados por bochechas rosadas pelo frio.

Ele desviou os dedos esguios que capturavam o lápis preto por um segundo do caderno, apenas para balançar os fios lisos castanhos escuros que dançavam em sua testa, o que era inútil, pois eles sempre voltavam para o mesmo lugar. Da mesma que os olhos azuis que o fitava.

Thalia tentava desviar o olhar, seja pra encarar a rua do lado de fora do café, visível pelas paredes de vidro que começavam a manchar porque não haviam sido limpas naquele dia por ela, seja para encarar a menininha que colava chiclete de baixo da mesa quadrada quando a mãe discretamente acrescentava uma bebida alcoólica de um gargalo na sua caneca de café. Thalia tentava não encarar ele, mas sempre voltava-se para o garoto.

— Achei que tivesse sido demitida. — Um timbre masculino soou ao seu lado, o mesmo tom pejorativo que ele sempre usava com ela. Thalia não precisava se virar para saber que Will Solace estava de pé ao seu lado, os cabelos loiros claros sob a bandana com o logo do café, o sorriso tão belo mostrando os dentes perfeitamente alinhados expressando escarnio, os olhos azuis-claros focando o mesmo garoto.

— Não estou aqui pra trabalhar. — Ela ralhou, suspirando ao ver o garoto capturar a xícara com cappuccino e levar aos lábios, sem sequer desviar os olhos do que rabiscava. — O idiota do seu chefe me pagou o suficiente pra um café. E só isso.

Will riu, ele havia assistido a discussão no dia anterior, como Thalia gritara com o chefe e o mandara fazer coisas que assustaria sua avózinha. Ele havia ficado triste pela amiga, mas não colocaria sua mão no fogo por ela, tampouco seu trabalho em risco.

— Para de comer ele com os olhos. — O loiro sussurrou, ignorando o velhote insistente que o chamava com os dedos. — Se não for lá logo, eu que vou comer ele.

Como resposta, Will recebeu um gesto obsceno e xingamentos mentais.

Thalia deixou o descafeinado de lado, atenta a como o garoto que observava desenhar agora mordia os lábios, deixando-os rubros, completamente concentrado.

Balançando os cabelos curtos negros, ela se levantou e caminhou até a mesa do garoto, que sequer desviou o olhar do desenho quando ela se sentou na mesa.

— Eu sou Thalia. Thalia Grace. — Ela falou quando percebeu que não haveria reação por parte dele. Sem tirar os olhos escuros do papel, ele falou em um tom seco e desinteressado:

— Eu não me importo.

 Thalia ergueu a sobrancelha, não se dando por vencida. Os olhos azuis-escuros percorreram a mesa até os papéis ao lado do copo de cappuccino, fazendo os lábios da morena se contorcerem em um sorriso ao reconhecer sua face ali desenhada, só faltava finalizar os olhos destacados e as sardas ao redor.

— Tem certeza, Di Angelo? — Ela questionou, o encarando ao notar a assinatura do lado do desenho, em uma caligrafia fina e clara. Esperava que ele a olhasse nos olhos, mas não houve nenhuma reação, sequer um sorriso.

— Você tem medo de morrer? — O Di Angelo perguntou em um tom entediado.

Por favor, esses fracassados que querem dar uma de Edward Cullen, não.”, pediu mentalmente. O garoto era tão bonito, parecia tão inteligente e desenhava magnificamente bem, mas é claro que, para chamar atenção de Thalia, tinha que ser um babaca. Ela revirou os olhos, mas não desistiu. Em um tom rouco, questionou:

— Todos nós não temos?

O Di Angelo deitou o lápis preto no rascunho, abriu a carteira e jogou algumas notas em cima da mesa. Ergueu-se da cadeira e passou por Thalia sem sequer olhá-la.

— Você não? — A garota se viu perguntar enquanto levantava atrás dele. Mas ele não respondeu, caminhando até o balcão onde Will estava escorado, fingindo mexer no celular enquanto observava a cena com um leve sorriso.

O loiro surpreendeu-se quando sentiu a mão do misterioso garoto perto do seu umbigo, principalmente quando afastou o tecido do avental amarrado a cintura e introduziu os dedos na barra da cueca vermelha box, depositando um papel.

— Te espero a noite. — Ele sussurrou no ouvido de Will e se virou para sair da cafeteria, deixando uma Thalia estática no meio do estabelecimento.

Quando já havia perdido o garoto de vista, Thalia se virou e, praticamente, marchou até Will, a expressão homicida.

— Não ouse roubar mais um, Solace! — Brigou, mesmo sabendo que não era culpa do garoto. Sem responder, Will pescou o bilhete, encontrando uma nota de cem com um endereço rabiscado.

— Sinto muito, Thalia. — O loiro retrucou sorrindo. — Mas eu não perco esse encontro por nada.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, essa fic vai ser bem diferente do que tudo que já escrevi e estou nervosa!
Nos vemos nos comentários?!