Doce Apocalipse escrita por Mattheyuz Klavyster


Capítulo 2
Capítulo 1 - Começo nem tão Divertido


Notas iniciais do capítulo

Eles vão ter que esperar um pouco para começar com a diversão.



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— Isa, que dia é hoje mesmo?

— 21, Matheus, 21 de agosto, você nunca lembra essas coisas.

— Nossa, quer me falar que é 2017 e século 21 também?

— Não, que que foi?

— Nada, é que você sempre fica me falando isso!

— Desculpa, é só que data é algo importante, e você esquece quase todas, ano passado, quando nós ainda namorávamos, você esqueceu o dia do seu próprio aniversario, e o da sua irmã junto.

— Tá, me desculpe. Que bom que eu tenho você para me lembrar disso.

— Obrigada, bem, na faculdade esse será o papel da Natalie e... ei, isso foi um tiro?

— Acho que sim, bem não deve ter sido na... opa outro!

Olhei no relógio e eram 15:23, depois disso veio o terceiro tiro, quarto, o quinto, o decimo....

Eu estava cabulando aula perto do anfiteatro no terceiro andar do prédio novo do colégio, isso era algo frequente, junto com a Isa. Ela tinha sido minha namorada ano passado, durou dois meses, nos separamos porque ela me conhecia, sabia que, por mais que eu estivesse feliz namorando ela, não era aquilo que eu queria, então voltamos ao que éramos antes, bons amigos e ficavam algumas vezes.

Pela rádio da escola a diretora falou para todos permanecerem nas suas salas, logo depois todo colégio ouviu gritos vindo da portaria, eu fiquei curioso para ir ver o que era, aliais, aqueles tiros de antes só tinham aumentado e pareciam vir de todos os lados, tanto perto quanto longe. Acho que por conta dos gritos todos os alunos entraram em pânico, vi pela janela um monte deles saindo correndo das salas e descendo as escadas do prédio velho.

Eu e a Isa fomos para perto das escadas que ligavam os dois prédios para tentar descobrir algo sobre o que estava ocorrendo. Ouvimos vários alunos gritando no prédio velho e fomos até lá, assim que descemos as escadas que ligavam os dois prédios vimos uns 5 ou 6 “deles” atacando os alunos, peguei a Isa pela mão e corri com ela para o anfiteatro.

Entramos e trancamos a porta, de cara fui ver o que podia servir como arma, felizmente a Isa estava com a faca de mergulho que eu tinha dado para ela. Não achei nada nas cadeiras e no palco, mas na sala de sonoplastia e no deposito do anfiteatro achei 5 Smirnoff Ices, 3 pacotes grandes de Doritos, Ruffles e Cheetos, além de umas latas de Schweppes. O grêmio do meu colégio, do qual eu e minha maninha éramos presidentes, sempre se reunia no anfiteatro, então deixamos sempre algumas coisinhas por lá.

Nós bebemos duas Smirnoffs, enquanto íamos abrir a terceira, ouvíamos alguém batendo desesperadamente na porta.

— Dan, é você?

— Sim, sou eu! Sou eu! Abra a porta pelo amor de Deus!

Abri a porta e puxei ela para dentro e o garoto que estava com ela, puxei ele tão rápido que eu nem vi o seu rosto porque haviam dois “deles” logo atrás, empurrei um com um chute no peito e enfiei a faca na lateral da cabeça do outro, quando fui para cima do que caiu no chão, a Isa me puxou para dentro e fechou a porta.

— Eles estão bem, Matheus?

— Sim, os dois estão bem... her... considerando tudo o que está acontecendo.

Depois disso, além de perceber que o garoto era o Vi, perguntei para os dois como estava as coisas no resto do colégio e se tinham visto mais alguém vivo, eles me responderam que viram alguns “deles” atacando e comendo, de modo gastronômico e não no modo bíblico, vários alunos no segundo andar, eles também viram outros alunos correndo para o banheiro e tentando arrombar as salas do segundo andar, aproveitei para ver que horas eram, 15:34.

A Dan e o Vi queriam saber o que deveríamos fazer, então respondi que iriamos esperar até estar mais calmo, até umas 17h e eles quiseram saber o porquê.

— Se sairmos agora estaremos no meio de vários “deles” se alimentando e caçando, seguindo sons de gritos, tiros e outras coisas. – Respondi devagar para os dois entenderem.

— Mas isso quer dizer que vamos esperar até todos do colégio morreram? Perguntou a Dan indignada.

— Se, lembre-se, se, todos do colégio tiverem morrido antes das 17h, sim, nós teremos esperado até todos do colégio terem morrido – Respondi sem nenhuma hesitação.

— Você disse isso tão facilmente, como você consegue ficar tão calmo falando em ouvir nossos amigos e não fazer nada? – Disse a Dan irritada.

— Eu sei que deve ser duro para vocês, mas no momento devemos nos preocupar em sobreviver. – Interviu a Isa.

—Mas nós não podemos deixar eles morrerem sem tentar ajuda-los. – Disse o Vi antes que a Dan dissesse algo pior.

— Sem tentar ajudar eles né? Beleza, mas não fui eu nem a Isa que saímos correndo para qualquer lugar em que pudéssemos nos esconder mesmo passando do lado de vários de nossos amigos sendo devorados, foram vocês, você Dan e você Vi, vocês dois que fugiram olhando nos olhos de pessoas que vocês conheciam morrendo e não pararam para ajudar, e agora estão se culpando ao ponto de quererem me culpar de não ter ido ajudar eles antes e de não querer ir agora, então engulam suas culpas, suas palavras suas emoções e também suas empatias. – Assim que terminar de falar, meu telefone tocou.

— Alo, maninho?

— Alo, oi maninha.

— Já aconteceu aí?

— Eu ia te fazer a mesma pergunta.

— Conseguiu salvar alguém?

— A Isa, a Dan e o Vi, por enquanto, e você?

— Consegui salvar a Mary, a Fabiola e a Natalie.

— Que ótimo, fico tranquilo de vocês estarem salvas.

— Por mais que não seja uma surpresa.

— Sim, você e a Natalie não foram surpresa.

— Você irá esperar para se mover certo?

— Sim, até as 17h, e você?

— Aqui está calmo até, a maioria “deles” foi para as avenidas.

— Entendi, mande mensagens para todos que puder, vou fazer o mesmo.

— Certo, se cuide, te amo.

— Você também, te amo.


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