Defenceless escrita por Lia Sky


Capítulo 60
Capítulo Sessenta


Notas iniciais do capítulo

Será que a Natalie e o Hunter se acertam dessa vez?



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Enquanto Steve iniciava uma discussão calorosa com Allison e Fred após o término da entrevista dentro do próprio estúdio, Judith arrastou Hans e Natalie para um escritório que ela nem sequer sabia de quem era. Mas não era como se aquilo realmente importasse.

— Ok... – a mulher começou a andar de um lado para o outro, passando as mãos pelos cabelos escuros repetidamente. Respirou fundo para se acalmar e não usar o mesmo tom que usou com Allison e Fred. Natalie e Hans apenas acompanhavam os movimentos de Judith sem entender o que estava acontecendo. – Vamos conversar, porque parece que eu perdi alguma coisa aqui.

— Você não é a única. – Hans comentou um tanto apreensivo – Eu não estou entendendo o que está acontecendo por aqui já faz um tempo.

— Vou ser direta porque você me conhece, Hans. – Judith mordeu o lábio inferior enquanto Natalie e Hans franziram a testa. – Desde quando vocês estão mantendo esse relacionamento?

— Desculpe? – Natalie engasgou. Pensou ter ouvido errado.

— Não, é sério, gente. – Judith apoiou as duas mãos na mesa, fazendo alguns de seus anéis tintilarem em contato com o tampo. Apesar de brava, ela simplesmente não perdia a elegância. – Vamos pular a parte em que ficam negando. Eu sei que é um saco ter de ficar dando satisfação da vida de vocês, mas eu não posso andar no escuro por aqui. Vocês viram o que aqueles cretinos fizeram no meio da entrevista. A imprensa tá cagando para a privacidade de vocês, e eu infelizmente não tenho muito o que fazer sobre isso, mas eu posso tentar amenizar se vocês me ajudarem.

Natalie respirou fundo, passando a mão pela testa. Toda aquela bagunça que ela não sabia sequer do que se tratava já estava lhe dando dor de cabeça.

Judith sentou-se na cadeira atrás da mesa e apoiou os cotovelos ali para sustentar o queixo e continuar a encará-los.

— Desculpa, Judith... mas nós sinceramente não estamos entendendo o que diabos está acontecendo. - Natalie respondeu pausadamente.

Judith torceu a boca um pouco desapontada. Parecia que já nem ela estava entendendo mais nada.

— Certo...

A mulher puxou a foto que ela antes havia arrancado das mãos de Allison no estúdio e depositou-a sobre a mesa e voltou a apoiar o rosto com a mão para encará-los seriamente. Hans e Natalie deram alguns passos a frente e esticaram o pescoço para dar uma olhada. (GIF)

Era uma foto um tanto quanto escura, tirada à noite. No mesmo instante, Hans reconheceu o seu carro, já que o ângulo era justamente do para-choque dianteiro. Dentro do automóvel, era possível ver Natalie e ele mesmo abraçados.

Natalie deu alguns passos para trás, a expressão já em completo horror. A fotografia havia sido tirada na fatídica noite em que ela brigou com Anna na balada e Hans a levou para casa. E o abraço nada mais foi que um consolo entre amigos.

Como aquela foto havia sido tirada? Só poderia ter sido com o uso de uma lente teleobjetiva, pois ela não se lembrava de ter visto uma única alma viva na rua. O paparazzi estava muito bem escondido e a foto estava próxima demais.

Um turbilhão de pensamentos atacava a mente de Natalie num único súbito. Só agora fazia sentido todo o tratamento hostil e as indiretas que ela e Hans vinham recebendo de Hunter. Ele provavelmente havia visto a fotografia na internet e simplesmente pré-concebeu que algo estava acontecendo entre ela e Hans. Soltou o ar completamente frustrada. (GIF)

A garota estava tão boquiaberta com a junção dos fatos que sequer lembrou-se de tentar argumentar alguma explicação crível à assessora. Hans resolveu tomar as rédeas da situação.

— J... sei que vai parecer ridículo, mas essa foto não é o que parece. – Judith levantou as sobrancelhas em resposta, quase concordando com o loiro sobre aquele argumento ser “ridículo”. – Ok, olha só... a gente é só amigo, e eu não teria motivo nenhum para mentir pra você sobre isso. Nats estava passando por um momento delicado e eu só a estava consolando. Todo mundo da banda sabe com quem eu tô.

Natalie finalmente despertou do baque mental que estava sofrendo e prestou atenção à última parte da declaração de Hans. Ele estava saindo com alguém?

Judith pressionou os lábios enquanto parecia absorver toda aquela confusão.

— Que situaçãozinha, hein... – aquele comentário foi mais para si mesma do que para Natalie e Hans. A expressão dela já estava mais relaxada naquele momento.

— Bom seria se fosse só isso... – Natalie murmurou.

— O que disse, querida? – Judith se inclinou na direção da garota para tentar entender o que ela havia dito baixinho.

— Oh... nada. – deu um sorrisinho amarelo – Há alguma coisa que possa ser feita para que essa foto saia de circulação ou que parem de ficar fomentando esse assunto, sei lá?

— Acho que nesse caso o melhor é ignorar... porque negar pode aumentar ainda mais os rumores. – Natalie fez uma expressão que indicava desapontamento diante da resposta de Judith. – Sim, bem-vinda ao mundo dos famosos. E ele fede. – a mulher suspirou pesadamente enquanto se levantava da cadeira. Se não fosse trágico, Natalie teria rido da constatação dela. – É melhor irmos embora daqui antes que o Steve coma aqueles apresentadorezinhos de merda...

 

**

 

Depois da manhã turbulenta na estação de rádio, Natalie e toda a equipe foi para um almoço reservado em um restaurante renomado da cidade de New Orleans. O espaço foi especialmente fechado apenas para a Elite Four.

Ao contrário do que esperava do clima, considerando o rumo que a entrevista tomou mais cedo, Natalie encontrou um ambiente substancialmente animado. Hunter parecia estar se divertindo bastante fazendo piadas com Thomas e Joe, o segurança particular da banda que ela reconheceu rapidamente do show realizado no Madison Square Garden. Ela lançou vários olhares ao rapaz de olhos verdes na esperança que este lhe olhasse de volta. Queria conversar com ele e tentar desfazer toda a confusão que aquela maldita foto com Hans havia causado. Mas ele parecia estar muito ocupado rindo de alguma bobagem que Thomas havia falado. No meio do almoço, percebeu que qualquer tentativa seria totalmente frustrante e decidiu dar atenção ao seu prato. Falou com Hans o mínimo possível para evitar mais conflitos.

De volta ao hotel, Natalie se preparou para segurar Hunter assim que adentrassem no apartamento. Mais uma tentativa falha, já que ele passou algum tempo discutindo detalhes do que aconteceria na noite seguinte com a banda, Steve e Judith na sala de jantar. Ficou na sala de TV no andar superior esperando por alguma oportunidade, mas acabou perdendo-a, pois Hunter foi direto para o quarto. Ele claramente a estava evitando.

Depois de forçar a si mesma a assistir um filme de comédia que passava em um canal aleatório, Natalie bufou e levantou-se decidida a tirar toda aquela história a limpo. Iria invadir o quarto de Hunter sem pedir licença. Ele mesmo já havia feito aquilo quando fora buscar Anna em seu apartamento, então ela considerou que tinha crédito para fazer o mesmo.

Seguiu pelo o corredor  a passos firmes e pesados. Estava nervosa. Parou na frente da porta do quarto de Hunter e hesitou por um instante. Quando percebeu que estava prestes a desistir, girou a maçaneta e entrou de uma vez.

— Hunter, chega de fugir, ok? A gente precisa conv... oh, Dear God!

Natalie se virou e ficou de costas no mesmo instante em que deu de cara com o rapaz saindo do banheiro apenas de toalha, os cabelos molhados caídos nos ombros e todas as tatuagens de seu corpo totalmente expostas. Seu coração acelerou.

For Christ’s sake, estou de toalha, Natalie... – a voz dele saiu rouca. Seu tom estava cheio de desdém.

Ela se virou lentamente, tampando os olhos com uma das mãos, abrindo apenas as frestas dos dedos para se certificar de que ele estava mesmo falando a verdade. Ao ver que afirmação se confirmava, afastou a mão de uma vez.

— Oh... (GIF)

— Será que não dá ser depois? Preciso me trocar... – ele começou e Natalie percebeu que aquela era apenas mais uma desculpa para driblá-la. Cortou-o na hora.

— Não. Já cansei de você me evitando. – respondeu decidida.

Hunter levantou as sobrancelhas diante de tamanho atrevimento.

— Então espero que seja comum pra você ver um cara pelado, pois eu não me sinto nem um pouco desconfortável... – Hunter passou por ela para ir até o guarda-roupas.

Natalie ignorou a provocação dele e pôs-se a falar:

— Queria conversar contigo pra tentar explicar toda essa bagunça... – Natalie olhou para o lado oposto que Hunter estava e ficou tensa quando percebeu pela visão periférica que ele havia tirado a toalha. – Essa história, n-não é o q... – estava totalmente desconsertada e não conseguia organizar as frases na cabeça. – foi tudo um engano, eu...! – deu um gritinho de susto e prendeu a respiração quando, Hunter ainda nu, a encurralou na parede com os braços, fazendo com que ela ficasse entre eles. Tudo isso sem encostá-la.

— Desembucha logo, você não tinha algo pra falar? – parecia impaciente e um tanto quanto sarcástico. Estava fazendo de tudo para inibi-la.

— E-eu... eu... – Não conseguia falar. Sentia que até o ar lhe faltava.

Hunter soltou um riso anasalado e se afastou, dando as costas para ela com a intenção de pegar uma cueca.

— Tudo isso não passa de um mal-entendido, não é nada disso... – Natalie se esforçava para falar, mas ainda estava atônita com a aproximação dele. Focou seu olhar no quadro acima da cabeceira da cama. – Eu... – soltou o ar de uma vez, derrotada. Sentiu raiva de Hunter. Quem ele pensava que era? Seu espaço fora totalmente invadido. – Quer saber... esquece.

— Achei que o que tinha pra falar era importante. – Hunter debochou, já vestido com sua boxer preta.

— Falou bem: era. – a garota de sardas usou o mesmo tom dele, já se encaminhando para a saída. – Mas você me mostrou que simplesmente não vale o esforço.

Antes que Hunter pudesse lhe responder qualquer coisa, Natalie saiu, batendo a porta.


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Notas finais do capítulo

PUXA, RECONTRA PUXA, que cena, meus amigos. QUE CENA.
Quando você acha que não dá pra piorar, vem o Hunter e prova que dá...



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