The Grey escrita por Milla Lyra


Capítulo 7
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Voltei mais cedo!!!!!
Obrigada pelos comentários LINDOS!
Aproveitem a leitura



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Draco



Minha cabeça estava fervilhando com as opções. Hermione tinha deixado claro que esse era o momento definitivo, o que nos levaria à frente, ou nos estagnaria para sempre. Naquele ponto eu já tinha que admitir que o que eu sentia por ela não era comum, eu nunca tinha me atraído por alguém daquela forma intensa. Isso só me fazia hesitar no próximo passo, e estava me sentindo um covarde por querer correr. Mas, eu aguentaria vê-la com um outro alguém? Não! A resposta veio como um soco. Eu não podia permitir que Blás a beijasse outra vez, sentisse seu perfume. Isso era meu!

   Ao vê-la nos braços de Blás, eu me senti louco. Não pude acreditar nos meus olhos, achei que estava muito bêbado e vendo coisas. Mas não era. Hermione estava beijando Blásio, as mãos dele estavam agarrando-a e pressionando-a contra ele. Tive que ter um controle quase sobre-humano para não matá-lo ali mesmo. Arrancar seus braços e deixá-lo sangrar até a morte.

   Quando vi, já estava de volta na caminhonete, meu corpo inteiro tremendo de fúria mal contida, rosnando de raiva como um cão assassino. Tive que me segurar para não voltar lá e fazer uma loucura. Não conseguia acreditar no que Hermione tinha feito.

   E então, quando tive certeza de que não o mataria, entrei no bar. Blás estava sozinho, sentado a mesa com alguns colegas nossos. Fui até ele e o golpeei com toda força que consegui. Blásio ficou lá, me olhando, atônito. Em seguida eu saí do Blue e voltei para casa. Não dormi naquela noite, toda vez que fechava os olhos eu via Hermione beijando alguém. Não só Blás, homens e mulheres variados, sempre beijando-a. Estava ficando louco.

   No dia seguinte ela me ligou. Eu estava dormindo, tentando reaver a noite perdida. Ver o seu nome na tela do celular me fez querer arremessá-lo na parede. Mas eu não conseguia mais desperdiçar uma chance de ouvir a voz dela, nem que fosse só para ouvi-la gritar. Quando a escutei dizer que ela também sentia algo quando me beijava, quase ri de alívio. Então veio o ultimato. Ou eu a teria sem escondê-la, ou a perderia para sempre. E, cara, eu não sabia o que fazer.

 

Hermione



Marcamos de nos encontrar no apartamento de Draco. Luna e Theo fariam uma noite romântica, e eu preferi dar espaço para eles se divertirem a vontade. Theo facilitou bastante minha desculpa quando me ofereceu seu quarto para passar a noite, já que, nas palavras dele, eu poderia me sentir constrangida em casa com o casal. Aceitei a proposta na mesma hora.

  Enquanto eu pegava algumas roupas e colocava na mochila, minha barriga parecia ter milhões de borboletas particularmente festeiras. Eu não conseguia nem pensar. Rezei para que a conversa definisse algo entre Draco e eu, odiava continuar naquela confusão. Luna também cedeu o carro para que eu fosse à casa de Theo, mas antes que eu saísse, ela me chamou para uma ‘conversa’.

   - Se não quiser ir, eu posso ir à outro lugar com Theo. A casa é sua, Hermione, não quero que se sinta obrigada a sair.

   - Não se preocupe, eu não me incomodo em ir. - Sorri, tranquilizando-a. - Divirtam-se hoje à noite.

   - Então tudo bem. - Ela relaxou. - Mas cuidado com Draco, ele pode ser… irritante quando quer.

   - Não me diga…

   - E não faça nada que se arrependa depois. Eu sei que ele é um gato, mas não tem nada a ver com você. - Eu sabia que ela não tinha falado por mal, mas ainda assim, doeu.

   - Eu sei, Luna. Vou me cuidar.

   Me despedi do casal e dirigi até o apartamento de Draco. Quando cheguei, me dei conta de que o lugar era lindo, enorme e parecia muito caro. E foi quando me lembrei que a família de Draco era rica, aquele prédio podia até pertencer a eles, pelo que eu sabia. A lembrança só me deixou ainda pior, as diferenças entre nós eram imensas. Subi no elevador até o penúltimo andar, e peguei as chaves de Theo. O corredor que levava até a porta era de muito bom gosto. O chão de madeira clara e as paredes brancas com quadros lindos espalhados. Finalmente abri a porta do apartamento e entrei. Não parecia em nada como uma casa de dois homens solteiros. Era muito organizado, a sala com sofás de couro branco e uma tv de tamanho intimidante, a cozinha toda em aço inox e até uma pequena varanda que tinha a vista de grande parte da cidade, tudo era lindo.

   Me sentindo totalmente fora de lugar, procurei o quarto de Theo. Tinham três portas no corredor, então, resolvi abrir a primeira. Com certeza não era o quarto do Draco, então só podia ser do Theo. As paredes eram azuis de tom claro, os móveis de madeira clara e muitos livros espalhados em prateleiras e criado-mudo. Nada a ver com a personalidade forte de Draco. Também tinha o fato de que não haveria um quadro enorme com uma Luna sorridente na parede do quarto de Draco. Coloquei a mochila na cama e me joguei nela. Era tão confortável e macia que em poucos minutos acabei cochilando.

   Acordei já se passavam das nove da noite, dei um salto da cama, assustada. Fui até a sala, mas não achei ninguém, nem na cozinha ou na varanda. Eu não podia acreditar que Draco me deixaria a noite toda esperando. Para ter o que fazer, liguei a tv e coloquei em um filme qualquer. Passaram minutos até que eu ouvisse um ruído na porta. Olhei, ansiosa, e vi Draco entrar. Seus olhos vagaram pela casa, como se procurasse alguém, e em seguida focaram em mim. Draco sorriu discretamente.

   - Olá. - Disse ele. Então jogou as chaves no aparador e se jogou no sofá, ao meu lado.

   - Achei que tinha esquecido da nossa conversa. - O sorriso em seus lábios vacilou.

   - Claro que não esqueci. Só estava pensando no que eu faria.

   - Chegou a uma conclusão?

  - Possivelmente.

   - Possivelmente? Só isso?

   - Ok, vamos começar pelo início. - Falou ele, tentando me acalmar. Ele estava certo, brigar logo de cara não ia adiantar nada.  

   - Tudo bem.

   - O que você quer? - Estava claro nos olhos dele o que queria dizer. Então desabafei tudo que sentia a semanas em silêncio.

   - Eu não quero ser escondida, Draco. Não gosto de ser o segredinho sujo de ninguém. E também não quero ficar nessa confusão toda. Você tem que decidir o que quer, se me quer. Não quero ser mais uma para você, eu quero ser a única. Também não gosto de vê-lo com outras, isso acaba comigo. - Segundos se passaram antes que Draco respondesse.

   - Você me quer? - Engoli seco, hesitante. Não sabia como dizer que estava apaixonada por ele quando o sentimento não era recíproco.

   - Sim. - Murmurei. - Eu quero você. - Para minha surpresa, Draco abriu o maior sorriso que eu já vira no seu rosto. Meu Deus, ele era tão lindo.

   - Que bom, porque eu também quero você. - Meu coração parecia desmanchar. Meu corpo inteiro relaxou e não contive o sorriso.

   - Quer?

   - Claro que sim, Hermione. Te quis desde a primeira vez que eu te vi. Você toda sexy e confiante, e ainda assim com uma sensibilidade que sempre me pega de surpresa. Tem noção de quantas vezes eu me imaginei te tocando, beijando, acariciando seu corpo? - Meu rosto parecia em chamas, eu tinha certeza de que estava muito corada. Draco riu e resvalou o polegar no meu rosto. - Adoro quando você cora desse jeito. Fica tão inocente e linda, é de tirar o fôlego.

   - Você está me constrangendo para fugir do assunto? - Perguntei, sorrindo.

   - De maneira nenhuma. Vamos avaliar o que você falou. Acho que já concordamos que eu estou totalmente atraído por você, então, o que eu quero está claro. Sobre te esconder, você tem toda razão, eu não tenho nenhum motivo para esconder a mulher mais linda que eu já vi, não vamos nos esconder nunca mais. E, quanto a você ser minha única… - Eu quase não respirava mais, minhas mãos estavam formigando, tremendo. - Eu aceito. Não preciso de mais ninguém. Você será minha, agora. E eu sou somente seu, todo, exclusivo seu.

   Meu coração estava tão acelerado que eu tinha medo de hiperventilar. O sorriso no meu rosto parecia fixo, eu nunca estivera tão feliz como estava naquele momento.

   - O que somos agora? - Perguntei, tímida. Draco pensou um pouco.

  - Eu não sei. O que você prefere? Nunca precisei rotular nada, então… - Ele não parecia chateado, parecia… tímido?

   - Podemos começar com… namorados. - Meu estômago embrulhou com o medo da sua reação. Rezei para que ele não caísse na risada ou me chamasse de louca. Quando Draco sorriu e acariciou minha bochecha eu relaxei, inclinando o rosto contra a mão dele.

   - Namorados, então. - Disse ele, mas depois Draco franziu o cenho. - Eu tenho que te avisar algumas coisas. Eu não sei como agir, não sei como namorados se comportam, eu só tive uma namorada e foi muito cedo. Você terá que ter paciência comigo.

   - Eu terei. - Falei, sorrindo. - Nós podemos aprender juntos.

   Inclinei contra Draco ao mesmo tempo que ele veio até mim. Quando finalmente nossos lábios se encontraram, foi como uma tempestade de sensações intensas. Me agarrei a ele como se fosse meu bote salva-vidas, toda a confusão que eu sentia se desmanchando em felicidade. Estávamos juntos, agora. Eu mal podia acreditar nisso. Em segundos já estávamos espalhados pelo sofá. Os lábios de Draco eram macios contra os meus, suas mãos eram quentes, confortáveis. Eu o queria tanto que chegava a doer fisicamente. Uma sensação de aperto no meu ventre, um desejo por algo que eu não sabia bem o que era.

   - Você é linda. - Draco sussurrou contra meus lábios. - Tão cheirosa. Tão...

   Logo sua boca estava em mim novamente. Beijando meu pescoço, meus ombros. Sua mão segurou meu joelho e o encaixou no seu quadril. Nossos quadris se encontraram e eu não pude conter o arfar. Senti uma pressão aumentando onde nossos quadris se encontravam. A cada roçar dos nossos corpos a pressão aumentava mais, era enlouquecedor. Eu não conseguia mais pensar, mas se conseguisse, talvez ficasse constrangida com minha respiração ruidosa. Procurei a boca dele outra vez, ávida por mais de Draco. Eu tinha a impressão de que, por mais que eu tivesse, nunca seria o suficiente. Eu estava perdida nele.

   A temperatura parecia aumentar, o calor tomando conta de nossos corpos. Logo a camisa de Draco e a minha estavam no chão. Estava tão envolvida que esqueci da vergonha que sentia do meu corpo. Mas naquele momento eu não me importava mais com nada. As mãos ásperas de Draco passeavam pela minha barriga, envolvendo minha cintura, contornando meu sutian. Eu podia sentir minha pele queimar onde seus dedos tocavam, lentamente passando pelo contorno dos meus seios. Eu queria implorar para que ele continuasse e ao mesmo tempo pedir para que me desse um tempo para me controlar. Draco beijou todo o caminho da alça do sutian, e enquanto fazia, olhava nos meus olhos. Estava hipnotizada pelos olhos cinzas turbulentos dele. Quando senti sua língua quente contra a parte mais sensível dos meus seios, meu corpo inteiro tremulou em um choque incrível, de repente eu estava muito ciente de cada parte de mim em espasmos. Era a primeira vez que eu sentia aquilo, e eu não via a hora de sentir de novo.

   - O que… o que foi isso? - Murmurei. Senti a respiração quente de Draco no meu pescoço enquanto ele ria.

   - Isso, Hermione, foi o seu primeiro orgasmo. - Disse ele, voltando a me olhar. Seu rosto inteiro estava tão radiante que me deslumbrou. - O que achou?

   - E-eu… - O que eu diria? Foi maravilhoso. Ou Foi a coisa mais incrível que já senti. Ou podia ser apenas um Pode fazer isso de novo? Qualquer das opções eram válidas. - É maravilhoso. - Falei.

   - Nunca pensei que ser o primeiro de alguém fosse tão prazeroso. Tenho que concordar, foi maravilhoso para mim também. - Ele riu outra vez.

   Agora que estava mais ciente da situação, começava a ficar constrangida. Cobri meus seios nus com meu braço, mas Draco lentamente os tirou.

   - Não os esconda de mim. Eu poderia ficar admirando-os o resto da noite. - Uma risada nervosa escapou dos meus lábios.

   - Porque você sempre fala algo que me deixa corada?

   - Porque eu adoro o tom rosado do seu rosto quando cora. Fico imaginando se seu bumbum ficaria da mesma cor se eu estapeasse.

   - Draco! - Exclamei, horrorizada. Mas ainda assim não segurei a risada, e logo estávamos rindo juntos.

  - O quê? Só um tapinha de leve!

  - Meu Deus! - Cobri o rosto, com certeza estava tão vermelha quanto um tomate. Draco tirou minhas mãos do rosto, ele sorria abertamente.

   - Não se esconde de mim, quero vê-la com vergonha do que eu digo. - Falou ele. - E se eu mordesse onde acabei de beijar?

   - Para, Draco! - Falei, cobrindo meus seios outra vez.

  - Ou… - Falou, levando a mão até minha calça e espalmando-a entre minhas pernas, bem alí onde nossos quadris se tocavam. - Se eu beijasse aqui. - Seus olhos brilhavam de malícia e aquele sorriso torto estava nos seus lábios. Eu já não ria mais, estava paralisada com suas palavras. Vendo minha expressão, Draco beijou meu queixo. - Um dia eu farei isso, mas não se preocupe, só acontecerá quando estiver pronta.

   Suspirei, se de alívio ou frustração, não sei dizer. Eu o queria muito, mas ainda não sabia se estava preparada. Draco pegou minha blusa e me ajudou a vesti-la.

   - Vamos comer algo para podermos dormir. - Ele falou, segurou minha mão e me levou até a cozinha. Sentei em um dos bancos do balcão de café da manhã, enquanto Draco vasculhava a geladeira. - O que acha de pizza gelada? Theo esqueceu de ir no supermercado… de novo. - Ele bufou.

   - Pizza gelada está ótimo. - Draco trouxe uma caixa de pizza para o balcão, junto com uma jarra de suco.

   - Ele sempre esquece do mercado. Pelo Theo, já teríamos morrido de fome. - Falou ele, sorrindo. Era óbvio o quanto ele amava o amigo. - Espero que ele e a loirinha estejam se divertindo.

   - Ah, com certeza eles estão. Se não conseguem desgrudar quando estão em público, imagina quando estão sozinhos!

   - Eu preferia não imaginar meu melhor amigo transando. - Draco riu, dando uma grande mordida na pizza. - Trouxe roupa para ir as aulas amanhã?

  - Eu tenho trabalho de manhã, e de lá eu vou para casa me trocar.

   - Onde você trabalha? - Eu não queria falar sobre isso, mas não podia fugir da pergunta ou mentir.

   - Trabalho em uma cafeteria. - Draco levantou a cabeça, franzindo o cenho.

   - Sério? - Perguntou. Em seguida sorriu de modo malicioso. - Vamos resolver isso.

   - Resolver o quê?

  - Vamos procurar um trabalho que tenha mais a ver com você.

   - Como o quê?

   - Ainda não sei, mas vamos dar um jeito. - Eu não estava gostando daquela conversa, mas não queria discutir outra vez. A noite estava maravilhosa, eu não estragaria por nada. - Eu te levo no trabalho amanhã, também tenho que resolver algumas coisas.

   - Tudo bem. - Eu não conseguia acreditar que já estávamos fazendo planos como um casal. - Sua mãe me pareceu um doce, e também é linda.

   - Sim, ela é. - Draco falou, sorrindo de modo nostálgico. - Ela é incrível. E sua mãe, como ela é?

   - Nada como a sua, pode ter certeza. - Falei. - Só me liga quando precisa de dinheiro.

   - Não gosto disso. - Draco falou, a expressão incomodada.

  - Está tudo bem, Draco. - Falei, sorrindo, tentando mostrar força que eu não tinha. - Eu já estou acostumada a isso.

   - Ainda assim, eu não gosto.

   - O que acha de irmos dormir? - Perguntei, fugindo deliberadamente do assunto. Draco voltou a relaxar.

   - Sim, vamos. - Pegou a minha mão e me puxou até a última porta do corredor.

  - A louça na mesa, Draco!

  - Amanhã resolvemos isso, quero abraçar você e dormir sentindo seu cheiro. - Meu peito estufou de alegria. Quando abriu a porta e entramos, vi seu quarto pela primeira vez. Esse com certeza era o quarto de Draco. A parede de frente para porta, onde a cabeceira da cama estava encostada, era toda em cinza escuro, haviam fotos grandes coladas na parede em cima da cabeceira. À esquerda da cama, uma janela era coberta por uma cortina cinza que ia até o chão. As outras duas paredes eram brancas, uma delas tinha um violão pendurado, e na outra tinha uma escrivaninha branca com uma cadeira giratória de couro preto. Nas fotos das paredes e nos quadros da escrivaninha, Draco sorria, em várias idades diferentes e em várias partes do mundo. Draco, parecendo muito novo, com a mãe na frente do Arco do Triunfo em Paris. Ou já mais velho e com aquele sorriso torto preferido na Torre Eiffel. E até em frente ao Coliseu em Roma. Também tinham fotos de paisagens, rios com o reflexo do pôr do sol, praças com crianças brincando, praias lindas e desertas.

   - Você que fotografa? - Perguntei. Draco estava atrás de mim, parecendo retraído.

   - Sim, as que eu não estou, é claro. - Fui lentamente até ele e o beijei, tentando fazê-lo ficar confortável. Seu sorriso me mostrou que funcionou.

   - Minha mochila está no quarto do Theo.

   - Vou buscar.

   - Não, eu vou. Também tenho que me trocar, de qualquer forma. - Draco concordou, mesmo que parecesse contrariado.

   Fui até o quarto de Theo, vesti meu pijama preferido, que consistia em uma blusinha branca de alças e um short pequeno rosa. Me sentia exposta de pensar que dormiria com Draco, vestida com aquilo, mas, depois do que aconteceu no sofá, aquilo parecia besteira. Tomei coragem e voltei para o quarto de Draco. Ele já estava na cama, encostado contra a cabeceira. Seus olhos vagaram pelo meu corpo, me fazendo querer me cobrir inteira. Larguei minha mochila na cadeira de couro e me juntei a ele na cama.

   - Se for acostumada a dormir nua, eu prometo que não me incomodo. - Falou ele, sorrindo brincalhão.

   - Você tem a mente mais suja que eu já vi. - Ri de sua expressão chocada e magoada. E então me deparei com uma questão preocupante. Como nós dormiríamos? De conchinha? Abraçados? Com minha cabeça no seu peito?

    Draco resolveu nosso problema. Me abraçou pela cintura, entrelaçando as nossas pernas, e colocou a cabeça entre meu peito e minha barriga. Naquele momento ele parecia tão frágil, tão quebrável, que não hesitei em acariciar seus ombros e beijar seus cabelos claros.

   - Boa noite, menininha irritante.

   - Boa noite, babaca-troglodita. - Ri suavemente. Draco inspirou, pude sentir todos os seus músculos relaxando enquanto ele caía no sono.



— Para, por favor! - Fui tirada da inconsciência pelo grito de Draco. - Me larga, me deixa em paz! - Gritou novamente, chutando os lençóis e agarrando o travesseiro. Ele estava em pânico, o corpo tremendo.

   - Draco! - Chamei, tocando seu ombro. Draco se contraiu, como se tivesse medo do meu toque.

   - Não, não me toca! - Gritou novamente. Eu estava apavorada, meu coração acelerado.

   - Sou eu, Hermione. Draco, acorda, por favor! - Chamei novamente, segurando seu braço e balançando. Os olhos cinzas se abriram subitamente, quase me fazendo gritar de susto. Draco olhou de um lado para o outro, como se procurasse o perigo que estivera sonhando. Quando não achou nada, ele relaxou, suspirando e levando as mãos ao rosto.

   - Desculpa. - Ele sussurrou, a voz rouca pelos gritos.

  - O que você estava sonhando? Quer conversar? - Ele me abraçou outra vez, apoiando a cabeça no meu peito.

   - Não, só tive um dia intenso, não é nada demais. Só quero voltar a dormir com você. - E então ele fechou os olhos, deixando claro que a conversa estava encerrada. Passei a mão nos cabelos dele, e o abracei de volta. Vê-lo daquele jeito tinha me cortado o coração e me deixado apavorada.

   Alguns minutos depois a respiração dele ficou uniforme, e eu voltei a dormir.


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Notas finais do capítulo

Comentem o que estão achando, mores!!!
Desculpem pelo final eu não consigo terminar com tudo só flores e alegria kkkk
Até a próxima!



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