The Grey escrita por Milla Lyra


Capítulo 6
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Voltei!!!
Obrigada a minha anjinha das asas pretas preferida, que me deu muitas ideias maravilhosas. Te amo, anjo do mal!!!
Aproveitem a leitura.



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Draco

 

Acordei com um grito estrangulado. Puta que pariu, de novo não! Pensei, angustiado. Esses pesadelos idiotas estavam acabando comigo, e agora tinha um agravante a mais, ela estava neles. Hermione. No meu pesadelo, era ela quem estava em perigo, e meu desespero era tanto que eu acordava gritando desesperado no meio da noite. Eu era um fodido, e agora, ela estava acabando comigo ainda mais.

   Pensar em Hermione me fazia querer gritar de frustração. Meus sentimentos sobre ela eram confusos. Eu a odiava, detestava aquela menininha irritante e curiosa, que sempre se metia em tudo com perguntas invasivas, aquela pose de superioridade. Mas, ainda assim, eu detestava ainda mais vê-la magoada ou incomodada. E quando os olhos dela brilhavam, eu tinha certeza de que faria qualquer coisa que ela me pedisse, o que era ridículo, e me fazia odiá-la por isso. Quando eu a vi com Blás, experimentei pela primeira vez o significado de cólera. Eu queria arrancar a maldita mão dele até deixá-lo sem a porra do braço. E me senti um inútil quando vi que não tinha nenhum direito de fazer aquilo.

    Durante a luta, eu não consegui me concentrar em nada que não fosse em Hermione e Blás. Eles eram ridiculamente perfeitos juntos. Dois perfeitinhos que poderiam casar e formar a família perfeita, que moraria numa casa de cercas brancas e teriam filhinhos fofos e adoráveis. Eu os odiei. Só queria bater em Blás até que ele perdesse a memória e esquecesse do rosto de Hermione. Com ele, ela seria feliz, eu tinha consciência disso. Comigo, Hermione seria magoada repetidas vezes, até que não sobrasse mais nada da menina inocente e, de alguma forma, doce, que ela era agora.

   Minha única certeza é a que todo mundo sai magoado de um relacionamento. Amor é uma questão de dependência. Quem em sã consciência entregaria o coração a outra pessoa por livre e espontânea vontade? Será que ninguém se tocava que o coração era a única coisa que era somente sua? Entregá-lo era uma sentença de morte. Meus exemplos de ‘amor’ eram muito claros sobre o final de toda essa merda. Lucius dizia amar minha mãe, e a machucou por anos seguidos. Eu não sabia o porque que minha mãe ainda o aguentava, depois de tudo que ele nos fez. Eu também já amei meu pai, e ele quase destruiu minha vida. Roubou todas minhas boas memórias até só restar dor.

    Também tinha meu caso com Astoria. Quando tínhamos dezesseis anos, resolvemos tentar namorar. Ela foi minha primeira e única namorada. Eu gostava dela, sua companhia era agradável, sem falar que ela era linda. Foram seis meses, mas foram os mais intensos e confusos. Tudo se passou num borrão de bebedeiras, baseados, ressacas infernais e pegações escondidas no carro. E então vieram as cobranças da parte de Astoria, e eu, como o bom babaca que era, brinquei com seus sentimentos. Astoria me amou, e eu a magoei várias vezes, até que finalmente, ela não aguentou mais e fugiu. Esses eram os belos exemplos de ‘amor’ que eu tinha. Eu não podia expôr Hermione a minha vida fodida.

   Ao mesmo tempo em que eu a afastava, vê-la longe era intolerável. Tê-la por perto, ouvir sua voz, sentir aquele cheiro da sua pele era a melhor coisa que eu já tinha experimentado. Sem falar na timidez absurda dela, era engraçado de assisti-la corar quando era elogiada. Hermione era linda, excepcional, mas não se dava conta disso, o que a fazia ainda mais linda. Como isso era possível?

    Eu nunca tinha gostado particularmente das garotas inocentes. Em geral, elas eram divertidas no começo, e depois se tornavam pegajosas. E também foi assim com ela, no começo. Eu estava motivado a tê-la só pela teimosia dela. Queria prová-la que, se eu quisesse, ela seria minha. Mas quando percebi o quão magoada ela já era, me senti um completo imbecil de querer piorar aquilo. Hermione tinha sido magoada antes, assim como eu, e isso me chamou ainda mais atenção. Mas, eu podia introduzi-la na minha vida complicada? Não era justo.

    Suspirando pesadamente, voltei a deitar, desesperado para ter uma noite inteira de sono tranquilo.

 

Hermione



No mundo dos sonhos não há dor, não há ressentimentos e nem arrependimento. Também não existe raiva ou humilhação. E era lá que eu desejava estar com tanto ardor, e não sentada no chão do box enquanto a água do chuveiro levava minhas lágrimas embora. Mas era exatamente ali que eu estava. A sensação era que todos os meus nervos estavam expostos, vulneráveis para que fossem machucados. Estava tão arrependida de tudo, os beijos, os abraços, os carinhos. Com tudo isso, eu apenas tinha me enganado, e meu coração, já calejado, sofria outra vez.

   A dor não era apenas por Draco. Sim, eu me sentia traída por ele, mas o pior era a dor da vergonha de achar que ele me acharia… especial, de alguma forma. Eu não tinha o direito de colocar toda a culpa nele, e sabia disso. Apesar de seu modo rude, Draco nunca tinha me prometido nada, sempre fora muito claro sobre nós. Éramos diversão, e nada mais.

   Furiosa comigo mesma, me levantei. Não me reconhecia mais, eu não era fraca! Me recusava a sentar e chorar por qualquer coisa, eu levantaria a cabeça e seguiria em frente, dessa vez com mais cuidado. Era uma experiência, afinal. Eu aprendera algo com aquilo.

   Fui até meu quarto e procurei a melhor roupa que eu tinha. Eu precisava me reerguer, e tinha uma ideia de como faria isso. Vesti um vestido preto justo, mas com saia mais solta e mais curta do que eu geralmente usava. Coloquei meu sapato alto e passei apenas delineador e batom em um tom escuro de roxo. Me olhei no espelho e sorri com meu reflexo. Já me sentia mais confiante. Fui até Luna, que estava no sofá procurando algo para assistir. Assim que me viu, Luna arregalou os olhos, sua boca abrindo de surpresa.

   - Jesus! Onde você vai desse jeito? - Perguntou, espantada.

   - Onde vamos, você quer dizer. Levanta do sofá! Vamos ter uma noite de meninas. - Luna levantou em um salto, pulando até o quarto e demorando eras para finalmente ficar pronta. Quando já estávamos saindo do prédio, perguntou:

   - O que deu em você para querer sair?

   - Nada. - Menti, me surpreendendo por ter mentido tão bem. - Só resolvi viver um pouco.

   - Já estava na hora, de qualquer modo. Nem acredito que finalmente vamos conhecer aquele bar que todo mundo fala!

   - Sim, vamos. - Eu não fazia ideia de que bar ‘todo mundo falava’, mas já estava topando ir.

   Quando chegamos no tal bar, minha surpresa foi tanta que hesitei em sair do carro. Estávamos no Blue.

   - Não vai sair? - Luna perguntou pela janela. Respirei fundo para tomar coragem e saí. Só rezava para qualquer santo que me atendesse para que não fosse reconhecida como: ‘a garota do pijama que foi buscar um bêbado qualquer’.

   Ao entrarmos no bar, minha reza silenciosa mudou, dessa vez eu pedia arduamente para que Draco não estivesse lá. Não queria vê-lo, não quando ainda estava tão magoada. Minhas preces foram atendidas, na última mesa, a que ele estivera da última vez, só estavam alguns homens e mulheres. Reconheci Pansy entre eles, e já parecia muito bêbada. Luna e eu sentamos nos bancos do balcão, pedimos nossas bebidas e conversávamos mais tranquilamente, quando alguém tocou meu ombro de leve.

   - Não sabia que viria hoje. - A voz de Blás chegou aos meus ouvidos com um grande alívio. Blásio estava perfeito, usava jeans escuros, camisa azul escura e um trench coat escuro. Parecia um modelo de uma revista de moda. Seu sorriso brilhante também se destacava na pele escura.

   - Eu também não sabia que viria. - Respondi, sorrindo de volta.

   - Posso sentar com vocês? - Perguntou ele. Luna concordou, e logo Blás sentou entre nós duas. - Você está ainda mais linda do que da última vez que nos vimos, como isso é possível? - Senti minha bochecha esquentar, constrangida.

   - Olha só quem fala, parece um modelo internacional famoso.

   - Não fala assim, vou ficar envergonhado! - Brincou ele, nos fazendo rir. Luna piscou o olho para mim, como se sua expressão não estivesse bem clara que ela iria aprontar.

   - Vou no banheiro, crianças, divirtam-se sem mim por alguns minutos. - E saiu, toda sorridente e orgulhosa.

   - Parece que ela finalmente confia em mim. - Disse Blás.

   - Parece que sim.

   - E você, confia?

   - Ainda não me decidi. - Respondi. Blás riu, sua risada agradável me fazendo relaxar a cada segundo.

   - Vamos dançar um pouco? - Perguntou, arqueando a sobrancelha. Meu instinto era dizer não, mas eu estava ali para me divertir, e era o que eu faria. A qualquer custo.

   - Claro, vamos sim.

   A pista de dança ficava separada do bar, em um galpão ao lado. Estava cheia de gente, homens e mulheres se agarrando e beijando-se como se estivessem sozinhos, e não em um local lotado. Blás me levou até o centro da pista, colocou uma mão na base das minhas costas, me puxando contra ele. Seu perfume era agradável, seu calor, aconchegante. Coloquei as mãos no seu pescoço com alguma dificuldade, ele era bem mais alto que eu. A música eletrônica era fácil de acompanhar, movimentei os quadris no ritmo, e logo estávamos dançando. Blásio dançava muito bem, e sorria largamente para mim enquanto o fazia. Ele colocou as duas mãos nos meus quadris, acompanhando meus movimentos, enquanto se aproximava mais. Eu sabia qual era sua intenção, mas me forcei a continuar lá. Eu tinha que seguir em frente. Blás era gentil, amável e era perfeito para mim. Lentamente ele aproximou seu rosto do meu, e me beijou.

   Nada. Não senti nada, nem um frio na barriga. Me odiei por isso. Puxei seu rosto mais perto, colocando todo meu desespero naquele beijo, toda minha raiva também. Por favor, sinta alguma coisa, qualquer coisa! Um arrepio, um aperto no coração… qualquer coisa, menos vontade de vomitar! Pensei, desesperada. Nada. Nossos lábios ainda se movimentavam juntos, mas finalmente parei, me afastando devagar. Minha primeira visão quase me fez desabar. A alguns metros, onde separava o bar da pista de dança, Draco estava paralisado no lugar, olhando para mim. Seus olhos estavam bem abertos, focados no meu rosto com uma expressão de pura raiva. Eu estava tão petrificada que mal conseguia pensar.

   - O que houve? - Perguntou Blás, beijando a ponta do meu nariz. Eu ainda podia ver Draco, as mãos em punhos apertados ao lado do corpo.

   - Nada. - Respondi. Draco não tinha o direito de estar furioso. Eu também estava furiosa! Se ele se achava o ‘Homem de Gelo’, eu mostraria quem era a rainha da neve! - Não houve nada. - Blás sorriu, aproximando para outro beijo. Hesitei, desviando o olhar para onde vira Draco. Ele não estava mais lá. O arrependimento começou a tomar conta de mim. Como eu me sentiria se fosse o contrário? Ficaria arrasada, com certeza. - Desculpe, eu tenho que ir. - Murmurei, quase correndo para sair da pista. Blás ficou atordoado demais para me seguir.

   Draco não estava em nenhum lugar a vista, então eu corri até o carro. Luna me acharia lá. Me inclinei contra a porta, encostando a testa no metal gelado. Eu me sentia uma cretina da pior espécie.Tinha beijado Blásio, e além de não ter sentido nada, ainda tinha sido vista por Draco. Tentei imaginar o que Draco estaria sentindo naquele instante. Quando eu tinha o visto com Pansy, fiquei furiosa, enlouquecida. Só queria afastá-la dele, nem que para isso tivesse que arrancá-la de lá a força.E agora, eu tinha feito a mesma coisa, senão pior! Draco e Blásio eram amigos, afinal. Eu tinha até medo de imaginar o que aconteceria entre eles.

   - Hermione, está tudo bem? - A voz de Luna estava preocupada. Olhei para ela, acenando positivamente. - Quer ir embora? - Acenei outra vez, rodeando o carro e sentando no banco de carona. Me sentia exausta emocionalmente. Luna entrou, e logo estávamos a caminho de casa. - Quer conversar?

   - Beijei o Blás. - Falei. Não pude falar mais do que isso.

   - Mas isso é ótimo! - Exclamou ela. - Porque está com essa cara?

   - Não senti nada. Fiquei esperando o frio na barriga, o calor, o tremor, ou tudo isso juntos. Mas não veio nada.

   - Ah… - Eu podia ver a cara de decepção dela. - É uma pena, Blás é um cara incrível.

   - Sim, ele é.

   - Porque não dá uma segunda chance? Pode ser que da segunda vez funcione. - Falou ela, de modo desanimado. Se ela ao menos soubesse.

   - Pode ser, mas não hoje. Já chega de tentativas por uma noite.

   - Sim, tem razão. - Ela me deu um sorriso de conforto. -  Vamos para casa e nos encher de brigadeiro.

   O resto do trajeto até nossa casa eu fiquei em silêncio. Ainda não acreditava na minha estupidez e insensibilidade. Não só por Draco, eu também estava enganando Blásio. Fiz com que ele pensasse que eu retribuía suas intenções, quando eu não o fazia.

   Meus sonhos, naquela noite, foram um borrão de cabelos escuros e claros em uma briga sanguinária. E a culpa era toda minha.

 

No dia seguinte, depois das aulas, eu caminhava até nosso ponto de encontro, o gramado do campus. Luna e Theo já esperavam lá, abraçados e trocando beijos. Sentei ao lado deles, resignada com a falta de discrição.

   - Porquê vocês sempre me fazem sentir uma solteirona ridícula quando estou com vocês? - Perguntei. Theo riu, bagunçando meu cabelo.

   - Porque nosso amor é lindo, e você só está com inveja. - Disse Luna, beijando o pescoço do namorado. Eu os odiava, e os amava também.

   - E ainda esfrega isso na minha cara? Que tipo de amiga é você?

   - Do tipo sincera. - Luna respondeu.

   - Desculpa, Cachinhos. - Theo tinha desenvolvido o péssimo hábito de me chamar de ‘Cachinhos’, por causa do meu cabelo, o que parecia divertir Luna. - Juro que não nos beijaremos nos próximos… dez minutos.

   - Vocês são um saco. - Em meio a brincadeiras e briguinhas, vimos Blás caminhando até nós. Mas ele parecia estranho, a boca estava desinforme. Quando ele se aproximou e sentou ao meu lado foi que pude ver o hematoma na boca. Os lábios estavam bastante inchados e tinha um corte no lábio inferior.

   - Blásio, o que aconteceu?! - Theo perguntou.

   - Meu Deus, foi alguma luta do Ciclo? - Perguntei, mas duvidava que fosse. Blás tinha estado comigo na última noite, afinal.

   - Não, não foi o Ciclo. - Blásio estava visivelmente irritado. - Draco enlouqueceu. Ontem a noite, depois que vocês foram embora, ele apareceu e me deu um soco no rosto. E logo depois foi embora, sem falar nada. Não sei nem o motivo de ter apanhado.

   Bom, eu tinha minhas suspeitas sobre o motivo, mas preferi ficar calada.

   - Ele não tinha o direito de te bater! O que ele pensa que é?! - Exclamei, feroz. Draco tinha ficado completamente maluco.

   - Isso é estranho. - Theo murmurou. - Geralmente, quando ele quer arrumar briga por nada, Draco procura um desconhecido qualquer. Tem certeza que não fez nada?

   - Claro que não fiz! - Blás reclamou.

   - E mesmo que tivesse feito, Draco não tem o direito de bater em ninguém! - Disse, zangada.

   - Hermione tem toda razão. - Luna concordou.

   - Me deem um minuto. - Saí de perto deles, já pegando meu celular da bolsa. Eu tinha que saber o motivo da explosão de Draco. Logo depois da segunda chamada, ouvi sua voz rouca.

   - O quê? - Disse, ríspido. Caramba, só a voz dele me fazia sentir coisas que mil beijos com Blásio não faria. Eu definitivamente o odiava.

   - ‘O quê’? Já atende assim, rude?

   - O que eu deveria dizer?

   - Não sei, que tal o motivo de você ter batido no Blás?

   - O coitadinho já foi falar para a namorada? - Draco riu. - Não sabe se defender sozinho?

   - Ele não é meu namorado. - Falei por reflexo. - Mas isso não importa!

   - Então você agora costuma ficar se agarrando com todos os caras? - uma onda de ódio subia pelo meu corpo.

   - Não te interessa quem eu beijo ou deixo de beijar, Malfoy!

   - Puta que pariu, não me chama de Malfoy, cacete! - Seu tom colérico me fez hesitar, mas logo eu já estava gritando de volta.

   - Para de gritar comigo! - Eu podia ver as pessoas me olhando como se achassem que eu estava louca, mas eu não me importava.

   - O quê?!  Você que ligou para me cobrar explicações!

   - Liguei para saber porque você foi um babaca com Blás!

   - Porque você o beijou, porra! Não devia tê-lo beijado! - Alguns segundos atônitos se passaram, antes que eu respondesse.

   - Porque eu não deveria tê-lo beijado? - Draco titubeou.

   - Eu não queria ter dito isso.

   - Draco, então porque você parecia furioso no Blue? - Eu só queria que ele me falasse o que sentia, o que quer que fosse.

   - Que droga, Hermione!

   - Se não falar, eu desisto para sempre de você.

   - Eu odiei te ver beijando-o, ok? - Ele gritou, me fazendo segurar o fôlego. - Minha vontade era de arrancar cada um dos dentes perfeitos dele. E essa vontade ainda não passou. - Ele suspirou, parecia cansado. - Não gosto de pensar em você com outros caras.

   - Mas, ao mesmo tempo, você não quer nada comigo. Está me deixando confusa, Draco.

   - Eu não sei explicar, ok?! - Draco soava desesperado. - Eu só sei que eu sinto essa coisa horrível quando você está perto de outro cara, e eu fico insano. Mas eu também não quero você perto de mim e acabar te magoando. Eu sou patético… - Ele suspirou. Parecia tão arrasado que me doía só de pensar.

   - Eu não posso ficar nessa indecisão. Você tem que resolver o que você quer, e aí nós voltamos a conversar. Mas, enquanto isso, não pense que eu vou te esperar. Você uma vez me disse que não é do tipo de homem que acha bonito apanhar, bem, eu não sou do tipo de garota que gosta de esperar.

    - Não quero você com ele, isso eu sei. - Falou, teimoso. Em seguida grunhiu, como se se odiasse por ter falado aquilo. - Eu estou parecendo ridículo falando desse jeito. Não sei ser fofo, Hermione. Não sei ser romântico nem sentimental como Theo. Eu só sei falar o que eu penso. E, nesse momento, eu quero muito você, quero tanto que é meio irracional. Eu odeio te ver com alguém que não seja eu! Só eu posso beijá-la daquela forma. Eu sei que você sente algo quando nos beijamos, Hermione.

   - E-eu… - Gaguejei, atônita com seu desabafo.

   - Não minta para mim, por favor. - Ele pediu, de modo urgente. Eu não mentiria nem se quisesse.

   - Eu sinto. - Ouvi um suspiro de alívio.

   - Eu sabia que sim. Eu também sinto, Hermione. Só é muito confuso para mim.

   - Eu não quero conversar sobre isso por telefone, Draco.

   - Você tem razão. - Concordou ele. - Vamos nos ver, precisamos conversar cara a cara.


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Notas finais do capítulo

Comentem o que acharam!!
Até a próxima, mores.
Ah, e obrigada pelos comentários HILÁRIOS que eu leio e fico rindo sozinha. ♥



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