O lobo escrita por darling violetta


Capítulo 9
Descobertas


Notas iniciais do capítulo

Estou de volta. Vou tentar trazer um novo capítulo amanhã ou depois e adiantar a história. É isso.



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Solomon mal entrou em outra rua e percebeu que era seguido. Com um movimento certeiro, ele se virou, segurando a mão do possível agressor, ao mesmo tempo em que o imobilizava contra uma parede. Surpreso, logo descobriu se tratar da senhora que cuidava de Elizabeth. Mais que depressa, soltou a velha. Ela o encarava assustada, sentindo o coração saltar em seu peito.

─Me desculpe. ─Ele disse.

─Sou eu quem deve se desculpar, mas tenho algo importante a lhe dizer.

─Então fale. Estou a ouvi-la.

Mas a velha balançou a cabeça. Olhou para os lados.

─Não é seguro, meu senhor. A fera tem olhos e ouvidos por todos os lados. Arriscado seria se falássemos aqui,onde todos podem ouvir-me.

Segurou-lhe a mão. Solomon encarou a mão da senhora, num misto de repulsa e surpresa. Teve que soltá-la, por fim. Ela fez uma pausa antes de continuar.

─Venha a minha casa, senhor, ao cair da noite. tenho muito a lhe dizer. Vivo na entrada da floresta.

Com tais palavras, a mulher se foi. Apenas quando a velha estava fora de vista que Solomon lembrou-se que não sabia o nome dela. Com um suspiro, seguiu seu caminho.

*****

Quando a noite caiu, Solomon olhou para o horizonte estranho e ao mesmo tempo tão familiar. Sentia sua pele formigar quando anoitecia, em especial nas noites de lua cheia. Desviou os olhos do céu para fitar o punhal em sua mão. Com o dia confuso que teve, não sabia mais o que fazer com o objeto. Também não sabia se deveria ir ver a mulher.

Perdido em pensamentos, ouviu o bater de pedras contra o chão de madeira. Saiu da cama, apenas para pegá-la. Chegou perto da janela, mas não via ninguém. A escuridão tomava conta das ruas, e a maioria das casas estava fechada. Poucas luzes estavam acesas. Ele pensou em sair, mas era bastante provável que os donos da pensão impedissem sua saída. Graças as novas ameaças da fera, ninguém andava nas ruas a essa hora.

Decidiu por fim pular a janela. Não era tão alto para seu porte físico. Estaria de volta em uma hora ou duas. Guardou o punhal de volta no casaco, apenas em caso de necessidade.

Colocou as mãos para fora, apoiando-se no parapeito da janela. Aos poucos, seu corpo estava todo do lado de fora. Estava no segundo andar, então olhou para baixo. Talvez conseguisse pular sem esforços. Não lhe custava tentar. Aproximou-se da beira. Fechou os olhos um segundo, tentando se controlar. Quando reabriu os olhos, estava pronto.

Sem muito pensar, e usando as mãos como apoio, conseguiu descer. Olhou novamente ao redor. Estava sozinho. Quem então atirou a pedra? Ele não sabia, nem tinha certeza de qual caminho seguir. Estava escuro demais, e sem a lua para guiá-lo, não tinha idéia de qual direção ficava a casa da mulher.

Seguindo os instintos, tomou a direção que ele imaginava ser o norte, onde certamente daria na entrada da floresta. Foi em passos curtos, tateando ao redor. Após uma andança de quinze minutos, vislumbrou à frente um ponto de luz. Talvez pela distância, mas parecia se mover. Contudo sabia se tratar de sua imaginação. Foi em sua direção, embora não se sentisse ansioso para ouvir as baboseiras da mulher.

*****

Bateram à sua porta. Celesta, a velha parteira, apressou-se em atender. Limpava as mãos no avental enquanto cobria a curta distância até a porta. Abria as trancas ao mesmo tempo em que falava.

─Fico feliz que tenha vindo, senhor. É hora de saber a verdade, antes que seja tarde. És o único que pode detê-lo...

Empurraram-na, derrubando a senhora no chão. Ela olhou para o escuro, vislumbrando apenas a silhueta. Estendeu a mão em sua direção.

─Monstro! Não sairá impune desta vez. Seus crimes serão pagos com seu próprio sangue.

Do escuro, partiu a risada sinistra.

─Minha pobre senhora, não será por obra de suas mãos.

Celesta gritou como o ataque veio certeiro. A figura ainda olhou o corpo caído, aspirando o cheiro de sangue no ar. Depois, derrubou um dos lampiões. As chamas logo se espalhavam pela madeira. Satisfeito, ele saiu. Primeiro o patriarca dos Wolfram, agora a velha. Celesta levaria para o tumulo seu segredo.

*****

Após um tempo, Solomon teve certeza que a chama se movia. E o levava cada vez mais para dentro da floresta sombria. Ele gritou, tentando chamar a atenção de quem quer que fosse. Funcionou, como a chama parou de se movimentar. O homem se apressou, ansioso para descobrir quem o guiava para a floresta.

Metros a frente, deparou-se com uma figura usando capa e máscara de lobo. Estava parado, segurando uma tocha. Imóvel, lembrava uma das sinistras estatuas daquele altar.

─Quem se esconde sob esta máscara? ─Indagou. ─Exijo que se revele.

Um riso partiu sob aquela capa.

─Solomon!

Solomon escondeu a surpresa de ouvir seu nome e avançou sobre o adversário. O mascarado se defendeu com a tocha. Com força sobre humana, certou um belo golpe no estomago de Solomon. O homem caiu. O mascarado se aproximou do homem caído. Tirou a máscara, revelando uma mulher. Era Elizabeth. Ela balançou a cabeça. Mesmo nas sombras, era possível ver a tristeza em seu rosto.

─Sinto muito, meu amor. Era você ou eu...

Dito isto, o mundo ficou escuro.


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Notas finais do capítulo

É isso... Não tenho certeza, mas devo estar indo para a reta final. No próximo capítulo vou revelar os membros da seita. São seis, temos o rosto de um. Palpites? Sugestões? eu gostaria de saber.
Próximo capítulo >> aqueles que se escondem no escuro



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