O lobo escrita por darling violetta


Capítulo 10
Aqueles que se escondem no escuro


Notas iniciais do capítulo

Estou de volta. Acredito que estou nos últimos capítulos. Estou gostando de escrever o lobo, e tenho outras idéias. Mas vou terminar esta primeiro.Prometo que o final será uma loucura, mas ainda estamos um pouco longe do fim.



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Elizabeth olhava o homem inconsciente. Uma lágrima escorreu por seu rosto, porém tratou de secá-la quando ouviu passos. Ela olhou ao redor. Cinco figuras mascaradas apareceram. Engoliu o choro, firmando a voz ao mesmo tempo.

─Fiz como me pediu, mestre. Revelei-me a Solomon. Ele me odiará, e era isto o que queria.

─Coloque sua máscara de volta, Elizabeth. Muitos já conhecem sua identidade.

Ela apenas assentiu. Com a máscara de volta, passou por entre os outros mascarados.

─Onde pensa que vai?

Elizabeth parou em suas trilhas. Fitou o mais alto dos homens e disse.

─Eu o trouxe até aqui. Não me peça para assistir a isto.

─Ainda o ama?

─Como se nunca houvéssemos nos separado. Preciso ir, pois ainda me encontro de repouso. Acabei de perder uma cria. ─Seguiu em seu caminho sem tornar a olhar para trás.

Quando ela estava fora de vista, um por um os homens se aproximaram de Solomon caído. Ele permanecia inconsciente, graças à Elizabeth. A força descomunal era uma das vantagens da linhagem de sangue. Apenas os herdeiros da besta herdavam aquele dom. E Elizabeth tinha o sangue mais puro dentre todos. Seu único lamento era não conseguir gerar uma criança.

Quatro dos homens retiraram suas máscaras, menos o líder. Ele ainda olhava pelo caminho que Elizabeth seguiu antes de encarar seus companheiros. Levou um tempo para examinar o rosto de cada um.

O mais velho de todos, já de cabelos brancos, apresentava uma aparência quase doentia. Era esquelético, com os olhos fundos e ossos do rosto salientes. Tão pálido que parecia um fantasma. As lendas entre o clã diziam que ele teria mais que cem anos, contudo, eram apenas lendas. Ele talvez fosse muito mais velho.

Havia um homem de grandes cabelos negros, caídos em ondas sobre seu rosto. Era belo, apesar de possuir algo de sinistro em sua elegância. Tinha lábios carnudos e vermelhos, e dentes tão brancos como marfim, perfeitos em seu sorriso.

Por fim, os dois últimos homens eram loiros, idênticos em sua aparência. Eram gêmeos, filhos da mesma cria. Eram também pálidos, soturnos, com olhos escuros, impossíveis de confundi-los com alguém comum. Eles se entreolharam quando o velho tomou a palavra.

─Peço desculpas pelo gênio de Elizabeth. Por muito tempo, aquela criança lutou contra seu dom, assim como você. ─Encarava o homem ainda de máscara. ─Contudo, ambos se libertaram do passado.

O mascarado se aproximou. Abaixou-se e tomou a mão agora estendida do velho. Beijou-lhe a mão, como sinal de reverência. Um enorme anel com a figura do lobo brilhava em seu dedo indicador. Ele continuou.

─Teve sorte, pois a hora se aproxima. Aqueles que nos mantinham para baixo estão mortos. É hora de renascermos. Como a era negra da humanidade, nós estaremos aqui com a próxima lua cheia. Esteja pronto, pois conhecerá seu poder...

*****

Elizabeth correu de volta à sua casa. Suas pernas não eram tão rápidas como gostaria, mas seguia em seu caminho. Agora sozinha, deixava as lágrimas rolarem furiosas por seu rosto. Ela amava Solomon, mesmo após tantos anos. E agora eles o matariam. Ela era horrível. E tudo graças a uma maldita linhagem herdada por eles. Algo além de sua compreensão.

Tocou a barriga. Ainda sentia dor, e pensava que desta vez seria diferente. Na manhã seguinte estaria curada, porém trocaria tudo por um filho. Ela havia desejado muito aquela criança, mesmo sendo de Sebastian. Mas, vendo por outro lado, não passaria a maldição adiante. Sua linhagem maldita terminaria com ela. E ela sabia que era covarde demais para dar cabo à própria vida.

*****

Aos poucos, Solomon foi despertando. Ainda sentia muita dor onde Elizabeth o acertara. No entanto, a dor da traição era pior que a dor física. A mulher que amava estava por trás daqueles crimes? Era insuportável pensar naquela possibilidade.

Acostumando-se com a pouca luz, vinda das tochas, viu os homens a seu redor. Tentou mover os braços, mas percebeu então que estava amarrado. Pior, estava no mesmo altar onde encontrara a pobre moça.

─Calma, pois ainda será mantido vivo. ─O mascarado falou. ─Não queremos seu sangue no momento.

Solomon encarou aqueles homens, que não eram de todo estranhos. Ele os conhecia de algum lugar de seu passado.

─Eu os reconheço. ─Disse. ─E não os temo. Se querem minha morte, saibam que já levaram de mim tudo que amava.

O velho riu.

─Refere-se a Elizabeth? Ela é uma mulher de muito potencial, e o sangue do lobo é muito forte nela. Embora a criatura prefira renascer em um corpo um tanto mais... viril...

─Sim. ─O homem de longos cabelos negros tomou a palavra. ─Mas ainda precisamos de uma amante. E por isso ela está aqui.

Um dos gêmeos então, soltou uma gargalhada.

─Nossa mistress tem um gosto realmente divino. Você já sabia, não?

─Covardes! ─Solomon gritou entre dentes. ─Pagarão por isso! Pagarão por tudo!

─Solomon, Solomon. ─A palavra voltou ao mascarado. ─Não seja tolo. O que pode fazer contra nós? Reconhece-nos? ─Apontou um por um dos homens, seguindo a ordem em que estavam. ─Este é Albert, senhor das terras ao norte. Teve mais esposas do que somos capazes de contar. O ancião é Magnus, membro mais antigo de nossa legião. Os irmãos são os filhos de Cezarium.

─As famílias mais ricas da região. ─Sussurrou.

─E sabe por que somos tão ricos? ─Indagou Albert. ─Porque nossas famílias fizeram um pacto. Em troca da liberdade de Fenrir, teríamos poder e fortuna. E adivinhe: nosso mestre está entre nós!


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Notas finais do capítulo

Pra quem não sabe, Fenrir é um enorme lobo da mitologia nórdica. Ele é acorrentado até o juízo dos deuses, quando então se liberta. Tomei a liberdade de usar seu nome por que ele representa destruição no período em que é solto. Quanto aos membros da seita, vou explicar melhor quem são eles no próximo capítulo. E o líder vou guardar a surpresa para o final.



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