Cosmos escrita por Sapphire


Capítulo 20
Capítulo 17 - (Parte 2) - Frieza


Notas iniciais do capítulo

Oia eu aqui de novo em menos de 15 dias com capitulo novo.

Quero primeiramente agradecer a Brenda que me fez uma maravilhosa indicação. Eu amei de vdd... Fiquei surpresa que tenha feito, ja que to tentando arrancar de vc desde o começo uma HAHAHAHAHA!
parei ¬¬

Na vdd amo todas as minhas indicações que recebi até hj ♥. Qdo recebo uma, o meu dia fica muito melhor. Qdo recebi os comentarios de vcs na segunda qdo postei cap novo na semana retrasada eu fiquei mega feliz pq tava mega estressada no trabalho. E isso fez a diferença :)

Obrigada a todas ♥

E segundamente rsrs Nao achei q fiz esse capitulo tao caprichado, até pq sao uns dos cap q mais odiei escrever na epoca... muito chato.. mas enfim.. a historia tem q continuar.. e todo livro tem aquela parte chata... rsrsrs

falei de mais..

bora ler :)

p.s: Adoro as roupas de Fritz como do menininho abaixo na foto. Estilo tipico do Sul da Alemanha ♥ onde temos o Oktoberfest. Imaginem o nosso pequeno Rick vestido tbm.



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Mais de duas horas de viagem de Munique a Londres e mais um pouco até Surrey, Richard chegou em casa exausto. Era noite quando atravessou a porta de casa. Ele afrouxou a gravata e esfregou as mãos no rosto, massageando a barba. Queria um banho e descansar mais do que nunca.

Ele se arrastou exausto até a escada pronto para subir ao quarto sendo pego de surpresa pela pessoa que achou que seria a ultima na face da terra que veria naquele momento.

A voz chegou até ele.

— Onde ele está? – Ela levantou assim que ouviu o marido chegar. Segurava uma taça de Martini na mão e os olhos pareciam levemente vermelhos e inchados de quem chorou, mas Richard não reparara. A maquiagem cobria muito bem.

Ele apenas se virou descendo um degrau para voltar a pisar no mármore.

— Eu o procurei na casa toda e ele não está aqui. – Continuou ao ver que o marido nada disse.

— E nem vai encontrar. Rick não está aqui. – Respondeu com a voz mais calma que conseguia.

Um choque perpassou pelo corpo dela ficando preocupada que o filho tivesse fugido como um dia ela já fez.

Estava envergonhada também em encarar o marido. Sentia vergonha do que dissera ao seu único filho. Queria se desculpar, mas era orgulhosa também.

— Onde ele está? – A pergunta era urgente. O seu peito se reprimia.

— Antes de te responder, o que você estava pensando quando bateu nele daquele jeito e ir embora tão fria e deixando ele largado como se fosse um saco de pancadas? Ele não é um animal. Um pedaço de carne que você....

— Eu não sei. Eu fiquei nervosa. – O copo balançava em sua mão. – Eu me descontrolei...  – Parecia que ia chorar a qualquer momento, mas não saiu nenhuma lágrima.

A verdade que seu corpo todo tremia e fazia grande esforço para voz sair normal. Ficou imaginando como Rick deveria ter ficado após o que ela fez. Talvez jamais quisesse olhar na cara dela de novo.

— Ah você se descontrolou. Se descontrolou só porque seu filho queria sua atenção e isso foi o bastante para te tirar do sério.

— Mas para onde você o levou?

— Porque você quer saber para onde eu o levei? Você largou o menino em casa depois de ter o espancado e ficou o dia todo fora sem nem se importar ou ligar para saber como ele estava.

Os lábios do moreno fizera uma linha fina como se os dentes estivessem trincados, e impedindo de falar mais do que deveria.

— Eu estava com medo de voltar, estava com medo do que ele estava sentindo. – Declarou.

— É só isso que eu escuto durante sete anos. Medo. Essa é sempre sua desculpa pra tudo! – A voz saiu mais dura do que o normal. Estava cansado de sempre ouvir do mesmo.

— Talvez seja a única coisa que eu sinta aqui.

— Se não é feliz aqui porque está comigo?

Paola não imaginara que ele falasse aquilo. Richard estava muito nervoso e ele tinha toda a razão do mundo para aquilo. Seu olhar estava severo.

— Você quer que eu vá? – Ela perguntou com medo da resposta.

— Não distorça minhas palavras. É você que se afasta de nós. Todo os dias quando fica nessa sua frieza sem motivo.

— Você não me entende.

— Eu procuro entender. Sempre tentei dialogar e perguntar o que se passa dentro de você, mas você nem me dá uma chance. Só que hoje extrapolou todos os limites da minha paciência, Paola. Você tratou nosso filho como uma coisa sem sentimento. E ainda teve coragem de dizer a ele que nunca o quis de verdade – Paola notou que Richard se controlava o máximo da sua força para não partir para cima dela. – Eu não sei quem é você, mas seja quem for, nunca mais chegue perto dele. – E como encerrando aquele assunto, Richard subiu para o quarto pisando forte demais.

Paola ficou olhando na direção que o marido saiu segurando o choro. Jogando o copo na lareira com força e raiva ela buscou papel e caneta para escrever uma carta.

“Richard, entendo que não queira falar comigo, eu não quero falar comigo. Mas eu sinto medo disso, de tudo isso. Queria que entendesse. Eu não queria ele quando engravidei, mas não posso fingir que ele não existe e que não sinto algo muito forte por ele. Falei na raiva. Estarei no hotel do dia que nos conhecemos. E lembre-se que você me prometeu que não o tiraria de mim. Nunca.”

— Eu amo tanto vocês – Declarou diante da foto dos três em cima da lareira.

Ela pegou a bolsa que já estava próxima na poltrona e saiu de casa. Assim que se instalou no quarto do hotel, aguardou a noite toda com celular em mãos esperando que ele viesse a seu encontrou. Mas isso não aconteceu.

(...)

Richard entrou no quarto buscando uma mala simples e pequena e a jogou na cama. Iria arrumar algumas roupas para viajar no próximo fim de semana. Ele sentou-se na poltrona e esticou a mão buscando o telefone ao lado de sua cama e ligou para casa dos tios.

Haviam se passado apenas três dias desde que seu filho se foi para a Alemanha, mas pareciam longos meses. Nunca havia ficado um dia sequer longe dele e a saudade já começava a bater.

A casa estava vazia e em completo silencio e ele nem ao menos sabia onde Paola estava. Desde que discutiram ela havia saído de casa. Richard de preocupava que ela o tivesse abandonado. Mas a raiva ainda o consumia. Foi a primeira briga séria que tiveram depois de anos de casados.

Ele jamais conseguiu entender o que fizera de errado para merecer aquilo.

Quando seus dedos estavam prestes a tocar o teclado do telefone sem fio, ele tocou. Imediatamente ele atendeu e sorriu quando descobriu que a voz era do seu filho.

— PAPAI. – Rick gritou do outro lado da linha animado demais.

Imediatamente o mundo do moreno ganhou mais cores e mais vida.

— Hey Filhote. Como está indo as coisas por aí? Já estou morrendo de saudades.

— Eu também papai, queria que você estivesse aqui para brincar com a gente. Tá sendo muito legal, se tivesse aqui seria muito mais.

—Me conta tudo. O que fez hoje?

— Um monte de coisas. Os filhos da tia Eve são muito legais. A gente soltou pipa e depois brincamos com o cachorro da fazenda vizinha e ele correu atrás da gente, a gente subiu na arvore fugindo dele, e depois o galho quebrou. E o tio chegou na hora...

Richard engoliu seco ao ouvir o nome Eve. Destino era algo muito engraçado mesmo. Por um lado, ele ficava feliz que seu filho se desse tão bem com os filhos da sua ex namorada. Por rápido instante a cabeça do Richard o levou para um futuro que jamais se quer existiu. Ele poderia agora estar casado com Eve. E Rick poderia ser o filho deles e talvez nunca estivesse sofrendo como estava agora, ou talvez algo pior, poderia estar divorciado.

Eve era uma garota linda, doce e filha dos melhores amigos dos seus tios. Desde a infância todos esperavam que ambos fosse um dia se casar. Infelizmente o namoro não foi para frente.

Ela foi a real razão de ter ido embora da Alemanha. O coração estava apertado e partido. Pois foi a primeira em tudo. Amava Eve e achava que não conseguiria amar mais ninguém. Estava disposto a se afundar em trabalho e mais trabalho até que conheceu ela no aeroporto.

Linda, arrogante e brava. Em sua opinião, não conhecia uma mulher tão linda como ela. Paola veio para curar sua ferida e faze-lo se apaixonar da forma certa dessa vez. Era intensa, fazia o ter vontade de agrada-la em todos os sentidos como uma rainha.

Mas em um momento após o casamento todo o conto de fadas se tornou um pesadelo. Queria saber onde ele, Richard havia errado.

— Papai?

Aquilo despertou o moreno de onde ele estava e com quem.

— Uau, filho. Vocês tiveram muita diversão aí. Vocês já encontraram o tesouro? – Richard falou aquilo porque sabia que atiçaria a curiosidade do filho.

— Que tesouro? – A voz agora estava excitada e interessado no assunto.

— Existe um mapa muito antigo, deixa me lembrar onde vi o mapa a ultima vez. – Fingiu pensar para o filho acreditar. – Ah lembrei. No velho porão. Acho que ainda está lá em uma caixa azul. Nunca consegui desvendar. Mas acho que não será um problema para você e seus novos amigos desbravadores.

— Acho que somos capazes. – Rick falou sobressaltando.

— Eu tenho certeza. E acho que deveriam fazer isso logo. Resgatar o mapa a noite. Mas devem tomar cuidado, reza a lenda que há um monstro guardando esse tesouro, e que só um grupo de meninos valentes poderá conseguir resgatar o mapa e encontrar o tesouro.

— Serio pai? Mas como a gente derrota o guardião do tesouro?

Por longos minutos, Richard explicou como eles deveriam agir para conseguir encontrar o tesouro. Estava feliz que pudesse distrair o filho e tirar o foco da mãe que não voltou pra casa para saber como ele estava desde a última conversa que tiveram

Ele chegou a ler a carta que Paola deixou em cima da lareira. Uma pequena parte ficou aliviada de saber que ela se importava pelo menos com o Rick, mas a outra parte ainda não tinha a perdoado pelo que fez.

Ele segurou a carta em mãos amassando e jogando na lareira.

(...)

Logo que chegou a sexta feira, Richard parecia recuperar um pouco do ânimo que lhe faltara a semana inteira.

Totalmente afundado em drinques e trabalho e nervoso com a esposa pelo seu sumiço e a falta de sensibilidade o deixaram mais desanimado do que de costume. Mas o grande dia chegara.

Ele entrou em casa girando a chave e a maçaneta. Assobiando ele entrou quase que dançando de felicidade por voltar a ver o filho.

— Vejo que está muito feliz, senhor – A governanta sorriu cruzando os dedos na frente dela.

— Estou indo ver meu filhote e passar o final de semana na fazenda com minha família e devo isso tudo a você Helga, teve uma ideia brilhante.

— Vocês precisavam respirar e sei que lá é o melhor lugar, uma semana sem a senhora Listing e olha como está. – Ela sorriu e depois voltou atrás, percebendo o que havia falado. – Desculpa senhor, não quis ofende-la.

— Eu entendo sua raiva, Helga, só não quero que torne a repetir isso.  – Ele a viu assentir com a cabeça e mudou de assunto. – É que na verdade sinto saudades de lá principalmente da fazenda. E Rick me fez despertar algo em mim que fazia a muito tempo que não sentia.

— E o que seria?

— Espírito de aventura, a minha criança interior.

— E nunca deveria deixa-la morrer – Ela sorriu – Divirtam-se e boa viagem, senhor.

Richard agradeceu com um sorriso e sem demora ele subiu para buscar a mala e desceu mais do que depressa e tomou o rumo para o aeroporto.

                (...)

Rick acordou logo cedo pela manhã no dia seguinte e lembrou que o pai já estaria lá. De um solavanco, ele pulou da cama, vestiu o robe de algodão calçando os chinelos e desceu escorregando pelo corrimão de madeira. Quando avistou o pai tomando café na mesa com os tios ele gritou andando depressa ao seu encontro.

— PAPAI!

Richard moveu a cabeça e seus olhos encontraram a sua miniatura e abriu um sorriso enorme ao ver que seu filho estava ali parado na entrada da cozinha e no olhar tinha uma grande excitação e alegria.

— E aí campeão? – Cumprimentou.

O pequeno correu na sua direção e pulou no colo do pai abraçando fortemente pelo pescoço.

— Eu estava com saudade.

— Eu também filho. Senti muita.

— Você pode vir ficar com a gente pra sempre papai, é tudo muito legal! Tem um monte de coisas para fazer aqui.

— Ah eu sei que tem. Papai brincou muito aqui quando tinha a sua idade – Respondeu bagunçando os cabelos do filho. - E aí, me conta o que andam aprontando. E não posso esquecer que você está ficando dorminhoco, em casa não dorme tanto assim. Será que já está herdando os genes da sua mãe?

Esther fez uma careta escondida do sobrinho ao ouvir o comentário ridículo do Richard sobre a comparação sem sentido de Rick com a mulher que só pariu o menino. Em sua nada humilde opinião, em nada Rick parecia a dissimulada da mãe.

— Pudera, brinca muito o dia inteiro. – Albert comentou antes de dar uma golada em seu café.

— Aqui é mais gostoso de dormir também paizinho.

— Ele tá amando, precisa ver como está se dando bem com os filhos da Eve. – Esther sobressaltou mais a voz ao pronunciar o último nome da ex-namorada do Richard.

O moreno desviou o olhar para longe. Ele sabia bem que o desfecho do namoro nunca agradou sua tia que a considerava como uma filha. E amaria ver na família como sua nora/sobrinha. Ela era uma boa moça, bonita, educada, carinhosa, de uma família tradicional e que eram muito amigos dos Listing.

Richard jamais mencionou que o fato do namoro ter acabado, é porque Eve se apaixonara por outro, deixando-o extremamente constrangido, pois descobrira o fato quando pediria a moça em casamento. O amor que ela nutria pelo outro rapaz era tão genuíno que eles se casaram em poucos meses.

Todos diziam que eram perfeitos um para o outro, e quando contou que estava noivo da Paola, Esther mostrou pela primeira vez que não aceitava o relacionamento dos dois e jamais aprovaria. Na época Richard se revoltou com a atitude da tia. Mas com os anos que passaram ele até conseguia entender o desgosto pela qual ela nutria, porem era confuso, pois amava as duas mulheres e era difícil carregar o fardo que tinha nas costas no presente momento.

Seu olhar estava tão vago, e só despertou quando o tio te tirou dos pensamentos. E então respondeu da forma que não levantaria suspeita de que aquilo mexeu com ele.

— Mal posso esperar para conhecer eles – Sentando de forma mais ereta ele ajeitou o Rick no colo olhando para ele – Deixa o pai ver com você está.

O mais velho abriu o robe do filho e levantou o pijama para olhar como os ferimentos estavam cicatrizando.

— Os hematomas tão quase sumindo, mas não adianta porque quase todo dia ele arruma um novo. – Esther respondeu enquanto servia leite para o sobrinho menor.

— Ah é? – O moreno riu.

— Ó pai. – Cutucou o mais velho para mostrar o cotovelo machucado – Ralei caindo de bicicleta e esse aqui... – Mostrou uma pele levantada próxima a unha do dedão do pé – Foi jogando bola.  A tia passou remédio e nem doeu, eu nem chorei.

— Nossa, como você é forte. – Ele beijou a cabeça do menino. – Já foi andar a cavalo?

— A tia falou que sou muito pequeno ainda para andar. – Ele fez um bico para a tia.

— Eu te levo depois e te ensino. Mas primeiro vamos tomar café? Estava te esperando e quase como sem você. Está ficando muito preguiçoso aqui.

O pequeno riu e saiu do colo, se ajeitou a cadeira mais próxima ficando entre o pai e a babá, que se manteve educada e silenciosa em todo o momento desde que chegara a fazenda.

Esther pegou um prato que estava sobre a ilha da cozinha e rumou até a mesa.

— Tem Ausgezogne¹ – Falou Esther (¹ - Um tipo de bolinho de chuva com canela).

Pai e filho lamberam os lábios se deliciando com a ideia de comer o doce.

— Espero que esteja tão bom como antes.

— A sua comida é a melhor tia.

Os quatros Listing se reuniram em volta da mesa desfrutando da mesa farta de café da manhã e do que não tinham há muito tempo. Risos e aconchego familiar.

 

 

Após uma semana sem dar notícias, Paola apareceu em casa decidida e determinada a confrontar os dois de qualquer forma. Não poderia fugir para outro país novamente. Precisava voltar e pedir desculpas ao Rick. Que falara as coisas na raiva quando estava a flor da pele porque ele sujou o vestido no momento que precisava sair.

Torcia para que ele entendesse e que ele fosse mais como o pai e menos como ela.

A altura que havia sumido pensou que ambos estariam em casa e Richard revelaria onde o Rick estivera. Mas quando chegou ao quarto, notou que tudo estava em completo silencio.

O único quarto infantil e vivo da casa não indicava nenhum indicio de uma criança brincando ali dentro.

Uma das empregadas que estava limpando ficara paralisada de surpresa ao notar que a patroa tivesse aparecido depois de dias. Havia se esquecido em como era bom em não a ter em casa.

— Onde meu marido e meu filho estão? – Paola perguntou com sua pose autoritária e a mão na cintura.

— Sa.Sa. Sairam senhora. – Respondeu a jovem quase suando.

— E onde foram?

— On.onde... fo.foram?

Paola revirou os olhos impaciente.

— Para de gaguejar como se eu fosse um fantasma e fala logo.

— É que... – Não queria falar, pois não queria estragar o passeio dos dois. E havia recebido ordens da governanta.

Paola espremeu os olhos sentindo que algo estava estranho acontecia.

— Pode deixar comigo. – Helga apareceu fazendo a empregada que limpava a janela da sala sair correndo. Governanta e patroa se encaravam. – Viajaram, senhora.

— Já sei disso. – Respondeu a loira friamente.

— Bem. Foram para a Alemanha.

— Que lugar exatamente? – Ela ergueu a sobrancelha esquerda. Habito que realizava com frequência quando sondava alguém.

— Não sei – A cara da governanta era de paisagem. Aquilo era o cumulo para Paola que achava um atrevimento da empregada.

Um habito de liberdade que era dado pelo marido aos funcionários como se fossem iguais a eles.

— Sim, você sabe velha mentirosa e se não souber vai descobrir agora.

— Não sei e se soubesse acho que não diria.

Paola aproximou-se e com a pose elegante e arrogante colocou as duas mãos agora na cintura olhando para baixo com olhar de superioridade e de quem vê um verme, algo desprezível.

— É bom não brincar com fogo, pois pode se queimar.

— Não tenho medo da senhora. – A voz saíra tão gelada quanto da sua patroa.

— Pois comece a ter. Embora o que tenha acontecido aqui, não tira o título que sou sua patroa e sua cabeça pode rolar. E aí sim pode dar adeus ao seu emprego.

— Eu sirvo ao senhor Listing, foi ele quem me contratou, e somente ele tem esse poder. Agora se me der licença, vou voltar aos meus afazeres – E sem dar mais importância se Paola iria falar algo ou não, Helga lhe deu as costas.

— Pois está demitida, te darei uma hora para sair ou eu te tiro e tiro TODOS que se opuserem a mim, ou você esqueceu que eu tenho esse direito? Então é bom começarem a falar onde eles estão.

Helga mantinha a postura fria sempre que falava com ela.

Paola marchou direto para o quarto da governanta decidida a destruir qualquer um que se opusesse a ela, e encontrando a primeira mala que achou no quarto da empregada ela jogou sobre a cama socando a roupa da Helga de qualquer maneira no objeto e arrumando a mala dela tacando tudo de qualquer jeito.

Uma das empregadas avistando aquilo correu diretamente a governanta para avisar.

Em poucos minutos Paola aparecia puxando uma pesadíssima mala em frente aos empregados e alguns seguranças.

— Alguém mais vai questionar minha autoridade e negar me falar onde eles estão? – E dizendo aquilo, jogou a mala no meio da sala.

Todos agora olhavam para Helga que em nenhum momento ousou falar ou fazer algo em sua defesa. O rosto estava impassível e indecifrável.

Um dos seguranças fez sinal de ajuda-la, mas ele se negou a aceitar.

— Não, deixa aí, não quero ajuda de ninguém.

— Eu vou perguntar pela última vez: ONDE ELES ESTÃO?

Uma jovem moça, mais tímida e com medo de ser mandada embora e para livrar a pele da própria Helga deu dois passos à frente.

— Estão na Bavária na fazenda dos senhores Listing.

Paola ficou dez segundos exatos em silencio avaliando uma possível mentira no rosto da jovem, para então falar:

— Levem as malas dela de volta para o lugar – Ordenou a um segurança e assim deslocou-se até as escadas e subiu.

Com uma Duffel bag de couro, ela rapidamente colocou o essencial na bolsa. Estava disposta a ir atrás dos dois custe o que custasse. E nada e ninguém ia atrapalhar ou impedi-la. Nem mesmo Esther.

De forma discreta, Helga ligou para a fazenda avisando a tia do senhor Listing que Paola estava a caminho. A governanta jurou lealdade até o fim aos Listing a quem mantinha uma forte amizade e agradecimento por tudo. E prometeu a avisar a matriarca da família para qualquer eventualidade da Paola realizar alguma burrice de pisar os pés na Alemanha.

A loira desceu com a bolsa em mãos, trajando uma roupa de campo e dando uma última ordem, disse:

— Não é porque vocês estarão sozinhos que eu não saiba se estarão fazendo o seu trabalho. E espero que o atrevimento da Helga e as consequências para aqueles que queiram me enfrentar estejam claras. Não vou perdoar nenhuma traição, mesmo que meu marido seja compassivo.

E dizendo aquilo, Paola tirou os óculos que pousava em cima da cabeça e os colocou para proteger do sol do lado de fora da casa.

— Helga, para quem você ligou? – A empregada mais jovem perguntou a mais velha.

— Liguei para a verdadeira senhora Listing para que fiquem preparados que o demônio está a caminho.

A empregada mais moça arregalou os olhos.

— Iiih vai dar o maior rolo.


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Notas finais do capítulo

comentarios? Mais indicaçoes? Indicacoes só no boca a boca para as amigas? :)



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