Cosmos escrita por Sapphire


Capítulo 11
Capítulo 10 - Parque de diversão


Notas iniciais do capítulo

Olha quem resolveu aparecer -.-
Desculpem a demora, acredito que muitos até esqueceram de mim >.< Se eu ganhar comentários estarei no lucro.
Mas tenho dificuldade em escrever fanfic em um período curto de tempo entre um capítulo e outro.Precisei de um espaço grande para escrever e ainda assim, tive dificuldades.

Para quem lê Uma Segunda Chance, eu estou reescrevendo, Capítulo 1 está pronto, e Agora estou escrevendo o Capítulo 2 e 3 ao mesmo tempo para conseguir postar rápido. Dei até nomes nos capítulos para me ajudar a organizar. Até o capítulo 22/23 já há titulos para eles e estou escrevendo um pequeno resumo de cada um, para não fazer a mistureba que fiz antes.
Estou pensando em dar titulos nos capítulos aqui em Cosmos tbm, mas sou muito idiota para pensar... eu gosto que eles combinem com a história e não escrever qualquer coisa.

P.S: havia ganhado uma recomendação que nunca tinha chegado :( Provavelmente essa leitora comentou em algum momento spoiler e a Administração do site não autoriza e exclui a recomendação. Por amor que tem a essa fanfic, se pudesse enviar novamente ♥ agradeceria.

Beijos.



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— Foi maravilhoso. Eu amei do começo ao fim. – Paola articulava de forma que fosse convincente seu entusiasmo.

Embora a peça de teatro não tenha sido ruim, pelo contrário, havia sido algo extremamente agradável e novo para ela sem contar que havia gostado, sentimentos não estavam para serem envolvidos.

— Eu mesma não acreditei que um membro da realeza estivesse tão próximo a nós. – Continuava a falar de modo que quem ouvisse, poderia perceber que realmente estava feliz e entusiasmada como uma criança. – Obrigada, Richard.

Ela sorriu e agradeceu com um olhar meigo enquanto caminhava para o lado externo do teatro para saírem e continuarem a passear pela cidade. Ainda havia muita coisa para conhecer naquele país na qual fixaria sua vida.

O céu estava completamente azul, e o sol brilhava acima das pessoas e o tempo estava quente. Não quente como Paola estava acostumada nas praias do México ou o calor dos americanos como a Flórida. Era o calor europeu. Ainda assim, estava agradável.

Ainda podia usar vestido naquela hora do dia, mas precisaria voltar para o hotel antes do sol se esconder por trás das nuvens ou começar a chover junto com a brisa fria. O verão poderia ser instável. Em alguns dias o céu poderia estar nebuloso, frio e até com chuva fina durante o dia.

— De nada. – Ele sorriu enquanto caminhava ao lado dela, com os braços para trás. – Mas eu gostei mais de estar em sua companhia do que de estar perto da realeza. Só espero que não me troque por um príncipe. – Ele parou ao lado do carro com seu motorista esperando por eles, então abriu a porta para que ela entrasse.

— Ah, desculpe me. – Ela entrou e deslizou para o lado, para ele sentar-se com ela. – Pensei que você já fosse um.

— Não, meine liebe. – Disse ele minha querida, em alemão. – Eu não tenho sangue azul, eu sinto muito pela decepção.

— Não foi decepção. Seria perfeito demais, aí começaria a procurar defeitos. E ia descobrir que a sua empresa foi enganação e que na verdade você mora em um grande palácio.

— Quanta imaginação. – Richard riu entrando em seguida no carro e segurando na mão dela admirando a delicadeza dos dedos e o capricho das unhas pintadas – Mas para mim você é uma princesa.

— Quem dera. Nasci plebeia, diferente de você que tem tudo. – Paola aproximou-se um pouco mais colocando as mãos nas coxas de Richard para se apoiar, deixando-o levemente embaraçado. Ela apertou suavemente sua perna enquanto mordia o lábio inferior para provoca-lo. Sabia que poderia arrancar dele ao menos uma excitação.

Ele mesmo não entendia como ele poderia ficar tão envergonhado diante da Paola. Richard não fazia o tipo de se constranger diante das pessoas, tinha uma boa oratória, lidava com os negócios da família e com muitos clientes, ajudava na igreja onde morava na Alemanha e dava-se com todos. E não se sentia assim com sua ex namorada.

Porém, Paola conseguia deixa-lo de uma maneira que nenhuma outra pessoa pôde deixar. Fazia o sentir borboletas na barriga, e um tanto bobo quando abria a boca para elogia-la

— É uma princesa para mim. – Ele respondeu, com o rosto esquentando. – E se continuar comigo, quem sabe uma rainha?

Ele sorriu mostrando os dentes, mas os lábios tremiam mostrando nervosismo.  Sabia que estava parecendo um completo idiota, mas não para ela.

Ela o achou atraente e lindo até demais, porém não perdeu a compostura.

— Você é um amorzinho. –  Paola sorriu quase que colando os seus rostos olhando fundo nos seus olhos azuis. Estava satisfeita pela maneira como o deixou e por saber que ele já pensava até em um casamento futuro. Ela se afastou sutilmente abrindo a janela admirando a paisagem, fingindo como se nada tivesse acontecido. – O que vamos fazer agora?

Richard pigarreou tentando se recompor e revirou os olhos para si mesmo. Tentou mover as pernas e fingir que não sentia um certo calor onde ela havia acabado de tocar em sua coxa. Aproximou dela para olharem a paisagem correndo pelo lado de fora da janela juntos.

— O dia está apenas começando. – Sua mão subiu para o braço dela fazendo carinho – Eu gostaria de levar você para conhecer Londres do alto

— O que quer dizer? – Ela virou o corpo para olha-lo.

— Um passeio de helicóptero para ver a vista de cima. É um passeio de 1 hora. Você vai gostar se não tiver medo de altura.

— Na sua companhia eu não tenho medo de nada. – Ela puxou a mão dele que estava em volta de seu braço para ele abraçar a sua cintura. – Confio em você. – Ela voltou a olhar a janela e apoiou a cabeça sobre o peito dele.

Richard engoliu seco por ela ter o pegado tão desprevenido, seu nariz quase tocou o seu pescoço. Ele poderia dar um beijo ali, naquela pele macia e perfumada. Mas para ele seria muito cedo fazer aquele tipo de ação. Ele mordeu o lábio e se conteve. Apoiou o queixo no ombro dela e apertou mais o abraço.

Estar ali com ela daquela maneira era novidade. No segundo encontro ele já estava fazendo muito mais do que pensava em fazer. Talvez segurar em sua mão era o máximo. Mas por ela estar dando abertura, provavelmente estariam casados até o final do ano. Eram duas culturas totalmente diferente, ela era mais ousada, desinibida e aberta a relações. Até mesmo calorosa, enquanto ele era mais tímido e fechado. Não que Richard fosse uma pessoa fria.

As pessoas tinham mania de achar que alemães eram pessoas geladas e grosseiras, talvez os de cidade grande, talvez pela segunda guerra mundial e pela guerra fria que ainda acontecia em seu país. Mas ele não foi criado assim, em cidades de interior os alemães eram pessoas amigas, gentis e dispostas a ajudar. Tocar uma pessoa e chama-lo de amigo, deveria haver um grau mais elevado de intimidade.

Mas com Paola era diferente, ela gostava de tocar nele sempre que podia, sorria e se aproximava sem o menor constrangimento e isso abria portas para que ele fizesse igual. Era uma diferença de maneira boa, e ele podia se acostumar fácil com essas calorosas demonstrações de carinho em público.

Assim que chegaram a pista de helicópteros, havia um grupo grande de pessoas aguardando o casal. Os olhos da Paola soltaram para fora das órbitas. Estava completamente cheio, pessoas e mais pessoas. E uma quantidade enorme de crianças.

— Acha uma boa ideia? Poderíamos voltar um outro dia. – O que ela realmente estava querendo dizer é que não queria ficar ali se espremendo com as pessoas e muito menos ficar em pé o dia inteiro de salto.

Richard riu colocando a mão no bolso de sua camisa polo e retirando dois ingressos, mostrando a ela que estava completamente prevenido.

— Eu reservei antecipadamente, Paola. Eu sabia que estaria esse numero gigante de pessoas e não queria fazer você ficar em pé o dia todo. Também não quero te cansar, eu quero que hoje seja um dia legal para nós dois, para se divertir, se conhecer e não que seja cansativo. Estamos nos verão, e depois quando chegar o inverno, não poderíamos aproveitar tanto assim sair ao ar livre. – Ele piscou com um sorriso de lado um tanto travesso e charmoso o que fez outras mulheres olharem para ele.

Aquilo não agradou em nada a Paola. Richard chamava a atenção por onde passava tanto quanto ela. E ainda não namoravam, então todo cuidado era pouco.

— Você realmente pensa em tudo. – Ela segurou no braço dele como sinal de posse enquanto passavam pela multidão e entravam em uma cabine com mais algumas pessoas. E isso não desagradou nenhum pouco o moreno, pelo contrário, ele gostou de se sentir dela e em como ela não sentia vergonha de demonstrar que estava interessada nele.

Richard a abraçou e aproximou-se do piloto do helicóptero e ajudou a Paola a entrar e passar o cinto por segurança. Admiraram a paisagem inteira da cidade do alto, enquanto Richard mostrava algumas arquiteturas antigas.

— Depois podemos fazer um cruzeiro pelo Rio Tâmisa e você ter uma boa visão de Londres.  Vamos aproveitar que hoje o dia está bonito, sem nenhum sinal de chuva aparente.

— Qualquer coisa que quiser ao seu lado.

Aproveitaram a paisagem no alto do helicóptero, tendo vista panorâmica de toda a cidade. Logo após esse evento, resolveram conhecer os pontos famosos passeando pelo rio Tâmisa. Eles passaram em frente ao Palácio de Westminster e também conhecido como Casas do Parlamento ou Big Bang, conheceram o teatro O Globo, a torre de Londres e a ponte de Londres.

Foram muitos lugares e muitos monumentos famosos e desejados a serem conhecidos por milhares de pessoas ao redor do mundo.

Assim que o pequeno cruzeiro chegou ao fim, ambos fizeram uma pausa para um lanche no hard rock café, que durou cerca de 45 minutos. Dessa vez a pequena refeição foi algo menos formal, com coca, batatas e os famosos hambúrgueres.

Richard queria estar ao seu lado como alguém normal. Como dois adolescentes que adoram sair para conversar algumas bobagens e comer besteiras. Em muitos lugares em que ia, as pessoas conheciam ele e sentiam o peso sobre o seu sobrenome. Mas com Paola era diferente. Ela não sabia quem ele era e tratava ele como um cara que simplesmente a ajudou.

— Você sabe quantas calorias isso deve ter? – Paola pegou uma batata frita examinando minuciosamente, mas logo mergulhou no ketchup e comeu. A verdade que era muito bom, mas não queria demonstrar a ele que ela era uma pessoa comum, e sim que poderia fazer parte do seu mundo sofisticado e de alta gastronomia.

O gesto que arranco gargalhadas do moreno de olhos azuis a sua frente.

— Não tenha medo de engordar. – Ele a imitou, mergulhando uma batata no ketchup em seu prato e comeu. – Você realmente não é como nós.

— O que quer dizer? – Questionou erguendo uma sobrancelha.

— Aqui as pessoas não se preocupam muito se algo vai engordar ou se vai fazer mal ao nosso corpo, como doenças do tipo colesterol ou diabetes. E você se preocupa com sua forma. – Richard pegou mais uma batata colocando na boca. – Eu gosto disso – Completou com a boca cheia.

— E você não se preocupa com a sua saúde?

— É claro que eu me preocupo. Eu vim de uma fazenda, e comia comida caseira com verduras e legumes de nossa própria plantação. Sempre pratiquei exercícios e adorava e ainda adoro esportes.

Paola meneou a cabeça em um gesto como se tivesse compreendido, e não deixou o assunto morrer ali. O bichinho da curiosidade a mordia para saber ainda mais sobre a sua vida. Pigarreou antes de tomar coragem para perguntar.

— Você me falou no nosso primeiro encontro que veio de uma parte pequena da Alemanha, interior. Tudo bem me dizer sobre seu país e sua família?

Richard limpou a boca com o guardanapo e repousou sobre o colo. Parecia que estava pensando como começar.

— Hum, bom... Como eu disse, cresci no interior. Eu sou do estado da Bavaria, no sul da Alemanha de uma região pequena chamada Watenhofen, do lado ocidental. Eu fui criado em uma fazenda com meus padrinhos, perto de um lago onde no verão eu podia nadar, andar a cavalo e criar vários animais. No inverno esquiávamos também próximo as montanhas e tive uma das melhores educações.

Paola remexeu na cadeira parando de comer para prestar atenção apoiando as mãos sobre a mesa.

 - A forma como você descreve, parece um sonho.

— Sim, eu estudei em uma escola interna e passava mais tempo lá do que na fazenda depois de uma certa idade.

— Você deveria se entediar.

Ele deu um gole em sua coca negando com a cabeça e prosseguiu.

— Não, a escola que frequentava era uma das melhores do país, de elite. E recebíamos vários estudantes estrangeiros que faziam intercambio. Tínhamos atividades nas férias também como velejar e aos finais de semana eu voltava a fazenda. Não era tão longe assim de carro.

— Qual o nome dessa escola?

— Schule Schloss Salem – Richard propositalmente respondeu-a em alemão para ver sua expressão o que foi devolvida com um ponto de interrogação, o que não deixou de ser divertido. – Escola internacional de Salem.

— Igual as bruxas de Salem? – Ela riu colocando o cabelo atrás da orelha.

— Não, mas é um lugar muito bonito. Com muito verde.

Paola olhou para baixo, exatamente para suas mãos respirando fundo para tomar coragem e voltar a encara-lo.

— Você disse no restaurante que seus pais morreram. Se não for indelicado da minha parte perguntar, posso saber um pouco mais?

Richard piscou os olhos umas cinco vezes antes de confirmar com a cabeça que tudo bem. Era um assunto delicado na qual odiava mencionar, mas se ele gostaria de engatar em um relacionamento com ela, é claro que ele deveria compartilhar suas histórias e quem sabe dividir aquela dor.

—  Bom. É um pouco complicado, não gosto de entrar nesse assunto, mas vou resumir de um jeito simples. – Ele olhou para o copo de vazio de coca, mas ele não estava olhando em nenhum momento para aquele objeto e sim, seu olhar dizia que ele estava olhando para um passado na qual transparecia dor. – Você sabe que a Alemanha é dividida em dois lados? Ocidental e oriental? Capitalista e socialista? Quando esse conflito político surgiu meus avós acabaram por ficar no lado oriental, não por escolha. O meu pai já assumia os negócios da família em Munique, onde fica nossa sede, e meu avô aposentou-se e foi morar em Dresden. Isso tudo após a segunda guerra com a Alemanha tentando se reconstruir. Mas como eu ia dizendo, meus avós ficaram no lado que pertencia a União Soviética, não por escolha. Meus pais tentaram de tudo para traze-los de volta, muitas famílias foram divididas e sofreram por conta dessa divisão. Bem, o problema de tentar atravessar essa fronteira aparentemente invisível são os soldados que tomam conta da fronteira e são autorizados a matar seja quem for, sem pensar duas vezes. Infelizmente o plano dos meus pais para conseguir resgata-los não saiu como esperado e eles foram fuzilados ao tentar ajuda-los a atravessar.

Assim que terminara de contar seus olhos estavam brilhando e uma lágrima ameaçava a cair. Richard piscou diversas vezes os olhos até conseguir controlar as emoções que amaçavam explodir.

— Richard...

Paola estava petrificada com a história na qual acabara de escutar, elevou sua mão direita em frente a boca para esconder o choque na qual estava. Dessa vez sem fingimentos, ela não esperava ouvir algo como aquilo. A primeira coisa na qual esperava era que os pais de Richard tivessem morrido em algum acidente de carro, ou avião, ou algo do tipo. Não de uma forma tão desumana.

Quando ele sentiu que não corria o risco das emoções voltarem e chorar, continuou:

— Meu padrinho, que é irmão do meu pai ficou arrasado com a morte deles. Por um tempo a empresa na qual estava começando a se recuperar após os estragos da guerra, voltou a regredir. Meu tio não conseguiu logo de cara assumir os negócios, ele era o irmão caçula, meu pai era quem tomava a frente de absolutamente tudo. Foi quando fomos para uma fazenda em Waltenhofen. Minha tia o encorajou para que meu tio tomasse uma posição, então após 4 anos ele assumiu os negócios da família e graças a Deus estamos aqui hoje firmes.

— Deve ter sido difícil para todos vocês.

Ele negou com a cabeça.

— Para mim nem tanto, porque eu era apenas um bebe quando eles se foram, mas cheguei a sentir o impacto disso tudo à medida que fui crescendo e vendo como isso afetou meus padrinhos. Quando cheguei a uma idade de 14 ou 15 anos, meu tio resolveu me ensinar os negócios da empresa, ele achou que como eu sendo o único herdeiro dos Listing, deveria saber administrar e cuidar do nosso império, para caso ele não estivesse mais aqui não acontecer comigo o que aconteceu com ele quando meu pai se foi. E hoje somos uma das empresas mais ricas da Europa.  Estarei administrando aqui na Inglaterra e meu tio estará na Alemanha cuidando de lá.  

Um sorriso triste nasceu em seu rosto, mas um olhar de esperança se destacou naquele semblante assim que voltou a olhar nos olhos da mulher que estava a sua frente. A mulher que poderia trazer a maior felicidade em sua vida

— Você cuida da empresa e eu estarei cuidando de você. – Ela tocou-lhe as mãos e apertou. – Desculpe fazer você reviver isso tudo. Se eu soubesse que era algo tão delicado...

Para Richard não lhe importaria contar aquilo quantas vezes precisasse se ela lhe perguntar, doía era verdade. Porém aquela era a sua história e era bom poder dividir algo tão pessoal, tão íntimo seu com ela. Parecia ser a coisa certa confiar em alguém tão doce a carinhosa.

— Não importa, Paola. Eu contei porque eu quis. Acho que é uma maneira de você me conhecer. Do contrário, eu não teria dito absolutamente nada. Eu adoraria também perguntar sobre seu passado, mas eu prefiro esperar chegar o dia em que você possa confiar em mim para contar.

Aquelas pareciam ser as palavras certas a dizer, aquilo agradou os ouvidos da jovem por quem ele tanto se interessava o que fez deixa-la surpresa. As pessoas não tinham a paciência que ele, e para a Paola isso seria tirado muito bom aproveito.

— Já disse que você é um amor? – Ela apertou ainda mais as mãos dele sobre as delas e em seguida beijou. – É verdade, não estou pronta para contar sobre mim, mas não porque eu não confio em você. Eu só não gosto de relembrar. Eu saí do México alguns anos atrás e morei pouco tempo nos Estados Unidos e depois vim para cá, prefiro deixar meu passado nesses dois países.

Ele assentiu com a cabeça concordando de respeitar o seu silêncio.

— Respeito sua decisão. Que tal irmos ao último lugar do dia?

Agora não existia dores no olhar, aquele momento dava esperança para o futuro.

— E onde seria?

Richard passou os dedos sobre os lábios como se estivesse passando um zíper, um gesto que ela entendia muito bem...

Em menos de trinta minutos estavam os dois em um parque de diversão em Londres.

No verão muitos parques, eventos e shows em geral eram abertos e oferecidos ao público, pois recebiam turistas de diversas partes do mundo e porque eram as férias escolares das crianças e jovens adolescentes. Até mesmo muitos trabalhadores recebiam férias nessa época do ano.

Era a estação preferida da maioria dos europeus.

Richard e Paola acomodaram-se juntos no carrinho no primeiro vagão, do que deveria ser um tipo de caverna do horror.  Antes que o brinquedo pudesse entrar em movimento, ela segurou o husky siberiano de pelúcia e o apertou.

Richard havia acabado de ganha-lo nas barracas de tiro ao alvo e a presenteou com o brinde.                       

— Nervosa? – Sua voz saiu com tom de empolgação misturada de excitação. Ele olhou para ela procurando algum sinal do mesmo tipo de sentimento.

— Estou com um pouco de medo sim, mas eu sei que você vai me proteger.   

A frase foi confirmada com um aceno de cabeça, o que queria dizer que ele estaria ao lado dela.          

Assim que o brinquedo entrou em movimento fazendo deslizar pelos trilhos, Paola aconchegou-se ao Richard, e em poucos segundos todos gritavam assustados demais para segurar suas emoções, mas isso só divertia ainda mais o casal que saíram com suas expressões alegres e andando no parque com divertidas gargalhadas.

Os gritos divertiram mais do que que assustaram o passeio pela caverna.

— Hoje está sendo o melhor dia que já tive em Londres.

Richard confessou ainda abraçado a Paola e carregando o seu husky de pelúcia.

— Pois para mim está sendo o melhor dia da minha vida. – Sua mão pousou sobre o abdômen do moreno, e ela não deixou de notar o quanto era firme. Por alguns segundos teve pensamentos eróticos, mas não pôde mantê-los por muito tempo na cabeça.

Assim que chegaram ao estacionamento abriu a porta do carro para que ela entrasse enquanto o motorista os aguardavam dormindo dentro do automóvel.

— É sério que você não precisa fazer isso toda vez que formos sair.

— Eu gosto de fazer. – Ele respondeu.

— Obrigada. – Paola entrou no carro e abrindo a bolsa para retocar o batom com ajuda de um espelhinho.

Richard avisou ao motorista para voltar ao hotel Landmark.

— Eu amei hoje. – Ela estalou os lábios verificando em como estavam perfeitos e olhou para o Richard, notando em como ele a olhava hipnotizado. Ela agitou a mão na frente dele para tira-lo do transe.

É claro que o moreno olhava para sua boca e isso inflou seu ego. Ele estava louco para beija-la.

— Desculpe-me. – Ele piscou acordando. – Eu amei também passar a tarde contigo. Está sendo prazeroso esses dias. Nunca fiquei feliz de tomar uma decisão antes como tomei de vir morar aqui.  – Sua mão posou sobre a coxa dela descansando. – Diga-me se algum momento eu te desagradar ou o que gosta fazer.

— Falarei, mas já que disse...  Teve aquela vez que me levou ao cinema...

Richard juntou a sobrancelha confuso.

— Cinema? Eu nunca... – Ele parou a frase no caminho. – Ahhhh – Ele riu. – Na próxima iremos ao cinema.

— Viu como é fácil? – Ela piscou – Já sabemos o que fazer no próximo encontro.

— Mas você pode falar diretamente para mim. – Suas mãos continuavam na coxa dela, mas agora acariciando.

Paola sentiu um arrepio pelo corpo, e sabia que era pelo toque masculino de suas mãos. Ela não podia negar, mesmo que não estivesse apaixonada pelo Richard, ele era atraente e mexia com ela. Mas claro que mexia. Ele era um homem cheio de atributos, e mesmo sem amor, pessoas podem sentir forte atração pela outra.

Porque não aproveitaria essa vantagem de ele ser rico, forte e bonito?

— Eu gosto mais de um homem que fica no comando das coisas.

Não era uma mentira. Ela preferia mais os homens que tomassem as rédeas das coisas. Ou que pelo menos eles pensassem que estavam no comando, enquanto ela os seduziam e os manipulavam sutilmente.

— Eu tentarei te agradar no que for possível, mas vou querer saber do que gosta e do que não gosta.

— Faça-me conhecer seu mundo e eu lhe digo se gosto ou não.

— Meu mundo? Você já conhece. Sou um livro aberto, só perguntar qualquer coisa e eu respondo.

— Mas eu me refiro aos lugares em que você frequenta e o que costuma fazer. – Era o que ela mais gostaria, uma vez que estivesse dentro do mundo dele, ela poderia ter qualquer coisa e não sairia nunca mais.

— Meu mundo é isso que você viu e o que te contei.

Paola fez um bico com o olhar baixo, porque sabia que com aquele olhar triste ela poderia arrancar o que quisesse. Ele era tão inocente e de fácil manipulação.

— Superficialmente, Richard. – Sua voz saiu melancólica.

— Tentarei te integrar mais. Tudo bem?

Ela respondeu confirmando com a cabeça, e aproximando dele. Abriu um enorme sorriso, para confirmar que aquela resposta a deixou entusiasmada. O que de fato a deixou mesmo.

— Acho que vou procurar trabalho. Eu ainda não sei onde, pois não sei como será, se eles me aceitariam. Mas acho que já passou da hora. Você foi um amor comigo, em me deixar no hotel e bancar as despesas.

— Não fica se preocupando com isso. – Ele balançou a cabeça em um não.

— Eu não posso abusar tanto, e além do mais.... Eu quero poder te dar um presente. Você foi tão amável. – Sua mão foi em direção ao braço dele acariciando.

— Você já é meu presente.

— Oh, Richard! Você é um galanteador. – Ela apertou sua bochecha dando um leve beliscão. Simulando um ataque de fofura por ele. Que o mesmo fez uma careta fingindo dor. – Desculpa – Ela se debruçou lhe dando um beijo no local. O gesto foi muito bem recebido pelo moreno.

— Eu estava brincando, não doeu nada.

— Ah, então devolve meu beijo. – Richard aproximou-se dela, mas ela o bloqueou com o dedo indicador em seus lábios. – Quando chegarmos ao hotel.

Ela iria esperar chegar para enrosca-lo em sua rede, sem o motorista por perto onde poderia ter mais intimidade. Sozinhos poderia seduzi-lo. Mas não levá-lo para cama, isso não. Ainda estava muito cedo, ela precisaria enlouquece-lo um pouco mais e ter a certeza que não o perderia. Depois que conhecesse seus tios, se entregaria a ele. E ela sabia que não demoraria muito em conhece-los.

Richard estava em seus pés como um cão vira lata, e qualquer migalha que ela lhe desse, era suficiente para abanar o rabo para ela e lambe-la. E se tudo desse certo, ela o faria pedir em casamento até o final do ano.

O carro estacionou em frente ao Landmark Hotel e o casal não perdeu tempo em subir até o andar da suíte em que Paola estava hospedada. Richard ajudou-a a carregar suas lembrancinhas do parque e por alguns segundos se encararam sem dizer nada. O clima estava diferente entre eles. 

— Está entregue. – Ele parou em frente a porta com esta já aberta.

— Pode apostar que estou entregue. – Sua voz saíra mais sedutora que o normal. – Falta uma coisinha para ficar entregue por completa. Devolver meu beijo.

O sorriso inocente e alegre que sempre estampava o rosto de Richard, sumiu completamente dando lugar um sorriso totalmente sexy e travesso. Ele aproximou-se sutilmente elevando sua mão na cintura da loira trazendo junto de si. E com muita delicadeza beijou sua bochecha rosada.

— Está bom assim? – Perguntou sem se afastar. Naquela a proximidade ele podia inalar seu perfume próximo ao pescoço.

Paola ficou surpresa em saber que ele também sabia brincar e tinha manhas para sedução. É claro que ele iria beija-la na boca, mas não sem antes provoca-la. Ela virou o rosto em sua direção, deixando assim seus olhos na mesma direção da boca dele e subindo o olhar para aquele par de olhos de oceanos.

— Não.

Sem mais de longas, Richard desceu seu lábio na direção do dela. Era impossível resistir lábios tão vermelhos e apetitosos. Como se fossem uma maça doce, ele a beijou para comprovar que eles não eram só bonitos. E assim que os provou pôde sentir que tinham uma química forte com notas de prazer.

Agora seus braços estavam em volta da sua silhueta, e sem dificuldade alguma a tirou do chão suspendendo-a no ar. Paola abraçava-o em volta do pescoço, apertando o brinquedo de pelúcia que era esmagado contra as costas do Richard.

Ele a levou para dentro, fechando a porta com o pé, e o beijo só foi cessado quando ambos já não tinham mais folego para continuar. Ainda de olhos fechados, ela perguntou:

— Tem certeza que já tem que ir? – Perguntou ofegante.

— Não. Agora já não sei se estou com tanta vontade de ficar longe de você.

Ambos abriram os olhos e uma sessão de risos de estendeu pelo quarto de hotel. Suas bocas estavam sujas de batom vermelho, como se juntos tivessem acabado de se lambuzar em uma maçã do amor.

— Eu vou buscar um lencinho de maquiagem para limparmos. – Andou na direção do seu quarto aproveitando para guardar as lembrancinhas do parque.

Paola retornou à sala com os lábios sem rastros que a denunciava que havia acabado de dar um beijo de novela.

— Eu não quero que você se vá. Poderíamos ver um filme juntos. – Disse dando um selinho nele antes de limpar a boca do Richard manchada do seu batom.

Nenhum dos dois queriam se afastar. Richard por que estava loucamente apaixonado e Paola, que por mais que não estivesse apaixonada, era mulher com desejos e tinha atração por homens bonitos, principalmente quando eram ricos e tinham sorrisos atraentes e corpo atlético.

— Como dizer não a esse rostinho? – Ele acariciou seu queixo com o polegar. – É claro que eu fico.

O dia terminou com os dois vendo filmes na tv a cabo do hotel, serviço de quarto com um banquete com direito a tudo o que eles quisessem. Richard como a formiga que era pediu com certo exagero uma fatia de cada doce que o Landmark oferecia. E para a surpresa de Paola, que não conhecia o lado criança dele.

O dia seguinte seria domingo e os dois não estavam nenhum pouco preocupados em acordar tarde. Claro que os dois mais se beijavam do que assistiam o filme, no intervalo do beijo conversavam sobre seus sonhos, cotidiano e gostos pessoais.

Dividiram o mesmo sofá no qual não demorou muito para que o sono viesse rápido e os pusessem para dormir.


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Notas finais do capítulo

Espero mesmo que comentem... :/



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