Incondicional escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 9
The Original Family




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P.O.V. Elijah.

Eu tive uma bela duma surpresa esse final de semana. Com certeza não vi aquela vindo.

Uma duplicata apareceu na minha porta.

—Vou ter que adivinhar?

—Eu sou Renesmee Cullen. A mãe da Jean. Sabe, Hayley... ele tá ficando com o saco cheio de você. O som da sua voz tá irritando ele.

Como ela poderia saber?

—Eu sei de muitas coisas Elijah.

—O que?

Perguntou Hayley. Espera, ela acabou de ler a minha mente?

—Sim. Agora quer fazer o favor de aparecer? Temos um problema e acredite eu não estaria aqui se não estivesse muito, muito, muito desesperada e sem saída.

Fui até a porta da frente.

—E porque está desesperada e sem saída?

—Jean foi atacada ontem enquanto fazia compras. Por um arqueiro que tentou transforma-la no alvo. 

—Ela está bem?

—Fisicamente. O problema é que ninguém consegue enxergar esse cara, ninguém além dela, sua sobrinha Hope e a minha Melissa. Sendo assim, a polícia não o prendeu. Porque não consegue vê-lo.

—Como isso é possível?

—Não sei. Só sei que a loja ficou destruída, o cara não tava sozinho e ainda tá solto. Então, não é seguro para Jean ficar em Nova York. E eu tenho pra mim que o que quer que ele seja, não vai ser burro o suficiente de invadir uma mansão cheia de vampiros Originais com problemas com confiança e controle da raiva e uma híbrida.

—E como sabe que ela não inventou isso?

—Um dos policias também viu os babacas. Fui falar com ele, tive que usar alguns métodos pouco ortodoxos, mas ele falou. Não disse o que eram aqueles seres, mas confirmou que a minha filha não inventou e nem é doida.

—Ela está aqui?

—Está. No carro. Trouxe a Jean de mala e cuia. Vou voltar pra buscá-la quando isso acabar e eu conseguir dar um jeito de liquidar aquelas criaturas.

Então, eu vi a minha filha. O cabelo estava mais curto. Na altura do ombro.

—E como ficar numa mansão cheia de Originais assassinos, vai me deixar mais segura?

—Você pode fazer companhia para a Hope. E pelo menos, esses ai a gente vê chegando e sabe o que é. Ein?

Perguntou a duplicata fazendo carinho no cabelo ruivo de Jean.

—Porque você não pode ficar?

—Porque alguém tem que voltar para Nova York e lidar com o arqueiro invisível.

—E como vai matar algo que não pode ver?

—Você faz muitas perguntas. Olha, eu vou dar um jeito e volto quando tiver certeza de que é seguro você voltar. Prometo. Prometa que vai se comportar?

—Prometo que vou tentar.

—Não, não. Nada disso. Nada de começar a achar brechas nas promessas. Ou promete que vai se comportar ou não.

—Eu não prometo nada.

—Melhor. Não use drogas e tenha cuidado.

—Isso eu prometo que vou fazer.

—É a minha garota. Eu tenho que ir agora, volto assim que for possível. Te amo.

—Também te amo, mamãe.

Elas se despediram.

—Não se esqueça da dose diária de verbena e acônito só por garantia.

—Nunca.

A duplicata também trouxe Hope de volta.

—Relaxa, eu posso não gostar de você, mas eu tenho princípios e sou mãe também.

—Estou bem mãe, sério.

Disse Hope tranquilizando Hayley. E a duplicata foi embora, deixando na minha porta uma garota ruiva adolescente de blusa preta de renda com um decote que na minha opinião era fundo demais, calça jeans apertada branca e um blazer cor de vinho. Esta tinha tantas malas que era demais para contar.

—Então, onde é o meu quarto?

—Um empregado vai levar suas coisas.

—Nós dois sabemos que o pobre coitado não é empregado. Porque ser empregado implica em receber um salário, ter dias de folga e a escolha de se demitir.

—Então sabe sobre a compulsão?

—Sei. E sei fazer funcionar se é o que quer saber.

—Você tem a habilidade de compelir?

—Tenho. Humanos, vampiros, bruxas... não faz diferença. E eu não chamaria isso de habilidade. Está mais para maldição, um poder desse é o suficiente para levar até a alma mais bondosa para lugares obscuros.

—Pode compelir bruxas?

—Posso. Mas, escolho não fazer.

—E quanto á verbena?

—Minha tolerância é maior que a sua. Me deixa meio sonolenta e queima a garganta quando desce, mas fora isso...

O humano levou as malas dela para o quarto.

—Deixa eu te ajudar.

—Não, tudo bem senhorita...

—Está cansado, mais que isso. Exausto. Á ponto de desmaiar. Isso vai doer, mas vai te fazer sentir melhor.

O humano começou a berrar, rolava no chão de agonia. Ela estava claramente fazendo algum tipo de feitiço nele, o que indicava que era uma bruxa. Isso ficou obvio quando as velas da sala acenderam sozinhas.

—Vamos dar uma pausa se eu forçar demais, você pode não resistir.

—Eles são monstros. Vão me matar.

—Não. Não vão. Venha comigo, por favor vou fazer alguma coisa pra você comer e deixar você descansar.

Jean fez um sanduíche para o humano, lhe deu suco.

—Tá melhor?

—Tenho que sair daqui.

—Não está em condições de sair. Mal se aguenta em pé. Descansa, depois você vai.

—Essas coisas vão me matar!

—Eu vou fazer uma barreira no meu quarto, para impedir que eles passem. Ai você pode dormir. Qual é o seu nome?

—Charlie

—O meu é Jean.

—Se você é filha dele, você é igual a ele.

—Por favor, não me ofenda. Não me compare com ele. Nunca. Sou tudo o que ele não é. Acha que ele teria te dado comida? Perguntado seu nome? Ele ia te enganar, te dar sua palavra de honra que ninguém que você ama se machucaria se você fizesse o que ele queria e quando tivesse terminado com você... te jogaria para os cães como restos. Iria te compelir a se matar, compelir alguém á te matar, não importa. Ele encontraria uma brecha na promessa e acharia uma maneira de se livrar de você.

—Credo!

—Mikaelson não conhecem lados que não o seu próprio. Esse Poder, ser totalmente imortal, ser o mais forte... isso corrompe. O poder corrompe, mas o Poder absoluto, corrompe absolutamente. Onde fica o quarto?

—E os pratos?

—Deixa, depois eu lavo. Vamos lá.

Ela apoiou o menino, praticamente o carregou até o quarto que lhe foi designado.

—Como vai fazer para eles não entrarem?

Quando cheguei, ela estava terminando o feitiço de barreira.

—Sal?

—O sal é um elemento de ligação. Sem o encantamento é apenas um condimento.

—E como sei que funciona?

Ela saiu do aposento e então... bateu a mão três vezes no ar e a barreira a impediu de passar.

—Funciona. Agora descansa, amanhã eu vou levar você de volta pra sua casa.

—Obrigado.

—Disponha.

P.O.V. Jean.

Eu desci ás escadas, fui para a cozinha, peguei os pratos que eu e Charlie usamos e comecei a lavar.

P.O.V. Elijah.

Ela estava cantando enquanto lavava a pouca louça que havia na cozinha.

—Que melodia é essa?

—Chama Pretty Baby, é da Vanessa Carlton.

Jean secou as mãos no pano de prato.

—Agora que cedeu seu quarto para o humano...

—O nome dele é Charlie. E ele é uma pessoa! Não se preocupe, vou me arranjar. Nem que eu tenha que dormir no sofá. Se quer mesmo saber, eu não queria estar aqui, só vim porque minha mãe me obrigou. Porque por vocês Mikaelson, com exceção da Hope, não sinto nada além de nojo. Eu odeio, desprezo. Tenho tanta, mas tanta vergonha desse sobrenome que você nem faz ideia.

Respirei fundo.

—O que sua mãe disse sobre mim?

—Nada. Ela não precisou, ela acessou todos os seus dados mnemônicos. Viu todas, absolutamente todas as suas memórias e ai mostrou pra mim. Contou a história sob a sua perspectiva e isso não mudou nada. Ainda continua sendo horrível. Você foi uma vítima também, não nego, mas de espancado passou a ser espancador. De traído, passou a ser traidor, de engando, para enganador e assim por diante. Você vive repetindo que está protegendo a sua família, mas não está melhorando nada. Só usando o seu sempre e para sempre como uma desculpa para fazer o que te dá na telha, para matar quem tem vontade, para escravizar um garoto de dezesseis anos que tem uma mãe, um pai, uma família que devem estar loucos atrás dele.

Ela estava encolerizada.

—Quando o tio Klaus te implorou pra você não deixar a vó Esther amaldiçoar ele, queimá-lo com aquela pedra... você não fez nada! Não, foi pior que isso. Porque foi você que ajudou o vô Mikael a segurar ele naquela cruz! A amarrar ele naquela cruz! Eles amaldiçoaram o seu irmão! E você não fez... nada! Quando o vô Mikael bateu na cara do tio Klaus com aquele pincel, espancou ele inúmeras vezes até ele ficar de cama... você não fez... nada!

Ela meteu o dedo no meu peito.

—Então para com essa ladainha de proteger a família. Você pode ter enganado a trouxa da mãe da Hope, a Elena, a Katherine com isso ai. Mas, eu não caio nessa. Portanto, faça-me o favor e guarde as suas mentiras e falsas desculpas pra si mesmo.

P.O.V. Rebekah.

Gente, to chocada! Alguém me amarrote porque estou absolutamente passada. A Jean jogou a verdade na cara do Elijah sem piedade, massacrou ele, meteu o dedo no peito dele e calou sua boca. Ela o desarmou completamente.

—Querido irmão, você foi... massacrado.

—Ela está certa. Sobre tudo. Em momento algum Jean mentiu.

P.O.V. Hayley.

Ela foi... grossa pra caramba com o Elijah.

—Você não deveria falar com seu pai assim.

—E você não deveria se meter. O meu relacionamento com o meu pai é da minha conta, da dele e de mais ninguém. Não pedi sua opinião e nem preciso dela.

—Entendo que deva estar com raiva, mas... ele te ama.

—Para uma híbrida com super audição, você realmente tem muita cera no ouvido.

—Não sabe o que eu daria para ter tido um...

—Tá. Eu sei, oh, pobre de mim. Meus pais biológicos me abandonaram, meus pais adotivos me chutaram quando virei lobisomem, coitadinha. Se fosse mesmo metade da mulher forte e guerreira que finge ser pararia de sentir auto-piedade, deixaria de se fazer de vítima sempre que lhe é conveniente e lutaria. Eu também nunca tive pai e quando descobri quem e o que era o meu pai. Chorei por um ano inteiro. Chorei por ele ter passado tudo o que passou, chorei pelas vítimas que ele chacinou, até pelo simples fato de ser filha dele. Mas, eu superei. Não fico falando disso a todo momento.

Nossa! Ela é uma vaca.

P.O.V. Rebekah.

Ela fez a Hayley chorar.

—Chora mesmo. Coloca tudo pra fora. Oh, vem cá senhorita Marshall.

E então a confortou.

—Você está certa. Eu não sou uma guerreira, sou só uma perdida.

—Olha, seus pais biológicos não te abandonaram, eles foram assassinados. E quanto aos adotivos, sim eles te abandonaram, mas aposto que fizeram o melhor que puderam. Se você fosse uma humana não sobrenatural e de repente, visse alguém se transformando num lobisomem... você não surtaria? Não teria pânico?

—É. Eu acho que teria.

—Não se sentiria insegura morando na mesma casa que um?

—Sim.

—Não estou justificando o que eles fizeram com você, só... devia tentar se colocar no lugar do outro de vez em quando.

Começo a pensar que ela está fazendo de propósito. Hayley chorou por três dias e três noites, mas finalmente parou.

—Melhor?

—Muito.

—Disponha.


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