MOONLIGHT - Teen Wolf escrita por Miss Stark


Capítulo 11
O bestiádio é o grito


Notas iniciais do capítulo

Oláa amores! Bem eu ainda não falei muito por aqui. Então até as notinhas lá de baixo



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Scott sentiu todo o seu corpo esquentar. Em algum lugar do seu cérebro ele sabia que era erado beijar aquela garota, afinal ela era praticamente uma desconhecida. Mas a sensação dos lábios dela contra os seus causou um tremor estranho e familiar. Ele decidiu finalmente agir e lidar com o que quer que April fosse, depois. A verdade é que estava cansado de ficar sempre alerta, cansado de pensar em por quê sua namorada escolhera ir, cansado de estar sempre em perigo. O que era uma ironia dizer, estava beijando a garota que gritava perigo por todo o seu corpo.

Com um braço ele puxou a cintura da garota trazendo-a mais perto de si. Ele ainda estava ajoelhado de frente para a garota e o toque das coxas dela na lateral das suas costelas fez Scott sentir uma eletricidade percorrer todo o seu corpo. Podia jurar que April sentiu o mesmo quando olhou pra ela e a viu corar violentamente com seus olhos ainda fechados.

Quando April abriu seus olhos e eles se encontraram com os de Scott, achou que desmoronaria ali mesmo. Ela já tinha sido beijada antes — a garota não era tão inocente assim—, mas nunca desejou alguém e agora ela desejava o beijo dele como um tipo de fome que chegava a dor seu peito.

April não era tão iludida ao ponto de achar que ele realmente a beijou por que a desejava, Scott ainda sofre por sua ex-namorada. E ela não estava a fim de bancar a vadia sem coração. Não acreditava que acabara de beijar Scott, um estranho. Estava estática, olhando para ele sem saber o que falar. Não queria que o único momento de sanidade que tivera em muito tempo acabasse e inexplicavelmente não queria ter que soltá-lo, queria apenas continuar com aquilo sem pensar de fato nas coisas que acabaram acontecendo naquela noite.

Não poderia deixar se levar daquela forma, ainda estava meio bêbada, mas não o suficiente para esquecer todas as coisas que viu. Ela quase matou uma pessoa, e estava temendo o momento em que estivesse em casa sozinha, sem aquele olhos castanhos mostrando a ela que tudo era real, provavelmente desmoronaria assim que estivesse no conforto de sua cama.

— Desculpe-me — ela começou quando viu Scott se sentar a sua frente. O garoto tinha as mão sobre seus joelhos e não olhava diretamente nos seus olhos. — Estou tão confusa com tudo isso e eu quase matei aquele garoto não foi? Esta cidade está me enlouquecendo — ela sentiu seu estômago virar com o pensamento.

— Não se desculpe por isso — Scott respondeu enquanto apertava mais suas mãos contra seus joelhos, fazendo April soltar um longo suspiro de irritação.

— Eu não estava me referindo ao beijo — ela disse. — Droga! Sobre isso também, mas o ponto é que eu não sei como, mas eu quase fiz aquele garoto morrer e eu nem se quer encostei nele Scott.

— Você está cansada e foi muito pra um dia só — Scott se levantou rápido, ficou de pé encarando April por alguns segundos.

Ela pode ver todo aquele momento em câmera lenta e por um momento ela quase desejou ter um potinho dentro de sua cabeça para guardar aquela imagem. Quando Scott levantou do chão e por pouco segundos — que pareceram longos minutos na cabeça de April — ficou observando-a e momentos depois levou suas duas mão atrás da cabeça e abriu um lindo, maravilho e doce sorriso foi quando tudo congelou. O mundo calou sua maldita boca e ela estava olhando para os olhos castanhos, que mesmo estando cansados, estavam com um brilho incrível.

— Minha mãe ficará no hospital até as cinco da manhã — ele começou. — Acho que podemos conversar com um amigo meu amanhã, talvez ele sabia algo sobre você ou sobre o pode ter acontecido no píer hoje — ele quase sussurrou quando disse: — você pode dormir na minha cama. Eu já estou bem acostumado a dormir naquela poltrona.

April abriu a boca para falar, mas não saiu som algum. Aquilo não poderia dar certo.

Primeiro, seria sufocante dormir no mesmo quarto que ele.

Segundo, havia uma parte dela — a qual ele acabara de descobrir — que era perigosa demais e não poderia nem pensar em machucar Scott.

Terceiro, Scott era um lobo e por mais que seu coração dissesse — ou seja, gritasse — que ele nunca a machucaria, sua cabeça martelava dizendo que ele também era perigoso.

April balançou sua cabeça, tentado de alguma forma voltar a realidade.

Então mandou sua mente ficar calada por que quem mandava ali era ela.

Olhou para a poltrona vermelho sangue meio desgastada que tinha uma manta xadrez meio laranja jogada sobre um dos braços.

— Eu fico com a poltrona.

E é claro que ele não deixou. Ele pegou um dos travesseiros, um dos cobertores e jogou em direção a poltrona velha. Eles não conversaram mais do que “Sua mãe não vai brigar?” vindo de April e um “Apenas descanse” vindo de Scott. A garota deixou todo o seu corpo afundar na cama por um momento, seu corpo estava dolorido; exausto. Pensou em pegar o celular e avisar sua mãe que estava bem, mas Lucy iria querer saber mais do que April podia lhe contar agora, então resolveu apenas fechar seus olhos e ouvir o ressonar do sono de Scott.

April ficou deprimida quando o sol começou a esquentar seu rosto. A luz do dia significa enfrentar a realidade. Ela não tinha certeza que estava pronta. A garota mexeu seu corpo que ainda estava coberto pelo vestido azul da noite passada sobre as cobertas e se permitiu fechar os olhos uma última vez. O barulho de um liquidificador obrigou a garota a abrir os olhos e sentada na cama, esfregou os mesmos com as palmas das mãos e olhou para o lado. Ele não estava mais na poltrona vermelha.

Assim que conseguiu ajeitar seu cabelo de um jeito aceitável, fez o mesmo caminho que tinha feito na noite anterior. Seguiu o pequeno corredor e descendo a escada de madeira até chegar na sala.

Não sabia se chamava o nome de Scott e esperava ele aparecer ou dava uma de maluca — como sempre — e entrava na cozinha.

Então, escolheu ficar com a última.

O ambiente cheirava a ovos e bacon. Scott estava sentado em uma das cadeiras enquanto Stiles estava sentado no balcão da cozinha observando a mãe de Scott — e enfermeira de April — fritar os ovos. Ela resolveu não dizer ‘oi’ apenas olhou pra Scott para confirmar que estava tudo bem. Quando Melissa colocou toda a comida na mesa e ela e Stiles se juntaram aos dois, o clima ficou estranhamente pesado.

— Scott me disse sobre o garoto do píer — começou Stiles. — April você já fez aquilo antes?

— Stiles — repreendeu Melissa. — April isso tem a ver com suas dores de cabeça?

— Eu não sei — suspirou. — Ainda não parei para absorver tudo isso.

A mesa ficou em um silêncio horrível, April não estava a vontade com os olhares de Stiles e nem o silêcio de Scott. Assim que Melissa se despediu e todos os pratos foram colocados na pia; Scott, Stiles e April rumaram para o jeep azul de Stiles.

— Então… — murmurou Stiles, apenas para quebrar o silêncio que já estava constrangedor.

— Para onde estamos indo? — April virou para encarar Stiles, não queria perguntar a Scott. Se olhasse para aqueles olhos agora, saberia que desmoronaria. Ela estava assustada e com medo, mas nunca mostraria isso a ninguém.

— Ele é um amigo — respondeu Stiles olhando-a pelo retrovisor. — E talvez saiba algo sobre você.

— Ele tem um livro — completou Scott, falando pela primeira vez desde que entraram no carro. — Ele vai ajudar.

— Você acha que eu sou perigosa, não é? – ela olhou fixamente para as bochechas rosadas de Stiles. — Você está com medo de mim Stiles — ela afirmou.

— Não leve para o lado pessoal — o garoto respondeu ainda olhando pra estrada. — Já tem muita gente tentando nos matar. Desculpe mas eu não confio em ninguém de fora no momento.

— Você não é perigosa April — respondeu Scott, quase em um sussurro.

April assentiu devagar e voltou a olhar para a estrada. Ela não tinha muita certeza se saberia lidar com isso. O jeep velho de Stiles parou assim que chegaram um uma espécie de galpão meio abandonado e April viu o carro azul escuro de Lydia parado mais a frente.

Assim que ambos cumprimentaram a garota de cabelos avermelhados, seguiram para dentro do galpão. April sentiu todo o seu corpo vibrar de ansiedade assim que viu o homem parado a frente de uma mesa velha quase caindo aos pedaços, ele tinha cabelos meio grisalhos e tinha algo como uma arma presa na sua cintura, o que só a deixou mais nervosa.

O trio parecia velhos amigos do homem e April não tinha certeza se estava realmente segura como achou que estava.

— Você pode contar o que exatamente você viu Scott? — perguntou o mais velho.

— Os olhos dela era lilás e, bem, acho que quando Zach acordou ele parecia sofrer de uma amnésia ou algo do tipo.

— Meus olhos estavam lilás? — perguntou a garota, sentindo todo o seu corpo entrar em choque. Scott assentiu.

Ela sabia que já tinha visto olhos lilás.

— Você não parecia estar sã, April — continuou o Alfa.

Eles começaram a folhear o livro antigo e April apenas ficou observando em pé ao lado de Lydia. Stiles, Scott e o senhor Argent não paravam de ler cada parte que poderia ser sobre April. Ela observou as gravuras desenhadas nas folhas amareladas do livro, ficou apavorada só de ver algumas. Outras ela realmente conseguiu ler o nome como wendigo.

Ela não sabia o que diabos era um “wendigo” mas pelo pequeno desenho no canto da página, soube que não era boa coisa.

“Deus, não me deixe ser um wendigo” disse a si mesma.

Ela já estava nervosa o suficiente para começar com a sua mania de morder o cantinho das bochechas, já não conseguia mais ficar de pé, suas pernas já estavam começando a arde re seu estômago não parava de querer mandar para fora os ovos com bacon daquela manhã.

Quando Stiles parou de ler silenciosamente a página que eles estavam dando mais atenção do que as outras e olhou para April, ela teve a certeza de que seja lá o que eles acharam não era bom. Não era nada bom. Ela se aproximou mais da mesa e tentou ler o que estava escrito.

Em letras avermelhadas sobre o papel amarelo, April conseguiu ler o nome Torden. Ela sentiu suas pernas tremerem e o um forte nó se formar na sua garganta e Stiles começou a ler baixo para que todos pudessem escutar.

Acredita-se que os Tordens, como são popularmente conhecidos, são seres que possuem fortes poderes mentais. Podem vir a achar qualquer ser sobrenatural, ou não, apenas por sua frequência mental. Só podem achar pessoas que estejam pedindo por socorro, em estado de desespero ou que tenha forte ligação com eles. Alguns Tordens podem tirar o controle mental das pessoas por um curto período de tempo levando muitas de suas vítimas a morte.

Egípcios acreditavam que Tordens são filhos de Alexandria — a bela mulher de olhos lilás.

Poderes de modo geral: Tordens podem criar ilusões, rastrear a longa distância, tirar o controle mental e induzir a dor.

É um ser sobrenatural altamente poderoso.

A imagem que seguia aquele texto era de uma mulher; seus olhos eram lilás e ela estava com a boca aberta quase como se fosse morder alguém, ou como se estivesse gritando.

April sentiu seus olhos arderem, mais não teve muito tempo de pensar ou falar alguma coisa. Quando Lydia se aproximou de Stiles para ler ela mesma as palavras escritas, os olhos da ruiva perderam o foco e quando seus dedos roçaram de leve na mão de Stiles, foi o som mais perturbador que April já ouviu. Lydia Martin estava gritando tão alto que fez os ouvidos de April doerem.

Ela gritou o nome de Stiles e de alguma forma — April não sabia como — ela sabia que o grito era por Stiles.

Por que ela já ouviu aquele grito antes. Nos seus sonhos.

Lydia Martin estava em estado de desespero.


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Notas finais do capítulo

Bem, esse eram TODO os capítulos que eu já tinha escrito e postado no outro site, vou começar a postar aqui nas quartas (ou até antes depende) Espero mesmo que vocês estejam gostando, essa é minha primeira fanfic então qualquer errinho me perdoem e não desistam de mim.
Até o próximo capítulo, BEIJOS E QUEIJOS Xx