Prólogo 

Eu, Ethan, e Matthew sempre fomos muito amigos, melhores amigos. Desde pequenos, quando nos conhecemos na pré-escola, eu com quatro anos e ele com cinco. Sempre juntos, inseparáveis e para o que der e vier... Aquela coisa linda e clichê que todos falam. 

Nossa amizade sobreviveu com os altos e baixos da primeira série à sétima série. Com o fim da sétima série para mim veio uma descoberta, eu ser gay. E eu não me aceitava, nem Matthew sabia e eu não iria contar. Porém, segui com minha vida.  

Matthew reprovara naquele ano, sendo que como era um ano mais velho que eu, ao reprovar, acabamos ficando na mesma sala. O começo do ano foi somente a personificação da perfeição, para chegar em Junho e se tornar o inferno na sala de aula. Com muitas brincadeiras de mal gosto para comigo, e mesmo com Matt me protegendo, de nada adiantava. Meu amigo hétero, apesar de sempre insistir em ficar ao meu lado, eu pedia que ele ficasse com os outros amigos também, resultando em eu ficar com meus outros amigos também menos protegidos, resultando em olhos roxos e bocas sangrando, com um nariz inchado e quebrado de duas semanas em duas semanas. 

Tive meu primeiro beijo na Festa Julina da escola, em lugar público e me assumindo para todos que vissem, minha mãe não ficara surpresa – especialmente por já saber –, assim como minha imã. O menino se chamava Liam Aiden e que acabara por namorar comigo durante todo o resto do ano. Matthew encarou numa boa, e me ajudou na auto aceitação, logo eu estava esbanjando meu humor sarcástico e gay por todo lado. Mas claro que com uma coisa boa, vem seu lado ruim. Passei por mais xingamentos que o usual, mas os enfrentei de cabeça erguida e os mandei se foderem no fim do ano. 

Com a formatura da oitava série, prestes à entrar no colegial, eu e Liam terminamos pelo bem dos próprios, já que o mesmo iria para Austrália no ano seguinte e ter um relacionamento à distância não nos agradava. 

Passei minhas férias sempre com Matthew e conversando, sempre que dava, com Liam. De vez em quando – quando eles podiam – eu via Noah e Jordan meus amigos que sempre estiveram comigo na porrada e xingamentos. E no antepenúltimo dia de férias, eu e Matthew estávamos deitados num gramado da nossa antiga escola, vendo-a fechada e imaginando os professores rindo de alegria longe de todos nós, alunos. 

Por sinal, é aí que a história começa.