A Verdade Através do Sangue escrita por Pan


Capítulo 4
A última gota


Notas iniciais do capítulo

Ok, devo explicações. Eu fiquei vinte dias fora e esqueci de passar o capítulo para o tablet para terminar. Espero que gostem. Vai ser de um modo diferente a partir desse. Explico melhor nas notas finais. Vejo vocês lá, apesar de não poder ver vocês de verdade.



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Eu lembro de um parte disso. Não com tantos detalhes como você contou, mas lembro de boa parte. O que aconteceu? Hope fez tudo de acordo com os planos, limpou o clube e deixou Balt em casa, com a minha mãe. Não sei sobre Sky, aposto que também voltou para casa tranquila. Lembro de quando ela foi até os alojamentos naquele dia. O rosto estourado, olho roxo e lábio cortado. Ela tinha curativos no nariz e parecia ter costurado o queixo. Eu não sei o que ela conversou com a mãe, o que ela queria mudar em relação ao lutadores, mas conseguiu.

Ela dormiu lá. Passou a noite falando com Atlas e mais alguns lutadores velhos. Ficou um tempo vendo os meninos lutarem. Deixou instruções com quem ela conversou na noite anterior. O alojamento passaria por algumas reformas e nós receberíamos novas ordens. Muita coisa mudou, teríamos acesso livre ao mundo exterior. Os pequenos teriam aula e os mais velhos seriam ao menos alfabetizados. Tínhamos direito a visitas aos finais de semana. Era incrível. Os alojamentos aumentaram. Construíram uma sala de estudos com computadores, livros e tudo o que alguém normal teria.

Os patrocínios não vieram durante três ou quatro meses, ninguém pareceu perceber. As visitas de Hope tornaram-se ainda mais raras. A mãe nos visitou duas vezes assim que a reforma acabou. Não importava o que nós tínhamos que fazer nas noites que íamos para o clube. Mais pessoas se juntaram ao time. Todos estavam felizes. A casa também teve lucros, Hope e Sky fizeram mudanças no clube. Estava tudo ficando ótimo.

Hope mantinha-se afastada dos lutadores. Continuou trabalhando. Ela arrumou algumas lutas com alguns ladrões e fanfarrões que apareceram. Se as regras eram rigorosas, ficaram mais ainda. Não perdoava nada e nada passava por aqueles olhos. A mudança mais brusca foi não ver ela sorrir, por tempos e tempos a única expressão que ela carregava era a de dor. Ficou pior e pior.

Uma noite ela entrou na gaiola. Estava ficando louca. Eu quase entrei para tirar ela de lá, mas Atlas me segurou. Ela já tinha oponente. Um cara entrou lá, tinha desafiado ela. Ela o matou em menos de dois minutos. Ela sorriu e começou a voltar ao normal. Atlas e eu o tiramos de dentro do octógono. Foi a primeira vez que entrei na sala onde os cadáveres eram queimados depois da reforma. Não era uma sala que você gostaria de ficar, porém de algum jeito ela transformou aquele lugar em confortável.

Anda. Nós vamos para a sorveteria. Na última vez que eu te vi, disse que iria te levar para tomar sorvete, não foi? Tanto faz, tá calor, um sorvete não vai matar ninguém. Sua mãe vai ficar brava comigo, por te dar doce antes do jantar? Que se dane, te pago o jantar e te levo em casa depois daqui. Seus pais não vão ficar preocupados? Não conhece seu pai e sua mãe está acostumada ao seus sumiços. Tá bom, quem sou eu para julgar sua família? Já que é assim, vamos comer hambúrguer e depois o sorvete. Não me olha assim. Se eu fosse seu pai, dava um jeito em você, sair sem hora para voltar. Sua mãe deve se preocupar com isso.

De volta ao assunto, onde eu parei? Ela enlouqueceu. Não tenho dúvidas. Aos poucos ela voltou ao normal. O sorriso dela voltou. Ria e apostava com os outros. Os lutadores eram comprados e lutavam como sempre. Tudo tem um preço e tantas mudanças boas tinham que ter uma reviravolta ruim. O bar abria duas vezes na semana e nas duas nós lutávamos. Os compradores faziam negócios por fora. Perdi amigos naquilo, fiz novos. A maioria desaparecia antes de desempacotar as coisas. Demorou para estabilizar.

Hope vinha nos visitar nos finais de semana e até levava a gente para sair com maior frequência. Ela fugia toda vez que eu chegava perto e eu não entendi porque durante muito tempo. Eu decidi que falaria com ela, não importava o que custasse. Falei com Atlas sobre e ele quase me matou. Quase morri quando contei sobre o que aconteceu na casa dela, não tudo, só uma parte. Tiveram que tirar ele de cima de mim. Não a procurei, esperei por mais dois semanas.

Tentei de todo jeito. Pedi até que Balt fizesse Sky falar com ela. Então Sky começou a sumir. Ela não ia no clube em alguns dias, até que parou. Ela me visitava com Balt às vezes. Eu gosto da família que tenho. Ganhei um sobrinho, não tem muito tempo. Você não tem irmãos? Filho único. Nem cachorro? Qual o nome dele? Às? Que nem a carta? Nome estranho. Meu sobrinho chama César, tem dois anos. É uma graça. Fugi de novo do foco.

Desisti de falar com a Hope durante um tempo. Esqueci, como Atlas sugeriu antes de me atacar. Fiquei na minha. Aprendi a ler e a contar. Os meninos me ensinaram a mexer no computador e eu aprendi a fugir dos alojamentos sem darem minha falta. Comecei a caçar as pessoas que sabiam da mãe e comecei a montar o quebra cabeça. Não sei ao certo como ela começou o clube ou quem ela realmente é, porém eu descobri muito. Ninguém sabia nada de Hope. Ela era um fantasma. Dei um tempo. Queria ver o que eu sabia e juntar as informações que tinha.

Enquanto estava parado, tentei algumas vezes ir atrás de Hope de novo. Ela arrumou um namorado, um qualquer. Senti ciúmes, óbvio. Era um idiota. Cabelo preto, sempre vestido do mesmo jeito, que nem aqueles caras nos filmes, meio motoqueiro, meio rebelde. Jaqueta de couro e coturno. Um imbecil. Onde ela ia, ele estava. Não incomodava muito no clube, eu estava ocupado com outras coisas. O problema era ficar nos alojamentos, sem saber o que eles estavam fazendo. Piorou quando ele começou a ir com ela nos finais de semana. Odiava ver eles juntos e não vê-los. Sou ciumento e possessivo mesmo, não vejo problemas nisso.

O restaurante que vamos comer é ali na esquina. Já comeu lá? Tem um hambúrguer bom e barato. Garoto, eu andei pensando e percebi que se Sky ou Balt não contaram essa história, então você ouviu de Hope, porque eu não abri minha boca sobre isso. O problema é que Hope não saberia do que aconteceu na casa dela depois que ela saiu e ninguém sabe onde ela está. Como diabos você soube de tudo isso? Não tente mentir, eu não tenho problemas em ensinar crianças a não mentir. Começa a falar, não tenho paciência. Sua mãe não te contou nada, quero saber a verdade. Sem enrolações. Tem até o final do jantar.


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Notas finais do capítulo

Então? Agora que as histórias se misturam e as tretas começam. Esperem por novidades e não vou sumir de novo, não prometo, mas vou tentar meu máximo.
César: significa "imperador", "rei".
Bom, acho que só isso. Se quiserem me cobrar ou ter um contato mais próximo, eu costumo avisar quando sai capítulo novo no meu twitter quando posto capítulo novo. Adiciona lá @Murielpets2110. O de sempre sobre comentários e favoritos ou recomendações. Eu pago mesmo, tá gente. A gente se esbarra por ai. Beijinhos.



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