Félix tentou ignorar o que sentia, pois o que estava tendo com Niko era só uma diversão e nada mais. Félix estava na aula, mas não conseguia prestar atenção em nada que o professor dizia, a sua atenção estava em Niko que hoje não havia dito nem um “oi” a ele. Niko estava anotando o que o professor escrevia no quadro mas podia sentir o olhar de Félix sobre si, quando vê um papel jogado na sua mesa por Patrícia, Niko abriu o papel e lê.

“Ele ta te encarando toda hora”

Niko sorri, balançando a cabeça, pega a caneta e escreve para Patrícia:

“Devo ficar feliz?”

Niko passa o papel e dentro de segundos Paty devolve para ele dizendo:

“Acho que ele gosta de você!!” Niko escreve:

“Acho que não! Deixa de ser exagerada.” E joga para Paty e a mesma depois de um minuto escrevendo joga:

 “Por favor, Niko, por que tá assim agora... Não era você que era afim do bofe?”

Niko não sabia o que escrever mas sim, ele era muito afim de Félix, ele o amava demais e era um sentimento que nem ele conseguia explicar, só sentir. O sinal toca para todos irem para as suas casas e Niko arruma a sua mochila e vai saindo da sala ao lado de Paty e quando chega no portão eles se despedem.

— Pensa no que eu te falei, Niko.

— Ai, Paty. Só Você mesmo.

Depois que Patrícia vai embora, Niko pega o seu celular e o fone e começou a ouvir musica. Niko foi andando tranquilamente pela calçada, Félix sai da escola bem apressado para ver Niko e ele entrou no seu carro e foi dirigindo bem devagar para ver se encontrava o loiro no meio do caminho até que ele o viu andando pela calçada com fones de ouvido, ele estaciona do lado dele e sai do carro. Ele anda de fininho e se aproxima por trás e tira os fones de ouvido dele fazendo ele se assustar. ­

“Oi­, carneirinho.”

 - Você me assustou!­

Niko encara Félix um pouco assustado, mas em seu intimo fica feliz ao vê-lo.

— ­Criatura, você cai em tudo!

Félix se divertia com o jeito ingênuo de Niko, achava tão raro uma criatura em pleno século XXI ser tão pura.

­ - ­Então, o que você quer?­

Niko pergunta bem nervoso, não entendia o que um cara como Félix poderia querer com ele.

—  ­Eu... Eu queria te ver!­

Mas dessa vez ele não mentiu, Niko sorri para ele como se não acreditasse.

—  ­Então, quer uma carona pra casa?­

Nicolas não queria ir pra casa, a sua vida não estava sendo uma das mais tranquilas desde que chegou a São Paulo e a sua casa não ajudava com isso.

— ­Não, obrigado Félix!

­ Falou Niko porque não queria que ele conhecesse a sua “casa” que devia estar mais desorganizada do que qualquer outra coisa. E pelo que pouco que conviveu com Félix, já havia percebido o jeito dele e a sua casa não parecia fazer o “tipo” de um cara que ligava tanto para coisas materiais.

— ­Bem eu tenho que ir­....

Disse Niko se virando bem tristonho.

—  ­Mas você não tem cara de quem quer ir pra casa­!

— ­Por que acha isso?

Félix se aproxima dele e toca o seu rosto o fazendo estremecer.

— ­Você não leva o menor jeito pra mentir, carneirinho­...

Félix vê que Niko ainda ficava estranhando a proximidade que ele tentava dar para os dois, então ele resolve fazer algo especial para ele.

— ­ Vem comigo, eu quero te mostrar um lugar.

Ele puxa Niko pelo pulso gentilmente e coloca ele dentro de seu carro, Félix entra e começa a dirigir para o exterior da cidade. ­

— Para onde vamos?­ Pergunta Niko.

— ­É uma surpresa­.

Félix prefere não dizer a Niko onde estavam indo porque ele poderia ficar nervoso ou com medo naquele momento. Mas Niko começou a sorrir, pois estava se divertindo com Félix, que vez ou outra soltava uma de suas piadas que fazia o loiro gargalhar, Félix adorava fazer Niko rir e se divertia também com isso.

Enquanto eles não chegavam, Niko pegou o fone e começou a ouvir musica.

Félix notou que Niko estava muito calmo em vez ao contrário das outras vezes em que estiveram juntos, ele ouviu partes da musica que tocava na do celular dele.

— ­Que musica esta ouvindo?­

Niko não respondeu, pois não havia escutado nada que ele havia dito, Félix riu e se perguntou se havia salgado a santa ceia para merecer estar com um carneirinho tão distraído, tirou um fone do ouvido dele e ele perguntou de novo.

— ­O que esta ouvindo?

— New Order - Bizarre Love Triangle. Gosta? ­Sou muito fã, o meu sonho sempre foi ir num show deles e do Ricky Martin. Niko falava com um sorriso imenso, que fazia o verde dos seus olhos ganharem ainda mais cor.

Félix dirigiu por mais dois minutos e chegou onde queria.

­- Aqui?

­ Pergunta Niko

— Num prédio abandonado?

— Calma criatura. Deixa de ser curiosa, você ainda não viu o que eu quero te mostrar.

Félix desceu do carro e Niko foi junto, eles subiram escadas até chegar ao terraço onde o loiro começou a sentir medo, pois o lugar era um tanto assustador e alto demais.

— ­Félix, nós vamos cair!

Niko ficou de olhos fechados e Félix pegou na mão dele e segurou bem forte. ­

— Nós não vamos cair, porque eu estou aqui­.

Félix acariciava a mão de Niko, tentando deixar ele relaxado.

 – E agora abra os olhos.

Niko abriu os olhos lentamente e viu um o céu de uma diferente cor, estava diante de uma visão privilegiada do céu aquela noite era como se Nicolas pudesse tocá-lo, mas não com as mãos, com o fundo dos olhos, era como escutasse uma música de suas músicas favoritas com uma nota só e ainda sim, achá-la linda.

— Félix... O céu tá tão lindo! As estrelas parecem estar piscando pra nós dois. Parece até que posso tocar a lua! Exclamou Niko encantado com tudo o que via.

— ­Eu sei, esse é o meu lugar favorito­!

Félix sorriu serenamente, aquele lugar o fazia se sentir bem, lhe dava boas sensações.

 - ­É muito lindo!

Niko fica olhando aquele espetáculo, mas uma pergunta ficava martelando a sua cabeça:

 Por que ele esta fazendo isso? Por que ele esta mostrando o seu lugar favorito? Me deixando participar do mundo dele?

 Ele se vira para Félix e pergunta:

— Félix, por que esta fazendo isso?

— ­Isso o que?

— ­Tudo! Você nunca me notou na escola e agora está sendo gentil comigo, me dando carona, me... me beijando, me trazendo no seu lugar favorito... Por que esta fazendo isso?

­Niko pergunta com um nó na voz, Félix respirou fundo e pensou numa desculpa para ele cair até que ele falou:

—  ­É por que eu quero mais do que ser seu amigo, eu gosto de você Niko.

 Mentiu Félix.

 Os olhos de Niko brilharam quando Félix disse aquelas palavras. ­Nunca, nem em seus maiores devaneios havia imaginado que Félix poderia sentir algo por ele, mal conseguia acreditar que aqueles dias estavam sendo reais. Niko se sentia bem com Félix, apesar de nunca ter trocado duas palavras com ele na escola, sempre sentiu que o conhecia, se importava com ele, com o que se passava na vida dele. Sabia que Félix era de curtição, sempre saia com vários caras, e ao mesmo tempo, e todos com o mesmo estereotipo: Sarado, musculoso, magro. Características que Niko não tinha, e por isso, se conformava em não ter a atenção dele.

— Serio?

­ - ­Mais do que serio, é a mais pura verdade­!

Félix se aproxima e beija Nicolas profundamente para dar realidade aquela mentira, Niko correspondia o ato, se entregou e ele pensava que seu sonho havia se realizado, pois estaria ao lado do homem que amava, mas ele estava sendo enganado. Félix aprofundou mais o beijo, ele estava curtindo aquela brincadeira com Niko e ele pensou que se estava naquele jogo ele podia tirar um proveito. ­ O moreno poderia até não corresponder a tudo que o loiro sentia por ele, mas não podia negar que sentia uma forte atração por ele. Félix encostou Niko na parede, e não conseguiu mais se controlar, seu desejo estava tomando conta de sí, esquecendo-se de tudo. Pegava na nuca de Niko ditando a forma que queria beijá-lo, aprofundando a sua língua na boca dele, para que pudesse sentir e explorar todo aquele gosto doce e apimentado. Félix tinha a mão direita no rosto de Niko, acariciando seu rosto, enquanto a outra descia tocando seu corpo, até chegar no lugar que queria, e com a mão cheia, apertou com força a bunda de Niko.

— Félix...­ Disse Niko empurrando-o.  Félix sabia que aquele era o momento de atacar. ­

— Niko, eu to aqui dando voltas e voltas, mas eu posso te fazer uma pergunta?

— Claro Félix. Todas que você quiser.

— Quer namorar comigo?

 - ­Você qu­quer que eu seja seu namorado?­

Niko perguntou confuso.

— Quero.­-  Que bofe burro! —  Aceita?

— ­Aceito!­

 Disse Niko muito feliz, ele chegou perto de Félix e o beijou empolgado, mas foi um beijo bem diferente, foi apimentado e quente, com o gosto da boca de Niko recheando a de Félix com a sua língua mais que receptiva, e Félix se encantou por aquele beijo até que parou com Niko distribuindo beijos pelo rosto de Félix, completamente feliz com aquele momento, o fazendo sorrir com aquele gesto tão doce.

— Ai, Félix! Por Virgem Maria, olha que horas são, eu tenho que ir!

­ Disse Niko olhando o relógio no seu celular Félix, que o puxou para si e o beijou de novo.

­– Vamos, eu te dou uma carona.

­ Eles desceram e Félix o levou até a sua casa e depois ele foi numa boate onde Jacques estava e pegou um monte de caras.

— ­Então Félix, como esta o plano?

­ Pergunta Jacques oferecendo um copo de vinho para o amigo.

— ­Ele tá caindo direitinho, já pedi ele em namoro.

— ­ E ele aceitou?­ Perguntou Isaac que estava por perto.

— ­E alguém seria capaz de dispensar Félix Khoury? – riu - Todos me querem.

­ Disse bebendo vinho e todos começaram a rir de Nicolas, enquanto Félix se pegava com um cara sarado de cabelos castanhos.

 Niko estava em seu quarto sorrindo bobo e apaixonado olhando para o teto pensando.

 “Ele me ama”