Nicolas chegou à sua casa entrando devagar, não podia acreditar no que havia acontecido e não poderia deixar de sentir medo do que poderia encontrar em sua casa, afinal não sabia como era São Paulo. Não era como na sua cidade que você poderia sair tranquilo sem se preocupar e deixar o portão aberto que quando voltasse tudo estaria do mesmo jeito. Mas graças a Virgem Maria, como ele mesmo sempre dizia, tudo estava bem e em ordem. Nicolas morava sozinho desde que havia se mudado para São Paulo, era uma casinha pequena em que alugava e tinha poucos compartimentos, mas estava à procura de algum colega que pudesse dividir a casa e as despesas do aluguel. Seus pais, com muito esforço, mandavam uma certa quantia de dinheiro por mês pra ajudar nas despesas, mas ainda sim, era pouco e Niko não gostava de ser um “peso” na vida dos pais, então, logo que chegou na grande cidade, tratou de arranjar um emprego. Era de garçom em uma lanchonete da esquina, mesmo não sendo o que ele queria, já achava muito bom por enquanto, o salário já ajudava pra alguma coisa.

Nicolas vai para o seu quarto e se olha no espelho e vê que ficou lindo com a camisa que veio vestido da casa de Félix. Ele se joga na cama se lembrando de Félix e seus beijos.

—Hahaha... cara eu não acredito que ele caiu direitinho­! É um otário mesmo!

 Falava Jacques estava no quarto de Félix rindo de Niko.

 –O primeiro passo já esta dado­! Aquela criaturinha, em pouco tempo já estará nas minhas mãos.

—Cara, finge ser um cavalheiro e ai você vai ter ele aqui ô!

­ Falava Jacques mostrando a palma da mão.

—Pode deixar Jacques!­ Eu sei como lidar com bofes, ainda mais quando são burros. Vai ser mais fácil do que roubar doce de criança. Ou colocar o doce na boca de uma, se é que você me entende.

 –hahaha ok vamos descer e pega umas cervejas­

Falou Jacques

Eles saíram do quarto para irem para a cozinha já que os pais de Félix haviam viajado para MathuPithu.

Nicolas havia chegado a sua escola e ele deu bom dia ao porteiro e então entrou na escola e foi para o campus da escola e ele se deitou ouvindo musica, pois ainda faltavam quinze minutos para as aulas. Depois de quinze minutos os alunos vão chegando e o sinal tocou avisando que a aula iria começar, Niko se levantou e foi indo para aula de Teobaldo. Niko entrou na sala e a primeira coisa que seus olhos encontraram foram os de Félix sentado sorrindo para ele mas Nicolas não retribui.

Niko foi para o seu lugar, e Félix percebe que ele esta estranho, pois pelo pouco tempo que haviam passado juntos, percebeu o quão ingênuo e de “sorriso fácil” ele era.

—Vamos lá turma que a aula vai começar!

­ Fala Teobaldo para a turma fazer silêncio. Jacques que senta ao lado de Félix cochicha:

 –Nossa Félix, o que foi isso?

—Eu sei lá, será que ele desconfia de algo?­ Pergunta Félix.

—Eu não sei cara, se descobri lá se vai o seu titulo de MPC.­ (Maior Pegador da Escola)

Fala Jacques tirando sarro da cara de Felix.

Niko ficou prestando a atenção na aula do professor Teobaldo e depois que a aula dele acabou entrou Gentil, e depois que acabou a aula dele e ele deu o intervalo, todos começam a sair menos Félix e Niko, o loiro fica arrumando a sua mochila e quando ia se levantando para sair Félix impede a sua passagem pela porta.

—Oi­. Fala ele

—O­oi­.

Diz Niko tentando não olhar nos olhos dele­.

— C­com licença. Niko tenta passa, mas Félix o impede.

— Ei, o que foi?­

Pergunta Félix.

—N­a-nada­!

 Falava Nicolas quase gaguejando.

 –Você esta me evitando?

Niko fica em silencio, queria sair dali não conseguia ficar a sós com um cara há muito tempo.

— Niko­...

 Chamava Félix, mas Niko não olhava para ele. Ele se sentia uma criança perto de Félix por ele ser mais alto que ele.

— Carneirinho...

Chama Félix de novo, mas Niko não olha então Félix pega ele pela nuca e o faz olhá­-lo, e faz o loiro se derreter todo em sua mão com um simples toque.

—­ Você tem os olhos mais lindos que já vi!

Mas isso não era mentira de Félix, ele realmente achava isso. Então, Félix foi hipnotizado pelos olhos de Niko, ele acariciou a bochecha dele, mas ele se afastou dele e saiu correndo. Niko andou pelo corredor quando encontrou Patrícia, a sua melhor amiga desde que havia chegado a São Paulo.

—Oi gatinho!

 Paty fala com Niko abraçando-o.

—Oi, minha diva!

 Eles vão caminhando até a biblioteca quando Paty pergunta:

 –O que foi? Você parece tristinho Niko.

 –Ai Paty, é meio difícil de contar e acreditar­....

— Fala logo Niko, qual o bafo? Se você contar talvez eu entenda, vai solta a bomba!

­ Diz Patrícia se sentando numa das mesas da biblioteca.

— Félix Khoury me beijou­! Fala de uma vez Niko

 –Ai meu pai amado da santa bicicletinha­! Aquele homem?? Tudo bem que Félix não é um bofe escândalo como o meu Michelzinho, mas é um bofe e tanto!!

Diz Paty quase gritando.

— Paty, fala baixo!!!

­ Niko suplicou a amiga, com o rosto vermelho de vergonha.

—Foi mal, mas Félix te beijou e ele é o garoto mais popular do colégio inteiro! E riquíssimo, sem falar que é alto, deve ter um negócio daquele tamanho rsrsrs Mas enfim por que ele te beijou?

 –Ontem eu estava indo pra casa quando começou a chover, e então Félix apareceu me oferecendo uma carona e eu tive que aceita­r.

 Niko deu uma pausa e continuou.

—­ Então eu sem querer dormi no carro dele e quando acordei estava no quarto dele e...

—Pera ai­..... Você acordou no quarto dele? Então vocês TRANSARAM?

 – PATY! – Niko tapa a boca da amiga. – Para de gritar se não alguém vai acabar escutando as besteiras que você tá dizendo e não, nós não transamos ok? Eu acordei no quarto dele e me desesperei, quis ir embora e então ele me beijou... Duas vezes, mas eu sai correndo da casa del. Hoje ele quase não me deixa sair da sala.

—Oh meu deus! Mas por que você não aproveita amiga? Talvez ele queira ficar com você!­ E um boy como aquele você não encontra fácil!  Fala Patrícia empolgada e com um sorriso no rosto.

 –É que eu não quero ser usado de novo Paty! Os caras só gostam de brincar com a minha cara e eu não quero isso de novo. Paty assente e eles saem da biblioteca e vão para a cantina.

 Félix estava com os seus amigos na cantina.

 –Mano esse Corona é uma idiota­!

Fala Jacques, tentando arrancar risos da turma.

—Félix, você é meu ícone!­ Diz Gabbe fazendo todos rirem. Eles começaram a rir quando escutam um garoto gritando:

—SEU IDIOTA, VOCÊ NÃO OLHA POR ONDE ANDA?­

 Gritava o menino musculoso, agora sujo com suco de uva na sua camiseta branca. Félix olha e vê que era Anjinho gritando com... Com Niko? Sim, Anjinho gritava com Niko porque ele havia derramado sem querer suco na camisa dele. Félix olhava para Niko e sentiu algo dentro de si que fez o seu coração se aperta mais ainda, ele tentou ignorar aquela situação e começou a rir com os seus amigos mais ele não conseguia ignorar aquele sentimento. “Pelas contas do rosário, o que é isso que eu estou sentindo?” Pensa Félix.

CONTINUA...