Nicolas prestava atenção na aula, era muito importante que ele tivesse um bom rendimento escolar, pois era bolsista e as suas notas deveriam ser excelentes, de outra forma, sua família não teria condições de pagar seus estudos em um colégio tão caro como aquele.  Porém, apesar de se esforçar para manter-se concentrado, Nicolas não conseguia pensar em outra coisa que não envolvesse Félix Khoury: O cara mais popular da escola. Mas não se iludia, sabia que ele nunca iria prestar atenção nele porque Patrícia, sua melhor amiga, já havia comentado que Félix não ficava com garotos como ele. Patrícia não dizia isso para magoar o amigo, ela só não queria que Niko se iludisse fantasiando com um cara que poderia o magoar

Félix não estava nem aí para aula do professor Gentil, apesar de encrenqueiro, ele era um dos melhores alunos da sala, principalmente em matemática. Sua atenção estava voltada em jogar bolinhas de papel com seus boys sarados num garoto gordo que estava bem na frente dele. O intervalo toca. Félix e seus boys seguem em direção ao corredor e eles vão para o pátio interno do colégio e se sentam na cadeiras e outros em cima da mesa.

— ­E aí, Félix?­

Pergunta Jacques

— Como foi com o Anjinho ontem à noite?

 — Foi gostoso!

 Diz Félix com um sorriso malicioso.

— Mas cansei dele e de todos aqui! Não tem nenhuma criatura aqui que eu não tenha pegado.

— ­Ah, é? ­

Pergunta Jacques com um sorriso malicioso.

— Eu conheço um cara que você nunca pegou...

— ­Quem?­

Pergunta Félix, enquanto ajeitava sua sobrancelha.

— Aquele cara ali!

Aponta Jacques para um garoto de cabelos loiros sentado perto de uma árvore longe de todos que parecia estar lendo um livro de culinária, com seus fones de ouvido.

— Nicolas Corona, um caipirazinho recém-chegado de algum buraco do interior. Aposto que deve falar pORta. Cara... ele não vale nenhum centavo, mas se bem que tem uma bunda que já chamou a minha atenção algumas vezes.

Todos riem.

—  ­Mas como o nosso amigo disse que já pegou todos aqui, bem... o Niko ele não pegou, não!­

Diz Jacques com um sorriso desafiador que Félix conhecia bem.

 Todos começam a rir concordando.

— Eu aposto que o Félix vai pegar o loirinho em duas semanas e transar com ele e eu quero uma foto como prova!

Félix olha Jacques desafiadoramente e fala:

— Tá apostado!

Félix olha para Niko e sorri malicioso.

"Isso vai ser divertido"

Pensa Félix.

Depois de 3 horas e meia, todos estavam saindo de suas salas para irem para suas casas, Félix decidiu esperar Niko na rua e começar o seu plano. Niko saiu pelo portão e olhou para o céu observando que ele estava cinza e que iria chover, ele foi andando pela calça e de repente a chuva chega molhando-o todo mas ele continuou andando e mais a chuva aumentava fazendo ele quase nem enxergava por onde ia.. Félix estava no seu carro preto e vê Niko, ele sorri e acelera e o carro chegando perto dele, sai do carro e diz:

— Você vai pega um resfriado desse jeito, criatura!

Niko olha para a pessoa que estava a sua frente sem acreditar que era Félix Khoury. ­

— Eu não me importo­!

 - ­Mas eu sim­!

 Félix estranha a atitude de Niko.

— Não precisa, minha casa é perto... Daqui a 10 quarteirões.

Félix revira os olhos, passou o dedo mindinho na sobrancelha e falou: ­

— De carro é mais rápido, criatura. Vem, não faz a orgulhosa!

Niko fica calado pensando se aceitava ou não.

— ­É só uma carona­. Diz Félix

— ­Tudo bem­.

Niko entra no carro e Félix sorri vitorioso, ele entra no carro e vê­ Niko tremendo, ele pega o seu casaco no banco de tras e fala: ­“Toma”.

Ele cobre Niko com o casaco e sorri para ele que o olhava confuso.

— ­Por que está fazendo isso? ­

Félix nunca havia reparado em Niko, talvez porque passasse todo seu tempo pegando os caras mais sarados e populares da sua escola. Mas, mesmo que afirmasse naquele momento que o loiro não fazia o seu tipo, os olhos dele, o fazia se sentir estranho, aquele verde o assustava e lhe deixava curioso.

— P­orque... É sempre bom ajuda alguém... E eu me sinto bem em fazer bem a alguém, já que não é o meu hábito.

Diz Félix a Niko que balança a cabeça e olha para o carro e fala:

— ­Meu deus... Eu estou molhando o seu carro e a sua jaqueta! É melhor eu ir embora. ­

— Não, você não vai a lugar algum nenhum nessa chuva!

Falou Félix fingindo que se importava. Nicolas sorri para ele como se agradecesse, Félix começou a dirigir e aos poucos Niko parecia estar cansado e tremulo e então ele dormiu.

Nicolas acordou se sentindo muito relaxado, ele olhou para o teto e estranhou, pois aquele não era o seu quarto, então se levantou e viu que estava num lindo quarto bem decorado e bem do seu lado estava: Félix Khoury olhando para ele com aquele sorriso sexy que sempre o fez perder a noção.

 ­Acordou finalmente­, carneirinho.

— ­O­ que... Onde eu estou?­

Perguntou Nicolas num fio de voz.

— ­Você tá na casa dos Khoury.

Niko olhou para Félix horrorizado.

—  ­Por que me trouxe para cá?­

— ­Bom eu ia te pergunta a onde você mora, mas você dormiu no meu carro então eu trouxe você para cá­.

 Falou Félix dando a Niko um copo de água, ele pegou o copo e bebeu, olhou para o relógio do lado e se assustou.

17h35min Da tarde.

Nicolas se levantou da cama desesperado, não podia ter dormido e agora quando ele chegasse à sua casa o pior aconteceria. Niko se levantou e se viu no espelho:  Usava uma camisa enorme branca.

— Quem vestiu isso em mim?­ Perguntou Niko.

— ­Foi eu­...

Nicolas olhou para Félix e corou violentamente, Félix se aproximou de braços cruzados e ficou na frente de Niko e ele começou a rir. ­

— Você estava todo molhado e poderia pegar um resfriado, então eu pedi para Adriana, a moça que trabalha aqui, achar alguma coisa para você, já que minhas roupas não couberam.­

Nicolas não diz nada, ainda estava envergonhado. Ainda mais agora depois de saber que Félix tinha o visto sem camisa. Corou violentamente.

— Sabia que você fica lindo corado?

— ­Obrigado pela roupa, mas agora eu tenho que ir se não... ­

Niko foi interrompido e sentiu as mãos de Félix em seu rosto acariciando a sua bochecha, ele se aproximou, ficou encarando-o por alguns segundos e o beijou.

 Foi um beijo doce e gentil como Niko sempre sonhou com o primeiro beijo deles. Sim, ele costumava sonhar com beijos que dariam se Félix o correspondesse. ­

— Fica mais um pouquinho!

Sussurrou o moreno no ouvido de Niko, que se arrepiou todo.

Félix  achou que aquele era o momento perfeito para tirar a virgindade de Nicolas, mas ele achou melhor esperar para não assustá-lo. Então ele o beijou de novo, mas Niko se afastou dele e falou.:

— E­u tenho que ir...

Nicolas procurou a sua mochila e quando a encontro, saiu correndo por aquela enorme casa mesmo sem saber direito onde ficava a saida. Félix ria no seu quarto, aquele garoto era estranho. Então ele pegou o seu celular e ligou para Jacques.

Celular

— ­Fala Jaqcues.

— ­E aí?­ Qual a boa?

 - ­O Niko tá no papo!­ Disse Félix.

 - ­É isso cara e quando ele estiver comendo na sua mão você da o bote

Disse Jacques rindo do outro lado do celular ­

— Pode deixar que essa vai ser moleza. ­

— Só toma cuidado para não se apaixonar  HAHAHAHA­

Falou Jacques  soltando mais uma gargalhada.

—  Eu devo ter salgado a santa ceia e feito pole dance na cruz pra ter que ouvir isso logo de você Jacques! Criatura, isso nunca vai acontecer­! Você sabe bem que esse carneirinho não faz meu tipo. 

—  Carneirinho? Já botou apelido na foda? Aposto que já se apegou no caipira!

— Criatura, não enche! Você ainda vai engolir tudo o que disse quando eu vencer essa aposta!

— Isso é o que vamos ver, Félix...