História 10 - ANJO escrita por Tsuruga Akira chan


Capítulo 17
Capítulo 17 - ANJO


Notas iniciais do capítulo

Nosso 17º capítulo! o/

Enjoy, Minna-san!



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O “lembrete” foi tudo o que Karin disse para o rapaz antes de aproximar suas cabeças e roubar um beijo do albino. O gelo que prendia seus pulsos e pernas começaram a trincar, o globo de gelo tornava-se instável enquanto Karin recebia uma enorme quantidade de reiatsu do capitão. Sua pele tornava-se gelada enquanto tudo em volta começava a desmoronar, incluindo a armadura do grisalho.

“Só mais um pouco. Apenas mais um pouco…”

A pressão esmagava a garota em seu interior e parecia a sufocar de dentro para fora. Até que finalmente conseguiu sentir a ultima “parcela” da reiatsu de gelo infectada ser absorvida, soltando o grisalho imediatamente e se afastando para respirar.

Hitsugaya, no entanto, enquanto tinha um beijo sendo roubado juntamente com a seu poder, começou a ver seu pesadelo desaparecer. A cena tornava-se gradativamente branca, os sons repetidos da tragédia que antes o consumia desaparecia ao mesmo tempo que outros desconhecidos surgiam; a força de seu corpo começava a se esvair e o ar em seus pulmões à faltar. Estava ficando fraco, cada vez mais fraco e sentia algo esquentar seus lábios. Atordoado, abriu seus olhos e encontrou o borrão de um rosto feminino colado ao seu à tomar seus lábios, enquanto, ao seu redor, uma imensidão de informações chegavam à si de uma única vez.

Seu olfato sentia o cheiro doce misturado à algo ferroso, sua visão lhe mostrava gradativamente a pele alva do rosto grudado ao seu, o tato lhe permitia sentir o calor do outro corpo tão próximo à si e o frio do ar que ainda circulava da tempestade antes formada; e sua audição, por fim, trazia ao seu intelecto o som de cristais se quebrando, a cidade se movimentando e vozes conhecidas gritados palavras sem nexo ao longe.

“Taichou!”, ouviu Matsumoto dizer, “Filhinha!”, a voz masculina de seu antigo capitão parecia ter gritado dramático;  “Desgraçado, solte-a ou vou acabar com você!”, parecia Ichigo dizer e por fim um assovio debochado que bem conhecia, Kyouraku.

O corpo se afastou e o empurrou; e a luz do céu finalmente limpando-se deixou a vista do capitão turva enquanto tentava nos primeiros instantes formar a imagem do que estava à sua frente, ou melhor, de quem.

Hitsugaya caiu sentando no ar, apoiando sua cabeça com as mãos, pois esta doía um pouco. Uma voz lhe chamou a atenção no borrão negro, vermelho e rosa que se tornava mais nítido à cada instante.

— Considere isso uma punição por ter não ter me dado qualquer satisfação durante os últimos dois anos. - Referia-se ao beijo. A voz estava um pouco ofegante e um tanto engasgada, mas ainda era reconhecível para o rapaz.

— Kuro… saki? - Murmurou abrindo os olhos.

Ouviu um bufar cansado.

— Finalmente acordou? - Questionou um tanto sarcástica. - Bem-vindo, Toushirou. -Cumprimentou-o aliviada. O dragão de gelo que antes serpenteava pelos céus em rugidos de dores logo desapareceu. Hitsugaya finalmente retornara.

O grisalho levantou bem seu olhar para se forçar a ver a garota. Seu corpo congelou, seus olhos se arregalaram e sua boca se abriu em uma exclamação muda.

Era Karin, estava sorrindo como sempre sorrira para o rapaz após se encontrarem durante suas folgas, mas desta vez, o fazia enquanto retirava uma pena de gelo de seu ombro esquerdo. O cabelo longo e solto balançava bagunçado no ar, o rosto apresentava cansaço e alguns cortes superficiais, os ombros sangravam pelo ferimento aberto de um grande corte e do buraco que a pena retirada deixara; o vestido rasgado e amarrado estava aos farrapos e quase todo coberto por sangue; na perna direita ainda continha duas penas cravadas na coxa e que sangravam, além dos pés e tornozelos que mostravam sinais de congelamento.

“Gelo”. Tudo o que via na garota, os hematomas, os ferimentos, as armas que lhe machucavam eram todas de gelo ou continham o mesmo. O garoto olhou ao redor, vendo alguns capitães e tenentes um pouco afastados analisando-os, a cidade em baixo de si congelada e a garota à sua frente ferida.

— Até quando pretende ficar com essa cara de idiota? - Questionou a garota retirando a próxima pena. - Não ousem se aproximar ainda! - Gritou a morena para os shinigamis que se moviam em sua direção.

— Karin… - Exclamou o ruivo preocupado com a irmã.

Uma expressão de extrema culpa afligiu o grisalho. Era gelo e não havia qualquer outro ser que usasse tal elemento por perto no momento, nem sinal que qualquer outro esteve por ali, além de que o grisalho não se lembrava de qualquer coisa que acontecera desde que percebera a presença do inimigo. Fora ele que fizera aquilo com a morena e ele sabia disso.

— O que… O que... eu fiz…? - Perguntou confuso e culpado se levantando com desesperado e com certa dificuldade pela fraqueza e pelas dores que sentia por todo o corpo, enquanto corria na direção da garota.

Karin esticou o braço para frente em um sinal para que o rapaz parasse enquanto ela terminava de retirar a última pena.

— Calma aí, fique aí mesmo e tire essa cara de idiota. - Exigiu ela grunhindo de dor ao retirar a pena. - Se chegar mais perto que isso vai desmaiar. Ainda estou roubando sua energia e de tudo mais à minha volta. - Avisou e então bufou olhando cansada para o grisalho.

— E-eu te machuquei! Precisa de ajuda, está mu— A morena lhe calou esticando o braço e dando um peteleco na testa do albino.

— Cale a boca, Toushirou. Estou cansada e não tô afim de falar disso agora. Tenho pouco tempo para resolver umas coisas com você antes. Cale a boca e me escute! - Ordenou.

— Pouco temp- Outro peteleco.

— Não se aproximem ou vão me matar! - Esbravejou a garota novamente para o irmão, o pai, Matsumoto e os superiores da 4° divisão. - Porra, tá difícil para alguém me entender nesse lugar?! Não vou e nem pretendo morrer hoje, será que dá para cooperar?! - Exclamou irritada e cansada. Novamente olhou para o grisalho. - Tire essa cara de culpa. Meu estado foi escolha minha. - Declarou em tom normal. Bufou. - Agora vamos ao que interessa. - Iniciou e assim que terminou sua frase, socou o rapaz diretamente no rosto. - Dois anos?! Dois anos inteiros?! Você é idiota ou o quê? Disse que voltaria logo e nem sequer mandou uma mensagem, seja pelo velho, pelo Ichi-nii ou mesmo por aquele loiro debochado e ainda quando volta faz questão de ficar do outro lado da cidade? Está tirando uma com a minha cara? Esqueceu quem eu sou? Eu reparei que você havia voltado no momento que aquele maldito portal se abriu! E olha aonde você parou?! Pelo visto pretendia ir embora sem nem ao menos dar um “oi”! Baka! - Acertou outro soco, desta vez no estômago. A garota gritava e expressava toda a sua irritação. Hitsugaya permanecia confuso, mas não tentava desviar, apenas se deixava acertar.

Karin suspirou fundo e bufou, já podia sentir os ventos gélidos começar à emanar de si. Se acalmou e continuou.

— Eu pretendia fazer isso pouco antes de você tentar ir embora, é fácil te seguir, mas devido à situação, estou adiantando isso e só vou ouvir sua explicações depois.

— Anunciou encarando-o de cima. Virou seu rosto para o outro lado, o pôr-do-sol se iniciava. - Eu já sabia… Eu soube da morte da outra garota e sabia muito bem de quem se tratava. - Disse. Os olhos do grisalho se arregalaram levemente em surpresa. - Sei bem que era a pessoa que você mais prezava e tudo mais. Não sou idiota, era fácil saber. Mas ainda assim, - elevou um pouco seu tom de voz e o encarou irritada. - ainda assim eu também sou sua amiga! Eu também me preocupo, porra! Se não queria aparecer durante um tempo, beleza, todo mundo precisa de um tempo sozinho, mas dê ao menos um sinal de vida! Diga se está vivo, se está bem! Você luta todos os dias, nunca sei quando vai para alguma guerra. Pensa um pouco! Eu não tenho como saber se você ainda existe, a não ser que você me diga que está vivo! Tenha ao menos um pouco de consideração com aqueles que ainda ficaram e se importam, idiota! - Esbravejou a morena. Dos seus olhos duas lágrimas desceram embora contra sua vontade. Seu corpo doía, seus machucados sangravam e sua alma estava sendo massacrada pela enorme energia que o corpo tentava conter. Karin enfiou seus dedos entre seus fios negros enquanto tampava seu rosto e suspirava cansada. - Demora dois anos para voltar e quando volta, quase é morto na minha frente. - Suspirou cansada novamente e baixou sua mão e o tom de voz, como se desse um aviso do tipo “espero que tenha entendido bem”. - Vai ter que me dar alguma explicação convincente uma outra hora. Acabou meu tempo. - Anunciou.

Hitsugaya permaneceu surpreso e confuso com toda a explosão da garota à sua frente. Contudo, quando lhe disse que seu tempo acabou, um desespero lhe consumiu e antes que pudesse perguntar qualquer coisa, uma nevasca começou. Ventos fortes provinham da garota que esticava sua mão novamente e um arco gigantes de energia surgiu em suas mãos. Seu corpo ganhou enormes asas de cristais de gelo. Não muito longe, os shinigamis gritavam com certo desespero e mais duas vozes se adicionaram aos gritos, sendo Urahara e Yoruichii que acabavam de chegar.

— Urussai! - Exclamou a morena. - Não vou morrer. - Anunciou com confiança. - Mas não garanto acordar em pouco tempo. Então, até depois, vejo vocês mais tarde. - Sorriu travessa. - Os-san, - Chamou Kyouraku. - venci a aposta.

Karin apontou o enorme arco para o céu, atirando uma enorme flecha para o universo. A flecha se foi, mas ela ainda não sentia grande diferença, mas seu braço não aguentaria mais que três daquelas.

— Como pensei… - Murmurou. Suspirando fundo, desfez o arco e se pôs à toda velocidade para cima, tentando chegar o mais alto que podia. Hitsugaya tentou seguí-la, mas mal tinha forças para se manter no ar.

“Mais alto, mais alto, mais alto…”, pensava. Até que finalmente parou, já bem acima das nuvens.

Lá em baixo, Urahara tentava conter o grisalho que mesmo sem conseguir, tentava ir atrás da morena.

Um estrondo veio dos céus e o coração do grisalho e dos mais próximos da morena se apertou. Uma enorme quantidade de energia havia sido liberada de uma única vez e agora, pequenos cristais de gelo caíam calmamente das nuvens.


Hitsugaya empurrou o loiro com tudo que pôde e pegou impulso para subir, ignorando toda e qualquer dor ou obstáculo que surgisse, mas logo parou, pois um pouco mais à frente, uma espécie de anjo caía do céu. As asas estavam menores, agora do tamanho do corpo feminino. O grisalho não viu o rosto e tão pouco olhou as vestimentas para ter certeza. As asas de gelo eram suficientes. Karin despencava metros abaixo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! =D

Até o próximo capítulo!

Sayounara, Minna-san! o/



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