"Contanto que estejamos juntos, importa aonde vamos?"

— Home (Gabrielle Aplin)

Depois da resposta positiva dos membros do clã Denali, nós esperamos até que a noite chegasse para partir novamente, desta vez rumo a nossa casa. Meus avós e meus tios dariam um jeito de conseguirem testemunhas suficientes para evitar um massacre doloroso. Precisam dar.

 Uma das coisas que notei quando ainda estávamos no lado de fora da residência Denali, é que não há carros na garagem, que é aberta. Perguntei-me mentalmente se Irina viajara do Alaska até Forks. Ela é uma vampira, obviamente poderia dar a volta ao mundo em poucos dias, sem se cansar.

 Estávamos a mais de três horas resolvendo os mínimos detalhes para a volta. Quando finalmente começamos a nos acomodar para voltar para casa, outra ligação para meu pai despertou minha atenção. Quem atendeu fora minha mãe.

— Carlisle? – Ela perguntou. Era claramente evidente que estava tão nervosa e ansiosa quanto eu.

— Conseguimos quatro testemunhas. O clã egípcio está a caminho de casa.

— Também estamos- ela se virou um pouco para olhar melhor os flocos de neve caindo no lado de fora do carro. Tanya, Eliazer, Carmen e Kate estavam conversando com meu pai do lado de fora. Tive a pequena impressão de que era a única a não escutar a conversa- Os Denali devem chegar aí pela manhã. Jánós vamos demorar um pouco.

 Eu sabia o quanto meu pai corria com o carro, e isso não era surpreendente. Suspirei e coloquei as pernas sobre as coxas de Jacob. Ele me lançou um olhar de “Você é uma folgada”, mas apenas dei de ombros em resposta. Meu pai já caminhava em nossa direção, e ao entrar no carro os vampiros começaram a correr. De forma rápida e silenciosa, já não estavam mais ali.

— Tanya, Eliazer, Carmen e Kate irão direto para Forks, avisei-os que Rosalie e Emmett devem recebê-los pela manhã, pois ainda estaremos chegando. Nós vamos passar na casa de um velho amigo.

   O dia no Alaska não era tão diferente quanto em Forks. Claro, existe uma diferença notável a respeito da quantidade de neve e da intensidade do frio que ela provoca. Pelo lado de fora, a neve à beira da estrada poderia chegar a cinco centímetros de altura.

 De repente, meus cílios começaram a pesar como se toneladas de blocos de concreto estivessem sobre eles. Encostei a cabeça na janela que impedia a visão do lado de fora graças à película escura e permiti-me descansar por apenas alguns minutos.

[...]

 Não há como saber ao certo quanto tempo se passara desde que saímos da residência Denali, no Alaska. Nem quanto tempo eu estive dormindo. Mas tenho certeza que, pela mudança cultural e climática, já não estávamos mais no Alaska. Mais algumas horas e chegamos.

 Aproveitei uma das paradas necessárias para comprar uma caixa de donuts, a única “comida” humana que não luto em comer, juntamente com chocolate. Os dividi com Jake. Ele comeu dois em uma só mordida, olhei boquiaberta e quando retomei a consciência já estava com as bochechas e o nariz cobertos por chocolate. Semicerrei os olhos e peguei mais dois donuts na caixa e levando-os até a boca de Jake, contra sua vontade. Eu o entupi com donuts, e sua blusa também não estava tão limpa quanto antes.  Devo admitir que fizemos uma enorme bagunça no carro, a qual seríamos responsáveis por limpar depois.

 A única fonte de horário que estava ao meu alcance era o gps pendurado ao lado esquerdo do para-brisas. Nele, marcava 12:00 pm.

 - Estamos chegando- avisou minha mãe e sua expressão rapidamente fora para uma surpresa- Eu limpei o carro ontem, Jake!

— Não se preocupe- falei entre risos- limpamos mais tarde!

— Donuts. Delícia! — Jacob falou me arrancando uma gargalhada.

— Mãe- chamei-a- Eu acho que ao invés de fazer toda uma decoração que eu realmente não vou gostar, vou pedir a tia Alice que encha a mesa de Donuts. São deliciosos!

Ela sorriu e olhou para meu pai, que também não evitou exibir o sorriso. Pareceu, por um instante, que nada estava acontecendo, que estávamos apenas voltando de uma pequena viagem. Quando me dei por mim, o motor do carro parou e percebi que a nossa frente estava à casa dos Cullens. Chegamos.  Tanya, Kate e tia Rose estavam à nossa espera. Ouvi Jake bufar.

— Já não bastava uma, agora tem três louras- ele bufou e eu não dei muita atenção ao seu comentário.

 Saí do carro com minha mochila, meu livro cujo nome é Once Upon a Time nas mãos, e uma almofada que ganhei. caminhei em direção a elas e cumprimentei minha tia. Logo atrás, a porta fora aberta e meus avós saíram de lá com quatro pessoas atrás. Duas morenas e dois morenos saíram de lá. Meu olhar percorreu todos, mas o moreno que pareceu mais jovem foi o que atraiu minha atenção como um imã.  Devo admitir que paralisei ao vê-lo. Por quê? Não sei!

Meu corpo todo tremeu, dos pés à cabeça, mas sem que eu pudesse entender o por que. Ele também me encarou. Por minutos, pensei ter perdido todos os meus sentidos. Seus olhos eram a única coisa nítida que minha visão captava. Meu coração chegou a bater tão forte que doeu o peito. Minha respiração falhou. Ficamos parados encarando um ao outro até que meu seu amigo chamou a atenção de todos quando falou algo.  

— Estes são Tia, Amun, Kebi e Benjamin- meu avô apresentou- Só estão aqui por que Benjamin convenceu-os a vir.

Benjamin.

 - Renesmee faz com que suas memórias sejam vistas por outros através de seu contato-  Meu pai falou- Veja você mesmo.

 Benjamin se aproximou de mim, olhando-me nos olhos.

— Você pode? – ele perguntou. Eu o olhei profundamente.

 Concordei ainda meio atordoada. Esperei um pouco antes de levar minhas mãos até seu rosto. Quando o fiz, uma onda elétrica de aparentemente treze mil volts me fez querer afastar minhas mãos de perto de seu rosto, mas ele a segurou antes que eu o fizesse. Passei a buscar ar desesperadamente, e quando minha respiração voltou ao normal... Toquei novamente em seu rosto, mostrando-lhe tudo o que havia vivido.

 Ao nos separarmos, ele sussurrou baixo para que quase só nós ouvíssemos. Por um momento, pensei que esta seria sua real intensão.

— Fascinante!

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Look renesmee